Retratação: pra variar Saint Seiya não nos pertence, assim como o nome Carlo di Angelis e o Thorsson do Afrodite. Eles são todos frutos da mente criativa da dona Pipe, que nos cedeu isso há séculos atrás. Mas não custa comentar aqui, certo?
Notas das autoras:
Tudo o que podemos dizer está no fim do capítulo, em poucas palavras, mas vindas do fundo do nosso coração. Essa jornada tem sido maravilhosa e nos orgulhamos muito de cada um comentário que nos é feito! Obrigada, meninas!
Capítulo 42 – Love Is In The Air
Ficaram daquele jeito por alguns incontáveis minutos, os braços de Carlo circulando a delicada cintura de Afrodite, os braços deste aninhados em volta do pescoço do italiano. Palavras, inacreditavelmente, não eram necessárias naquela hora e eles ficaram aproveitando aquele conforto tão conhecido e, ao mesmo tempo, tão inédito.
Separaram-se, por fim, quando algumas pessoas aproximaram-se para cumprimentar o sueco, tanto pela dança quanto pelo aniversário de trabalho no bar. Carlo aproveitou o momento e se afastou um pouco, caminhando até Diana, que, junto de Saga, apreciava toda a interação dos presentes.
— Você já sabia. -não era uma pergunta, apenas uma constatação.
— De maneira alguma. Ele fez tudo sozinho. Ensaiava antes do bar abrir, quando não tinha ninguém por perto. -Diana falou, sorrindo diante da reação de Carlo.
— Me pegou direitinho, aquele sueco safado. –completou, deixando os olhos percorrerem até Afrodite, que sorria e corava com os elogios que recebia.
— E você vai dizer que não gostou? -Saga perguntou, abraçando Diana com uma das mãos, enquanto cumprimentava Carlo com um tapinha no ombro.
— Adorei, Saga. Acho que ninguém nunca fez algo desse jeito pra mim. –admitiu, com um sorriso mínimo, mas verdadeiro.
— Nem quando eu mandei pintar aquela declaração de amor no chão da sua rua? -Diana perguntou, fingindo estar magoada.
— DIANA! -os dois homens gritaram ao mesmo tempo. Ela apenas riu diante da reação deles.
— Me poupem rapazes! E Carlo, vai fazer algo de produtivo. Diz pro Dite que ele tá liberado.
— Mas, Di... É a festa dele... -Carlo ponderou.
— Queridinho... -ela começou, irônica. — A festa dele vai começar quando vocês dois estiverem sozinhos entre quatro paredes. Nus.
Carlo, para a surpresa do casal, corou. Imediatamente, imaginou possuir Afrodite e aqueles pensamentos o deixaram ainda mais ansioso. Estar com o sueco sabendo, finalmente, o que ambos sentiam, prometia ser maravilhoso para os dois.
— Obrigado, Di. Aposto que o Dite vai adorar a notícia também.
— Aproveitem e depois me contem tudo...agora eu preciso infernizar outro casal feliz. -Diana falou, olhando de esgueira para Julian e Kanon, que trocavam olhares apaixonados em uma das mesas.
Carlo sorriu, observando o casal de amigos se afastar, desviando agora seus olhos para seu objeto de desejo, que conversava animadamente com Kamus e Milo. Pelas feições dele, algo de muito bom havia acontecido. Suspirou, satisfeito. Poderia ficar ali, admirando-o eternamente, mas preferia tocá-lo, ter a certeza de que seria bem recebido, ter a certeza de que era realmente amado.
— Interrompo? -ele perguntou, aproximando-se dos três, que riam animadamente. Enlaçou Afrodite por trás e o sueco sorriu, encostando a cabeça no espaço entre o pescoço e o ombro do italiano. Milo estava com a bandeja embaixo do braço, enquanto Kamus, apoiado displicentemente no balcão, ignorava o movimento agitado do bar.
— De maneira alguma, Carlo! Estamos apenas comunicando a novidade! -Milo disse, animado, mostrando a aliança de ouro branco.
— Vocês vão...
