Notas das autoras:
Ju:
Ol�, pessoal!
Em comemoração às 149 reviews, estamos mandando dois capítulos ao invés de um só. Mas isso tem um motivo.
Originalmente mandaríamos só quando completassem exatas 150... Mas pensamos que, além de ser uma tremenda bobeira não colocar dois caps por culpa de UMA review, um capítulo muito adorado ('leia-se' de passagem... Curiosamente, esse capítulo é o 24. Que karma! o.O), com um lemon que eu AMO de paixão seria colocado junto com o capítulo que o antecede.
Desse jeito, preferimos esperar até semana que vem para colocar o lemon XD
Então... Boa leitura, e até semana que vem! o/
Celly:
Bom, meninas...acho que não tenho muito a dizer dessa semana pra cá. Cada elogio é um presentinho especial que eu espero não perder tão cedo. Lili, Dark Wolf, Ilia-chan, Arashi, Faye, Anna-Malfoy, Rafaela, Pipe, Vivica, Calíope (bem vinda de volta!), Paulili e Camis. Obrigada mais uma vez pelo apoio!
Respondendo à algumas perguntas que foram feitas em capítulos passados. Eu havia anotado e acabei esquecendo de responder: a música Unbelievable é do grupo EMF. E Calíope, amiga, é claro que a Edith foi em sua homenagem...como não usar esse nome sem deixa-lo ligado ao seu fic...
Beijos em todas e nos falamos semana que vem!
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CAPÍTULO 22:
E assim passou-se um mês...
Todos estavam em polvorosos com o casamento de Saga e Diana. Ela não parava mais no Inferno, que havia sido escolhido como o local para a festa depois do casório. Carlo cuidava de tudo, surpreendendo a todos, sendo o primeiro a chegar e o último a sair. Como prometido, ele não havia importunado Afrodite. Aliás, ele não circulava muito pela boate, preferindo ficar no escritório. Portanto, eles não se cruzavam.
Milo e Kamus continuavam juntos, cada vez mais apaixonados, se aquilo era possível. Toda sexta feira eles se encontravam com Shaka e Mu para um jantar, que ficou famoso, já que Kamus era um mestre na culinária francesa e encantava a todos. Eles ainda tinham pequenos conflitos, mas tudo era sempre resolvido com ardentes noites de amor, ora no apartamento de Milo, ora no apartamento de Kamus.
Talvez as pessoas tão ansiosas quanto a futura noiva fossem Marin, Shina e June. Agora com seus respectivos namorados, elas viviam pelo bar comentando sobre vestidos e jogando indiretas para os respectivos de como seria bom se elas subissem ao altar também.
Kanon estava triste. Desde o beijo que trocara com Julian, não vira mais o rapaz. Ele partira no dia seguinte para Milão, onde tinha reuniões importantes. Eles se falavam ocasionalmente por telefone, mas não ousavam tocar no que acontecera entre eles. A amizade voltara de maneira sutil e eles estavam mais acostumados um com o outro, sabendo que o desejo de ambos ainda existia, só escondidinho.
Afrodite era a pessoa mais assediada no Inferno e ele não escondia gostar daquilo. Tinha sempre alguém oferecendo-se para ser sua companhia na noite, mas ele escolhera preservar-se, depois de tudo o que aconteceu, tanto com Milo como com Carlo. O italiano, aliás, era uma incógnita. Sabia que ele o estava observando, mas não conseguia encontr�-lo. Tinha vontade de fazê-lo, de confront�-lo. Mas não podia, ele simplesmente iria deixar aquilo como estava. Seria melhor para ambos. Então por que sentia um aperto no coração a cada dia que passava e Carlo não se mostrava mais o caçador de antes?
E foi nessa situação que chegou o dia do casamento...
-Ai, meu estômago. Caraca, eu vou ter um treco. - Falou Milo, colocando a mão sobre a barriga.
-Milo, não é você que está casando. - Falou Kamus, olhando de rabo de olho para o outro.
-Ai, eu sei... Mas não adianta. Eu sempre fico assim em casamentos. - Falou, parecendo não se afetar com o tom do namorado. Kamus deu um risinho, admirando o rapaz. Belíssimo, com um terno justo, negro, com risca de giz. Os cabelos soltos, mas estranhamente mais brilhosos do que nunca.
