Notas das autoras:

Agora que todo mundo vai mesmo querer nos matar, mas, please, gente o capítulo 41 é talvez o melhor capítulo de Inferno, então aguardem! Eu (Celly) juro que vou mexer no citado capítulo aí de cima o mais rápido que puder para poder postar no domingo, dia 07 de agosto.

Como não poderia deixar de ser, um agradecimento mais que especial à todas que revisaram e que ainda estão aqui, nesses mais de nove meses dessa fic. Chibiusa, Dark Wolf, Litha, Cardosinha, Pipe, Lyra, Kitsune Lina, Carola, Shinomu Faye, Arsinoe, Evil e Ophiuchus no Shaina pelos comentários no capítulo 39. Sem comentários pra vocês, só podemos mesmo é agradecer muito e estender um tapete vermelho!

Até a próxima atualização!

Celly M. e Elfa Ju

No capítulo anterior...

Eu nunca pediria que ela viesse pra banheira comigo. Só fiz isso porque era com você... -ele murmurou, passando a mão pelos cabelos de Afrodite, que apenas fechou os olhos diante daquele toque tão suave.

"Estou perdido, meu Deus...", ele pensou.

Capítulo 40: Quase Um Interlúdio

— Dite... -murmurou Carlo, sedutoramente, deixando a mão deslizar, do cabelo para o braço do sueco, acariciando-o delicadamente. Subiu, alcançando, então, as bochechas coradas de leve, e os lábios cor-de-rosa.

—...S...Sim...? -gaguejou, abrindo os olhos com lentidão, como se não quisesse encará-lo tão cedo.

— Você é lindo... sabia? -falou, com os olhos cheios de ternura, e a voz carregada de sensualidade. Reparou com uma certa felicidade em como o outro ruborizava com um simples elogio.

— Bem...eu... -Afrodite tentou achar palavras, mas a aproximação repentina de Carlo havia tirado dele qualquer pensamento.

— Dite... -murmurou, aproximando-se dele, olhando fixamente as orbes azuis assustadas. O rapaz, chocado e desesperado, apenas preocupou-se em recuar, tateando a banheira enquanto deslizava para trás, fugindo da tentação que era Carlo por inteiro.

Carlo sorriu quando viu Dite encurralado. Para o inferno a segurança e a amizade; estar com Afrodite em uma banheira era demais para ele. E pensou que se o outro havia concordado, era porque provavelmente deveria estar tão interessado quanto ele.

Aproximou-se do sueco, movendo os lábios para seu pescoço. Tocou-o e pôde senti-lo engolir em seco. Afrodite ainda resistia quando Carlo ergueu o rosto para beijar-lhe o queixo demoradamente.

Com carinho, mordiscou-o, sentindo que Afrodite estava prestes a lançar fora qualquer resistência. Preparou-se para beijá-lo na boca.

Afrodite precisava escapar, senão... Não queria nem saber o quê iria acontecer, as coisas não podiam se consumar daquele jeito. Tateou a bancada que ficava ali perto e puxou uma toalha. Empurrou Carlo com uma das mãos, fazendo-o escorregar para trás. Com rapidez, amarrou a toalha na cintura e pulou de dentro da banheira, respingando água por todo o lado.

— Nossa, já viu a hora? Tá tarde, temos que ir para o bar. –comentou, tentando parecer convincente, ignorando o que quase havia acontecido. Não fitava o italiano, não sabia como agir caso o fizesse. — Vou me arrumar. –completou, saindo do banheiro em alta velocidade.

— Dite... Por quê foge de mim? -murmurou Carlo, arrependido.

Afrodite, por sua vez, correu até o quarto do italiano. Permaneceu estático por vários minutos, trancado, as costas apoiadas na porta. Deixou o corpo deslizar para o chão, enquanto ainda tentava normalizar a respiração descompassada.

— Meu Deus... -murmurou para si mesmo, os acontecimentos no banheiro fazendo sentido pouco a pouco. Carlo havia tentado seduzi-lo. — Eu não vou agüentar...

