Notas das autoras:
Nossa demora a postar esse capítulo é injustificável, mas espero que compreendam, meninas e meninos. Finalmente conseguimos posta-lo e agradecemos a todos que postaram reviews e/ou comentaram no MSN com a gente!
Um agradecimento mais que especial à Calíope que betou esse capítulo e ainda fez uns comentários que eu (Celly) tive que rir. Comentários à todas as reviews no meu blog/site novo, still (traço) angels (ponto) com (barra) fiction
Até a próxima semana e boa leitura!
No capitulo anterior...
Julian saiu alguns minutos depois do banheiro, enrolado em uma toalha enorme, também secando os cabelos. Não encontrou Kanon no quarto, provavelmente o outro deveria estar arrumando a mesa. Nem conseguia acreditar que estava com o homem que amava ali, tão perto. Seguiu sorrindo para a sala, onde deparou-se com uma cena inusitada.
— Visita pra você, Julian. — Kanon disse, seco, olhando para o rapaz.
— Oi, Ju... — Saori disse, sorrindo sedutoramente.
Capítulo 37:
— Vou deixar vocês dois a sós... — Kanon disse, passando por Julian, sem olhá-lo.
— Espera, K... — Julian disse, segurando o braço do namorado. O olhar que o outro lançou em sua direção o fez soltá-no no instante seguinte.
— Parece que vocês têm muito que conversar. E eu... bom, eu preciso fazer algumas ligações.
E Kanon saiu do apartamento rapidamente, deixando Julian a sós com Saori.
Estava a ponto de abrir a porta do prédio quando uma mão forçou a fechadura, no sentido contrário. Mu abriu a porta, encontrando dois rostos conhecidos. Sorriu.
— Ah, vocês vieram pra cá também? Por que não falaram nada? — Shaka perguntou, olhando pra Milo e Kamus, que entraram no prédio.
— Sei lá...por que a pergunta? — Milo devolveu-lhe no mesmo tom.
— Esquisito... — Shaka disse, gargalhando. Mu e Kamus se olharam e balançaram a cabeça negativamente.
— Estávamos pensando em comer uma pizza. Querem ir com a gente? — Mu perguntou, olhando para os amigos.
— Por mim, tudo bem. Não comi muito bem hoje, com toda essa confusão... —Kamus respondeu.
— Me dê cinco minutos, preciso ir até lá em cima pegar um casaco. — Milo comentou, subindo as escadas rapidamente, três em três degraus por vez.
— Então vamos no meu carro. Aproveitamos e conversamos sobre Afrodite e Carlo. —Shaka voltou a falar, fazendo com que os outros o olhassem com uma cara esquisita.
— Como assim, querido? — Mu perguntou, descendo as escadas.
— Ué, não parece claro a vocês? Temos que juntar esses dois de uma vez. — Shaka respondeu, recebendo a aprovação de Milo, que descia as escadas vestindo o casaco.
— Por Buda! Lá vem você de novo. Por que não pode deixar que eles se entendam? —Mu perguntou.
— Minha pergunta, exatamente. — Kamus concluiu.
— Porque simplesmente esses dois já estão enchendo o saco de todo mundo com esse joguinho patético. — Milo disse. — E tem mais...esse casal TÊM que ficar juntos.
— Por que quer tanto isso? — Kamus perguntou.
— Porque eu te disse que todos os casais que eu junto são felizes. Eles não vão ser a exceção!
— Incorrigível... — Mu e Kamus disseram ao mesmo tempo. Shaka e Milo apenas sorriram.
Após a saída de Kanon, fez-se um silêncio incômodo. Julian segurava a toalha, que mal cobria-lhe as coxas, apertando-a, desejando que fosse o pescoço da garota a sua frente. Ele a olhava de modo nervoso, e ela o interpretou como se a estivesse olhando com desejo.
Por fim, foi o próprio rapaz quem terminou com aquela situação.
— O que você quer aqui? — Perguntou, hostil. — Vestida desse jeito... e a essa hora da noite?
Saori parecia ter vindo para provocá-lo. Trajando um minúsculo e vulgar vestido preto, tão justo que chegava a envergonhar, e botas de couro preto, longas, ela não parecia em nada com a mulher respeitosa que sempre fora. Os olhos estavam pintados de preto, com sombra muito escura, e os lábios, em uma tonalidade vermelho berrante.