Mas Milo sempre arrumava um jeito de ser extravagante. Com os olhos pintados de preto e um brinco em forma de crucifixo que chegava até a metade do pescoço, ele conseguia bastante destaque.
-Eu não. - Kamus disfarçou, quando o rapaz virou para ele. Milo, então, deu um risinho, fazendo-o olh�-lo com a sobrancelha erguida. - O que foi?
-Deveria.
-Por que- Perguntou Kamus, sem entender.
-Um dia vamos subir lá. - Falou, simplesmente, fazendo Kamus corar. Não que não quisesse ficar junto com ele oficialmente, mas, para dizer a verdade, aquela idéia nunca havia lhe passado pela cabeça. - Oh, desculpe.
-Não se desculpe. - Kamus sorriu. - Eu acho uma ótima idéia.
E Milo abraçou-o pela cintura, com um suspiro. Kamus era bem mais do que ele um dia imaginou que teria... E estava tão lindo!
Com um terno azul escuro, bem ajeitado (e justo nos melhores lugares, pensou) e social, e sapatos negros, estava um verdadeiro sonho. Milo bem que insistira para que ele colocasse algo um pouco mais forte, mas Kamus se negara a fazê-lo, dizendo que não havia necessidade de aparecerem tanto.
-Milo, ela já vem. - Falou, ao ouvir a marcha nupcial tocar.
Ambos levantaram-se imediatamente ao vê-la, linda, etérea, com os longos cabelos ruivos penteados em um belíssimo arranjo e com uma tiara prateada, que muito lembrava uma daquelas coroas de contos-de-fada. Traja um longo vestido no melhor estilo medieval. Justíssimo, com um lindo espartilho, mas longe de ser vulgar.
-Uau- Exclamou Afrodite, piscando diversas vezes. - Gente, como ela tá linda- E foi cutucado por um Milo que pedia silêncio. - Ops, foi mal.
E Diana, sorrindo para os amigos, começou a entrar, de braços dados com o pai, um senhor de pouco mais de cinqüenta anos. No altar, um Saga muitíssimo nervoso apertava as mãos.
-Ai, meu Deus... - E os olhos de Afrodite encheram d'água. Sentiu-se feliz... E absolutamente triste. Não queria admitir, mas no fundo... queria demais estar no lugar dela. Queria poder estar com um alguém, poder amar e ser correspondido...
Carlo olhava para o rapaz, do outro lado da igreja. Já faziam horas que o observava... E ele não o havia notado. Algo que fora até bom, assim, ambos evitavam um momento constrangedor, num dia como aquele. Surpreendeu-se ao ver uma lágrima rolar pelo rosto do outro, atravessando o rosto, passando pela charmosa pintinha e morrendo nos lábios cor-de-rosa, entreabertos. Não pôde evitar um sorriso ao vê-lo emocionado. "Isso só mostra o quão ele é especial" - Pensou, com um suspiro. Decidiu que deveria prestar atenção na melhor amiga, já que era ela a estrela do dia... Junto com Saga, é claro.
A bela chegou ao altar, sorrindo para o futuro esposo, com os olhos marejados. Ele sorriu-lhe carinhosamente. Viraram-se para o padre, que os olhava com ternura.
-Oh, pai, vai começar o falatório. - Milo rodou os olhos.
-Shh, cala a boca- Falou Kamus, cutucando-o nas costelas.
E o padre realmente começou a falar todas aquelas coisas bonitas que sempre são ditas, mas com um complemento próprio, que conseguiu emocionar até mesmo alguns cubos de gelo...
-Eu não acredito que seus olhos estão lacrimejando... - Sussurrou Milo, divertido, para Kamus.
-É apenas um cisco. - Falou o outro, rápido. Milo apenas riu marotamente.
-Um cisco? Sei...
Agora, porém, Afrodite não mais estava se contendo. As lágrimas escorriam fartas pelo rosto, mas ele as limpava com rapidez, esfregando as faces brutalmente com as mãos, deixando-as vermelhas pelo atrito forte.
-Saga, aceita Diana como sua legítima esposa, para am�-la e respeit�-la na alegria e na tristeza, na vitória ou na derrota, na saúde ou na doença, por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe- Perguntou o padre, e todo e quaisquer murmúrios extasiados sumiram na mesma hora.