Ergueu-se lentamente e caminhou até a cama. Suas pernas ainda pareciam não querer aceitar seu comando, chegando até a bambear algumas vezes. Pegou a mala que estava no chão, procurando, finalmente as roupas que havia escolhido para usar naquela noite. Como quarto de hóspedes da casa de Carlo estava cheio de quinquilharias, o sueco iria dividir o quarto principal com o outro. O italiano afirmara que não havia problema nenhum de ambos dormirem juntos. Afrodite estremeceu com aquela perspectiva.

Para sua sorte e azar de Carlo, havia um sofá-cama no quarto dele. Afrodite poderia dormir nele enquanto não arrumavam o outro quarto. Qualquer coisa, era só uma desculpa.

Deu um suspiro, resolvendo não pensar mais naquilo. Chegou a conclusão que se o fizesse, iria enlouquecer. Balançou a cabeça, tratando de se vestir de uma vez.

— Dite? –a voz do italiano lhe fez parar de respirar. Ouviu duas batidas incertas na porta.

— Já vou... –respondeu, fechado o zíper da calça de couro preta. Levantou-se colocando uma blusa sem mangas, por fim. Caminhou até a porta, abrindo-a lentamente. — Oi... Desculpa, tava me arrumando.

— Ah, tudo bem... –Carlo respondeu, reparando no visual do sueco, mas não falando mais nada após o incidente no banheiro. — Vou trocar de roupa rápido e já saímos.

Afrodite balançou a cabeça, pegando os sapatos pretos que estavam no chão e saiu do quarto, não dispensando muitos olhares na direção de Carlo, que, frustrado, bateu a porta, odiando-se por ter quebrado o clima de amizade que eles haviam criado. Mas não podia se culpar, o sueco o tentava e ele simplesmente não conseguia se controlar.

Alguns minutos depois, Carlo saiu do quarto, encontrando Afrodite folheando uma revista displicentemente na sala, enrolando a ponta dos cabelos com os dedos. Sorriu por um segundo, apreciando a cena. Balançou a cabeça, sabendo que se desse mais um dos seus ataques de babação pelo outro, não conseguiriam sair dali naquela noite.

— Vamos? –perguntou, fazendo com que Afrodite desse um pulinho meio assustado, mas logo se controlasse. Os dois pares de olhos azuis se cruzaram por um momento, até que o sueco levantou-se, puxando Carlo pela mão.

"É, as coisas podem ficar bem. E vão", Carlo pensou, enquanto saíam da casa.

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— Juuu...

— Que você quer? –Julian perguntou, levantando uma das sobrancelhas, ainda indignado.

— Tá chateado comigo? –Kanon devolveu a pergunta, fazendo biquinho, em uma voz quase infantil.

— SIM.

— Por quê?

— Ainda pergunta? Você ficou se mostrando pra esse bando de tarados... –apontou a sua volta, algumas pessoas que passavam pelos dois, despejavam olhares na direção de Kanon, fazendo com que Julian ficasse vermelho de raiva.

— Eu não estava me mostrando... estava comemorando! –justificou-se, bebendo um gole do Martini.

— Comemorando? Sei...isso mudou de nome agora?

— Ai que audácia! Eu posso provar!

— Duvido.

Kanon puxou Julian para perto de si, quase derrubando-o do banquinho do bar e falou algumas coisas em seu ouvido. Os olhos do rapaz se arregalavam lentamente à medida que a notícia ia sendo contada.

— Sério? –Julian falou, por fim, não acreditando no que havia ouvido.

— SÉRIO!

— Mas isso é maravilhoso! –gritou, levantando-se do banquinho, com a garrafa de cerveja na mão, em modo de comemoração.

— Viu, Julian? Eu não estava me exibindo... –disse, mortificado, olhando para o próprio copo, brincando com a cereja.

— Ohhh, desculpe, K... -falou, aproximando-se e colando seus lábios nos dele. Kanon riu-se, deslizando a mão para a cintura dele.

