Notas das autoras:

Ju:

Salut, pessoas.

Surpresa. Dois capítulos (ligeiramente atrasados) em comemoração à Páscoa. E, domingo, vem outro.

Esses novos caps voltam as origens de Inferno, dando mais ênfase à um certo Peixinho e à seu amado.

Esperamos que vocês gostem. A partir do capítulo 28, a história muda de rumo devido à nova relação deles. Mas já falei demais.

Muito obrigada à todas aquelas pessoas maravilhosas que vêm comentando e nos ajudando a crescer mais, sempre muito simpáticas. E um agradecimento especial à minha fofa, a Celly. Adoro você!

Ah, sim! Querida Beta Lili... . We love you!

Até domingo.

Divirta-se e Boa leitura.

Celly:

Please, espero que ninguém tenha sentido muita falta dessa fic na Páscoa. Em comemoração, nosso chocolate vem na forma de dois capítulos. Espero que gostem, é de coração...pode não ser tão doce...afe, nem cou completar porque vai ficar brega. Boa leitura, pessoal. E claro, um obrigado super especial às pessoinhas lindas que deixaram reviews...Caliope, Faye, Camis, Chii, Rafaela, Anna Malfoy, Ada, Carola Weasley, Dark Wolf, Valkiriah. O nomezinho da beta #1 era pra estar aqui, mas ela não deixou review (Lili m�!), mas eu sei que a culpa é toda do pc doido dela. Mas mesmo assim, um agradecimento em especial à minha amiguinha linda e companheira de todas as horas.

E como não poderia deixar de ser, um beijo especial à co-writer-deusa super fofa, que sem ela com certeza Inferno não passaria de um one shot sem graça. Ju, te adoro!


Carlo permaneceu parado por alguns segundos, ainda absorvendo o que acabara de acontecer. Piscou diversas vezes, vendo Afrodite ir embora com tranqüilidade.

– Afrodite! - Chamou-o, mas ele não o atendeu. – AFRODITE! – Gritou mais alto, mas não houve resposta.

Suspirou alto, correndo em direção a ele, quase tropeçando nas pedras e nas latas jogadas por ali.

– AFRODITE, ESPERA! – Berrou novamente, notando que o outro nem fazia questão de correr. Apenas andava rápido, mas com uma calma de dar raiva.

Afrodite, por sua vez, estava adorando aquilo. Ouvi-lo clamar por seu nome com tanto desespero fazia seu ego subir às alturas. Além do fato de sentir que estava finalmente tendo sua vingança agridoce.

Para sua surpresa, Carlo pegou-o pelo ombro, virando-o com força, afim de fazer com que ele o encarasse. Chocado, apenas observou o outro ficar com uma expressão séria.

– O que foi aquilo? – Perguntou Carlo, encarando-o.

– Um beijo, oras. Pensei que você soubesse. – Ironizou, mas sentiu um frio percorrer a espinha sob o olhar matador de Carlo.

– Afrodite...

– Eu quis te beijar, droga! Você tá me provocando desde que chegou aqui! – Falou, aborrecido. – Não pode me culpar por nada!

– Mas é claro que eu posso! Eu não pedi para que você me beijasse!

– Não? E aquela dança? Foi o que?

– Apenas uma dança!

– Aham, APENAS uma dança! Apenas uma singela dancinha entre amigos, certo? Com você se esfregando em mim igual a um cachorro no cio!

– Eu não teria feito se você não estivesse gostando!

– Ah, é? – Afrodite ficou com os olhos semi-cerrados, numa expressão de raiva. – Pois eu aposto que você teria continuado mesmo se eu estivesse chorando, implorando para que você parasse!

– Por que tem tanto ódio de mim, afinal? Eu não te fiz nada!

Afrodite, então, pareceu incrédulo.

– Mas como você é cínico! – Chiou, aborrecido.

– O que eu te fiz, então?

– O que você me disse naquele dia, seu falso?

– ...Dia...? Que dia? – Perguntou, sem entender. Afrodite segurou-se para não esbofeteá-lo.

– Quando você encheu a cara! Quando você saiu por aí galinhando como sempre! – Falou, prendendo as mãos em punhos.

Carlo, então, teve vontade de morrer. Não se lembrava de quase nada do fatídico dia, exceto da cara desolada que o belo rapaz à sua frente havia lhe mandado por um motivo sério... Mas ele não sabia qual.

