Notas das autoras:
Bom, meninas, estamos aqui com um capítulo bem interessante que deve ser lido com bastante atenção. Espero que vocês gostem do que preparamos e mais uma vez, vocês arrasaram com as reviews!
Eu (Celly) gostaria muito de responder a cada uma de vocês, mas como o site está policiando esse tipo de atitude por parte dos ficwritters, estou publicando cada uma das respostas ao que vocês deixaram nas reviews no meu blog. O endereço é celly (ponto) still (traço) angels (ponto) com. Mas desde já um agradecimento mais que especial a: Evil Kitsune, Litha-chan, Ada, Ilia-chan, Carola Weasley, Shinomu, Kitsune Youko, Anna Malfoy, Faye, Lili e Sinistra Negra. Um beijo em especial à beta Lili e à Calíope que eu sei que tentou deixar review mas não conseguiu. Minha escondidinha, um beijo à você também!
Boa leitura e até semana que vem!
36.
Carlo observou Afrodite parado à porta de seu quarto, indeciso em aproximar-se dele. Achou aquilo adorável. Balançou a cabeça positivamente, mexendo um dos braços, para que ele chegasse mais perto.
Percebeu quando o outro inspirou profundamente, fechando a porta atrás de si e sentou-se na cadeira confortável. O médico havia lhe instruído que não falasse muito, mas pros diabos com aquilo, precisava falar com aquele homem à sua frente.
– Por favor não diga nada. O médico disse que você não pode falar muito... está muito fraco... – Afrodite se adiantou, surpreendendo Carlo.
– Mas...
– Se você insistir em falar eu vou embora e você vai ficar sozinho aqui...
Afrodite percebeu que Carlo arrepiou-se e logo em seguida arrependeu-se de dizer aquilo. A expressão que o outro adquirira era de completo pavor, como se estar ali sozinho significasse voltar ao coma.
– Desculpa. Não devia ter dito isso, mas eu acho que ultimamente tenho dito e feito muita coisa errada, não é mesmo?
– ... – Carlo deu de ombros.
– Eu acho que você não pode me culpar, porque também tem sua parcela de culpa. Já me diziam que pra toda ação há uma reação correspondente.
– ...
– A verdade, Carlo... é que tudo que fizemos começou errado desde o início. Nunca houve sinceridade entre nós. Você achava que eu era mulher, depois bateu em mim, tentou me conquistar e a partir daí tudo ficou ainda mais complicado. – Sorriu. – Nossa, vai fazer um ano que isso tudo aconteceu, e ainda estamos na mesma, como se não nos conhecêssemos. Fingindo amizade, quando o que mais queremos é simplesmente olhar um no olho do outro e dizer o quanto a gente se ama. Porque sim, Carlo... eu amo você, muito...
Afrodite falava e falava sem parar e esqueceu-se completamente de reparar nas reações de Carlo. Olhou-o fixamente. Ele estava... dormindo? "Não pode ser... eu realmente sou muito sortudo", Afrodite pensou, sarcasticamente, enquanto deixava-se cair na cadeira novamente. "Quanto será que ele ouviu?"
Algum tempo depois...
Enganavam-se aqueles que pensavam que os que se encontravam em coma ficavam descansados o tempo todo. Para Carlo, pelo menos, havia sido um momento onde ele, sem entender o que acontecia, tentava comunicar-se com o mundo exterior, falhando quase sempre. E aquilo o extenuava. Quando acordou, acabou por perceber que o que mais sentia era cansaço.
Havia aberto os olhos lentamente, tentando não mexer-se. Contemplou uma cena interessante, que o deixava mais do que satisfeito. Lá estava ele... lindo como um Deus, os cabelos caindo pelos ombros e braços, levemente jogados sobre os olhos, em uma cena adorável. Sorriu.
– Dite?
– Nossa, até que enfim você acordou! - Disse, brincalhão, abrindo os olhos cansados imediatamente. Um sorriso iluminava o rosto perfeito.
– Desculpe... A culpa não é minha. São os remédios e...
– Não se preocupe. É muito normal. – Falou, beijando-lhe a ponta do nariz. – Só lamento que você não tenha ouvido o que eu disse...
– Eu ouvi uma parte, eu juro. Mas eu não consegui ficar lúcido até o final...