— Se esse for o pedido de desculpas, tudo bem...-disse, voltando a beijar o namorado.

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— Chegamos. -Afrodite anunciou, fechando sua porta e correndo para abrir a porta de Carlo.

Estavam em um pesado silêncio desde que saíram da casa do italiano, trocando apenas palavras sem muita importância, Afrodite mais do que concentrado na estrada, com medo de que acontecesse qualquer coisa com o carro de Carlo e este apenas pensando como fazer com que a camada de gelo, prestes a quebrar, que se formara embaixo dos pés de ambos, sumisse.

— Dite... –Carlo começou, quando ambos já se encontravam prontos para entrar no bar.

Afrodite engoliu em seco, sabendo que o italiano iria lhe falar alguma coisa. Estava querendo evitar algo que os constrangesse ainda mais. Nem ele mesmo sabia bem ao certo porque evitava a aproximação de Carlo.

— Sim? –perguntou, incerto, vendo a mesma incerteza nos olhos do homem à sua frente.

— Desculpe por hoje. –ele disse, sinceramente.

Afrodite não soube o que dizer. Apenas sorriu, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça, dando de ombros.

— Bem, eu vou colocar a culpa nos remédios que você tá tomando, então tudo bem. –respondeu, segurando, por fim, Carlo pelo braço, caminhando com ele até à entrada do bar, onde um sorridente Aldebaran os esperava.

— Que bom, odiaria viver brigado com você.

— Nenhuma chance disso acontecer, Cacá. -Afrodite disse, em tom divertido.

— Por favor, esse apelido não! -Carlo disse, caindo na gargalhada, acompanhado pelo sueco.

Finalmente o gelo havia derretido. E eles podiam seguir suas vidas. Por hora.

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— Oi, meninas...

— Nossa, que animação, Di... -Shina disse, ajeitando os cabelos, cheios de trancinhas feitas por June.

— Não estou me sentindo muito bem.

— Mas o que aconteceu? -Marin perguntou, deixando a revista que lia de lado por alguns minutos.

— Nada que precisem se preocupar. Dite me ligou, dizendo que vem aqui hoje, então vamos acertar a dança, como o combinado.

— Ué, pensei que ele estivesse cuidando do Carlo.

— Ele está, June. Mas acredito que Carlo não vai criar problemas. -Diana disse com um sorriso nos lábios.

— Até porque ninguém resiste a uma dança do Dite. -Marin comentou e as três outras mulheres riram, concordando com a ruiva.

— Ah...aí está você! Saio por alguns minutos e você desaparece! -Saga disse, entrando no camarim, interrompendo a conversa. delas.

— Credo, Saga...só estava resolvendo um assunto com as meninas.

— Trabalho, trabalho, trabalho...já disse que você deve dar um tempo. Agora vemcomigo, anda... -ele disse, levantando a mulher da cadeira e pegando-a nos braços, que não reclamou.

— Depois eu volto, meninas! -Diana disse, olhando para as garotas que divertiam-se com aquela cena.

— Volta nada, sua folgada! -Saga falou, tentando fechar a porta logo em seguida, mas falhando.

A cada dia que passava, os donos de Inferno estavam mais estranhos. Diana cada vez mais misteriosa, quase enlouquecendo com Saga e Carlo, bem, aquele parecia só querer saber de Afrodite desde que o sueco aparecera para trabalhar por lá.

As meninas até que gostavam de toda aquela agitação, acompanhavam cada briga, cada dia, como se tudo fosse uma novela e elas, espectadoras privilegiadas.

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— Maninha...vai dançar não? -Mime perguntou, sentando-se ao lado da irmã e tomando de uma só vez a cerveja que estava em cima da mesa.

— Por enquanto não. Estou observando o ambiente primeiro.

Radamanthys aproximou-se dos dois, levantando o ruivo da cadeira e sentando-se, colocando o rapaz em seu colo. Mime apenas riu daquela atitude do namorado.