— SIM! Casar! Não é fantástico! -o grego gritou, fazendo Afrodite e Carlo trocarem olhares cúmplices e sorrisos e Kamus colocar a mão sobre os olhos. Podiam perceber que o francês estava um tanto vermelho demais com aquele tipo de comentário por parte do namorado, agora, noivo.
— Mon Dieu... aonde eu estava com a cabeça ao me envolver com você? Não pode ser mais discreto? –disse, por fim, em um tom de repreensão, escondendo, talvez, a vergonha.
— Se você quiser, eu te digo onde estava a sua cabeça. -Milo comentou, com uma certa ironia maliciosa, com as mãos na cintura, arrancando gargalhadas de Carlo e Afrodite, deixando o francês ainda mais constrangido. — E, quanto a ser discreto... Não! Estou muito feliz para me conter, meu francesinho lindo! -completou, beijando Kamus na bochecha e voltando a atender os clientes.
— Vai lá, Milo! -Afrodite gritou, recebendo um sinal de positivo do amigo.
— Isso, incentiva a loucura dele... –Kamus murmurou, derrotado.
— Me poupe, francês... É exatamente dessa loucura que você gosta.
— É, acho que tenho que concordar nessa com você, Dite. Sou voto vencido mesmo. Bom, deixa-me trabalhar um pouco, pra variar... –disse, dando de ombros, caminhando para trás do balcão novamente, onde um Siegfried, ainda desorientado, se enrolava com as garrafas.
Afrodite e Carlo ficaram a sós novamente, ambos se estudando, sorrindo. Tinham tanto a falar... Mas, ao mesmo tempo, não encontravam as palavras certas. Separaram-se por fim, mas continuaram a admiração mútua.
— Carlo...
— Dite...
Eles disseram ao mesmo tempo. Sorriram, sem jeito, olhando para direções opostas, como dois adolescentes tímidos no primeiro encontro.
— Oi. -o sueco falou, corando.
— Vamos pra casa, Afrodite. -Carlo disse, olhando-o profundamente.
— Mas eu tenho... –comentou, sabendo que a noite mal começara, o bar estava ainda em seu início de agito. Mas o olhar do italiano lhe dizia que não haveria lugar para nenhuma recusa.
— Sua noite aqui acabou, Dite. Vamos pra nossa casa. -o italiano interrompeu-o, impedindo-o de protestar, forçando propositalmente o nossa, quando se referiu à casa onde moravam.
Afrodite engoliu em seco, ouvindo aquelas palavras de Carlo. Assentiu, sem ter mais o que fazer; estava hipnotizado pelo tom de voz do italiano, que era rouco, sexy, enlouquecedor. Sentiu suas pernas bambearem por um segundo. Sabia o que aquilo queria dizer, podia sentir em seu cérebro, em seu coração e no seu baixo ventre.
Mal podia esperar pela noite que teriam.
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— Oi, cunhadinho! -Diana disse, sentando-se no colo de Kanon, que, apesar de assustado com a chegada repentina da cunhada, riu da espontaneidade dela.
— Olá, querida! Muito bom você se juntar à família. Aliás, eu queria pedir algumas dicas... –abraçou a ruiva, falando alegremente.
— K... -Julian interrompeu-o, corando.
— Dicas? Resolveu virar hetero? -Saga perguntou, provocando-o.
— Não... eu deixo essa parte para a metade podre da família. -Kanon respondeu, mostrando a língua para o irmão, que apenas gargalhou.
— Crianças... -Diana comentou com Julian, virando os olhos. — Mas, me diga: o que quer de dica?
— Bom, como eu sei que quem dirige a família é você... –o gêmeo começou, mas foi logo interrompido pela voz do irmão, cheia de desaprovação.
— Ei! –gritou, dando um tapa na cabeça de Kanon, que apenas virou os olhos, ignorando Saga.
— Ele tem razão, amor. -Diana interrompeu, com um sorrisinho. — Continua, querido...
— Bom, querida...eu quero dicas porque em breve eu vou dirigir uma família também.
— Como assim? -Diana perguntou, olhando para Kanon e depois para Julian.
—...bem... nós dois vamos... -Julian começou, ao ver que Kanon estava rindo da situação e não falava mais nada.
