Nota das autoras:

Ju:


Ol�, pessoas...

Novamente, here we are. Felizes, contentes, realizadas e praticamente babando em cima de vocês.

Muito obrigada pelo carinho, pessoas.

Esse capítulo é 'fofo', com uma boa dose de sensualidade, mas fofo. Acho que vocês vão gostar.

Abraços, MUITO obrigada, boa leitura e até a semana que vem!

Celly:

Oi, gente!

Essa semana parece que passou voando ou foi impressão minha? Mais um novo capítulo, dedicado à Carlo e Afrodite, como manda o figurino! Bom, agradecimentos especiais à Lili e à Calíope, que além dos comentários, ainda deram uma segunda e terceira revisada. Ah, essas minhas betas... E claro às meninas que sempre passam por aqui. Elfa, Ilia-Chan, Kiki, Salt, Nah, Faye, Ada e Carola. Os créditos de Carlo ainda são todos da Pipe e a música lá dp finzinho é Can´t Get You Outta My Head, da Kylie Minogue. Além disso, queria agradecer às meninas que mandaram emails, mensagens no MSN e me aturaram essa semana toda! Vocês são uns amores!

E claro, boa leitura e até semana que vem!


Capítulo 26

— Preciso ir... — Murmurou Julian, cansado, deitado no peito de Kanon.

— Ahh, por que? Ainda é cedo... — Falou o outro, num muxoxo triste.

— Hum... A moça da recepção deve estar preocupada comigo...

— Hein?

— Relaxa, não é nada do que você está pensando. — Disse, rindo. — É uma moça que fica atendendo as pessoas na minha casinha temporária, entende? Ela é toda preocupada comigo, tadinha...

— Aham, sei... E só você não vê maldade nisso?

— Ah, Kanon! — E deu um tapinha nele.— Eu não vejo maldade nenhuma! Você tem que ser menos pervertido!

— Tenho mesmo?

— Só neste aspecto, quero dizer...

E ambos riram.


Espirrou alto, enquanto colocava um casaquinho preto por cima da blusa branca.

— Droga... Esse vai ser um longo dia... — Falou, rouco. Colocou uma calça jeans escura e um tênis. Não estava para joguinhos de sedução. E sabia bem disso.

— Dite? — A cabeça de Milo apareceu na porta.

— Fala. — Desgostoso, imaginou sobre o que Milo iria falar.

— Vamos? — Perguntou, surpreendendo o rapaz. Realmente, ele queria mudar.

— É... Vamos... — Pegou a bolsa com as roupas que iria usar à noite. O Inferno estava em festa, ainda em comemoração ao casamento de Diana. Nada melhor do que uma apresentação à altura.

— Dormiu bem? — Perguntou Milo, quando entraram no carro.

— Não, não dormimos juntos, se é isso que você quer saber.

— Eu não falei nada, Dite.

— Mas pensou. E eu sei que está louco para saber mesmo. — Falou Afrodite, indiferente, apertando o botãozinho do rádio.

Milo não disse mais nada.

— Eita, isso tá sintonizando mal pra caramba... — Falou Dite, dando um tapa no aparelho, que, milagrosamente, começou a funcionar direitinho.

"Be Obscene

Be be obscene

Be obscene, baby

And not heard!"

Afrodite corou até o último fio de cabelo, e desligou o aparelho imediatamente. Milo apenas olhou- o com a sobrancelha erguida.

— Tem certeza de que não houve nada?

— MILO!


— Ol�, Kamus. — Cumprimentou Carlo, vendo o rapaz a arrumar as garrafas com um bom humor raro.

— Ol�, Carlo. — Respondeu, num tom cortês.

— Viu passarinho verde?

— Não, vi um passarinho azul bem saidinho mesmo. — Falou, sem rodeios, ajeitando as bebidas por rótulos.

— Firmes, então?

— Muito. Sorte nossa. — Falou, virando para Carlo. — E quanto a você?

— Digamos que não tenho tanta sorte assim. Com licença. — E foi em direção ao camarim das meninas.

Kamus suspirou.

"Realmente, não muda nunca... Já foi correr atrás..."

— Ol�? — Shina, que ensaiava de blusa e calcinha, correu para o outro lado. — Calma, não vi nada.

— Vai tomar um soco nas fuças se não sair daqui em tempo recorde! — Ameaçou June, fazendo pose de ninja.

— Paz-Amigo-Telefone-Casa. — Falou, olhando-as. — Só quero saber de algumas coisinhas.

— Ai, meu Deus, lá vem bomba. — Marin virou os olhos. — Fala, Carlo.