— Pandorinha, você precisa se divertir. Pelo jeito esse lugar é bem animado mesmo.

— Você tá adorando se mostrar, não é? -Mime perguntou, rebolando no colo do loiro, que suspirou profundamente, descendo as mãos para as coxas do ruivo.

— Só um pouquinho, mas está sendo divertido, não está? -Radamanthys falou, beijando a ponta da orelha de Mime, que se arrepiou.

— Vocês são impossíveis, rapazes... -a morena disse, sorridente, virando os olhos. Estava feliz por ver o irmão finalmente com alguém que sempre quis estar.

— Ah, Pand...divirta-se, enlouqueça! Tem um bando de homens por aí, dando sopa, olha só! -Mime disse, olhando à sua volta no exato instante que Afrodite entrava no bar com Carlo à tira colo. Ele sorriu, gostara de ver seu amigo com o objeto de desejo, fazia tanto tempo que não se viam, tinha vontade de contar tudo o que estava acontecendo em sua vida, como tudo mudara. Pra melhor é claro! — Um minuto, eu já volto! -ele disse, saindo da mesa, deixando Radamanthys e Pandora acompanhando-o apenas com os olhos.

— Aonde ele foi? -o loiro perguntou, recebendo de Pandora um balançar de ombros.

Carlo percebeu quando Mime fez sua descida pelas escadas que levavam à pista de dança. Não suportava o ruivo, especialmente depois de toda a confusão com Afrodite. Pediu mentalmente para que ele não estivesse vindo em sua direção, mas não o teve atendido quando viu Afrodite soltar de seu braço e pular no pescoço do outro.

— Mi! Quanto tempo! Como você tá lindo, rapaz! -Afrodite disse, passando a mão discretamente pela bunda do ruivo que caiu na gargalhada.

— Ai, Afrodite, você não presta mesmo! Oi, Carlo... -Mime cumprimentou, respeitosamente o italiano, que grunhiu algo como "Vou falar com Diana" e saiu de perto deles.

— Mas me conta...o quê tá fazendo aqui? Você está brilhando, tá feliz...me conte... -o sueco disse, aproximando-se do bar. Percebeu que Milo estava trabalhando com Kamus e não perdeu a oportunidade de fazer piada. — Qual é, francês...já prendeu a esposa perto de você, é?

— Vai pro inferno, Dite! -Milo respondeu pelo namorado, dando careta para o amigo, que começou a rir.

— Na verdade eu não estou sozinho... -Mime disse, corando levemente.

— O quê quer dizer? -Afrodite perguntou, os olhinhos azuis brilhando de curiosidade.

Mime apontou na direção da mesa onde Pandora e Radamanthys estavam sentados minutos atrás, mas não os viu. Procurou pela pista de dança, mas eles também não estavam dançando. Foi só quando pensou em virar-se para trás que sentiu a mão do namorado segurá-lo possessivamente pelo pescoço. Ele riu e Afrodite ficou chocado, tanto com a atitude, quanto à beleza do rapaz.

— Esse é o Rada... -Mime falou, olhando para cima, encarando os olhos dourados do outro.

— Oh, o famoso Radamanthys! Muito prazer! -Afrodite falou, olhando para o loiro e para Mime logo em seguida. — Finalmente você fisgou o homem, hein?

— Ele é... -Radamanthys começou.

— Um grande amigo. Me ouviu nas horas necessárias.

— Prazer, Afrodite. –o loiro disse, percebendo a nítida amizade entre os dois. E a pontada de ciúme que sentira já havia desaparecido.

— Dite, pode me chamar assim.

— Dite então...

— E o seu italiano...eu vi que vocês entraram juntos... -Mime falou, puxando assunto com o sueco.

— Nem te conto...a história é longa... -Afrodite respondeu, jogando os cabelos para trás, num gesto delicado.

— Conta sim...vamos lá pra nossa mesa... -Mime disse, puxando o sueco por uma das mãos e o namorado pela outra.

