Notas das autoras:
Ju:
Olá de novo!
Afe, acho que já disse tudo que precisava no capítulo anterior... u.u
Ps: Dite rulex
Ps²: Julian rulex
Afe, me ignorem. Meu remédio acabou.
Boa leitura e até semana que vem!
Celly:
Aproveitem esse capítulo...devo dizer que ele me deu um prazer especial ao ser escrito. Quando lerem vão saber. E esse tempinho frio combina tão bem com uma coisa que tem em uma dessas cenas sonhadora.
Obrigada mais uma vez por todos os comentários até aqui. Vocês não sabem quão importantes eles são.
Beijinhos e até domingo!
35.
Afrodite estava agora sozinho com Carlo no hospital. Os amigos já haviam ido embora, enquanto outras pessoas, burlando a segurança, apareceram para visitar o italiano, mesmo não podendo entrar no quarto. Eram em sua maioria mulheres e desconhecidas, o que acentuou seu ciúme. Em dada hora ele chamou uma das enfermeiras e pediu que não deixasse ninguém mais subir. Eram ordens da família.
Olhava fixamente para a cama, desde que percebera, com a ajuda de Milo, que Carlo havia se mexido. Não queria perder um só instante daquela pessoa tão amada, com medo que ele acordasse sozinho, com medo de não estar presente quando ele procurasse por um rosto familiar, alguém para segurar sua mão.
Saiu do sofá, entrando no banheiro apenas para colocar uma roupa mais confortável, trazida por Milo. As que estava usando, além de amassadas, lhe davam a sensação de sujeira, o que ele não queria ao lado do italiano. Como Milo mesmo havia lhe dito, ele iria ficar bonito para qualquer momento que o outro acordasse. Tomou um banho rapidíssimo, colocando uma calça de moletom cinza e uma blusa de mangas curtas branca e voltou para o quarto. Carlo permanecia na mesma posição que seus olhos registraram da última vez.
Sentou-se ao lado da cama, na confortável poltrona italiana e como sempre, segurava a mão de Carlo, admirando aquele rosto, que mesmo machucado, era lindo. Não entendia como podia existir alguém tão belo como ele.
– Ah, meu querido, como eu quero que você acorde... Eu preciso te dizer tanta coisa... Tanta coisa que eu omiti.
"Dite... você está chorando? Não chore... Dio, eu preciso sair daqui. Vamos, me ajude! Droga... de novo não...", e Carlo caiu novamente na escuridão, não conseguindo ouvir o que Afrodite tinha a dizer.
– Você se mexeu de novo, Carlo? - Afrodite perguntou, com os olhos azuis arregalados, olhando para a mão do italiano, que ele podia jurar que havia apertado a sua. – Ou estaria eu sonhando? – Ele perguntou-se, secando uma ou duas lágrimas que caíam displicentes por seu rosto, já cansado.
Afrodite olhava estático para o outro, que respirava suavemente. Ele tinha que admitir, estava cansado. Eram horas sem dormir direito, com a exceção de poucos minutos cheios de pesadelos, somados à tensão do acidente, das notícias. Aquilo tudo o estava desgastando e, por mais que lutasse, não conseguiu manter os olhos abertos por mais alguns minutos. Adormeceu segurando a mão de Carlo, a cabeça encostada na direção do quadril dele, apoiada na cama.
– Meu Deus do céu! – Julian berrou, encostando-se na porta. – Você é um louco, sabia!
– Sim... – Ele falou, se espreguiçando. – Você demorou muito...
– Reuniões... – Ele disse, piscando. Ergueu uma sobrancelha. – O que você está fazendo aqui, K?
– Nossa, eu venho da Grécia atrás de você... e é assim que me agradece? Tudo bem, tudo bem... – Respondeu, num tom magoado. Mas ele estava era se divertindo.
– Não, não! – Julian lançou os sapatos longe e foi em direção a ele, com um enorme sorriso no belo rosto. – Estou muito feliz por você estar aqui... Amanhã mesmo eu ia atrás de você, sabia?