— Podemos fazer uma coisa diferente hoje? — Perguntou ele, os olhos brilhando.

Shina, já com um minissaia (Grande diferença, pensou Carlo), veio andando, fula da vida.

— Olha aqui, seu tarado mal acabado, nós...

— Calma, meninas, é só uma sugestão.

— Tá bom, fala. — Marin disse, cruzando os braços. — Mas, se não gostarmos, você cai fora.

— Ok, ok.

— Diga, então.

— É uma coisinha do Dite... — E elas foram correndo até ele, uma empurrando a outra.

Em dez minutos, elas já riam do planinho do rapaz.

— Combinado, então?

— Claro. É uma ótima idéia... — Falou June, rindo. — Ele vai morrer!

— E vai matar a gente, claro. Mas é por uma boa causa. — Falou Marin.

— Eu vou estar lá. Quando for a vez dele, você aponta para mim. Combinado, Shina?

— Combinado, Carlo. Embora eu não veja finalidade nenhuma nisso além de matar o pobre do coração...

— Cê tá de sacanagem comigo, né? — June falou, estranhando-a.

— Sim, mas é legal falar bonito de vez em quando.

— Aff...

— Bom, é basicamente isso. Continuem ensaiando. — E saiu.

No mesmo minuto, Afrodite e Milo chegavam.

— Olá. — Milo cumprimentou à todos, com um sorriso, abraçando a si mesmo. Aproximou-se de Kamus. — Sabe...

— O quê?

— Está beeem frio lá fora...

— Ah, sei. Vem cá. — E chamou-o. Milo passou pelo outro lado, dando a volta toda no balcão, para achar uma portinhola e entrar, aproximando-se de Kamus com lentidão, enquanto o outro apenas sorria.

— Mil e uma maneiras de provocar um picolé derretido. — Falou Milo, rindo, quando Kamus puxou-o para seus braços.

— Você é tão bobo, Milo... — Reprovou Kamus, antes de beijar-lhe os lábios.

Afrodite riu com a cena, balançando a cabeça. Porém, ao virar o rosto, avistou alguém muitíssimo conhecido. Virou o rosto imediatamente, tendo a consciência de que voltava a ficar vermelho. Odiava quando isso acontecia.

— Bom dia. — Falou Carlo, aproximando-se do balcão. Milo parou de beijar Kamus para olhá- lo.

— Bom dia pra você também. — E voltou a beijar o namorado, provocando risinhos nos outros.

— Bom dia de novo, Afrodite. Tomou o café?

— Não, é muito sem graça tomar café sozinho. — Deixou escapar.

— Mas eu estava em casa! — Milo protestou, largando a boca de Kamus de novo. Impaciente, o rapaz puxou o rosto do outro novamente.

— Não se preocupe, prometo que tomo café com você da próxima vez.

Aquilo soou tão malicioso que Afrodite não agüentou.

— Com licença, vou guardar minhas coisas. — E passou por ele depressa, indo em direção ao camarim.

"Não sabe o que te espera, meu lindo..." — Pensou Carlo, com um risinho.


Estava entrando no quarto do hotel quando ouviu o telefone trocar. Correu, se jogando na cama macia para só então atendê-lo.

— Sim?

— Estava com saudades...

— K... Só tem uma hora desde que eu saí daí... — Julian argumentou.

— Sim... Uma hora, que é igual sessenta minutos, que são iguais a 3600 segundos que são iguais a muito tempo...

Julian começou a rir. Um Kanon romântico era algo maravilhoso de se ter. Ficou feliz diante de sua sorte.

— Nem precisa continuar... Mas, por que me ligou?

— Primeiro pra dizer que te amo. Segundo pra dizer que te amo. Terceiro pra perguntar se você não quer sair hoje, vai ter diversão lá no Inferno. E sim...a última coisa...por que você não volta pra c�?

— É...nossa...bom, eu também te amo e te amo...vamos sair sim, hoje quero dançar tudo o que eu não dancei no casamento e bom, você quer mesmo que eu volte?

— Deus, Ju...preciso fazer essa pergunta de novo? Nunca deveria ter deixado você sair, não sabe o quanto me arrependo.

— Então tá...eu vou arrumar minhas coisas e já volto praí...

— Tão rápido assim? — Kanon parecia divertir-se.

— Sabe quantos segundos têm em cada minuto?


Caíra a noite. Estava um clima diferente no Inferno. Alguns diziam que era a ressaca da festa de casamento, mas Afrodite sentia que era algo a mais. Era bem verdade que os namorados das meninas estavam l�, mas elas pareciam estranhamente mais conectadas que os outros dias, trocando segredinhos e risadas maliciosas.