— Saga, me segura...eu não ouvi isso... -Diana pediu, esticando os braços para o marido, que também estava com cara de choque.
— Vamos casar, família. Não é demais? -Kanon completou.
Fez-se um silêncio constrangedor. Kanon esperava pela reação de Saga e Diana, que ele tinha certeza que seria positiva, enquanto Julian não estava tão seguro assim. Ele tinha a certeza de que aquele súbito silêncio constrangedor era um mau sinal. E aquilo o deixou triste, não poderia imaginar não ser aceito por seus amigos, especialmente naquela decisão importante.
Saga e Diana entreolharam-se por alguns segundos e logo acabaram nos braços de Julian e Kanon, beijando-os e cumprimentando-os. A decisão havia sido importante demais para eles, mas mesmo assim achavam que era hora para comemoração.
— Ah, que lindo! Adorei isso, Kanon! Vai ser perfeito, pode esperar! -Diana disse, enquanto Saga conversava com Julian.
— Cuida bem do meu irmão, hein? Finalmente vocês dois resolvem ter um final feliz, de uma vez por todas. Estava sentindo falta da felicidade do K, Ju... -finalizou o discurso, abraçando apertado o futuro cunhado.
— Vamos comemorar... Saga, vai pegar uma garrafa de champanhe... pede pro Kamus, ele sabe aonde estão as garrafas especiais...
— É pra já, meu amor.
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Os beijos tornaram-se mais ousados. As bocas não se soltavam, as mãos traziam ambos os corpos para ainda mais perto, acariciando costas e desarrumando cabelos. A adega, desde que começaram a namorar, parecia ser o lugar preferido de Kamus e Milo para troca de carícias mais ousadas.
— Ei, vocês dois! Será que não podem esperar, pelo menos, até chegarem em casa? -pararam o ato para olhar para um Saga, que, com uma das sobrancelhas erguidas e uma cara cômica, apreciava a cena. Sorriram, soltando-se.
— Desculpe. É que estamos muito felizes. -Milo disse, sorridente, enquanto Kamus corava absurdamente. Aquilo parecia estar se tornando um hábito naquela noite.
— Felizes, é? Posso saber o porquê? -Saga perguntou, a sobrancelha ainda levantada, agora numa expressão curiosa.
Milo olhou para Kamus com um imenso sorriso, pedindo permissão. O francês virou os olhos e fez um gesto afirmativo com a cabeça, dando-lhe um sorriso. Milo ergueu a mão, fazendo o anel brilhar.
Saga arregalou os olhos.
— O quê está acontecendo aqui, afinal? Infestação? Todo mundo resolveu casar agora! -disse, num quase berro. Milo começou a rir, mas Kamus arregalou os olhos.
— 'Todo mundo'? O quê quer dizer com isso, Saga? -Kamus perguntou, fazendo Milo parar de rir.
— Diana ordenou que eu viesse aqui para buscar uma garrafa de champanhe, pra comemorar o casamento de Julian e Kanon. Ela só sabe dar ordens mesmo... –murmurou, inconformado.
O choque de Milo e Kamus foi assustador. Um segurou o outro. Se entreolharam por alguns segundos, mas logo sorriram, timidamente. Saga tinha razão. Parecia infestação mesmo.
— Aliás, onde estão as garrafas especiais, Kamus?
Kamus apontou para uma parte escondida de um dos armários, em silêncio. Saga riu e foi até lá, escolhendo um dos melhores.
— Bem, o quê vocês estão esperando? Venham logo! –Saga disse, percebendo o certo desconforto de Kamus. Milo já estava mais alegre, os olhinhos brilhando.
—...VAMOS! - Milo berrou, correndo em alta velocidade em direção à mesa onde estavam Kanon, Julian e Diana. Kamus e Saga apenas riram dele.
Milo estava tão feliz, que cruzou o lugar abarrotado em um piscar de olhos, localizando logo os amigos. Nem podia acreditar que, depois de tudo, estavam em um mar de rosas.
— SEUS SAFADOS! –gritou, pulando em cima de Kanon, fazendo-o quase cair da cadeira. Encheu-o de beijos no rosto.
