Continuação do capítulo 18...

Lílian vestiu seu biquíni preferido. A parte de baixo era diferente da parte de cima: a de cima era azul turquesa e possuía bordados, enquanto a parte de baixo era cheia de quadrados de tamanhos, formas diferentes e cores diferentes (azul arroxeado, azul turquesa, azul claro...até o branco). Vestiu também uma grande bata azul ligeiramente transparente - uma saída de praia - , e calçou seus chinelos, também azuis. Apanhou sua bolsa de praia e saiu. Andou até a casa de Ana e tocou a campainha. A empregada atendeu.

- Dona Rosa! Como vai?

- Oi, Lílian, pode entrar, a Ana está com as amigas no quarto!

- Obrigada – Lílian entrou e subiu as escadas rapidamente. Havia ido tantas vezes à casa de Ana que já fizera amizade com dona Rosa, a cozinheirae faxineira da casa.

Bateu na segunda porta à direita no corredor do segundo andar. Entrou, ao receber uma resposta afirmativa. Entrou num quarto enorme, com uma parede na cor verde limão, uma cama de casal encostada a ela, e uma TV, um computador e um som sobre uma escrivaninha na parede oposta. Ana estava sentada com Daniele em cadeiras de palha na varanda. Lílian abriu a porta de vidro de correr e saiu novamente para o agradável ar da manhã, sorrindo e sentando-se ao lado das amigas.

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- Ei, meninos! – Gabriela vinha correndo pela rua em direção aos Marotos. Eles pararam, enquanto a menina se aproximava sorrindo. Cumprimentou-os com um beijo na bochecha de cada um (ficando nas pontas dos pés) e a Pedro com um selinho. A garota vestira um biquíni vermelho, com uma sainha leve e uma camiseta branca por cima; calçava um chinelo vermelho de plataforma.

Gabriela tomou a frente deles e adiantou-se para tocar a campainha da grande casa azul à sua frente. Ana abriu-a, gritando algo para alguém dentro da casa, e saiu, sendo seguida por Lílian e Daniele. Daniele vestia um biquíni preto, com uma calça leve da mesma cor e uma blusa branca por cima. Ana estava com biquíni verde limão, e um vestido leve de alcinha da mesma cor por cima.

Começaram a andar pela calçada, e, depois de um tempinho, chegaram ao 'shopping aberto' que haviam ido no primeiro dia. Agora bem mais vazio, pois todas as suas lojas estavam fechadas por ainda ser cedo; havia vários carros estilo perua estacionados ali, com o mesmo logotipo do shopping estampado em suas laterais e o nome de várias praias da ilha como: 'Ingleses', 'Canasvieiras', 'Barra' e 'Campeche' estampados no alto dos párabrisas. Entraram em um que dizia 'Pântano do sul', e acomodaram-se nos dois últimos bancos do fundo. Como sempre, Lílian e Tiago ficaram juntos, o que fez a garota corar furiosamente. Percebendo isso, Tiago falou:

- Lílian? Você está bem? O que houve?

A garota abaixou a cabeça para esconder seu rosto, que estava vermelhíssimo, e apenas fez um gesto de 'estou bem' com a mão.

- Hey, algum de vocês sabe surfar? – Ana perguntou aos Marotos, que responderam negativamente com a cabeça – Então que tal ensinarmos vocês?

- Com que prancha? – perguntou Tiago, finalmente tirando seu olhar de Lílian e virando-se para Ana.

- Lá tem várias pessoas que alugam pranchas e outras coisas – explicou Daniele.

- Tudo bem, então, mas as ondas dessa praia não são muito fortes não, não é? – perguntou Sirius – Nós somos iniciantes, sabe como é... – continuou, fazendo os outros rirem.

Pararam um pouco de falar brincar, falar alto e rir, pois agora tinham companhia. Seis pessoas dos mais variados "tipos" embarcaram e se acomodaram. Dois surfistas com modernos óculos de sol sentaram no banco à frente do banco onde Remo, Daniele, Pedro e Gabriela estavam. Uma estranha senhora carregando uma enorme cesta de palha coberta com panos sentou-se ao lado deles, assim como um senhor de uns quarenta anos, com um bigode grosso e escuro, e muito forte. No primeiro banco sentaram-se: um casal muito jovem que parecia estar em lua-de-mel, um fotógrafo curioso(via-se pelo modo como ele perguntava sobre tudo e tirava muitas fotos com sua enorme máquina fotográfica profissional pendurada ao pescoço), e um garotinho um tanto quanto engraçado, pois tinha cabelos muito loiros, olhos azuis, e muitas sardas. O garotinho, porém, parecia estar sozinho, já que não viram nenhum adulto que poderia ser seu responsável. Ele subiu no banco com dificuldade, por ser tão pequeno, e, feliz, pôs-se a balançar as pernas que estavam muito longe do chão.