-Aceito. - Falou, olhando-a com carinho.
-E você, Diana, aceita Saga como seu legítimo esposo, para am�-lo e respeit�-lo na alegria e na tristeza, na vitória ou na derrota, na saúde ou na doença, por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?
-Aceito. - E a voz dela saiu tão empolgada que provocou até alguns risinhos. Mas nenhum deles debochado. A maioria das pessoas dizia 'que bonitinho!'
-Se alguém tem algo contra este casamento, que fale agora, ou se cale para sempre.
Ninguém manifestou-se.
-Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. - E uma lágrima rolou do rosto de Diana. Saga limpou-a com o polegar, delicadamente, aproximando-se para colar os lábios nos dela, num beijo suave.
Afrodite, então, engoliu um pequeno soluço. A quem queria enganar? NÃO estava chorando por causa de Diana. Estava chorando por pena de si mesmo. Esperou que os noivos saíssem da igreja, sendo acompanhados pelos convidados (todos indo para a amada boate).
-Você não vem, chorão- Perguntou Milo, sorridente. Kamus sorriu-lhe também.
-Ah, já vou. - Falou, forçando um sorriso. - Vou respirar um pouco antes.
-Tudo bem, nos encontramos l�- E Milo saiu, puxando Kamus (que reclamava por estar sendo arrastado). Afrodite preocupou-se ligeiramente quando os viu entrar no carro (ambos falando sem parar), mas riu quando, segundos depois, estavam se beijando carinhosamente.
-Quem me dera. - Suspirou, colocando as mãos nos bolsos, virando-se para ir até algum lugar onde pudesse arejar a cabeça. Saiu andando, e nem notou que, da porta da igreja, um certo moço o observava atentamente...
O bar não era o mesmo que todos conheciam. Havia recebido uma decoração especial, em champanhe e dourado, as cores predominantes no vestido da noiva e no terno do noivo. Diana não queria manter o tradicionalismo, por ela, colocaria algo mais chamativo, mas em respeito à sua família e à de Saga, preferiu seguir o protocolo.
Antes de receberem os cumprimentos oficiais, ela seguiu para o segundo andar, onde tirou a enorme saia armada que compunha o vestido, ficando apenas com o espartilho bordado de pedras. Optou por uma outra saia, em estilo sereia, em tom champanhe que foi uma combinação perfeita com os sapatos stilletto dourados que usava. Soltou os cabelos, mas ainda mantendo a tiara. Era sua festa de casamento e esperava se divertir ao máximo.
Os convidados foram chegando aos poucos e dirigindo-se às mesas, que não haviam sido marcadas, apenas algumas, perto do bar, haviam sido reservadas para os familiares e amigos mais íntimos. Kamus e Milo, seguidos de June, Marin e Shina, com seus respectivos namorados, foram os primeiros a chegar. Logo que se acomodaram, Milo procurou por Afrodite.
-Ué, ele não disse que vinha logo atrás da gente-Milo perguntou-se.
-Ah, ele já deve estar chegando...do jeito que ele estava na igreja, não duvido nada que demore um pouco mais a chegar. -Kamus comentou, puxando o namorado para mais perto.
-Ih, olha lá quem chegou-Shina anunciou, olhando para a porta.
Num fenomenal terno azul marinho, camisa branca e sem gravata, para parecer mais jovial, um belíssimo Julian Solo estava parado à porta procurando por conhecidos. No final da enorme mesa onde os amigos estavam, uma pessoa prendeu a respiração.
Afrodite sabia que a festa já estava começando, mas ele ainda se recuperava. Era triste ter que encarar todos sendo felizes, com seus namorados, enquanto ele estava l�, solitário, apenas expressando sua felicidade por seus amigos. Para ele, não era justo. Ele que sempre fora tão assediado, tão desejado, não estar com ninguém era horrível.
-Afrodite... -uma voz conhecida falou, em tom inexpressivo. Ele virou-se imediatamente. Carlo estava impecável, ele podia reparar agora com mais clareza. O terno preto, com a gola em cetim grafite, camisa e gravata na mesma cor, ele estava maravilhoso. Isso só ajudou a aumentar sua vontade de ter alguém ao seu lado.
-Carlo. -ele forçou-se a dizer.