– Até onde você ouviu?
– Que estamos fingindo amizade faz um ano e...
– Você não ouviu a melhor parte, certo?
– ...Depende do que você estiver falando... – E Afrodite deu um riso cristalino, provocando um sorriso em Carlo.
– Bobinho... Estou falando sobre nós...
– ...Nós...?
– Sim... Eu te amo, você me ama... O que nos impede? Sua namorada perfeita já está bem longe nesse exato momento. Ela não vai nos prejudicar mais, meu lindo.
– Dite, de onde você tirou tudo isso?
– Você não me ama?
Carlo notou que a expressão dele ficou desolada. Não pode deixar de consertar, antes que começasse a ficar mal com ele de novo.
– Não, Dite... Muito pelo contrário...
O rosto do outro se iluminou.
– Sério? De verdade?
– Sim... Eu...
– Carlo...
Eu... Eu só queria que você...
– Carlo...
– Dite, eu apenas gostaria que nós dois...
– CARLO! Você uma vez me disse que, quando uma pessoa fala demais, só tem um jeito de fazer com que ela cale a maldita boca na hora errada.
– ...Qual...?
E o rapaz beijou-o. Carlo arregalou os olhos, adorando o contato dos lábios macios sobre os seus. Piscou diversas vezes, até que, sentindo o rapaz pedir maior intimidade, deixou que o beijo passasse de pequenas encostadas.
Beijaram-se ternamente por vários minutos, um interessado apenas no outro, um compenetrado apenas no outro. As mãos acariciavam costas, nucas e rostos com freqüência, e eles não se cansavam de sentirem o gosto do beijo.
Afastaram-se para tomar ar, e Afrodite abraçou-o.
– Eu quero te amar pra sempre, Carlo...
– Carlo?
Carlo abriu os olhos imediatamente, contemplando os rostos conhecidos que o encaravam, esperançosos. Não conseguia acreditar... Um sonho! Havia sido um... um... mero sonho!
– ...Hn... - Grunhiu. – Que vocês querem?
– É, é ele mesmo. – Falou Milo, virando os olhos. – Esperava um 'Olá pessoal, muito obrigada por terem largado seus leitos – e olhou para Kamus, provocando risadas. – MUITO acolhedores para virem me visitar!'... Mas, nãããããão! Temos um seco 'o que vocês querem', equivalente à um 'Vão a merda! Vocês me acordaram!'
– Ai, Milo, cala a boca... – Kamus disse, com um suspiro.
– Estava tão adormecido que quase não te acordamos... – Falou Shaka, com um sorrisinho. – E, pela sua expressão enquanto dormia, o sonho era bem interessante. – Completou, malicioso, recebendo um tapa de Mu.
Carlo corou intensamente.
– Credo, como vocês são enxeridos! – Afrodite falou, colocando as mãos na cintura. – E PERVERTIDOS!
– Ah, é? – Mu fingiu-se de ofendido. – Pois eu aposto que você estava no sonho!
Desta vez, foi Afrodite quem corou, provocando risadas.
– Viu? Até ele acha que estava lá! – Milo provocou.
– Eu não disse nada! – Afrodite falou, aborrecido.
– Ninguém falou que você disse nada... – Kamus entrou na brincadeira.
– Caraca, francês! Até você! – Carlo falou, entre os dentes.
– Hum, desculpe. É que eu tenho um professor em casa, sabe?
– Eu não gostei disso, Kamus.
– Estou mentindo, Milo?
– Ora, seu... Seu...
– Seu...? – Sorriu sarcasticamente.
– Tente conseguir alguma coisa hoje à noite, senhor aluno.
– Aham, sei... Eu já ouvi isso antes...
As risadas, antes seguradas, explodiram.
– Meu Deus... Vocês são... são... – Shaka suspirou. – Melhor nem dizer.
– É, Shaka, melhor nem falar nada mesmo.
– Mu, fica quieto.
– Ou o que? Ou 'tente conseguir algo hoje à noite!'?
– É.
– NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! – E pulou em cima do loiro.