Kanon e Julian chegaram abraçados e foram direto pro bar, sendo servidos por um animado e sorridente Kamus, o que surpreendeu Kanon.

— Tá drogado? — ele perguntou, levando um tapa de Julian logo em seguida.

Nos dias pré-Milo, Kamus provavelmente diria alguns palavrões em seu francês perfeito, mas como nada o atingia tamanha a felicidade, ele simplesmente sorriu, correndo os olhos pelo salão e vendo Milo arrumar algumas cadeiras, sendo ajudado por Aioria e Shun.

— Esquece que eu perguntei...

— Vão beber o quê? Olha que o show de hoje promete...o Aldebaran tava dizendo que ia ser o 'enterro dos ossos', mas eu não entendi muito bem o porquê... — ele disse, coçando a cabeça.

— Ah, por enquanto duas cervejas...

Kamus serviu as bebidas e ficaram conversando, até que Afrodite apareceu, ainda não estava pronto e com uma cara de poucos amigos.

— O que aconteceu amiguinho? — Julian perguntou, olhando pra ele.

— Primeiro...eu tô doente, não quero dançar! — ele disse, fazendo biquinho. — Segundo, aquelas garotas lá dentro estão muito estranhas. Isso tá me irritando! — O bico aumentou ainda mais.

— Drama queen! — Milo gritou de longe. Afrodite mostrou o dedo pra ele e continuou com a mesma cara, batendo o pé impacientemente.

— Ah, Dite...isso passa...toma uma remedinho...você é a estrela desse bar..não pode privar o povo das suas performances...por favor... — Kanon pediu, com uma carinha de inocente.

— Odeio homens com cara de inocente... Tchau! — Ele disse, virando as costas e saindo, trombando com Milo no caminho.

— O que deu nele? — Kamus perguntou.

— Acho que foi o que não deu... — Milo disse, olhando pros três. Diante da cara de 'hein' deles, ele completou: — Carlo dormiu lá em casa essa noite.

— Ah tá... Os três falaram ao mesmo tempo.

— Eles dormiram juntos? — Kanon indagou.

— Não pelo que Dite disse.

— Ah, então é o que não deu mesmo... — Julian completou.

— Meninas, não vou dançar hoje, não... — Afrodite disse, observando as três já prontas, sentando-se no sofá que tinham no camarim.

— COMO ASSIM? — elas perguntaram ao mesmo tempo.

— O remédio não fez efeito..acho melhor não dançar... — ele mentiu. Na verdade não sentia mais nada, mas estava com uma sensação ruim.

— Ah, Dite...por favor...você precisa dançar...quem somos nós sem você? — June pediu, sentando-se ao lado dele.

— Vocês dançavam sem mim antes...

— Pois é...éramos ruins, com você ficou tudo melhor. — Shina também disse.

— Meninas, deixem o Dite. Se ele não quer dançar, o problema é dele. — Marin disse, penteando os cabelos. Shina e June olharam pra ela abismadas, como se dissessem "O que você pensa que está fazendo? Vai arruinar tudo!"

— Como assim, Marin? — Afrodite perguntou.

— Ué, você está se sentindo mal. Nós dançamos, podemos dar conta sem você. Três podem fazer esse show perfeitamente. — ela completou.

— Olha aqui, ruivinha! Eu vou dançar porque EU posso, tá me ouvindo? — Afrodite perguntou, passando por ela e pegando a camisa que estava pendurada no cabideiro.

— Marin, eu te adoro! — June disse, dando um beijo no rosto da amiga, que sorriu.

"Se os anjos ou os demônios estão na casa, apareçam agora!", a voz de Kamus ecoou e Shina sorriu.

— É agora meninas...vamos l�!

E a música começou. Carlo sorriu demoradamente ao ver as meninas chegando, junto com Afrodite, encantador.

Marin imediatamente tomou o megafone das mãos de um Kamus estarrecido, que bem que tentou argumentar, mas se viu vencido pelas caras de poucos amigos das duas outras garotas.

— Como vocês sabem, nossa querida chefinha se casou. O Inferno está em festa! — Anunciou Marin. Shina pegou o megafone da mão dela.

— O que ela quis dizer é que nós vamos fazer o que vocês querem!

Afrodite, então, arregalou os olhos. De repente, tudo começava a se encaixar. Aborrecido, tentou sair de l�, mas June agarrou-o pelo braço.

— A primeira sou eu! — Shina falou, apontando para um rapaz na platéia. — Você aí!