Carlo queria jogar tudo para o alto e abraçar o outro, secar as poucas lágrimas que ainda decoravam de maneira injusta aquele rosto belo e que ele tinha certeza que eram por sua causa. Mas não podia, havia prometido a si mesmo. Mas ele lhe parecia tão frágil...
-Estou indo para o Inferno. -e ele teve vontade de rir, diante daquela afirmação. Na verdade, ele já estava no inferno, longe dele. Controlou-se. -Se quiser uma carona...
Aquilo lhe soava vagamente familiar e ele teve vontade de recusar, mas quando deu por si, já estava dentro do carro com Carlo, ambos dirigindo-se à festa, um silêncio pesado e ingrato dentro do carro.
-Ei, aqui está você! Meus parabéns-Julian disse, animadamente, abraçando Saga. -Que bom que você casou com essa linda mulher, senão eu a roubaria de você. -ele disse, sorrindo, beijando uma das mãos de Diana, que corou diante de tanta cortesia e beleza.
-Humph, conta outra... -Saga disse, abraçado ao rapaz. Conversaram ainda por alguns minutos, mas os outros convidados também dispensavam atenção dos noivos e Julian logo resolveu deix�-los. Saga havia indicado a mesa onde ele poderia ficar, a maioria das pessoas já lhe era familiar.
Cumprimentava Ikki e Shura quando sentiu alguém passar a mão ligeira e discretamente por sua cintura. Olhou para cima e encarou um Kanon que lhe sorria malicioso. Retribuiu o sorriso, mas não seguiu-o, continuando a cumprimentar os amigos que há muito não via.
-Achei que estaria em Madrid, era isso-Kanon perguntou, fingindo estar aborrecido, tomando um gole de vinho.
-Menti. Não é assim que funciona-Julian devolveu a pergunta, com um sorriso, pegando a taça das mãos de Kanon e bebendo um gole também. -E a propósito, era Milão.
Kanon não soube o que dizer depois daquela declaração. Ela lhe pareceu uma indireta pelo que havia feito, mas também queria acreditar que sua mente estava lhe pregando outra peça. Resolveu mudar de assunto, seria melhor assim.
-Viu como minha cunhada é linda?
Chegaram na porta da boate. Afrodite parecendo muitíssimo interessado nas próprias mãos, que brincavam uma com a outra, displicentemente.
-Bom... Aqui estamos. - Falou Carlo, desligando o carro e preparando-se para sair. Afrodite foi mais rápido. Pulou rapidamente para o lado de fora, trancando a porta com rapidez.
Nervoso, virou as costas e começou a andar em direção à porta. Porém, sua educação (não era exatamente só isso, mas ele não poderia admitir que tinha algo por trás) foi mais forte.
Respirando fundo, virou-se para Carlo, que estava chegando.
-Obrigado. - Falou, olhando para os próprios pés.
-Olha, não precisa ser assim.
E Afrodite olhou-o nos olhos. Carlo notou a mágoa estampada neles e teve vontade de arrancar toda aquela melancolia dali... Só não sabia como.
-Assim como- Perguntou, fingindo-se de bobo.
-Não aja como se não soubesse do que estou falando.
-Então não fale... Pois você sabe que eu vou agir como se não soubesse do que você sabe que eu sei. - Falou, irônico.
-Ironia não combina com você. - Falou, com uma calma tão genuína que fez Afrodite quase explodir.
-E o que você sabe sobre mim- Colocou as mãos na cintura, batendo o pé no chão.
-Sei que você está chateado, que não quer me ver nem pintado de ouro... mas que fica perto de mim, embora não queira admitir.
-Mas você é um metido, mesmo! Eu não gosto de você!
-Eu não disse nada. - Falou, sorrindo. O outro deixara escapar uma verdade e tanto. Afrodite corou, irado. Bufou, passando a mão pelos cabelos.
-Obrigado pela carona. É só. - E abriu a porta, entrando imediatamente, sem dar nem tempo para Carlo segui-lo. O outro apenas deu um risinho maroto.
-Pelo menos, uma confirmação. - Deu os ombros e encostou-se na porta. Iria demorar mais um pouco, senão, iriam desconfiar deles. Na verdade... o que importava?
-B�, ela é linda, claro. - Falou Julian, com um sorrisinho. - Mas eu esperava mais de você.
-Hein?
-Esperava uma desculpa melhor.
E Kanon corou imediatamente.