– Ia? – Agora, era ele quem estava surpreso.
– Sim! Eu arrumei um jeito de me mandarem pra Grécia. Supostamente a trabalho, é claro.
– Hum... Entendo... - Falou Kanon, manhoso.
– Bom... – Julian lançou fora a gravata e sentou-se na borda da imensa cama, sorrindo para o outro. – Não vai me dar um abraço pra matar a saudade? – Continuou, inocentemente, como se falasse para um amigo ou um primo que não via há tempos.
Kanon ajoelhou-se e puxou o outro para si, abraçando-o possessivamente. Julian suspirou, retribuindo o enlace com a mesma força, como sempre gostou de fazer.
– Senti sua falta. - Falou Julian, com um sorrisinho doce, erguendo a cabeça para olhar para Kanon.
– Eu também... Muito. – Colou as bocas, sem mais delongas.
Julian suspirou, levando suas mãos para o rosto do outro. Movimentaram os lábios, mas sem forçarem demais. Apenas um contato suave... até que Julian resolveu aprofundar o beijo.
A batalha que se seguiu durou vários minutos. Ao fim dela, ambos estavam ofegantes, mas sorriam maliciosamente um para o outro.
– Deus...como senti sua falta. Estava precisando disso... – Julian disse, caindo deitado ao lado de Kanon.
– Só disso que você precisava? – Kanon perguntou, deitando por cima de Julian, beijando-o novamente.
Você entendeu... – Julian conseguiu murmurar quando Kanon deixou seus lábios, descendo para seu pescoço. Aproveitou para descer as mãos pelas costas do amado, explorando delicadamente aquele corpo que tanto amava.
– Entendi, e como entendi... Mas vou entender isso aqui melhor ainda... – Kanon falou, levantando-se um pouco, olhando nos olhos azuis de Julian. Desceu os dedos levemente pelo peito do outro, abrindo sua camisa e retirando-a, sentindo a respiração dele acelerar a cada toque.
– Nossa, K... – Julian disse, ofegante, já percebendo que sua racionalidade ia por água abaixo.
– Quê? – Perguntou, sorridente, seguindo suas carícias agora para as pernas de Julian, separando-as. Ele começou a desabotoar a calça preta que o outro usava.
– Você vai me enlouquecer assim...
– Esse é o propósito. Aliás, a noite mal começou. – Sorriu, maquiavélico.
Julian suspirou longamente.
– Você não presta, Kanon...
Kanon apenas riu, lançando longe a calça do rapaz. Beijou-lhe a barriga, provocando arrepios. Riu-se novamente, subindo para alcançar-lhe os lábios.
Enquanto beijava-o, uma mão escorregou para fora da cama. Pegou uma garrafa e trouxe para cima da mesma. Ao sentir algo meio gelado em um de seus braços, Julian parou o beijo e olhou. Sorriu.
– Vinho?
– Sim. – Murmurou Kanon, sorrindo. – Eu sei que você adora... Servido?
– Claro. – Julian disse, com uma sobrancelha levemente erguida.
Kanon abriu a garrafa e levou-a aos lábios, deixando o líquido tinto entrar em sua boca. Virou-se para Julian novamente e beijou-lhe mais uma vez, deixando que a bebida passasse para a boca dele. O rapaz suspirou quando terminou de engolir o líquido delicioso. Passou a língua nos lábios, em busca daquele sabor novamente.
– Bom?
– Ótimo. – Falou Julian, com um sorrisinho.
– Hum... - Kanon sorriu-lhe depois, e o rapaz ficou sem entender.
– O que foi?
– Ahn...? – Se fez de desentendido, em seguida gargalhando baixinho.
– Detesto quando você ri desse jeito! Fica tão... tão... – Julian parecia escolher as palavras.
– Tão o quê? – Kanon perguntou, parando com a garrafa no meio do caminho até seus lábios.