Todos os ocupantes do quarto começaram a rir e Carlo foi o primeiro a admitir mentalmente que havia sentido falta de toda aquela loucura que somente seus amigos podiam proporcionar. Tudo ficaria naquele clima se não fosse a enfermeira que abriu a porta abruptamente, olhando imediatamente para o casal em cima do sofá.
– Anhn... Sem querer me intrometer...?
Mu e Shaka coraram imediatamente, se desgrudando.
– Senhor Carlo di Angelis... Um dos resultados pendentes chegou...
Todos emudeceram.
– Eu vou morrer? -Carlo perguntou brincando e recebeu um sonoro tapa de Afrodite. Depois que ele deu um grito, o rapaz desculpou-se.
– Por favor, cavaleiros. Gostaria de ter uma palavrinha a sós com o paciente, se me permitem. – O médico disse, cerimonioso, entrando na sala logo em seguida.
Os presentes foram se retirando aos poucos, Afrodite sendo o último. Ele olhou para Carlo com uma expressão desconfiada, como se estivesse pedindo que o outro autorizasse sua permanência ali, o que não aconteceu. Infelizmente.
A porta fechou-se atrás de Afrodite, que sentou-se ao lado de Mu em um dos bancos que tinha no corredor. Todos ficaram em silêncio e foi exatamente desse jeito que Diana encontrou-os, com uma expressão preocupada.
– O que está acontecendo aqui? Me digam logo! – Ela falou, gritando.
– Calma, meu amor...
– Não me manda ter calma, Saga! Por sua culpa não chegamos aqui mais cedo...
– Calma, Di. O médico queria falar com o Carlo sobre o resultado de alguns exames, foi isso, Diana. – Kamus disse, calmamente.
– Eu vou lá... – Ela disse, levantando-se, mas Afrodite segurou-a pela mão.
– Deixe eles conversarem. Carlo não queria ninguém lá dentro.
– E aí, doutor, quais são as boas novas?
– O senhor sabe que teve muita sorte nesse seu acidente, não sabe?
– Claro! Eu tenho sete vidas.
– Não estou brincando, senhor di Angelis. Suas contusões foram sérias o bastante para quase matá-lo. Teve sorte de na hora de seu acidente contarmos com a melhor equipe de médicos do hospital naquele turno. O senhor está quase sem nenhuma seqüela por nossa conta. – O médico disse, firme. Não gostava daqueles tipos que achavam que tinham se salvado por pura sorte.
– Seqüelas? Como assim? – Carlo pareceu assustado pela primeira vez.
– Seu corpo estava muito debilitado pelo álcool, o acidente foi grave, suas pernas foram a parte mais afetada. Por sorte não quebrou-as, mas ainda assim, os ligamentos de uma delas ficaram um pouco comprometidos. Quando o senhor tiver alta, estou indicando um fisioterapeuta para reforçar o processo de movimento.
– Mas doutor... eu vou voltar a andar?
– O senhor pode andar, senhor di Angelis. Mas nas primeiras semanas é bom que esteja acompanhado de alguém na sua casa, sua esposa, namorada. Essas são as melhores enfermeiras. – Ele disse, sorrindo pela primeira vez.
– Doutor... – Carlo pensou na palavra namorada e logo em seguida em esposa. Arrepiou-se por saber que não tinha nenhuma das duas para cuidar dele. Não podia sacrificar Diana, recém casada, nem uma de suas amiguinhas, que só serviam para uma coisa. Dite? Era uma opção, mas ainda assim, era melhor não arriscar, não sem saber como eles estavam depois de toda aquela confusão.
– Sim...
– Poderia me indicar uma enfermeira para cuidar de mim quando sair daqui? Pago o quanto for necessário.
– Meu rapaz, acho que você vai encontrar pessoas dispostas a fazer isso por você. Não precisará pagar para isso.
– Duvido muito. – Ele disse, resmungando e cruzando os braços.
– Senhor, aquele rapaz que passou toda a noite aqui dormindo ao seu lado, ele se preocupa com você. Acho que ele poderia cuidar de você.
– Você não está entendendo...
Mas Carlo não pôde continuar porque no instante seguinte, o médico abriu a porta e seus amigos afoitos entraram, o enchendo de perguntas.
– Acalmem-se, eu vou sobreviver. – Resmungou, ao ser apalpado e examinado por cada um deles, de uma vez.