— Disseram que o show vai começar daqui a pouco...

Afrodite consultou o relógio e concordou. Era bom ver a dança de longe, antes que se empolgasse demais e resolvesse se juntar às meninas. Mentalmente anotou que precisava falar com elas sobre uma apresentação distinta.

Sentaram-se quando as luzes diminuíram. Kamus, com o megafone, como sempre anunciou a entrada das três dançarinas, que começaram a dançar, naquela sensualidade e vigor característicos.

— Onde está Pandora? -Mime perguntou.

— Quem é Pandora? -Afrodite também perguntou.

— Da última vez, ela tinha ido comigo até o bar. -Radamanthys disse, procurando pela "cunhada" no meio de vários homens que se acotovelavam no bar, tentando ter uma visão melhor das dançarinas.

— Quem é Pandora? -Afrodite repetiu a pergunta.

— Minha irmã. -Mime disse, olhando também para o bar.

Afrodite acompanhou os olhares dos dois, mas levantou-se, sabia bem como funcionava em noite de dança, era caótico. Viu Shina, autoritária como sempre tomar o megafone das mãos de Kamus, no exato instante que Milo colocava uma belíssima garota de cabelos negros em cima do balcão.

— Hoje a noite é dos clientes do sexo feminino...vamos agitar com as lindas mulheres da casa! Qual o seu nome, gracinha? -Shina perguntou, esticando o megafone para a garota, que não sabia o que fazer.

— Pan...Pandora... -ela disse, em voz fraca.

— Pandora! -Mime e Radamanthys falaram ao mesmo tempo e Afrodite apenas riu.

— Pandora! Vamos, garota! Dance com a gente! -June disse, encorajando a garota, que começava a dançar, timidamente.

— Acho que vai precisar disso...tome de uma só vez. -Marin falou, esticando um copo tequila pra ela.

— Parece que o bar vai ter uma nova contratada... -Afrodite comentou, em voz baixa, para si mesmo, encostando-se na cadeira e vendo o show começar.

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— Carlo di Angelis...o senhor por aqui! -Diana disse, servindo-se de um copo de suco, da jarra que estava em cima da mesa do escritório. — Mas não deveria estar em casa descansando?

— Dite quis vir pra cá... -ele disse, sem cerimônias, sentando-se no sofá. Reparou que Diana estava com uma cara diferente, mas não falou nada.

— E por que você não o convenceu com seu charme italiano de ficar dentro de casa, confortavelmente na sua cama? -Saga perguntou, saindo do banheiro.

— Você é tão ridículo...mas eu até pensei nisso, mas acho que fui depressa demais ao pote... –comentou, virando os olhos em um primeiro momento e logo em seguida lembrando-se do que havia acontecido na banheira.

— Como assim? -Saga perguntou.

— Falando em pote...Saguinha, tô com vontade de comer mais daquele sorvete de pistache... -Diana falou, olhando para o marido.

— Pistache? Mas você é alérgica a pistache... -Carlo comentou, arrancando aprovação de Diana.

— Mas eu quero assim mesmo! -ela disse, apontando para o frigobar. Saga balançou a cabeça, mas fez o que a mulher pediu.

— Di...o quê tá acontecendo com você? -Carlo perguntou, enquanto via Diana tirar uma enorme colherada do sorvete e comê-lo como se fosse a coisa mais gostosa do mundo.

— Nada...o quê te parece?

— Que você enlouqueceu...

— Pééé -ela disse, imitando uma sirene. — Resposta errada...eu não enlouqueci. Eu apenas estou com um leve desejo de comer coisas diferentes... –completou, com um sorriso.

— Falando desse jeito você parece até que está... -Carlo começou a falar, mas parou no meio da frase. — Você...

— Sim...não é lindo? –Diana falou, os olhos brilhando, o rosto todo se iluminando.