"Enojante", pensou Julian.
— Ora, meu lindinho... — Ela falou, sensual. — O que mais eu poderia querer além de você? E por qual outro motivo me vestiria assim, como uma perfeita sedutora? E essa toalha lhe cai muitíssimo bem... — completou, com um sorriso, aproximando-se dele. Em reflexo, Julian deu um passo pra trás.
— Sedutora? Você tem um senso meio deturpado disso. - Ele falou, seco. — Você parece uma outra coisa, bem menos educada... Mas eu não vou falar isso, porque eu a respeito, Saori. E se você quiser continuar sendo respeitada, dê meia volta e suma daqui em tempo recorde. E minha toalha não lhe diz respeito.
— Por quê? Seu namoradinho já foi...
— Outro dos motivos pelos quais vocês tem que ir embora. Você é uma víbora, e eu não sabia disso.
— Julian, eu não me conformo!
— Com o que, afinal? Com o fato de ele ser um homem! Quer saber, eu GOSTO de homens! E daí! — Julian gritou, cansando-se de manter o bom senso naquela conversa. Se Saori ainda não havia percebido aquela obviedade por seus gestos sutis, ele iria fazer com que ela entendesse cada uma de suas palavras.
—Não, não é SÓ isso! Você dormiu com ele!
—...Isso é assunto meu, Saori... –ele disse, por entre os dentes.
— Você nunca dormiu comigo, em três anos de relacionamento intenso!
— 'Intenso'? Na sua cabeça, certo? Nunca passamos de abraços e beijinhos. Nunca saímos juntos. Nunca trocamos palavras de amor.
— Porque você não quis!
— EXATAMENTE! Por que é tão difícil fazer isso entrar na sua cabeça! –ele espalmou uma das mãos na parede, raivoso.
— Eu não vou aceitar isso!
— Problema é seu. Só não perturbe minha vida com isso!
— Olha aqui, Julian Solo...
— Quer saber de uma coisa? Você não sabe NADA de mim! Você não me conhece, não me entende! Você apenas quer ganhar uma disputa boba!
— E se for! Você nem liga!
— EU NÃO SOU UM PRÊMIO A SER DISPUTADO, SAORI! —Julian, enfurecido partiu pra cima da garota, com um dedo em riste.
— Oras... O que ele sabe sobre você!
— Muito mais do que você, com certeza.
— Ah, é? Pergunte!
— Qual meu ponto fraco?
—...Trabalho!
— Errou. ELE é meu ponto fraco. — Ironizou, rindo. — Quem foi a pessoa que me deu meu primeiro beijo?
— Sua irmã!
— Eu não tenho irmã. — Falou, seco. — Foi minha prima, numa brincadeira de verdade ou conseqüência.
— Você pergunta coisas que não tem sentido.
— E você responde coisas ainda mais sem nexo.
— Por que não pergunta algo realmente sério? Como... Quem foi que te ofereceu o ombro pra chorar quando você precisava de ajuda, ou quem esteve do seu lado mesmo quando você estava errado!
— -Saori, eu já lhe disse... Eu te agradeço por tudo isso... Te agradeço por ter sido uma amiga fabulosa... Mas é só. Eu gosto muito de você, mas sua insistência está me irritando.
— Eu vou sair da sua vida, então.
— Não quero dizer isso... Seja minha amiga, por favor.
— Não é só isso que eu quero, Julian. Quero você, ser amada por você. Assim como ele é. Mas você não pode me oferecer isso...
Julian ficou em silêncio, esperando que sua falta de palavras pudesse respondê-la. Saori continuou.
— Se você não pode me dar o que eu quero, não quero nada. — ela terminou, abrindo a porta e saindo, sem ao menos olhar para trás.
Julian observou a cena, respirando profundamente assim que a garota saiu. Logo lembrou-se de Kanon e o que ele poderia estar pensando daquilo tudo. Correu até o quarto.
— Eu tentei... — ele murmurou, enquanto puxou a primeira calça que viu do armário. Ficou larga, mas ele não ligou.
Saori, enquanto isso, saía do prédio, improvisando um sorriso falso. Despenteou o cabelo e amassou as roupas, assim que reparou que Kanon estava na frente do prédio, com um cigarro aceso entre os lábios.
— Olá, Kanon. — Falou, com um sorriso. — Tudo bem com você?