— Ei, ei, ei! -Julian fez careta.
— SEU PERVERTIDO! –o grego berrou novamente, pulando, então, em cima de Julian.
— Eita, o que tá acontecendo? -Diana perguntou, os olhos surpresos.
— Esses sacanas vão casar também! -Milo exclamou, soltando um Julian quase tonto.
— Tamb... -e Diana ameaçou cair da cadeira. Não caiu porque Milo segurou-a antes. — Ai, meu Deus... Milo, você não vai, vai!
E ele, sorrindo, mostrou a aliança, orgulhoso.
— MEU DEUS DO CÉU! -Diana berrou, agarrando Milo, abraçando com força. — PARABÉNS! -pegou o rosto do rapaz e sapecou um beijo nos lábios do grego.
— EPA! -Kamus chegou na hora, erguendo a sobrancelha.
— DIANA! -Saga berrou quando ela olhou para ele, tranqüila.
— Oras, qual o problema? -aproximou-se e repetiu o gesto com o marido. — É tão normal...
— É, a gente faz isso desde que comecei a trabalhar aqui. -Milo deu os ombros. — Ela também beija o Dite, o Shun...
— Ah, tudo bem. -Saga deu de ombros. — Vocês podem, não tem perigo.
— Saga... -a voz de Kamus saiu ameaçadora, fazendo o outro sorrir diante do comentário do francês.
— Agora, só falta o Dite. E o Carlo. -Julian comentou com displicência e todos se deram conta da ausência deles na comemoração.
— Aliás, onde eles foram parar? Tínhamos que fazer uma festa! -Milo disse, fazendo bico.
Saga olhou para Diana e ambos começaram a rir, divertindo-se com toda aquela situação. Em meio à toda aquela confusão, as revelações do casamento, eles até haviam se esquecido de comentar sobre Carlo e Afrodite.
— Não é por nada, não, meninos... -Diana começou.
—...mas eles já tem uma festa pra fazer... –Saga completou.
Todos se entreolharam e explodiram em sonoras risadas, instantes depois. Realmente, aqueles dois mereciam uma comemoração particular. E por um longo, longo tempo.
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— Foi lindo, não foi? -Mime sorriu, a diferença de altura entre ele e Radamanthys se fazendo mais evidente, pela cabeça do ruivo encostada no peito do loiro, que acariciava suas costas com carinho, com a ponta dos dedos delgados.
— Foi... Maravilhoso. -concordou, beijando o topo da cabeça do namorado. Mime suspirou, satisfeito. — Que tal fazer uma performance para mim, hoje, hein? -perguntou, zombeteiro, um hábito que começava a deixar aparecer. Coisas que somente Mime conseguia fazer aflorar nele.
— Você quer? –Mime devolveu a pergunta, os olhos cereja ficando mais brilhantes. Mordeu os lábios com malícia, esperando a resposta do outro.
Radamanthys, então, pareceu travar. Não esperava aquele tipo de resposta, esperava, sim, no máximo, uma risada e mudança de assunto. Mas nunca uma pergunta daquelas, naquele tom de inegável malícia.
— Está falando a sério, Mime? –perguntou, ainda incrédulo.
— Por quê não estaria? –as sobrancelhas levantadas indicavam que ele estava mesmo falando a sério.
—...Eu não estou brincando, Mime... –havia provocado o ruivo, mas agora era ele o provocado. A verdade era que não saberia o que fazer se tivesse mesmo a chance de tocar o namorado de maneira tão íntima. Se Mime desistisse em algum momento, ele não sabia se conseguiria parar. E aquilo o assustava.
— Por quê EU estaria? –enlaçou o pescoço do namorado e ficou na ponta dos pés, a milímetros dos lábios do loiro.
Sorrindo, Radamanthys beijou-o, jogando qualquer tipo de preocupação para o futuro. Agora aquilo não era importante.
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— Carlo... Calma... -pediu Afrodite, a voz sufocada pelos lábios do italiano.
Ambos estavam deitados no banco traseiro do carro de Carlo, como dois adolescentes inconseqüentes, o italiano por cima do sueco, beijando-o desde que haviam recebido o aval de Diana para voltarem para casa. Porém, parecia que o dono de Inferno não queria esperar mais nenhum minuto para ter o outro em seus braços.