-Mas como você ficou presunçoso, hein- Falou, erguendo uma sobrancelha.
-Moi- Inventou um sotaque francês que fez Kanon dar um risinho. O pai de Julian era francês, e rapaz vivia falando nesse idioma, pois achava bonito. Kanon francamente achava francês um saco, mas quando Julian falava... Ficava estranhamente... sensual. - Párdon, monsieur...
-Hum, e ainda fica falando difícil... Francamente, Julian... - Falou, balançando a cabeça, fingindo reprov�-lo.
-Ah, é... - E o rapaz apenas sorriu, passando a mão ligeiramente pela cintura de Kanon, como o mesmo outrora fizera. - E o que posso fazer para me desculpar pela minha repentina mudança de personalidade- Falou, num tom inocente.
Do outro lado, Afrodite suspirava, sentando-se no bar. Milo o avistou e, mesmo relutando em sair dos braços de Kamus, foi até ele.
-Salve, Dite. - Falou, erguendo a mão num gesto de saudação. Mas o outro não esboçou qualquer reação positiva. - Eita, o que aconteceu?
-Digamos que casamentos me lembram que estou na seca. - Falou, com um falso, mas convincente senso de humor. Milo riu, puxando-o pela cintura.
-Não fique. Prometo que faço uma festinha particular pra você hoje à noite. - Falou, rindo.
-Eu ouvi isso, viu- Kamus falou atrás, e Milo olhou-o, fingindo susto.
-Oh, não se preocupe. Tem lugar pra mais um, certo- Perguntou para Afrodite, que sorriu. Era incrível como aquele casalzinho conseguia levantar seu astral.
-Claro, nossa casa é grande, né, Milozinho- Falou, tentando entrar no clima, passando o braço pela cintura do rapaz. Kamus não perdeu tempo. Atravessou a braço pela cintura do namorado também.
-Namorado e amante oficial, não briguem, por favor. Eu sei que sou gostoso, irresistível e etc etc, mas tem Milo pra todos. - Falou. Afrodite e Kamus se entreolharam, soltando o rapaz. - Ei! Ei! Mas...
E os dois amigos deram os braços e saíram andando, enquanto um Milo corria atrás, fingindo indignação, enquanto exclamava 'Voltem aqui, seus traidores!'.
Do outro lado, Carlo deu um risinho.
-Ahhh...o seboso sabe sorrir-a voz de Diana surpreendeu-o. Ela olhou na direção onde Carlo olhava e constatou o motivo do sorriso.
-Di...está tão linda...e eu estou...muito feliz, de verdade. -ele disse, abraçando-a.
-Não sabe como é bom ver você assim, Carlo...me lembra o velho Carlo...aquele que eu me apaixonei...
-Ih, não vem com essa não que agora você é uma mulher casada-ele brincou, segurando-a no colo. Saga veio ao encontro deles, sorrindo.
-Querendo roubar minha mulher?
-Humph, ela já foi minha antes, ok-Carlo disse em tom brincalhão. Diana ficou roxa de vergonha. -E se você a fizer sofrer, eu arranco seu coração com um garfo!
-Ei,ei,ei...calminha-Saga disse, fazendo o sinal de paz e amor com os dedos.
-Carlo... -Diana interrompeu-os, segurando em uma de suas mãos. Quando teve a certeza de que tinha a atenção do outro, começou. -...É sério. Eu e Saga queremos que você tenha a mesma felicidade que nós estamos tendo. -Carlo baixou a cabeça. -Não tenha medo de arriscar, você merece aquela gracinha que está ali... -ela indicou Afrodite com a cabeça e Saga concordou. -...e ele também te merece...
-Ele não gosta de mim. Eu o magoei muito.
-Sim, eu sei...mas nada diz que você não pode consertar seu erro, não é?
Os olhos de Carlo se iluminaram. Agora ele sentia-se confiante para tentar algo mais. Podia ser que Diana não tivesse noção, mas o apoio dela era fundamental naquilo tudo. Ele sorriu, abraçando os dois.
-Pode deixar. Eu prometo que vou fazer tudo certo dessa vez. -e desceu as escadas que levavam ao salão onde algumas pessoas já dançavam.
Saga e Diana se olharam, abraçados.
-Eu espero que ele consiga. Realmente espero.