– Tão gostoso que eu tenho vontade de te morder todinho... – Julian disse e Kanon riu displicentemente.
– Isso é bom... – Retrucou, no ouvido de Julian, e logo em seguida o rapaz sentiu a garrafa gelada contra sua barriga quente.
– O que... o que vai fazer?
– Surpresa... – Kanon disse, sorrindo. Deixou a garrafa agora um pouco deitada, o conteúdo quase derramando sobre o peito de Julian.
– K... os lençóis... meus lençóis...
– Você está preocupado com isso? Ah, meu querido, deixe os supérfluos pra lá e aproveite a noite... e seu homem...
– Então eu quero... te quero... meu homem... – Julian sussurrou, levantando-se um pouco e encurtando a distância entre ele e Kanon.
– Que bom... – Murmurou Kanon, roçando os lábios nos do outro.
Julian soltou um pequeno gritinho logo em seguida, sentindo o líquido gelado escorrer por sua barriga.
– Gostou? – Perguntou Kanon, vendo o olhar surpreso de Julian.
– Admito que não era o que eu estava pensando... Mas eu gostei... – Disse, com um sorrisinho. Kanon sorriu também e abaixou-se novamente, beijando o pescoço do rapaz, que inspirou o ar profundamente.
As mãos brincavam com a última peça da roupa de Julian. E esta foi parar longe poucos segundos depois, deixandoo completamente nu.
– Ai, K... – Julian suspirou, fechando os olhos, quando Kanon escorregou para seu peito, beijando-o e mordiscando-o com delicadeza.
– Hm... – Kanon grunhiu, sentindo o gosto do vinho. Julian soltou um gemido com o contato dele, fazendo-o rir. Absorveu-o sem pressa, preocupado apenas em ouvir os sons interessantes que Julian produzia.
– Por Deus! – Julian exclamou. Kanon ouviu um longo suspiro e começou a rir. – Droga, meu desespero não é engraçado!
– É adorável...
A expressão de Julian suavizou.
– Você acha?
– Muito... - Disse, voltando-se para a ação de antes, mas agora mordendo-o e beijando-o com mais força.
Desceu os lábios com vontade até encontrar o membro de Julian, que já esperava por um contato mais íntimo que a fricção do peito de Kanon fazia conforme lambia o vinho de seu peito. Ele passou a língua suavemente pelos lábios ao admirar o outro ali, tão largado, à sua mercê.
Julian percebeu que ele havia parado as carícias e abriu os olhos para ver o que estava acontecendo. Surpreendeu-se ao ver o namorado apenas admirando-o, como se ele fosse uma das obras que ficavam à exposição em sua sala de estar. Aquilo excitou-o.
– K...
– Sim...
– É pra hoje, ou você vai ficar só olhando? – Ele perguntou, sabendo que aquilo iria deixar o namorado louco.
– De maneira alguma... – Disse, tocando com uma das mãos livres na ponta do membro de Julian, que inspirou profundamente. – Já disse que estou apenas começando... – E Kanon bebeu mais um gole do vinho, dessa vez não enchendo a boca.
A cena seguinte quase fez Julian chegar ao orgasmo. Com a boca ainda preenchida com vinho tinto, Kanon desceu lentamente, até tocar seu membro com a boca, fazendo-o se contorcer.
– Anh! – Exclamou Julian, fechando os olhos com força. – K... Eu...
Kanon adorou aquilo. Julian não tinha forças para produzir uma frase que tivesse nexo, e aquilo era simplesmente divino.
O lençol já estava manchado de roxo, mas nenhum dos dois parecia se importar com a lambança que estavam fazendo.
– ...K... - Suspirou Julian mais uma vez, com a respiração falhada e ofegante, as mãos apertando os travesseiros com força e os dentes trincados. Os cabelos espalhados completavam a cena paradisíaca. Kanon admirava-o, sem parar sua ação.