— Calma? Eu esperei meses para isso! -falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, dando de ombros, afastando-se ligeiramente de Afrodite, que apenas ergueu uma das sobrancelhas.
— Isso é mesmo verdade, Senhor Eu-Estou-Tomando-Vinho-Com-Alguém-Em-Meus-Sonhos? -Afrodite disse, com uma certa ironia na voz.
Carlo assustou-se. Lembrou-se do hospital.
— Dite... –começou a se justificar, mas o sueco colocou os dedos nos lábios do italiano.
— Tô brincando, seu bobão. -riu, a voz deliciada. Carlo balançou a cabeça, acompanhando-o naquele gesto, inclinando-se para beijá-lo novamente. O sueco, porém, parou-o.
— Sério... Quem é? –perguntou, de forma séria.
— Quem é quem? –devolveu a pergunta. Afrodite sorriu.
— A pessoa do seu sonho, oras!
Carlo começou a rir.
— O quê foi? –Afrodite perguntou, indignado com as risadas de Carlo. Como ele podia achar graça naquilo?
— Não existe sonho. Foi só uma desculpa pra te beijar. –deu de ombros, confirmando a verdade. Afrodite, então, pareceu chocado.
— SEU TARADO! -berrou, dando-lhe um tapa no braço, fazendo um bico logo em seguida.
— Uhn, a culpa não é minha. Você estava do meu lado, toda noite, me beijando, fazendo carinho... Eu tinha de tirar uma casquinha, certo? Qualquer um faria isso.
— Não! Pessoas doentes não fariam isso! Você fez porque é um tarado...
— Sim... –disse, aproximando-se do pescoço de Afrodite. Respirou o cheiro ainda presente de rosas do sueco, mesmo misturado aos aromas característicos do ambiente do bar. — Sou tarado por você. E não me culpe...foi você quem fugiu de mim esse tempo todo...
Afrodite mordeu os lábios, gostando de ouvir todas aquelas palavras. Sentiu a ereção de Carlo pressionar contra suas coxas e ele quase não se segurou. Mas lembrou-se de que Milo sempre o alertara a não começar nada no carro. Poderia rendê-los uma bela multa e noite na cadeia. E, definitivamente, aquilo era a última coisa que queria naquela noite.
Afastou o italiano, com uma certa dificuldade e passou para o banco da frente. Carlo fez o mesmo um tempo depois, ajeitando de maneira desajeitada as peças de roupa completamente amassadas. Olharam-se, trocando confidências mudas.
— Vamos pra casa? -perguntou Afrodite, a voz maliciosa, passando a mão pela perna do italiano, que suspirou, gostando daquele toque.
— Claro...se um certo tarado me deixar dirigir. -Carlo confirmou, num tom bem humorado, mas malicioso. Ligou o carro e saiu da frente do bar, segurando uma das mãos de Afrodite com uma certa possessividade.
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Shaka e Mu haviam acabado de entrar no apartamento, cheios de sacolas de viagem, o rapaz esguio, de cabelos lavanda, fechando a porta com um dos pés, displicentemente, quando o celular do loiro fez um barulho, indicando a chegada de uma mensagem. Largou a pesada bolsa de couro no chão, sentando-se em uma das poltronas rústicas, cruzando as pernas. Abriu o pequeno aparelhinho e sorriu largamente, os olhos azuis brilhando em contentamento.
— Posso saber o motivo desse sorriso iluminado? Algum dos seus admiradores indianos? -Mu perguntou, tentando, mas falhando bobamente, esconder um certo ciúme. Haviam acabado de chegar de uma das muitas viagens que sempre faziam para a Índia e, como sempre, Shaka havia sido assediado ininterruptamente pelos amigos que fizera durante os anos.
— Claro que pode, anjo. -o loiro respondeu, ainda sorrindo. — Sente-se aqui comigo, ande. -apontou para as próprias pernas.