Carlo levantou-se do sofá e caminhou até a amiga, beijando-a no rosto, um enorme sorriso nos lábios. Saga foi o próximo alvo de seu carinho, mas ele preferiu apenas abraçá-lo. Aquilo estava perfeito demais para os amigos e ele sentiu-se muito feliz. "Agora é a minha vez...", ele pensou, as idéias vagando até um belo sueco de cabelos e olhos azuis.

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— Anjinho! Anjinho! -os clientes mais próximos do bar gritavam, enquanto Pandora dançava entre Marin e June. Depois do choque inicial, ela começou a acompanhá-las, a coreografia mostrando-se extremamente simples. Parecia natural à ela dançar daquele jeito.

— Eu vou lá! Onde já se viu? -Mime disse, levantando-se, mas foi seguro por Afrodite e Radamanthys.

— Deixa ela dançar, Mi...ela está se divertindo. -Afrodite disse, reparando que a menina realmente combinava com as outras três no balcão.

— Mas eu não, droga! -o ruivo falou, contrariado, percebendo que a irmã tirava a jaqueta jeans e ficava somente com o vestido preto discreto que usava e lhe modelava tão bem o corpo.

— Ah, ela parece gostar mesmo...deixa ela se divertir, pelo menos ela encontrou alguma coisa que gosta...

— Até você, Rada? Seu traidor! -Mime replicou, emburrado, arrancando sorrisos dos dois outros.

Mime continuava observando a irmã dançar, tão bela e sensual, mas sem ser vulgar. A aura de mistério que a envolvia parecia agradar a todos e ele pegou-se agora admirando o que ela estava fazendo. Encostou-se na cadeira e apenas observou-a concluir sua performance.

— Menina...você dança mesmo! Parece que é outra pessoa! -Marin comentou, enquanto acertava o tempo de um passo com Pandora, que apenas sorriu.

— Vocês disseram pra dançar, estou dançando! -ela comentou, olhando para Shina de relance, vendo que a garota começava uma dança mais sensual. — Devemos segui-la?

— Claro...topa? -June perguntou.

— Tô dentro!

As quatro dançaram juntas, arrancando supiros e gritos apaixonados dos clientes mais próximos. A música finalizou maravilhosamente e os aplausos só foram provas concretas de que Pandora havia se saído bem. As três garotas começaram a descer do balcão, pulando, como sempre faziam, mas Pandora estava insegura. Até que uma voz firme e uma mão amigável precipitou-se para cima, na sua direção.

— Deixe-me ajudá-la.

Viu-se presa em um belíssimo par de olhos azuis. O homem tinha cabelos cacheados num tom translúcido de castanho claro, que ela não conseguia definir muito bem, mas achava perfeito. Ele pegou-a no colo delicadamente e ela sentiu o perfume conhecido e caro que ele usava. Mais um ponto positivo.

— Obrigada... -ela disse, já no chão, mas ainda olhando-o.

— Não foi nada. Aceita uma bebida?

— Um suco, obrigada.

O rapaz sorriu, fazendo o pedido à Kamus, que atendeu prontamente, como se já o conhecesse há algum tempo.

— Pandora, não é mesmo? -ele perguntou, olhando-a novamente, agora com um sorriso. -Você foi muito bem para uma primeira apresentação.

— Você parece saber muito sobre mim. Mas eu não sei absolutamente nada de você. Qual o seu nome?

O rapaz sorriu mais abertamente diante da resposta daquela garota tão fascinante. "E ela não é como as outras", ele pensou.

— Me chamo Siegfried.

Continua...

Sim! Nós sabemos que os casais são cada vez mais improváveis, mas não se esqueçam que estamos em um universo alternativo, então escolhemos aleatoriamente os personagens. Mais uma vez, não nos matem pela falta de ação nesse capítulo. O próximo promete, garantimos!

Ah, mais uma coisa...quem acha que o Dite merece umas porradas por se fazer de difícil, levante a mão! Sim, nós também estamos assim, mas tudo tem um propósito...um tão lindo que nem contamos...claro! Aguardem a atualização!

Beijoquinhas a todos que acompanham!