Deixou que as mãos passeassem pelas pernas macias e lisas, acariciando cada pedaço da pele exposta. De vez em quando, beliscava aqui e acolá, só para ouvir pequenos silvos da parte do outro.
Kanon respirou fundo e intensificou o ritmo, ouvindo um grito incoerente de Julian. Sabia que ele estava quase perdendo o controle... E aquilo era por demais interessante.
Quando começou a se preparar para o que viria, sentiu a mão de Julian em sua nuca. Olhou-o, sem entender. O peito subia e descia com força, os cabelos haviam grudado nos bordas do rosto... Mas ele sorria delicadamente.
– Não agora... por favor... – Murmurou, sufocado. Kanon lhe sorriu, subindo um pouco, para beijar sua barriga.
Julian suspirou, puxando-o de leve.
– Você é maravilhoso, K... – Murmurou, quando juntou-se ao outro. Acariciou o rosto dele com as pontas dos dedos. O rapaz sorriu, beijando-o.
O gosto de vinho ainda estava presente. E era inebriante.
– Você me fez assim, Ju. Se não fosse a sua presença na minha vida... ah, sei lá...
Julian gostava de ouvir aquelas coisas de Kanon, sentia-se vivo, importante. Não apenas importante para os negócios, responsabilidades, mas vivo e importante na vida de alguém. E aquilo era absolutamente maravilhoso.
– K... eu te amo...
– Eu também... – Kanon disse, beijando-o novamente, acariciando os cabelos azuis com ternura. Sentiu o outro abraçá-lo forte e por um momento teve vontade de não sair mais dali. Estava muito satisfeito em ter Julian ali consigo novamente.
– Mas... – Julian disse, engolindo uma risada.
– Mas o quê? – Imediatamente Kanon afastou-se, para olhar Julian nos olhos.
– Calma, meu amorzinho... – Disse, passando um dedo por toda extensão da barriga de Kanon, que ainda fixava seu olhar nele. – Eu te amo, é claro... Mas será que nós não podemos voltar ao que estávamos fazendo?
Kanon sorriu também, maliciosamente, dessa vez. Grudou sua boca no ouvido de Julian, afastando os cabelos de seu caminho.
– Quem te viu, quem te vê, Julian Solo! Antes tão puritano... quem diria que iria ser tão safado?
– Você...
– Eu o quê? – Kanon perguntou, olhando-o, esperando por uma resposta.
– Você me deixa assim. Você me faz perder a cabeça.
Kanon sorriu, e Julian notou isso, mesmo sem ver seu rosto, pois o outro ainda acariciava seu pescoço com a língua, e sussurrava em seu ouvido.
– Verdade? Bom... Se é assim... – Kanon mordiscou a orelha de Julian, ouvindo-o inspirar fundo.
Movimentou-se, roçando seu corpo no dele, e ouviu-o soltar pequenas exclamações e palavras desconexas.
– K... Por favor...
– Eu já sei, Ju... – Murmurou, com um sorriso safado. – Mas me fale, por favor?
– Seu sádico! – Julian conseguiu forças para exclamar alto, fazendo o outro rir. – Eu quero você, Kanon, ok? Preciso ser mais explícito!
– Hum, não... Já está ótimo assim... – Falou, displicentemente, descendo a mão. Afastou as pernas do rapaz e tateou-as, atento a qualquer reação dele. O belo apenas sorriu, beijando-lhe a ponta do nariz.
– Não se preocupe, K...
Aquilo lhe fez sorrir. Mesmo que a sua vontade fosse de tomá-lo imediatamente, iria prepará-lo com carinho e atenção. Como ele ainda era ligeiramente... Como diria? Inexperiente, talvez? Bom, digamos 'desacostumado', ele sabia que iria doer um pouco. E faria o máximo possível e impossível para evitar isso.
Julian fez menção de dizer algo, mas Kanon interrompeu-o.
– Shhh... - Murmurou, carinhoso. – Apenas relaxe...