Mu caminhou lentamente até o namorado, ainda um pouco desconfiado. Sentou-se no lugar indicado, agradecido um minuto por aquele conforto que sentia sempre que estava junto de Shaka. Não havia lugar melhor no mundo.
— Olha só. -Shaka disse, mostrando o visor do celular.
Mu então sorriu, circundando o pescoço do loiro com os braços, beijando-lhe o lóbulo da orelha esquerda com carinho. Percebeu que a pele do outro arrepiou-se e seu sorriso se alargou ainda mais. As mãos de Shaka subiram para suas coxas, acariciando-o languidamente, arrancando suspiros por parte do outro. Beijaram-se por alguns minutos, esquecendo-se do celular, que, agora, jazia em cima da sacola de viagem de cor caramelo, onde podia-se ler, em letra maiúscula: "Onde quer que vocês estejam, meninos! Ele é meu! Bitocas, Dite!"
Shaka carregou Mu no colo, tencionando-o levá-lo até a cama. As carícias entre eles já haviam esquentado e, naquele momento, ambos estavam despidos de suas batas indianas e vestiam somente as calças de tecido maleável, que não escondiam o desejo deles. Foi então que o telefone de Mu fez som semelhante ao do loiro, fazendo com que ambos parassem no meio do estreito corredor que levava ao quarto do casal.
— Deixe a mensagem. Deve ser o Dite novamente... -Shaka pediu, a voz cheia de malícia, beijando o pescoço de Mu, que gemeu, mas colocou as mãos em cada lado do rosto do loiro, sorrindo-lhe.
— Fiquei curioso. -ele disse, fazendo um biquinho adorável. Shaka virou os olhos.
— Tenho algo no quarto que vai te deixar mais curioso... -propôs, passando a língua pelos lábios, na intenção de seduzir o já seduzido há eras, parceiro.
Mu gargalhou e deixou-se ser beijado mais uma vez, mas, quando celular indicou a chegada de mais uma mensagem, Shaka teve de dar o braço a torcer. Uma parte da curiosidade do namorado havia sido transportada para ele, que colocou o rapaz no chão. Reparou como ele caminhou, quase que saltitante até as malas, como uma criança querendo abrir um presente que havia acabado de ganhar.
— Não é do Dite! -Mu exclamou, fazendo Shaka levantar uma das sobrancelhas, ainda mais curioso. — Oh, por Buda!
O tom de voz surpreso e um pouco chocado de Mu fez com que Shaka se aproximasse rapidamente, quase tomando o celular das mãos do parceiro. Ambos ficaram olhando para o celular, atônitos, porém felizes. Duas mensagens, simples, mas que diziam um mundo de coisas novas:
"Vamos nos casar! Milo e Kamus" e "Tirem seus traseiros desse maldito retiro espiritual e voem para a Grécia, vocês serão os padrinhos!"
— Por Buda! -Shaka disse, gargalhando.
— Exatamente as minhas palavras. -Mu concordou, balançando a cabeça em aprovação. — O quê falta agora? -perguntou, mas para si do que para o loiro.
Shaka sorriu e tornou a pegar Mu no colo. Surpreso com o gesto, quase deixou-se cair no chão, mas o braços do loiro o envolveram. Trocaram um beijo rápido, os lábios de Shaka indo parar na orelha do namorado.
— Nosso casamento também. -murmurou, olhando para o outro com uma expressão divertida, mas Mu não sorrira. Porém, seus dedos acariciavam o rosto de Shaka em uma demonstração de admiração e amor.
— Não precisamos dos convencionalismos para provar nosso amor, assim como eles não precisam. Mas são loucos e isso não podemos negar. -disse, sorrindo, por fim — E, se pensarmos bem, já estamos casados. -concluiu, fazendo com que Shaka franzisse a testa.
— Desde quando?
— Desde sempre. -finalizou, dando seus lábios para mais um beijo, que não lhe foi negado. Quando se separaram, ainda teve tempo de finalizar com malícia. — Agora vamos, me mostre o que vai me deixar curioso naquele quarto...
— É pra já, meu anjo demandante.
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— Tô com soninho... -Milo murmurou aos ouvidos de Kamus, ainda sentado à mesa onde os amigos conversavam animadamente.