-Seja você mesmo. Eu gosto de você assim... -Kanon disse, sem pensar muito na implicação daquela frase.
Os olhos de Julian faiscaram e ele mordeu os lábios para não agarrar Kanon ali mesmo. Por fim, suspirou profundamente.
-Infelizmente, meu amigo...acho que a realidade mudou...e você vai ter que se acostumar com o novo Julian Solo. -ele disse, beijando de leve o rosto do amigo e levantando-se da cadeira. Tirou o paletó e caminhou, confiante até onde Afrodite estava. Trocou algumas palavras com ele e logo estavam dançando no salão, animadamente.
De longe, dois pares de olhos os observavam atentamente.
-Acho que vamos ter problemas... -Shaka falou, olhando para o salão, onde um animado Julian Solo cercava um Afrodite ainda mais animado.
-Deixa de ser negativo, fofo...quer beber-Mu disse, sacudindo o copo de vinho na frente do namorado. Shaka olhou-o assustado.
-Credo, Mu...não tô te reconhecendo...onde está meu namorado comportado?
-Ficou em casa...eu quero me esbaldar hoje...e se você não quiser, tem um monte de gente que quer...tem um cara ali que não pára de olhar pra mim... -Mu disse, provocando.
-Vamos dançar...anda logo... Shaka puxou Mu pelo braço, praticamente arrastando-o para o salão. Olhava para todos com cara de mau, como se quisesse mostrar que o lindo rapaz de cabelos lavanda era seu e de mais ninguém. A Mu coube apenas rir daquilo tudo.
-Entendeu esses dois-Kamus perguntou, quando Mu e Shaka passaram por eles.
-Sim...Mu estava provocando Shaka...e o bobinho só pra variar caiu no jogo dele...isso sempre funciona... -Milo disse, como se já conhecesse aquilo.
-Como é que você sabe disso, hein-um Kamus desconfiado perguntou.
-Ah, me poupe, Kamus...fazer ciúmes é clássico pra qualquer relacionamento...ou você acha que eu despertei isso que você sente aí dentro só porque meus cabelos são azuis? Por que você acha que eu te provocava tanto, fazendo piadinhas e tudo o mais?
-Ora,seu trapaceiro...
Quando Kamus se preparava para atac�-lo, Milo apenas esquivou-se, colocando os braços do amante em torno de sua cintura e beijando-o logo em seguida. Rapidamente, os pensamentos vingativos evanesceram da cabeça do francês.
-Tá funcionando- Murmurou Julian, ao ouvido de Afrodite.
-Está. Ele tá vermelhinho, vermelhinho. - Riu-se, divertido.
-Hum, que bom... - Sibilou ele, girando, fazendo Afrodite ficar de costas para Kanon. Deslizou a mão pelas costas do sueco, que sentiu um arrepio correr pela espinha. Kanon franziu o cenho.
-Mas que abusado- Reclamou para si mesmo, sem notar que o comentário havia sido alto. Virou as costas e foi em direção ao bar.
-Ah, que droga- Bufou Julian, indignado. Estava pronto para largar Afrodite, mas viu Carlo. Lembrou-se de algo que Kanon havia lhe dito sobre eles... E não pode deixar de ter um pensamento malvado.
-Dite...
-Sim?
-Me dá um beijo?
O choque foi tanto que Afrodite até parou de dançar.
-Como é- Perguntou, piscando aflito.
-Por favor... - Suplicou, com os olhos lacrimosos. Afrodite suspirou, aborrecido.
-Olha, Julian, eu entendo que queira fazer ciúmes no Kanon, mas ele é meu amigo.
-Não é por causa do Kanon, Dite.
-Então, por que seria- E Julian fez um movimento com a cabeça, indicando Carlo, que estava à alguns metros, com uma taça nas mãos, observando-os. Afrodite olhou e quase congelou. Irado, virou-se para Julian.
-Não se meta na minha vida, ouviu bem- Rosnou, empurrando o rapaz e saindo da pista com brutalidade. À Carlo coube se espantar e ir atrás dele, enquanto um Julian suspirava.
-Droga. Ele entendeu errado. - E, com outro suspiro, olhou para Kanon. Um pensamento malvado passou por sua cabeça. Sorriu, safado, e foi para uma área completamente afastada dele, e muitíssimo movimentada. Teve uma ótima idéia...