Julian fez um gesto positivo com a cabeça. Confiava em Kanon. Não estava com medo, afinal, sabia o quanto ele era carinhoso.
– Você vai fazer, K? – Kanon estranhou aquele murmúrio. Parou suas ações para fitar Julian, que, mordendo os lábios, estava com uma expressão de puro deleite.
– Fazer o quê, seu safadinho? – Perguntou, já colocando as pernas de Julian em cima de seus ombros.
– Vai fazer gostoso, meu amor? – Julian perguntou, notando que ao dizer aquilo, os olhos de Kanon ficaram num azul escuro, profundo. Era de puro desejo, ele constatou.
– Eu sempre faço gostoso, Ju... ou você tá duvidando?
– De maneira alguma, K...
– Safado... – Kanon disse, beijando a perna de Julian, vendo que ele começava a perder-se num mundinho só dele novamente.
Tocou de leve com um dos dedos na entrada de Julian – que prestava atenção a tudo – levemente, num misto de provocação e cuidado, o que deixou o outro ainda mais excitado. Quando percebeu que ele estava gostando daquela invasão, preparou para a introdução de mais um, que, surpreendentemente, foi muito bem recebido. Iniciou um movimento cadenciado de vai e vem que deixou Julian enlouquecido.
– Eu... K... eu quero você agora... não seus dedos...
– Humm... Será que eu faço o que você me pede?
– Por...por favor... -Julian suplicou, já sentindo beirar a insanidade caso Kanon não continuasse com suas ações de maneira diferente.
– Adoro te ouvir assim... – Kanon disse, tirando seus dedos lentamente de dentro de Julian.
Julian soltou um longo suspiro deliciado quando Kanon postou-se em sua entrada.
– Te amo, K. – Murmurou ele, quando o outro fez pressão contra seu corpo. Fechou os olhos delicadamente, fazendo o outro sorrir.
– Eu também, Ju... Muito... - Sussurrou carinhosamente, abrindo caminho dentro do outro, com uma calma fenomenal. O rosto de Julian contorceu-se de leve, e ele mordeu os lábios. Nada que fosse realmente preocupante, mas ele não queria que o outro sentisse algo além de prazer.
– Hum... – Julian suspirou depois de alguns segundos. Kanon parou e Julian abriu um olho, apenas. – Que foi? Por que parou?
E Kanon começou a rir, contidamente.
– Por nada, meu lindo, por nada...
Forçou novamente, chegando ao limite permitido. Ambos se olharam por incontáveis segundos, ansiosos. Julian tentava se adaptar, enquanto Kanon quase perdia a sanidade que ainda lhe restava.
– K...
– Fala, anjo...
E Julian sorriu diante daquilo.
– Estou pronto, amor...
Kanon desenhou o contorno do rosto dele com a ponta dos dedos, antes de afastar-se com uma lentidão torturante, saindo do corpo convidativo do outro. Voltou, segundos depois, com um pouco mais de intensidade. Julian produziu um gritinho rouco, fazendo o outro rapaz sorrir.
– Ju...?
– ...Ahn...?
– Você fica lindo quando faz isso, sabia? - Julian notou que era apenas uma provocação. Deu um tapinha no braço dele.
– Bobo...
Eu? – Resmungou. – Tudo bem, então...
– K...
– Que é?
– Pára de cena porque eu já entendi seu planinho, viu?
– Ahhh... – Soltou um muxoxo.
– Aja! – Julian ordenou. O rapaz havia parado.
– Você é quem manda... – Kanon disse, sorrindo, voltando à ação de antes. Dessa vez, porém, ele resolveu ser mais vigoroso, atendendo ao pedido do amado.
– Deus... assim, K... – Julian gemeu ao sentir-se ser invadido de maneira rápida e intensa. Kanon deixou suas pernas caírem de seus ombros e ele aproveitou para enroscá-las na cintura do namorado, que murmurava palavras incoerentes em seus ouvidos, provocando-o ainda mais.