Kamus riu discretamente. Sabia muito bem o que o suspeito 'sono' de Milo significava. O grego raramente conseguia fazer com que ele caísse em seus joguinhos. Às vezes ele se permitia ser enganado só para ver o sorriso de satisfação nos olhos azuis do outro.
— Sono, é? –devolveu a pergunta, levantando uma das sobrancelhas.
— Você entendeu, Kamus... -ronronou, abraçando-o carinhosamente, dando-lhe um beijo no pescoço, fazendo Kamus se arrepiar por completo.
— Bem, acho que já estamos indo. -Kanon comentou, sentindo uma das mãos de Julian acariciar a sua.
— Uhn, claro. -Diana disse, em tom malicioso. Saga rolou os olhos. Eles eram tão previsíveis que chegava a ser cômico.
— Não é cedo? –o gêmeo perguntou de propósito e levou uma cotovelada da esposa no instante seguinte.
— Bom, acho que ela respondeu a pergunta... –Julian disse, rindo, levantando-se junto com Kanon. — Boa noite. Voltamos depois, amanhã talvez, para fazer os preparativos de nosso casamento. - E olhou para Milo e Kamus também. — E vocês dois estejam aqui no horário certo, hein?
— Pode deixar, capitão. -Milo bateu continência, rindo.
— Boa noite. -disse Kanon, sorridente, levando Julian consigo. Se deixasse, depois de mais umas duas garrafas de vinho, ele e Milo já estariam desenhando os vestidos de noiva. Aquele pensamento o arrepiou por completo. E não de uma maneira positiva.
— Tchaaaauu! -Julian berrou, acenando, enquanto o namorado o arrastava.
— E lá vai mais um casal feliz... -Milo disse, com um sorriso. Olhou para a dona do bar, abusando de seu sorriso e olhar mais carente. — Di... Libera a gente também?
— Claro. -respondeu, sorrindo, conquistada. — Vou deixar minhas meninas e o Sieg lá no bar, não precisam se preocupar.
— Brigado, boa noite! -Milo falou, empolgado, puxando Kamus. O francês apenas suspirou, acenando e sorrindo para o casal que ficou sentado, acenando para eles.
— Enfim, não é? - Diana suspirou, cansada, abraçando o marido.
— Claro. Demorou muito. -Saga disse, com um risinho. Acariciou a barriga da mulher, que já estava crescidinha, mesmo escondida por uma bata creme folgada. Ambos se olharam e sorriram.
— Sabe de uma coisa? –ela perguntou, olhando para o marido.
— Humm... –disse, perdido no cheiro dos cabelos da esposa.
— Agora o Inferno não é mais o inferno. –declarou, acariciando o rosto do marido com carinho.
Saga concordou, sorrindo com a duplicidade daquela frase. Inclinou-se para beijá-la carinhosamente.
Realmente. Diana tinha toda a razão.
Continua...
Bem, por onde podemos começar? Acreditamos que falar simplesmente 'obrigada' seria pouco, não é mesmo? Gente, ficamos realmente muito surpresas, felizes, emocionadas, contentes, literalmente babando a cada nova review que vocês mandaram. Se pudéssemos estaríamos aqui comentando cada uma das reviews, mas em um apanhado geral, todo mundo gostou dos pedidos de casamento e da dança do Dite, não é mesmo? Bem, nos procurem no MSN, mandem emails, adoráramos conversar, trocar idéias, essas coisas. Em especial, um jardim de rosas frescas, multicoloridas à Faye, Chibiusa, Arsínoe, Ophiuchus no Shaina, Elfa, Shinomu, Mudoh Belial, Kitsune Lina, Sini, Otaku-chan, Pipe, Mila, Cardosinha, Camis, Carola, Anna Malfoy, Ada, Lady NaruSami, Gizinha, TaoPaula, Litha, Lien, Evil. Vocês são aff...vocês sabem bem! Adoramos vocês, mesmo, meninas!
Ah, só mais uma coisinha: esse capítulo mostra um desfecho pros casais fofos, porque os ASTROS merecem um capítulo todo especial deles, não concordam?
Mil beijos e até a próxima atualização!