– E então? – Perguntou Shaka, com os olhos brilhando.
– Apenas vou ter que fazer fisioterapia. – Disse, dando os ombros.
– E ele quer que você seja o enfermeiro dele. – Disse o doutor, abraçando Afrodite pelo ombro.
Carlo olhou-o de um jeito assassino, mas o médico apenas alargou ainda mais o sorriso que ostentava.
– Eu? - Afrodite ergueu uma sobrancelha, descrente. Virou-se para Carlo. – Isso é sério, Carlo?
– É. – Resolveu aceitar, então. Haveria escapatória? – Você poderia, Dite?
– Mas é claro! – Exclamou, sorridente e empolgado.
Aquela cena fez com que ele sorrisse.
– Bom... Acho que temos que ir pra casa, Milo. – Kamus notou o clima entre os dois e puxou o namorado pelo braço.
– É, também acho... – Shaka puxou Mu, que também já havia entendido. – Está tarde e ainda temos que vacinar nossa... nossa... tartaruga de estimação!
– Vocês tem uma tartaruga de estimação? Legal! – Milo disse, animado. Kamus rodou os olhos. Ele era extremamente infantil, certas vezes...
– VAMOS, Milo. – Kamus disse, tentando fazer com que ele entendesse.
– Ahh, por que?
– AGORA!
– Fiquem mais um pouco. – Disse Afrodite, calmo.
– Acho melhor não. – Falou Diana, a mão na barriga. – Meu... ai... estômago está me matando...
– Já tomou um remedinho? – Perguntou Shaka, as sobrancelhas mostrando preocupação.
– Ah? Já, sim, obrigada. – Ela respondeu, sorrindo.
– Bom... Então... Vamos... – Disse Milo, com um suspiro desanimado. – Até mais, Dite. Melhoras, Carlo. Aparecemos aí outro dia.
– Tudo bem. – Falou o italiano, sem empolgação.
Após despedirem-se, a sala caiu num silêncio profundo. Afrodite aproximou-se do sofá, arrastando-o até a cama de Carlo, colocando-o pertinho do italiano.
– Pra que isso?
– Caso você precise de algo... Eu vou saber. – Falou, sorrindo, lançando os sapatos longe. Puxou uma bolsa que Milo havia trazido e revistou-a. – Uh... Quer? – Mostrou uma garrafinha de água para ele. Carlo fez um gesto afirmativo com a cabeça e tentou sentar-se. O corpo não respondeu muito bem, e Dite correu em girar a manivela na ponta da cama, para inclinar o colchão, e fazer Carlo ficar levemente sentado sem se esforçar muito.
– Obrigado. – Fez menção de pegar a garrafa, mas Afrodite balançou a cabeça.
– Eu sou o enfermeiro, lembra? Com licença. – Pegando-o pelo queixo, encostou a borda da garrafa em sua boca, fazendo-o entreabri-la, mesmo à contragosto. Derramou um pouco d'água dentro dela, esperando que ele engolisse. Após alguns segundos, a bebida escorreu pelo canto de seus lábios e Afrodite limpou o rastro com um paninho, sem hesitar.
– Me sinto um bebê. - Reclamou Carlo, virando os olhos. Afrodite riu-se, inclinando-se sobre ele. Levantou-se e deitou-o novamente, ajeitando o travesseiro sob sua cabeça em seguida. Carlo grunhiu. – Dite... Não precisa exagerar.
– Mas eu quero! – Disse, fazendo bico. Ajeitou novamente o travesseiro, ficando a poucos centímetros de Carlo, que apenas parou para observá-lo.
Os cabelos continuavam os mesmos, mas estranhamente mais bonitos. O rosto parecia ficar cada dia mais bem esculpido. As mãos, sempre delicadas. E o corpo? Bem... Dispensava comentários.
Colocou as mãos nas bordas da cintura curvilínea, fazendo-o erguer a sobrancelha.
– O que foi? – E foi puxado para perto. Carlo deitou-o do seu lado, abraçando-o. O rapaz permaneceu parado.
– Fica junto comigo, vai... esse sofá parece ser duro demais.
E Afrodite começou a rir.
– Você é uma lorpa, Milo...
– Por que? Por que eu não notei o clima?