Kanon também já sentia-se perdendo o controle da situação. Seduzir Julian era até fácil, mas quando dava-se conta, no fundo era ele o seduzido pelas palavras, gestos e olhares do outro. Era irresistível. Desceu uma das mãos que estava acariciando os cabelos dele pelo peito para encontrar o membro do outro. Ouviu um suspiro abafado em seu pescoço ao começar as carícias. Sorriu. Estava no caminho certo.
Julian perdeu-se nas carícias e na pressão que Kanon fazia. Sentia-se flutuar e não queria voltar. Uma explosão mútua foi o resultado de todo o amor que eles tinham, ambos gritando o nome um do outro, tentando demonstrar mais paixão, o que era praticamente impossível.
Kanon deixou-se cair em cima de Julian, não se importando se os fluídos do outro agora estavam misturados aos seus. Era delicioso estar assim, tão junto do homem que amava.
– Ju...
– K... Eu... – E respirou fundo, abraçando-o. – Você é tudo pra mim, K... Tudo...
– O que posso dizer de você, Ju? – Falou, acariciando os cabelos dele. – Você é meu sonho... E você existe... – Aninhou-o em seu peito. Julian suspirou, tranqüilo, fechando os olhos.
Estavam bem. Amavam-se mais do que tudo.
A distância era apenas um detalhe...
1 semana depois...
Estavam de volta ao hospital. As visitas iam e vinham, mas Afrodite permanecia ao lado de Carlo, insistindo que a qualquer segundo o italiano poderia acordar, e que ele tinha que estar ali.
Mas parecia não haver nenhuma mudança. Os mínimos movimentos que ele jurava que havia presenciado eram tidos pelos médicos como simples reflexos, e pelos amigos como sinal do cansaço que ele passava cada dia ali. Até mesmo o próprio Afrodite estava começando a acreditar que tudo não passava de mais uma alucinação.
"Eu posso... Eu vou..." – Carlo pensou milhares de vezes. Sentiu dores indescritíveis, e não sabia a origem delas. Mas iria enfrentá-las.
Afrodite dormia. Não tão tranqüilo quanto gostaria. Acordou-se num sobressalto quando sentiu a mão de Carlo tremer. Olhou-o, as orbes azuis cheias de surpresa.
Fora o primeiro a vê-lo despertar.
– ...Dite...? – Foi a única coisa que conseguiu produzir.
– ...Carlo...
E abraçou-o, deixando as lágrimas rolarem pelo rosto já vermelho.
– Perdão, Carlo, perdão...
– ...
– Eu não deveria ter feito aquilo... Foi tudo culpa minha...
– ...
– Eu sei que eu não mereço, mas me perdoa...
– ...
– Eu sei que eu sou um cabeça dura e...
– Dite. – O italiano cortou-o, forçando as palavras, que saíam em tom baixo, controlado, quase inaudíveis.
– O que? - Perguntou, esperançoso.
– Cala a boca, pelo amor de Deus.
E Afrodite riu-se, as lágrimas alcançando os lábios entreabertos. Não podia acreditar que ele acordara. Aquela semana havia sido torturante, mas ao mesmo tempo parecia que tudo havia sido rápido demais, se comparado com os outros pacientes que ficavam em coma. E o melhor era que ele estava ali do lado de Carlo, presenciando aquilo tudo. Por um momento sentiu-se importante, queria acreditar que havia sido sua voz chamando-o durante o sono que fizera com que Carlo acordasse. Soltou-se rapidamente do italiano, porém, ao lembrar das contusões dele e que ele deveria estar sentindo dor.
– Eu preciso falar com você, Carlo. Você deve me ouvir...
Carlo fez menção de protestar, mas Afrodite colocou uma das mãos sobre os lábios dele, impedindo-o.
– Você está fraco. Me ouça, apenas, por favor...
– ...
– Eu quero que você saiba que eu...