— Vai pro inferno. — Disse, seco. — E meu nome não merece ser pronunciado por sua boca.
— Hum, durão... Julian não gosta de rapazes assim...
— Julian não é mais problema meu.
No mesmo instante, um Julian em desespero veio descendo, quase tropeçando nos próprios pés. Saori suspirou.
— Vocês se merecem.
E saiu andando. Kanon virou o rosto, ignorando o olhar aflito de Julian, que procurava o seu a todo custo.
— K...
— Você é um mentiroso, Solo. — ele disse, sorrindo sarcasticamente.
Julian arregalou os olhos, e sua expressão ficou triste.
— Você realmente acha que eu faria isso... Com você...? Depois de tudo? Depois de eu ter... me preservado... durante tanto tempo... só por sua causa...?
— Eu duvido muito que você fosse realmente puro. - Falou, sem pensar. Ouviu um barulho estranho e virou o rosto.
Julian estava com uma expressão surpresa e decepcionada. Havia dado alguns passos para trás e esbarrado na porta de vidro da frente do prédio. Kanon arrependeu-se naquele instante do que dissera.
— Desculpe, eu... - E lançou o cigarro longe, tentando se aproximar. Julian dessa vez, entrou no prédio, fechando a porta. Kanon entrou logo atrás dele e viu quando encostou-se em uma das paredes, a cabeça baixa e algumas lágrimas rolando. — Eu não quis dizer aquilo. Mas isso não muda o que acabou de acontecer.
— Você sabe, por acaso, o que acabou de acontecer? — Rosnou o outro, ainda olhando para baixo. Kanon suspirou e estava prestes a dizer algo, mas Julian continuou. — Não, você NÃO sabe! Eu briguei com uma mulher que sempre me ajudou, por sua causa!
— Ajudou?
— Idiota, pervertido, mente suja! - Berrou, entre os dentes. — Minha melhor amiga, meu primeiro caso sem amor, uma tentativa patética de esquecer você!
—... — Kanon engoliu em seco. Definitivamente aquele tipo de conversa não havia passado por sua cabeça. Nunca desconfiara que Julian havia tentado um dia, esquecê-lo com outra pessoa.
— E você? O que faz! Pensa que eu te traio, assim, sem mais nem menos!
— Julian...
— Kanon, não me venha com carinhos, agora! Você gasta seu precioso dinheiro vindo até aqui e acha que pode exigir o que quiser? Eu não te pedi isso, sabia!
— Julian...
— Eu não disse pra você largar o conforto da sua casa ou a barra da saia da anjinha da Judith! Eu não disse para você largar nada por minha causa! Você veio porque quis!
— JULIAN! CARAMBA! — Kanon gritou, segurando o outro pelos braços. O porteiro, que parecia estar dormindo, fitou-os por um segundo. Quando percebeu que se tratava do homem mais rico do prédio, voltou a fechar os olhos, ignorando-os.
— O QUE É, DROGA!
— Eu fiz isso porque te amo. — ele disse, em voz mais baixa.
— Me ama? Que tipo de amor é esse!
— Eu sinto ciúmes, não é tão ruim assim.
— Ciúmes! Ou você não confia em mim!
— É claro que eu confio!
— Não parece!
— O que você queria que eu pensasse, com uma mulher linda como aquela, saindo da tua casa, toda desarrumada, trajando um vestido de meio palmo!
— Que tem uma mulher insana na rua! E, quanto ao desarrumada, provavelmente ela se agarrou com alguém nos corredores!
— Você gosta dela?
— Amiga, Kanon. Quantas vezes eu já te disse isso!
— ...Me desculpe.
— Não é tão simples assim. — Falou o outro, seco, cruzando os braços. — Não é um simples 'desculpe' que vai fazer tudo ficar bem.
— O que você quer, então!
Julian suspirou. Não queria dar o braço a torcer, mas era pateticamente apaixonado por Kanon. Somente aquela declaração de amor já havia servido para desestabilizá-lo e nenhum resquício da raiva inicial ainda existia.
— Acho que já sei. — Kanon murmurou, com um sorrisinho. Ergueu a mão e tocou nos cabelos dele, afastando as mechas do rosto molhado de lágrimas. Secou duas delas com beijinhos, antes de mover-se para os lábios dele.