– Eu não me lembro... – Murmurou, olhando para baixo. – O que eu disse? – Perguntou, suave, erguendo a cabeça em seguida, os olhos tristes. Afrodite tentou se convencer de que era apenas mais um joguinho dele. Balançou a cabeça com força.

– Como assim, não se lembra? – Perguntou, alterado. – Você me disse que eu não sou nada!

– Como? – Como poderia ter dito aquilo? NUNCA diria algo assim para ele, nem se sua vida dependesse disso. – Eu... Eu disse isso...? Com essas palavras...?

Afrodite soltou um longo suspiro, e Carlo achou aquele gesto tremendamente adorável.

– Não exatamente com estas palavras... Mas... – E pareceu hesitar no instante seguinte. Carlo apenas olhou-o fixamente.

– O que eu disse? Que palavras eu usei?

– ...Você disse... Que sentia... desejo por mim. – Falou, com as bochechas ficando vermelhas. – E apenas isso, mesmo depois de tudo o que houve entre nós. – Não queria lembrar daquele acontecimento, mas era uma das coisas que simplesmente NÃO saía de sua cabeça.

– ...Eu...

– E mais... Disse que, quando me via... Só queria me agarrar e me usar. Mais nada além disso. – Falou, sério, sentindo os olhos arderem pelas lágrimas que queriam cair. Mas não iria se deixar chorar. Não iria baixar a guarda na frente daquele homem devasso.

– Dite...

– Não me chame de Dite. – Cortou-o imediatamente, fazendo-o soltar um longo suspiro.

– Afrodite... Eu sei que eu errei... E que o que eu vou lhe dizer agora vai parecer mentira... Mas... Eu não falei a verdade.

– Como é que é? Você não falou a verdade? Sinto muito, foi real demais para mim. – Falou, irônico. Mas o olhar terno que Carlo lhe lançou foi o suficiente para fazê-lo se derreter.

– Eu estava bêbado demais, falei aquilo por impulso... Por sua culpa.

– ...

– Seu perfume me inebria, Afrodite. Você me põe louco, sabia? – Falou, vendo o rosto do outro avermelhar um pouco mais. – Eu falei aquilo por frustração, entende? Pelo simples fato de não poder ser o que você quer.

– Mas... Por que exatamente... Falou... desejo?

– Porque eu te desejo mais do que você imagina. – Falou, sem nem pensar. Afrodite engoliu em seco. – Seu rosto é lindo, seu corpo é perfeito... Mas não é só isso.

– Mas... Meu rosto e meu corpo... São uma grande parte, não são? – Perguntou, tristemente, abaixando a cabeça, com receio de olhar naqueles olhos tão maravilhosos. Com medo de se perder neles... Mais uma vez.

– Sim. – Admitiu Carlo, erguendo o rosto dele pela pontinha do queixo, admirando aquela face linda... Aquela boca maravilhosa, carnuda e rosada. O nariz fininho e bem estruturado, assim como as bochechas brancas, levemente rosadas. E os olhos? Podia ver pontinhos de estrelas neles. – Mas pessoas SÓ bonitas já não me atraem mais, Dite... Ninguém mais me atrai... como você consegue fazer. – Falou, sutil.

– Como assim... – As palavras saíram da boca de Afrodite não como uma pergunta, mas como uma afirmação em puro choque. Não conseguia acreditar que aquele homem tão durão, tão seco, estava lhe dizendo aquelas coisas.

– ...é. Bom, eu queria dizer que você me atrai não só pelo que você é, pelo seu corpo e seu rosto. Mas por sua personalidade, sua força, seu jeito de animar as pessoas. E eu entendo que você não aceite isso de mim, realmente aceito, mas queria dizer antes que pudesse existir um abismo ainda maior entre nós dois.

– Mas...

– Por favor, Afrodite. – ele pediu, calando-o imediatamente. – Eu aceito que você não me queira do mesmo jeito que eu te quero, mas eu gostaria sinceramente de poder ser seu amigo, te ajudar quando você precisar e não simplesmente ser o seu patrão ou o cara que te magoou. – completou, dando de ombros, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

– Carlo, eu não...

– Deixa pra l�, Afrodite. Não tem problema mesmo... – ele disse, triste, tirando uma das mãos e passando pelos cabelos. – Cuidado ao voltar pra casa, pode ser perigoso.