O motorista entrou e o veículo começou a se movimentar. Foi uma longa viagem, e não podiam falar muito por terem outras pessoas que poderiam gostar de uma viagem sossegada. Quando já estavam ficando cansados desse silêncio, o garotinho se aproximou timidamente quando param em um sinal vermelho:

- Pra onde vocês estão indo?

- Pro mesmo lugar que você, porque? – respondeu Lílian amavelmente.

- É que eu só queria dizer pra vocês não comerem na praia, uma vez eu passei mal lá – ele falou, corando e abaixando a cabeça.

- Muito obrigado pelo conselho! – falou Tiago, sorrindo – Mas acho melhor você tomar cuidado, porque o sinal já vai abrir!

- Tudo bem! Tchau! – acenou levemente e voltou para o seu lugar.

Voltaram a andar, e Lílian ficou comentando com suas amigas o quanto o garotinho era fofo. Depois que se calaram novamente, pôs-se a pensar: 'O Tiago é tão fofo! Ele gosta de crianças e foi tão legal com o garotinho...'. Balançou a cabeça, e virou-se para a janela para apreciar a bela paisagem. Depois de mais um longo tempo, finalmente o veículo parou em frente a uma estreita e longa passagem que levava até a praia. Desceram, e Tiago foi até o garotinho.

- Ei, garoto! Qual é o seu nome? – perguntou, abaixando-se.

- Paulo...

- E cadê o seu pai ou a sua mãe, Paulo?

- Ficaram em casa, mas aquele é meu tio – o garotinho apontou o fotógrafo curioso que tirava fotos de tudo à sua volta freneticamente.

Lílian ficou impressionada 'Se eu fosse a mãe dessa criança, certamente nunca deixaria o tio cuidando dele...', e aproximou-se deles:

- Você vai nadar, Paulo? – perguntou.

- Não sei, tenho um pouco de medo... Opa, agora tenho que ir! – falou, quando seu tio finalmente soltou a máquina e o chamava.

- Tchau! – Lílian e Tiago falaram em uníssono, acenando.

- Tchau! – o garotinho respondeu. Já havia corrido meia distância até seu tio quando deu meia volta e correu até Tiago falando num tom que pensava que ninguém ouviria em seu ouvido: - Sua namorada é muito legal e bonita!

- Ah na, ela não é minha... – Tiago começou, mas o garotinho já estava longe. Levantou-se, olhando para os lados, á procura de Lílian. Mas esta já estava na companhia de Gabriela, muito vermelha e bem na frente. Suspirou, massageando o pescoço, e seguiu o grupo pela passagem até a praia.

Na areia, bem longe do mar, havia enormes guarda-sóis de palha, que ficavam fixos no chão e faziam sombra sobre mesas e cadeiras de plástico. Gabriela correu a reservar o último que sobrara colocando sua bolsa de praia sobre a mesa, esperando os amigos, que calmamente admiravam o lugar chegarem. Guardaram com cuidado suas coisas e se sentaram um pouco. Ana começou:

- O que vocês acham de irmos caminhar um pouco antes de entrar na água? Como a água daqui vem de mar aberto é muito, muito fria, e é bom entrarmos nela com bastante calor. – sugeriu.

- Por mim tudo bem – Sirius falou.

- Então calcem os tênis e vamos! – Daniele falou.

Capítulo 19

Andaram até o final da praia, onde havia uma passagem estreita e extremamente escondida, pois estava encoberta pelas folhas e flores. Enveredaram por esta passagem, que dava para uma trilha acidentada e também muito estreita. Subiram por um bom tempo, com dificuldade. De repente a mata se abriu e avistaram o céu azul e limpo acima de suas cabeças. Continuaram subindo até não poderem mais quando, ao lado da trilha, uma espécie de clareira que servia de observatório se estendia para o mar. Lílian, maravilhada com o vasto oceano à sua frente, foi até o final da pedra, que era bem segura. Os outros também se aproximaram para admirar a linda paisagem. Gabriela bateu algumas fotos com uma máquina fotográfica trouxa que levara, e depois sentaram-se um pouco para descansar para a volta.