— Tira a blusa!

— Nem se a sua vida dependesse disso, amigo. — Ela disse, rindo. Apontou para outro.

— Faz um solo!

— B�, vocês tem cada idéia... — E entregou o megafone à Marin novamente, enquanto uma música eletrônica começava a tocar. Imediatamente, fez o corpo gingar ao ritmo frenético imposto, levando as pessoas à loucura. Ao terminar, respirou fundo e sorriu.

— Agora, Eu... — Marin disse, procurando alguém. Malandramente, apontou para Aioria, que começou a rir.

— Eu quero beijo.

Todos começaram a gritar e bater palmas.

— OK! Venha c�, então! — E Aioria foi. Marin ajoelhou-se no balcão, alcançando os lábios do namorado num beijo carinhoso. Os gritos e assobios aumentaram ainda mais quando se soltaram.

June pediu para Shina segurar Afrodite e catou o megafone das mãos de Marin. Procurou alguém na platéia, avistando um lindo rapaz de cabelos ruivos. Apontou para ele.

— O que você quer?

— Eu? — E o rapaz ergueu-se, colocando as mãos na cintura. — Eu não quero nada, baranga! — E virou-se para sair, deixando todos à morrer de rir.

— Meu Senhor, depois dessa, eu passo a vez. — Falou June, os olhos arregalados. — Agora... Queridoooo...

— Nãããããão! — Dite tentou escapar, mas Marin e Shina o seguraram com força.

— Já que nosso fofucho está um pouco envergonhado, eu mesma vou escolher para ele. — E demorou-se, brincando de angustiar os dois amigos. — Ahhh, já sei! — E Carlo decidiu que iria matá-la depois. Estava apontando para o outro lado.

Surpreendendo-o, girou, apontando para ele, com um grande sorriso de 'Te enganei!'.

— SENHOR CARLO DI ANGELIS, NOSSO CHEFINHO TEMPORÁRIO! — Berrou, apontando para ele, enquanto pulava.

— Eu vou estripar vocês e usar suas tripinhas em rituais de magia negra! — Falou Afrodite, provocando risos nos que estavam mais perto.

— O que quer, Carlo? — Perguntou June, com um sorriso. Shina e Marin soltaram um frustrado Afrodite.

Se teria de fazer algo, faria e pronto.

— Uma dança. — Falou, a voz altíssima e imponente, espalhando-se por todo o bar, chocando a maioria das pessoas.

A maioria das pessoas emudeceu, enquanto outras começaram a exclamar coisas que ninguém pôde distingüir. Alguns engraçadinhos ainda gritavam 'Eu também quero!'. Palmas e assobios não faltavam.

— Como é que é? — Perguntou June, querendo atiçar ainda mais aquele pessoal, todos incrivelmente loucos.

— Uma dança. Com ele. — Falou, aproximando-se do balcão com charme, olhando fixamente para os olhos azuis arregalados do outro rapaz.

Havia acertado em cheio.

— Quer dançar?

— Claro que não!

— É só uma dança, Afrodite.

— Eu a recuso.

Carlo falava aquilo tudo com um sorriso nos lábios. Era exatamente o diálogo que tiveram no dia do casamento, só que daquela vez ele não iria recusar. Aproximou-se ainda mais, estendendo a mão para que o outro pudesse descer.

— Não pode recusar...

— Arrrgh, que saco... — Afrodite no fundo queria aceitar aquela dança, aceitar o toque de Carlo, de uma vez por todas. Suspirou profundamente, aceitando a mão do outro, mas não sorrindo, mesmo que o outro o fizesse abertamente.

— AEEEEEEEEEEEEEEE — June gritou, arrancando aplausos da maioria dos presentes.

— Não acredito que ele vai fazer isso... — Kamus disse, olhando a cena estático. Julian e Kanon estavam sorrindo, dando o maior apoio.

— Ele vai sim... — Milo disse, colocando a bandeja em cima do balcão.

— Vai fazer nada não? — Kamus perguntou, olhando o namorado com cara desconfiada.

— ... — Milo deu de ombros. — Não...vamos ver até onde isso vai...

Kamus colocou a mão na testa de Milo para ver se ele estava doente. Milo rapidamente esquivou-se, sorrindo.

— Me serve logo, cinco cervejas. — ele disse, ainda sorrindo e olhando para o casal, que agora ia pro centro da pista de dança.

— Som na caixa! — Marin anunciou e as batidas de uma conhecida música invadiu o lugar. Afrodite olhou com cara de poucos amigos para ela.