E voltou para o interior do bar, deixando um atônito e ainda mais apaixonado Afrodite parado naquele beco, onde tudo havia começado. Ele realmente tinha vontade de ir até Carlo e beijá-lo de novo, perder-se nos braços dele, deixá-lo fazer o que quisesse. Mas percebeu uma coisa: o outro estava disposto a ser seu amigo. Esquecer o sentimento que tinha em troca de uma amizade. Não poderia ser tão forte assim aquele 'desejo' que ele dizia ter.

Confuso, resolveu voltar pra casa. Depois daquela conversa com Carlo, uma coisa já tinha certeza: ia aceitar a amizade dele. No futuro, quem sabe... pudessem ser algo mais.

Carlo passou por Milo e Kamus, que conversavam animadamente com Julian e Kanon. Subiu para o escritório e lá permaneceu por alguns minutos em completo silêncio. Uma batida na porta atrapalhou seus pensamentos. Ele sabia quem era.

– Pode entrar, Milo.

– Como sabia que era eu? – ele perguntou, ainda do lado de fora, olhando pela fresta da porta.

– Palpite.

Milo entrou no escritório e sentou-se no sofá confortável. Ficou olhando para Carlo, esperando que este lhe dissesse alguma coisa. Quando nada aconteceu, ele deu um grito.

– Cacete, Carlo! Fala logo! E aí? Vou secar lágrimas ou ser recebido aos abraços quando chegar em casa hoje?

Carlo riu diante da espontaneidade de Milo. Ele era realmente impossível, somente Kamus para aturá-lo.

– Isso depende do que seu amigo resolveu.

– Não entendi.

Carlo contou tudo o que havia acontecido a Milo, incluindo os detalhes por pura pressão do outro. Ao final, esperava uma reação bem diferente do abraço que recebeu.

– O que significa isso? – ele perguntou, voltando a sentar-se em sua cadeira.

– Você gosta dele. Realmente gosta.

– E...

– Bom, agora que isso ficou provado, eu te dou todo meu apoio. E ajudo vocês a ficarem juntos.

– Olha, Milo... eu agradeço a ajuda, mas não vou aceitar não.

– Diz de novo...

– Deixe as coisas como estão, Milo. A amizade dele pra mim é melhor que qualquer outra coisa.

– Como pode dizer que a amizade dele é melhor que outra coisa, sendo que você já teve essa outra coisa?

– Se tiver que acontecer um dia, Milo, que aconteça. Mas eu não vou forçar nada.

Milo olhava abobado para o homem à sua frente. Não parecia em nada com o Carlo que ele aprendeu a não gostar. Era um homem renovado, disposto a mudar, aceitar e compreender as coisas, mesmo que elas não o agradassem. Ele preferia esse Carlo ao antigo. Aquele sim poderia ser seu amigo.

– Bom, eu não concordo muito com o que você quer fazer... tiro sempre o meu caso como exemplo. Mas se você precisar de ajuda, já sabe que aqui tem um amigo...

Carlo sorriu diante da oferta de Milo e apertou a mão do 'novo' amigo. Observou-o sair da sala, para só então respirar com tranqüilidade. "Amigo de Afrodite? Quem diria, hein, Carlo di Angelis? Mas sim, eu posso... se ele me permitir..."

Enquanto isso no apartamento de Shaka e Mu:

– Então vocês também apóiam o Carlo? Como assim? – Afrodite estava de pé enquanto os amigos tomavam chá calmamente.

– Sim, por que não?

– Ei, será que preciso dizer que EU sou o amigo de vocês e não ele?

– Dite, seja racional. O homem jogou o orgulho dele aos seus pés. E nós apoiamos isso. Agora é com você... – Shaka disse, surpreendendo Mu, que mesmo assim concordou.

– Aff...parei com vocês! – Afrodite disse, saindo do apartamento, batendo a porta.

– Não dou uma semana pra eles estarem juntos... – Mu comentou.

– Quer fazer uma aposta? – Perguntou Shaka, malicioso.

– Dependendo de qual for o prêmio...

Andou pelo corredor, aborrecido. Por que ninguém notava? Por que ninguém se importava em saber o que ELE estava sentindo? Seria o mínimo! Como achavam que ele estava, no meio daquilo tudo, sendo a única verdadeira vítima?