Depois de algum tempo descansando, começaram a descida. A mata já havia se fechado de novo, e estavam no meio do caminho, quando Lílian gritou:

- AI!

- Lily? O que foi? – Daniele, que vinha um pouco à frente de Lílian gritou, preocupada.

- Acho que torci meu pé, mas não foi nada muito grave! - a garota respondeu.

Tiago, que vinha atrás dela, de repente pegou-a no colo, sem cerimônia, assim como fizera quando se encontraram pela primeira vez na praia.

- O que você pensa que está fazendo? – perguntou ela, com uma voz esganiçada.

- Você machucou o pé, e, mesmo que não esteja doendo, não é bom que ande por esse chão desnivelado – ele respondeu, como quem é especialista no assunto. Lílian calou-se e apenas abraçou o pescoço do garoto, com medo de cair.

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Tiago sorriu. Sentia o doce perfume de sua amada ruivinha perto de si, sua respiração em seu pescoço. Estremeceu. Como ele agüentaria ficar mais tempo sem tê-la em seus braços, sem poder beijá-la? Continuou andando, tentando não pensar muito naquilo. Lembrou-se que havia apenas quatro dias que estava ali, mas já parecia muito tempo. Parecia que já conhecia o lugar. Lembrou também que amanhã seria seu último dia lá. Os amigos do pai de Remo só puderam emprestar a casa por cinco dias, e as aulas de Hogwarts iriam começar em breve. Ficou pensando se não teria sido melhor se eles tivessem ido antes, ao invés de ficarem tão entediados na mansão Potter. Os Marotos sempre passavam as férias juntos, mas tudo o que tinham para fazer esgotou-se rapidamente nas primeiras semanas e depois eles ficaram entediados. Por que não foram logo para Florianópolis? Seriam férias ótimas. 'Se bem que estas estão sendo as melhores da minha vida', pensou, olhando para Lílian que o abaraçava mais junto de si, já que a descida tornara-se mais íngreme.

Finalmente a trilha chegou ao final. Mas quando Lílian fez menção de descer do colo de Tiago, este não a deixou, fazendo questão de levá-la até a mesa. Sentou-a em uma cadeira e começou a girar seu pé:

- Dói se eu fizer isso?

- N... AI! – falou ela, quando este girou o pé para um lado.

Ele continuou fazendo a massagem, até se convencer de que ela poderia ir nadar. Tirou sua camisa e foi em direção ao mar, pois estava com muito calor, já que carregara, além do seu peso, o de Lílian.

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Lílian tirou o tênis de seu outro pé vagarosamente, lembrando do cheiro de Tiago. Na verdade adorara ser carregada por ele, mas seu orgulho ainda era muito grande para admitir que gostava dele e acabar de vez com o sofrimento. Levantou-se, ficando só de biquíni, e foi também para o mar, onde todos já estavam. A água estava gelada. Foi para onde estavam seus amigos.

- E então? – Pedro cobrava – Quando vão nos ensinar a surfar?

- Calma, Pedro, mal acabamos de caminhar! Além do mais, o cara que aluga as pranchas ainda não chegou – falou Daniele.

Mergulharam mais um pouco na água e saíram, pois o mar estava melhor para surfar que para nadar. Sentaram-se molhados nas cadeiras, pedindo petiscos ao garçom do restaurante. Conversaram e comeram por um bom tempo, até que dois homens chegaram, carregando inúmeras pranchas e expondo-as em pedaços de madeira perto dali. Daniele levantou-se e foi ver quanto era o aluguel. Voltou e falou:

- Que tal alugarmos quatro pranchas? Assim eu ensino o Remo, a Ana ensina o Sirius, a Gabi ensina o Pedro e a Lílian ensina o Tiago – falou.

- Tudo bem, nós vamos lá pegar – Tiago falou, levantando-se e sendo seguido por Sirius, Remo e Pedro. Voltaram com as pranchas na mão. As garotas se levantaram e entraram no mar com eles.

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Sirius e Remo já haviam pegado o jeito e já estavam colocando seus novos conhecimentos em prática. Pedro ainda tinha muita dificuldade para se equilibrar na prancha e Tiago se encontrava, juntamente com Lílian, mais afastado. Ele se encontrava deitado sobre a prancha, enquanto a garota debruçava-se sobre ele, segurando cada mão dele com um braço, para demonstrar o jeito exato de bater os braços para pegar impulso.