Afrodite batia o pé num canto, aborrecido, de braços cruzados e olhos fechados. De tão aborrecido, nem notou a aproximação lenta de um corpo conhecido.
Sorriu-lhe, mesmo sabendo que o outro não notara.
Afrodite continuou do mesmo jeito, tendo uma reação apenas quando sentiu uma mão escorregar por seu braço, acariciando o tecido macio.
-AH- Berrou, afastando-se com tanta rapidez que quase caiu para trás. Carlo amparou sua queda, e ambos ficaram naquela posição por segundos... Carlo teve vontade de rir quando notou que deveriam estar parecendo dançarinos de tango. Afrodite, parecendo notar a situação em que estava, empurrou-o, passando a mão nos cabelos, limpando as roupas e esfregando a pele, como se ele fosse tóxico. Isso fez Carlo ficar um pouco triste, mas não fez nada. Não o podia culpar por se sentir assim.
-Quer dançar- Perguntou, fazendo o outro ficar surpreso.
-Claro que não- Falou, demorando para dar uma resposta. Carlo apenas suspirou.
-É apenas uma dança, Afrodite.
-E eu a recuso. - Falou, impetuoso, cruzando os braços. Carlo deu um risinho. - Mas do que diabos você está rindo?
-Do quanto você é orgulhoso. Está louquinho para dançar comigo, mas não quer admitir. - Resolveu usar a mesma estratégia de antes. Afrodite apenas franziu o cenho.
-Se pensa que vou responder que não sou orgulhoso, pegar sua mão e sair dançando, você é um idiota. Sou orgulhoso sim, e gosto de sê-lo.
-Ok, ok. Então, vamos conversar?
-Não.
-Oras, eu SÓ quero conversar!
-Olhe para os lados. Tem milhares de pessoas com as quais você pode conversar. Passar bem. - E virou-se para ir.
-Você é um cabeça-dura- Berrou o outro, fazendo-o grunhir.
Para onde havia ido? Agora estava arrependido por não ter seguido seus movimentos. Será que iria embora novamente, para aparecer tempos depois? Como apareceria da próxima vez? Com uma mulher grávida de gêmeos? E o pensamento o fez tremer.
Já havia bebido uns copos de vinho, uma bebida muitíssimo afrodisíaca, na sua opinião. Levou o terceiro ou o quarto aos lábios, provando, deliciado, o conhecido sabor. Mas isso não o fez ficar tão bem quanto queria...
Suspirou. Mas, para seu alívio e surpresa, ouviu uma voz conhecida cham�-lo, apesar do tom ser bem diferente do habitual. Virou-se.
-Onde estava- Perguntou, tentando não parecer ansioso. Julian apenas sorriu, aproximando-se dele.
-Bebendo um pouco. - Falou, e Kanon pôde notar o quão difícil parecia para ele ficar de pé.
-Ah, meu pai! Julian, você está bêbado- Perguntou, insanamente.
-É claro que não- Disse, afetado, colocando as mãos na cintura. Kanon balançou a cabeça. Quando alguém dizia que não estava com aquela convicção, era porque realmente estava.
-É melhor eu te levar pro hotel... - Falou Kanon, pronto para se levantar. Mas Julian empurrou-o de volta para a cadeira. - Mas, que diabos...!
-Shh, estamos numa festa! Alllôôô, alguém em casa- Tinha vontade de rir da sua performance perfeita.
-Julian!
-Aff, deixa de ser chato- E, colocando uma mão espalmada no peito dele, sentou-se de lado em seu colo, displicentemente. Kanon arregalou os olhos imediatamente.
-Eu acho melhor que...
-Por que você tem que achar tudo?
-O que- Ergueu uma sobrancelha.
-Por que é sempre você que tem que achar tudo, que escolher tudo? EU quero escolher o que dizer, fazer e tudo o mais. E EU sei muito bem o que quero, Kanon- Falou, embaralhando as palavras por querer.
Kanon virou os olhos. Não deveria contrari�-lo... Mas o simples fato de tê-lo nos braços o deixava bem incomodado. Se ele se insinuasse um pouco... Teria certeza que perderia o controle.
-E o que você quer- Perguntou, não resistindo.
-Isso. - E envolveu o pescoço do outro, calando os lábios dele com os seus.