Beijaram-se ternamente, o sabor salgado das lágrimas interferindo, misturando-se. Afastaram-se.
— Eu te amo. — Julian disse, abraçando-o novamente.
— Era isso, então, meu menino... — Kanon comentou, sorrindo, por fim.
E sorrindo, Julian beijou-o de novo.
Ali perto, Saori suspirou.
— Cuide bem dele... Kanon.
E, virando-se, seguiu seu caminho.
Acariciou os cabelos macios pela milésima vez. Não conseguia dormir. Admirar aquele homem lindo, com tanta tranqüilidade. Era algo tão raro e tão perfeito!
— Ah, Carlo... - Murmurou, as lágrimas ainda rolando. — Eu te amo tanto, meu lindo...
E inclinou-se de leve, roçando seus lábios nos dele com carinho, temendo que ele acordasse.
O rapaz moveu os lábios e forçou os olhos já fechados, fazendo Afrodite temer. Mas acalmou-se quando ele voltou a ficar calmo. Porém, segundos depois, começou a se mexer e a sussurrar coisas inaudíveis e indecifráveis.
Afrodite logo imaginou que ele estivesse sonhando.
Aproximou-se, a fim de ouvir o que ele dizia. Sua surpresa foi quando foi envolvido por braços fortes e seus lábios foram tomados num beijo que era puro fogo. Arregalou os olhos, mas surpreendeu-se.
Decepcionado, aceitou o beijo. Poucos segundos depois, sentiu os braços afrouxarem e se afastou.
— Que pena... — Murmurou para si mesmo, deitando no sofá. Logo adormeceu, o gosto de um Carlo sonhador ainda em seus lábios.
Quando o quarto caiu num silêncio profundo, o italiano abriu os olhos e deu um risinho.
"Ah Dite! Como você é tolinho. E eu não posso deixar você escapar. Mesmo que eu morra, não posso... não quero.", Carlo pensou, voltando a dormir. Só esperava que Afrodite não estivesse correspondendo seus carinhos por pura pena.
Já passava de onze da noite e Kamus, Milo, Mu e Shaka ainda estavam na pizzaria. Muitas fatias e garrafas de cerveja depois, as teorias de aproximação, planejadas por Shaka e Milo, para Afrodite e Carlo, ficavam cada vez mais esdrúxulas.
— Já disse...a gente pode empurrar um em cima do outro.
— É, Milo... idéia brilhante. O Dite cai, se quebra todo. Vai ser lindo, nem te conto. -Mu resmungou, jogando um pedaço de pizza na bandeja.
Kamus começou a rir descontroladamente, provavelmente imaginando a cena. Logo em seguida, os outros o acompanharam.
— Eu acho que vocês deveriam deixar os dois se entenderem naturalmente. — o rapaz de cabelos lavanda, ponderou, tomando um gole de cerveja.
— Também acho, Mu. Eu sempre disse isso. Não adianta. Esses dois têm que enxergar as coisas por si mesmos.
— Mas eles sabem, Kamus. Eles sempre souberam, só que são burros o suficiente para simplesmente ignorar isso tudo. — Milo disse, pedindo mais uma cerveja ao garçom.
— Por que não fazemos um jantar? É, um jantar com todos os casais. Eles ficariam tão sem graça que iam acabar admitindo alguma coisa. — Shaka disse, mas logo mudou de idéia quando viu o olhar mortal que Mu lançava em sua direção.
— Você bebeu realmente, meu lindinho. Jantar! Iria ser totalmente constrangedor. —Mu descartou a idéia.
— Exatamente por isso... — Milo disse, sorrindo.
— Ai, não gosto desse sorriso... — Kamus comentou, olhando para o namorado com desconfiança.
— Milo é dos meus! — Shaka disse, sorridente, os olhos azuis brilhando de malícia. —Mas como vai ser?
— Já temos a oportunidade perfeita. Assim que o Carlo sair do hospital, oferecemos um jantar a ele. O que acham?
— Péssima idéia. — Kamus disse.
— Eu não gosto. E não vou cozinhar também... — Mu completou.
— É perfeito! — Milo disse, apertando a mão de Shaka, comemorando a idéia.
Estavam deitados no sofá, vendo um filme qualquer na TV. Não pareciam preocupar-se com a programação, suas mãos e lábios pareciam muito mais interessadas em se explorar do que outra coisa. Um barulho suave os interrompeu, um tempo depois.