Tiago não agüentava mais. Sentia os braços de Lílian nos seus, sua boca falando perto do seu ouvido, seu corpo encostando de leve no seu enquanto lhe ensinava a surfar. Mas ele não estava conseguindo prestar muita atenção. Decidiu que já estava na hora de acabar com aquilo. Falou que já estava pronto e decidiu tentar uma vez. Não podia ser tão difícil. Da primeira vez levou um "caldo", arrancando gargalhadas de todos. Da segunda, porém, miraculosamente conseguiu. Nem parecia que era iniciante. A sensação era muito boa. Sentia o vento em seus cabelos e em seu rosto, e via a água à sua frente e dos lados. Felizmente conseguiu se equilibrar perfeitamente na prancha e pôde se gabar de que conseguira mais cedo que os amigos.

Ficaram se revezando para surfar até o sol ficar tão quente que já estava incomodando. Resolveram então sair. Sentaram-se à mesa novamente e beberam alguma coisa para refrescar. Daniele sugeriu que fossem almoçar em outro lugar ali perto, já que naquela praia não havia muito o que fazer. Recolheram suas coisas e saíram pela passagem. Uma outra vã com os dizeres 'Ribeirão da Ilha' no alto do párabrisa estava parada pronta para sair. Para sorte deles, nove lugares ainda estavam vagos, e sentaram-se novamente nos dois últimos bancos do fundo. Para completar a cota dos passageiros, uma mulher com uma longa saia 'hippie' sentou-se na frente. O veículo começou a andar, e algum tempo depois estavam em frente a um restaurante que imitava um depósito de pescados que geralmente várias cidades praianas tinham.

Entraram no amplo lugar, onde havia inúmeros artigos de pesca, como redes, varas de pescar e outras coisas relacionadas ao mar pendendo do teto. Atravessaram o restaurante acompanhados pelo garçom até uma porta de vidro. Uma pequena ponte levava até uma espécie de cais, que se ficava sobre o mar parado e onde havia vária mesas sentaram-se, analisando o cardápio. Pediram e ficaram conversando:

- Gostaram da praia? – perguntou Gabriela.

- Adorei. A paisagem de lá, principalmente vista do alto da montanha, é linda! – Pedro respondeu.

- É verdade. A trilha é muito interessante – completou Tiago.

- E esse lugar? Por que o mar aqui é tão parado? – perguntou Remo intrigado.

- É que estamos em uma baía, ao contrário de onde estávamos antes, que era praticamente mar aberto – Daniele explicou.

- Não é muito aconselhável nadar aqui, mas se nadasse, sentiria a enorme diferença na temperatura da água – Ana falou.

O garçom chegou com a comida. Sirius olhou com cara de nojo para o prato de Gabriela.

- Que foi? Nunca viu ostra não?

- Ostra? Você come ostra?

- Claro, é uma delícia! Além do mais, essa aqui tem queijo em cima. Quer provar?

- Não, muito obrigado. Prefiro esse peixinho frito mesmo. Que, aliás, para quem comeu frutos do mar pela última vez há 8 anos, já está de bom tamanho.

Comeram a deliciosa comida e pediram a conta. Desta vez tiveram que esperar um pouco por uma vã de volta para suas casas – havia vãs a toda hora, em todos os lugares, porém a que tinha escrito no párabrisa 'Jurerê Internacional' ainda não estava ali. Esperaram por pouco tempo, e desta vez foram sozinhos, a não ser pelo motorista. Agora os Marotos iam no banco da frente e as garotas, atrás.

- E aí, Pontas? Avanços com a ruivinha? – murmurou Sirius.

- Mais ou menos. Mas eu não agüento mais chegar perto dela sem agarrá-la!

- Agarra, ué! – Sirius falou, recebendo um olhar de censura de Tiago.

- Mas eu realmente acho que já teve algum avanço com ela, Pontas. Ela nem reclamou quando foi carregada por você lá na trilha, ou quando ela ficou "encarregada" de te ensinar a surfar – Remo falou sensatamente.

- Quem sabe até amanhã ela não admite que está gostando de você? – Pedro opinou.

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- E então, Lily? Ainda odeia o Tiago depois do que ele fez? – perguntou Ana, sorrindo.

- Na verdade não, Ana. Ele não é tão ruim quanto eu pensava. Aliás, ele não é ruim.