Abriu a porta com raiva, batendo-a com tanta força que fez estremecer as paredes do corredor.

– Amigo... Grunf! Que presunção! – E jogou-se no sof�, cruzando os braços. Olhou para o teto. – Amigo... Como ele tem coragem?

Então, sua expressão suavizou.

– Mas... Ele fez isso por mim... – E suspirou alto. – Ele realmente fez isso por mim...

Imaginou o quão foi difícil para ele, um homem sempre tão bruto e orgulhoso, suavizar a voz daquela maneira, falar aquelas palavras... Para outro homem. Logo ele, que antes era tão homofóbico que chegava a dar raiva. Ele era um exemplo vivo de que as pessoas realmente podiam mudar... E o admirava por isso.

– Mas ele não deixa de ser um canalha. – Falou, tentando se convencer. – Um canalha e tanto.

"Um canalha? Sim! Um tremendo de um canalha! E um grande egoísta! Mas, quem não é? Eu quero minha felicidade, quero ter uma pessoa só pra mim, quero ser tão obscenamente feliz que todos vão saber quando olharem pra mim! Isso não é egoísmo?" – E, desistindo de lutar contra a própria vontade, ele se entregou.

Se esse era o máximo entre ele, chegaria ao máximo. Seria amigo de Carlo.


– E então?

– Ele realmente gosta do Dite. – Falou, calmo, sentando-se no balcão. Kamus olhou-o, limpando alguns copos.

O bar já estava basicamente vazio. Ali dentro, só os seguranças, as dançarinas, Julian, Kanon, e os garçons e barmans.

– Viu? Eu te disse que as coisas iriam se resolver.

Milo virou para a parte de dentro do balcão, ficando de frente para Kamus. Aproximou-se, ainda sentado, com as pernas pendendo.

– Detesto quando falam isso pra mim. – Disse, provocando o namorado.

– Mas você sabe bem que estava errado, mon ange. – Falou, colocando o copo longe e aproximando-se do rapaz.

– Hum... Não vou admitir isso... – Milo falou, cruzando os braços.

– Eu consigo te fazer admitir, quer ver? – Entreabriu as pernas do rapaz, encaixando-se do meio delas. Puxou o corpo dele para frente, abraçando-o pela cintura.

– Duvido.

E Kamus tomou os lábios do rapaz na mesma hora. Ambos adoravam aqueles joguinhos de sedução, que sempre acabavam de maneiras bem interessantes. Milo pediu entrada na boca de Kamus, que apenas forçou a língua contra a dele, sem entreabrir os lábios direito. Milo riu de leve, provando aquele sabor do qual nunca se cansava. Quando notou que Kamus estava fazendo charme, entreabriu a própria boca e obrigou-o a beijá-lo da maneira certa.

– Ei, vocês dois, não acham melhor fazer isso em casa?

E, interrompendo o beijo, olharam para Carlo.

– É, é melhor mesmo. – Falou Kamus, pegando Milo no colo. Rapidamente, o rapaz envolveu sua cintura com as pernas esbeltas. – Até amanhã, pessoas.

– Até amanhã, espero que vocês durmam tão bem quanto nós iremos dormir! – E Milo recebeu um tapa no traseiro, dado por Kamus, provocando risos.

Ao saírem, Carlo suspirou.

"Realmente queria estar no lugar de vocês..."

Balançou a cabeça.

– Podem ir, pessoal. Podem deixar essas coisas pra arrumar amanhã.

Não precisou dizer duas vezes, pois todos saíram correndo imediatamente. Carlo deu um risinho, e já estava voltando para seu escritório, quando ouviu uma voz chamar-lhe pelo nome. Virou-se, surpreendendo-se.

– O que faz aqui?

– Ol�, amigo, como vai? – Perguntou, com um sorriso. Afrodite trajava roupas esportivas, e parecia renovado.

– Olá... Amigo. – E sorriu-lhe. – O que deseja?

– Vamos comer uma pizza? – Perguntou, colocando as mãos para trás.

– Pizza?

– É, amigos normalmente fazem esses programas de índio e dizem que adoram, para não magoarem um ao outro.

E riram.

– Bom, então... Vamos? – Perguntou Carlo, aproximando-se.

– Vamos. – E saíram.