— É a campainha de novo... — Kanon disse, revirando-se no sofá.
— Eu atendo dessa vez.
— Medo que eu descubra mais um dos seus casos?
— Juro que se você mencionar isso de novo eu te chuto daqui... — Julian disse, fingindo um ressentimento, mas logo sorrindo.
— Isso é porque você me ama, não é mesmo? — Kanon replicou, observando o namorado caminhar lentamente até a porta e abri-la, uma típica amostra de que não estava escondendo nada. Ele sorriu.
Alguns minutos depois, Kanon voltou com sacolas que cheiravam muito bem. Finalmente era o jantar deles. O estômago de ambos suplicou por aquilo.
— Então, o Dite vinha com você?
— Pois é. Só que Carlo sofreu um acidente e ele não iria sair do lado daquele italiano. Tinha alguns planos em mente, mas ficou um tanto difícil conseguir o endereço do meu namorado e armar minha surpresinha, então eu tive que colocar todos meus esforços nessa tarefa... — Kanon contou, pausando por um momento para deixar-se ser servido de um pedaço de camarão por Julian.
— Sei...mas você nem me contou como conseguiu entrar aqui. Eu podia ter te matado, sabia? Geralmente eu confio na segurança daqui, mas tem dias que ando armado.
— Credo, Ju! Ah, isso é um segredinho... vou apenas dizer que conto com algumas pessoas muito interessadas na nossa felicidade. — ele disse, sorrindo e foi acompanhado por Julian.
— ...
— Mas e você? Disse que tinha algo importante a me contar, não quer fazê-lo agora?
Julian sorriu, um pouco apreensivo. Não sabia como Kanon iria reagir ao que tinha para lhe informar. Amava-o, mas sabia que o passo que daria em seguida tornaria o relacionamento deles ainda mais forte, caso fosse verdadeiro.
— Bom... — ele começou, ajeitando-se no chão da sala, encostando-se com mais conforto no assento do sofá. — ...tive uma reunião há alguns dias. A companhia de papai está querendo expandir seu mercado e temos países em potencial para tal. Apesar de sempre ser contra a idéia, na nossa lista está a Grécia.
— Você era contra? Por quê?
— Porque isso me deixaria perto de você...
—Ah, sim... — Kanon disse, baixando a cabeça.
— Meu lindo...isso foi há muito tempo atrás. Um tempo onde não sabia dos seus sentimentos, por isso não poderia suportar estar no mesmo país que você, vivendo apenas como bons amigos, entende?
— Sim. Mas por que isso agora?
— Pois bem, nossas empresas vão mesmo expandir e agora é oficial e com a minha bênção: a Grécia é o país escolhido. O que significa que eu me candidatei para supervisionar toda a instalação e andamento das obras.
— Isso é...é maravilhoso! — Kanon disse, abraçando Julian. — Você vai ficar quanto tempo por lá? Vamos poder ficar juntos, vai ser ótimo. Pode ficar lá em casa, espaço é o que não falta...
— K...espera um minuto... — ele disse, afastando-os por alguns momentos. Tentou manter-se sério.
— O que foi? — Kanon segurou a respiração, esperando por uma notícia ruim.
— Vou precisar mais que isso. Eu...eu vou ficar na Grécia. Pra sempre. Vou ocupar uma das casas que papai deixou. Não só vou supervisionar a obra, como vou presidir a empresa da Grécia. É por isso que eu preciso saber...
— Saber o quê? -Kanon estava mais do que feliz. Teria Julian a seu lado 24 horas por dia, ia ser perfeito. Nada poderia ser melhor.
— Se o que temos é apenas passageiro ou se é realmente sólido. Porque eu não quero sentir-me da maneira que me senti hoje. Realmente não quero.
— Eu te amo. Isso não basta?
— Não, isso ajuda e muito. Mas eu...
— Julian... — Kanon segurou-o pelo queixo, levantando-o delicadamente. Olhou fundo nos olhos azuis, vendo-se refletido neles. — Eu te amo. E quero ficar com você. Se isso que estamos sentindo não é pra sempre, então eu não sei o que essa expressão significa.
— Eu também te amo, meu amor... -Julian disse, sorrindo, abraçando Kanon para logo em seguida beijá-lo.
Continua...