— Essa música não! — ele protestou e Carlo apenas sorriu.

— Tá rindo de quê, hein?

— De você. É uma música inocente. Se deixa levar, Afrodite...não custa nada... — Carlo disse, sensual, aos ouvidos do outro, que arrepiou-se por completo.

I just can't get you out of my head

Boy your love is all I think about

I just can't get you out of my head

Boy it's more than I dare to think about

Every night

Every day

Just to be there in your arms

Won't you stay

Won't you lay

Stay forever and ever and ever and ever

Afrodite resolveu que o melhor que tinha a fazer era jogar os sentimentos para escanteio e assumir aquilo como parte do trabalho. Enlaçou o pescoço de Carlo, ignorando (ou pelo menos tentando) o perfume que o italiano usava e que sempre lhe provocou calafrios, entrando, por fim, no ritmo daquela música que sempre o irritou, por repetir sempre as mesmas coisas.

Carlo segurava Afrodite pela cintura, juntando os corpos dos dois, fazendo aquela dança parecer mais sensual do que já era. Subiu uma das mãos pelas costas dele, perdendo-se nos fios azuis. Segurou-os por alguns instantes, puxando-os levemente, para só então jogar o pescoço de Afrodite para o lado, onde ele agora estava com seus lábios, respirando profundamente o perfume de rosas do outro.

— Essa música...é bem propícia mesmo... — ele murmurou, arrancando um arrepio de Afrodite.

— Cala a boca e dança... — Afrodite respondeu, entre os dentes, o que arrancou uma risada de Carlo. Ele aproveitou para abraça-lo mais forte, descendo uma das mãos agora perigosamente na direção das nádegas do outro.

Os presentes estavam de boca aberta diante de tanta sensualidade. Alguns arriscavam a dizer que o casal era feito um para o outro e muitos já repetiam o gesto deles e dançavam animadamente pelos cantos do bar. Os amigos, que sabiam de toda aquela situação, apenas esperavam o desfecho daquilo tudo, que prometia ser bombástico.

I just can't get you out of my head

Boy your love is all I think about

I just can't get you out of my head

Boy it's more than I dare to think about

There's a dark secret in me

Don't leave me locked in your heart

Set me free

Feel the need in me

Set me free

Stay forever and ever and ever and ever

— Vai negar, Afrodite? Essa música é boa...

— É lixo... E tire suas mãos da minha bunda! Tomara que essa tortura acabe logo... — Ele disse, imediatamente ficando arrependido.

— Ah... Então estou te torturando, Dite? — Carlo perguntou, divertindo-se.

— Já disse para não me chamar de Dite! — ele disse, olhando-o nos olhos.

— Hum... O que acha disso aqui então? — Carlo perguntou, mas não deixou que Afrodite tivesse tempo de responder, virou-o, grudando as costas do rapaz em seu peito, abraçando-o firmemente pela cintura. Ouviu Afrodite gemer quando ele afastou os cabelos e beijou seu pescoço, deixando uma marquinha.

— Sacanagem não vale, hein! — Shina gritou no megafone, vendo que o clima estava esquentando.

— Cala a boca e deixa os dois. — Shura disse, aproximando-se do bar. Rapidamente, ela desceu do balcão e agarrou o namorado, pouco ligando se estava no horário de trabalho. June, que estava ali perto, apenas balançou a cabeça riu da situação.

A música de aproximava do fim e os dois ainda estavam naquela posição, Carlo balançando os quadris, junto do corpo de Afrodite, no ritmo daquela música e o outro, incrivelmente quieto, de olhos fechados, deixando-se levar. Quando ouviram o som diminuir, tiveram dificuldade de se separar. Os aplausos foram imediatos.

Carlo olhou com cara de satisfação para Afrodite, que estava com os braços cruzados e não o encarava. Ele aproximou-se novamente.

— Não disse que era apenas uma dança? — ele perguntou, em tom safado.

Aquilo despertou algo em Afrodite que nem ele mesmo sabia que tinha: vontade de matar. Como se já não bastasse ter aceito aquela dança e gostado muito, teve que ouvir aquele comentário. Quando percebeu já havia dado um tapa no rosto de Carlo, mas não com tanta força.

— Seu cretino! — e ele saiu para o camarim. Milo foi atrás, deixando a bandeja nas mãos de Kamus, que apenas balançou a cabeça.

Carlo sorriu, com a mão no rosto, como se estivesse aproveitando o tapa que levara.

— Mas você gostou da dança, Dite... Eu pude sentir... — Ele disse, caminhando até o bar.

Continua...