Kanon e Julian estavam dentro do carro ainda aos beijos. Não conseguiam se largar desde que haviam assumido o romance, tanto para si como para o resto do mundo. As carícias estavam ficando mais intensas, Julian já estava sem camisa e Kanon se preparava para amarrar os pulsos do namorado com a peça de roupa, quando um gritinho do rapaz chamou sua atenção.

– Olha l�! – Julian deu um gritinho.

Imediatamente Kanon limpou o vidro do carro para observar melhor o casal que atravessava a rua rapidamente. Afrodite e Carlo. Saindo juntos do bar. Aquilo era algo inacreditável. Kanon ia pegando o celular para ligar para Milo, mas foi interrompido por Julian.

– É a vida dele. Não se meta...

– Mas...

– K...por favor...deixe os dois...fica aqui...comigo... – ele disse, pausada e sensualmente, reclinando o banco.

Kanon grunhiu e caiu por cima do namorado, ignorando o que acontecia fora do carro.


– Aquele lugar ali é muito bom... – Carlo indicou o restaurante com a cabeça, enquanto Afrodite sorria.

– É, eu conheço bem o lugar...

– E tem a segunda melhor pizza da cidade. – Carlo disse, parando o carro.

– Segunda?

– É, a primeira só a que eu faço. Qualquer dia você prova. – ele completou, saindo do carro.

Já era tarde da noite, mas ainda assim o restaurante estava um pouco cheio. O maitre conhecendo os dois, colocou-os em uma mesa reservada e eles rapidamente engrenaram num papo como se estivessem separados há muito tempo.

Carlo contou a Afrodite coisas que ele já sabia por intermédio de Diana, mas ouvir da boca do italiano era bem diferente. Ele o surpreendia a cada minuto. Estava sendo ótimo conhecê-lo daquele jeito e não com intenções de estar com ele de outra maneira, que não amizade.

Tiveram uma refeição agradável e estavam saindo do restaurante, quando Afrodite foi parado por uma figura conhecida. Giane alcançou-os antes que pudessem entrar no carro.

– Dite! Estava pensando em sair sem me cumprimentar?

– Meu Deus... nem sabia que hoje era seu dia de trabalho! Como est�?

– Estou bem! Quem é o bonitão? O namorado?

Afrodite olhou para Carlo que disfarçou, abrindo a porta do carro. Ele sorriu.

– Não. É um amigo, um amigo muito querido. – ele disse, olhando com ternura para Carlo, que sorriu, sem graça.

– Sei, sei... bom, só vim cumprimentar mesmo... boa noite pra vocês...

O senhor se afastou e Afrodite entrou no carro. Carlo dirigia em silêncio até o prédio do rapaz. De repente, ele começou a rir. Afrodite olhou-o, já com vontade de rir da risada livre do outro.

– Que foi?

– Amigo muito querido? – ele disse, caindo na gargalhada de novo.

– Olha o trânsito, irresponsável! – Afrodite fingiu estar furioso, mas acabou por rir da situação também.

Controlaram-se alguns segundos depois, olhando-se por fim. Afrodite tirou uma das mechas do cabelo de Carlo do rosto e sorriu-lhe levemente.

– Eu falei a sério. Quero que você seja um amigo querido, tanto quanto o Milo ou os outros meninos.

Carlo segurou forte na mão de Afrodite. Um olho no lindo rapaz e o outro na direção. Estava feliz diante daquela declaração. Não era o "eu quero ficar contigo" que ele imaginava, mas já era um importante passo.

– Também quero ser querido por você, Afrodite. Um novo começo, não é mesmo?

– Com certeza. Ah, pode me chamar de Dite...eu deixo... – ele disse, sorrindo de novo.

Chegaram mais rápido do que imaginavam no prédio e nenhum dos dois tinha coragem de se despedir. Afrodite, como sempre, foi o primeiro a tomar uma decisão. Beijou de leve o rosto de Carlo, deslizando os dedos pela bochecha que não havia sido beijada. Carlo apenas suspirou, querendo guardar a essência de rosas do outro por mais tempo com ele.

– Até amanhã, Carlo.. obrigado por tudo...

– Quê isso, Dite...eu é que tenho que agradecer...nos vemos amanhã no bar... – engraçado como ele não pensava mais no lugar como Inferno. "Devo estar enlouquecendo".

Continua...