– ...Como você sabe...?
– Oras... Muito me admira que você não tenha notado que eu estava fingindo que não sabia do que estava acontecendo na minha cara.
– MILO!
– Ora, Kamus... Você pensa que eu sou o que? Burrinho?
– Penso que você é um cara de pau descarado.
– Mas você não vive sem mim. – Aconchegou-se no banco do carro, indiferente.
Kamus grunhiu.
– A pior parte disso é que eu não vivo mesmo.
E Milo, de olhos fechados, sorriu.
– Ele é mesmo um sacana. – Disse Shaka, rindo. Sentou-se na poltrona.
– Realmente. Só o Kamus não percebe o joguinho dele...
– É, tadinho. Se bobear, ainda pensa que ele é santo.
Mu, então, virou-se para ele com um sorriso malicioso.
– Acho que é a única coisa que ele não pensa do Milo, Shakinha...
– MU! Seu tarado!
– Aff, você fala como se não gostasse.
Caminhou em direção ao rapaz, sentando-se em sua perna e envolvendo-lhe o pescoço.
– Sabe, eu fico pensando... – Falou Mu, com suspiro.
– No que, meu lindo? – Shaka afastou uma mecha do rosto dele.
– Por eles não param com a graça e se agarram logo?
– Ai, Mu... Porque eles não são iguais à nós...
E se beijaram.
– Você é incorrigível, Carlo. – Afrodite disse, ainda rindo.
– Bom te ver sorrindo. Parece que ultimamente eu só tinha sido responsável pela sua tristeza. – Carlo disse, tocando levemente no rosto de Afrodite com a ponta dos dedos.
– Ah, não diga bobagens. Você sabe muito bem que adoro você.
– Mesmo? – O rosto dele pareceu iluminar-se.
– Sim... você é um amigo muito importante, Carlo. – Afrodite disse, com cuidado, sentado-se na cama, tocando na perna do italiano, com uma certa intensidade, provocando uma careta por parte dele. – Oh, perdão! – Exclamou, assustado.
– Não foi nada. Só essa droga que me dói um pouco.
– Viu, Carlo? Você precisa de cuidados, e espaço também. – Afrodite falou, saindo da cama, mesmo sob os protestos do italiano, que ainda segurou a sua mão.
– Qual é Dite...
– E nem adianta discutir... Ou eu vou chamá-lo de Cacá o resto da noite!
– Oh, céus, isso não! – Carlo sorriu, bocejando logo em seguida.
– Viu? Você está cansado. Dorme um pouquinho.
– Promete que vai estar aqui amanhã de manhã? – Ele disse, sentindo os efeitos do remédio aparecerem. Piscava com força, como se quisesse espantar o sono.
– Claro, meu querido... Não sairia do seu lado por nada.
– Então tá... boa noite, meu lindo... meu Dite... – E Carlo fechou os olhos logo em seguida.
"Deus... ele não sabe o que está dizendo... ou será que sabe?", Afrodite pensou, sentindo os olhos encherem de lágrimas diante do que acabou de ouvir.
– Droga... não acredito! Será que você pode atender pra mim? – Julian disse, do banheiro.
– Quem vem te procurar à essa hora da noite, Ju? -Kanon perguntou, secando os cabelos e caminhando na direção da porta, vestindo apenas uma calça de moletom, emprestada pelo namorado.
– Aposto que é o jantar que eu pedi. – Kanon ouviu a voz de Julian ao longe. Sorriu. Tinha esquecido do jantar. Nenhum dos dois queria ir até à cozinha preparar nada, preferiam ficar um nos braços do outro, matando a saudade. Aliás, era somente aquilo que haviam feito durante todos aqueles dias e não pareciam se cansar.
Julian saiu alguns minutos depois do banheiro, enrolado em uma toalha enorme, também secando os cabelos. Não encontrou Kanon no quarto, provavelmente o outro deveria estar arrumando a mesa. Nem conseguia acreditar que estava com o homem que amava ali, tão perto. Seguiu sorrindo para a sala, onde deparou-se com uma cena inusitada.
– Visita pra você, Julian. – Kanon disse, seco, olhando para o rapaz.
– Oi, Ju... – Saori disse, sorrindo sedutoramente.
Continua...