Mas ele não pôde completar a frase. Naquele instante vários médicos e enfermeiros entraram no quarto, cercando a cama e impedindo que Afrodite chegasse perto de Carlo. Uma das enfermeiras olhou-o, balançando a cabeça.
– Por que não nos chamou assim que ele acordou?
– Hein?
– Olha só...a campainha da emergência estava tocando. Achamos que estivéssemos perdendo o paciente. – A moça disse, cuidadosamente, mas de maneira firme, desligando o aparelho.
"Então era esse o barulhinho chato que estava fazendo... nem percebi.", Afrodite pensou, quando viu a cama de Carlo ser removida do quarto.
– Peraí, o que estão fazendo? – Afrodite perguntou, tentando se infiltrar por entre os médicos.
– Ele acordou. Precisamos fazer exames de rotina. – Um dos médicos explicou.
– Mas.. mas...
– Vai ficar tudo bem, senhor Afrodite. Seu amigo já volta. – Outra enfermeira informou-lhe.
Afrodite ficou na porta do quarto, olhando, enquanto a cama de Carlo sumia pelo corredor. "É, isso vai ter que esperar mais um pouco...", ele refletiu, voltando para o quarto.
Tentou pensar em qualquer coisa para fazer enquanto Carlo estava ali. Todos os amigos já haviam sido avisados, em curto espaço de tempo e Afrodite não tinha mais o que fazer.
Saiu do quarto, decidindo ligar para a única pessoa que parecia não ter tido nenhuma notícia do acidente, a única que ainda não havia aparecido no hospital. Às vezes nem ele mesmo acreditava no que iria fazer.
– Alô?
– Alô? Claire?
– Sim, eu mesma... Quem fala?
– Afrodite...
– Vai para o inferno, seu idiota!
E bateu o telefone. Afrodite permaneceu estático por alguns segundos, incrédulo. Balançou a cabeça e ligou novamente. O telefone chamou por diversas vezes, até que a voz, irritada, o atendeu.
– Olha aqui, seu veadinho...
– O Carlo está internado. – Ele interrompeu, antes que ela pudesse falar mais alguma coisa.
– Como!
– É, isso mesmo. O Carlo bateu de carro e está internado. Ele me disse que vocês terminaram, mas eu não acredito. – Na verdade, ele queria acreditar. Mas, ao mesmo tempo, não tinha forças para isso.
– Nós terminamos, por sua culpa.
– ...Minha...?
– É, ele ficou comigo pra esquecer você. Vê se pode uma coisa dessas...
– Desculpe, eu não...
– Você não sabia que ele te amava?
– ...Eu sabia, sim. Mas ele... ele me enganou tantas vezes...
– Vocês dois se merecem... Dois cabeças duras. – Ela falou, num tom de comédia. Mas ele pôde perceber a mágoa na voz dela. – Vai atrás. Desejo melhoras para ele. Obrigada pelo aviso.
E desligou o telefone novamente. Desta vez, Dite não teve mais vontade de ligar.
Sorriu.
– Se você diz...
Era besteira, sentir-se assim. Ainda havia um mundo de coisas entre eles, que os separavam. Eram tantos mal entendidos, que deixavam um possível relacionamento entre eles praticamente em segundo plano. Teriam que conversar muito antes de resolver qualquer coisa. E aquele, claramente não era o melhor momento.
Caminhava para o quarto no exato instante que cruzou com o médico. Ambos sorriram um para o outro, aliviados depois de tantos problemas.
– O paciente já voltou ao quarto. Está lúcido e acordado... E de mau humor. – Disse, rindo. – Tente não provocá-lo.
– Tentarei, obrigado.
Foi em direção ao quarto do rapaz, sentindo o coração bater acelerado. "Começar de novo. Do zero. Você consegue, Dite.", ele disse para si mesmo.
– Dite? –Carlo falou, ainda um pouquinho fraco.
Respirou fundo, parado na porta. Sorriu.
– Oi... amigo... Tudo bem com você? – E entrou.
Continua...