-CABEÇA DURA? CABEÇA DURA-Afrodite virou-se novamente, caminhando, feroz na direção de Carlo, que só teve a opção de recuar. Na verdade, conseguira o que queria, tinha a atenção do outro.
-É...você simplesmente ignora tudo o que aconteceu...
-E você deveria fazer o mesmo, pelo bem de todo mundo. Que ódio!
Carlo estava surpreso. Era a primeira vez que ouvia Afrodite falar abertamente sobre o que havia acontecido, e ele queria esquecer tudo. Ignorou o aperto no coração que sentiu ao ouvir aquelas palavras.
-É isso o que você quer-Carlo perguntou, aproximando-se perigosamente de Afrodite, que ficou parado.
-É o que mais quero. -ele disse, sem muita convicção.
Carlo balançou a cabeça, suspirando profundamente, um ar de quem estava desistindo.
-Então tudo bem. Eu não vou mais te importunar.
E passou por ele sem falar mais nada. Afrodite ficou com o coração apertadinho, pensando se não havia jogado uma chance de ser feliz pela janela. Os olhos de Carlo por um momento lhe pareceram tão amargos, tristes.
-Ai, meu pai... O que eu fiz-ele disse em voz alta.
-Ju...Ju... -Kanon tentava se desvencilhar dos lábios de Julian, mas ficava cada vez mais impossível, especialmente porque o outro resolvera passar os braços em volta de seu pescoço, impedindo-lhe de movimentos mais bruscos.
Julian ignorava solenemente qualquer pedido do amigo. Na verdade ele ficara um pouco apreensivo por tomar aquela atitude, mas no fundo, estava cansado de todo aquele chove não molha entre eles. Se tinham que ser apenas amigos, o seriam, mas se existia uma chance de serem algo mais, e ele tinha que tomar uma decisão, ele o faria.
Absorto que estava em pensamentos, só tomou conta de que não era correspondido com a mesma paixão, quando Kanon colocou as mãos em seu pescoço, bruscamente empurrando-o de seu colo. Com o choque, ele caiu no chão, enquanto o amigo levantava-se da cadeira, arrumando a roupa.
-Você...você está bêbado, Julian...e eu...
-K... -sua voz agora não tinha mais a malícia de antes e apenas o tom jovial e amigo tão conhecidos de Kanon.
-Eu acho melhor lev�-lo pra casa, Julian. - Agora era Kanon que usava de um tom extremamente formal ao falar com o amigo.
Rapidamente Julian arrependeu-se do que havia feito. Fingir-se de bêbado para seduzir Kanon não havia sido uma boa idéia e agora ele havia percebido. Teve uma vontade súbita de esclarecer-lhe tudo.
-K...eu não estou...
-Está sim! E não discuta comigo-Kanon disse, o dedo apontado em sua direção.
-Tudo bem...você não precisa me levar não...eu vou ficar bem... -Julian disse, triste.
Na mesma hora Kanon sentiu-se culpado. Aproximou-se lentamente do amigo, ajoelhando-se perto dele. Afastou alguns fios azuis que cobriam-lhe o rosto e sorriu levemente quando o outro sorriu, um sorrisinho fraco e melancólico, fechando os olhos. "Ele está bêbado...provavelmente não se lembrará de nada amanhã", ele pensou.
-Como quiser. Mas deixe-me ao menos te levar lá pra mesa, vamos... -Kanon disse, levantando-se e estendendo uma das mãos para que Julian pudesse segur�-la. Mas o amigo não o fez.
-Não preciso da sua piedade, Kanon. Me deixe aqui e volte para sua diversão.
-Mas...
-Mas nada. Volte agora, me deixe em paz. Você só sabe estragar tudo...
-Estragar-Kanon disse em voz alta. -Por Deus, você está bêbado!
-E daí? Qual é o problema?
-Não acredito que está dizendo isso...
-Vai dizer que nunca fez nada com alguém que estivesse bêbado-ele perguntou, ironicamente. Não entendia porque estava fazendo aquilo, mas era o mesmo motivo que lhe moveu a magoar Kanon ao falar de Isaac.
-Realmente, Julian. Eu nem sei porque me importo. -Kanon disse, desapontado, passando pelo moço no chão, voltando para os amigos. Podia ouvir, de longe, Saga anunciando que Diana jogaria o buquê.
Continua...