- Finalmente! – exclamou Daniele – Lembra que no começo da férias ela só falava que "o Potter é isso, o Potter é aquilo, eu odeio o Potter"?

- É verdade. Lily, nós já sabíamos que era amor! – Gabriela brincou.

Finalmente chegaram. Separaram-se e foram tomar banho. Já eram cinco horas da tarde. Quando o sol já havia se posto, Lílian, Ana, Daniele e Gabriela chegaram. Haviam decidido que não sairiam à noite.

- Ei, que tal jogarmos 'Verdade ou Conseqüência'? – sugeriu Ana, sentando-se no sofá.

- Que tipo de jogo é esse? – Pedro perguntou, curioso.

- É assim: fazemos uma roda e giramos uma garrafa em seu centro a pessoa a quem a garrafa apontou o fundo faz uma pergunta para a pessoa a quem a garrafa apontou a boca. Cada pessoa pode escolher 3 vezes Conseqüências e 3 vezes Verdade – explicou Gabriela.

- Hum... parece legal. Podemos jogar? – falou Tiago, sentando-se no chão. Sirius buscou uma garrafa qualquer que pudesse ter na cozinha e a colocou no centro da roda. Daniele adiantou-se e girou-a. A boca apontou para Sirius e o fundo para Ana.

- Verdade

- Hum... É verdade que você é galinha?

- Bom, se eu escolhi Verdade... Eu não me definiria como 'galinha', apenas como um cara que já saiu com pelo menos dois terços da população feminina da escola.

A garrafa girou mais uma vez. O fundo apontou para Tiago e a boca para Remo.

- Verdade.

- Você realmente gosta da Lily?

- Sim, gosto de verdade – Tiago respondeu sem pestanejar. Lílian corou e abaixou a cabeça.

Gira a garrafa. O fundo aponta para Pedro e a boca para Daniele.

- E então? Quais são suas intenções para com o Remo aqui?

- Bom, já que moramos tão longe, não dá pra querer muita coisa, porque um namoro à distância é difícil, mas eu gosto muito do seu amigo aqui – respondeu, dando um beijinho na bochecha de Remo.

Novamente a garrafa é girada. O fundo aponta para Gabriela e a boca para Lílian. A garota estremece.

- Conseqüência – respondeu, com medo de que perguntassem se ela gostava de Tiago e que ela dissesse a verdade ou gaguejasse ao mentir.

- Dá um beijinho no Tiago – Gabriela sorriu. Lílian gemeu, pensando que talvez fosse melhor se escolhesse Verdade. Levantou-se, indo até o lado oposto da roda, e beijou a bochecha de Tiago, que se mantinha impassível.

- Ahn, Lily! – Gabriela falou, apontando para a boca.

- Que tipo de amiga traidora é você, hein, Gabi? – Lílian falou, voltando-se corada para Tiago e beijando rapidamente sua boca. Sirius assoviou.

E gira a garrafa. O fundo aponta para Daniele e a boca para Ana.

- Conseqüência.

- Isso vai ser difícil. Você não de sentir vergonha... – Daniele falou, pensando – Ah, não sei não! Vou quebrar seu galho: Dá um beijo no Sirius.

Ana adiantou-se para Sirius e o beijou com vontade. Todos os olhavam esperando para continuar a brincadeira, e agora os dois estavam começando a se empolgar, o que não seria muito agradável para os outros. Pedro cutucou o ombro de Sirius, que abanou a mão como que dizendo 'Me deixa!'. Remo apanhou seu apito, e todos que antes estavam assoviando e falando gracinhas ficaram em completo silêncio. Remo soprou com força. Ana pulou de susto, assim como Sirius, que com protestos deixou Ana se afastar.

A garrafa girou de novo. O fundo apontou para Remo e a boca para Gabriela.

- Verdade.

- E então, o que há entre você e o Pedro?

- O mesmo que há entre você e a Dani – ela respondeu repidamente.

E a garrafa gira. O fundo aponta para Lílian, e a boca para Sirius.

- Conseqüência.

- Hum... Vamos lá, Sirius! Dá uma reboladinha aqui no meio!

Sirius levantou-se e, ficando no meio da roda, rebolou, enquanto Lílian gritava("Lindo, tesão, bonito e gostosão!") e Ana assobiava. Tiago fechou a cara, mas percebeu que Lílian estava brincando.

A garrafa girou. O fundo apontou para Ana e a boca para Tiago.

- Conseqüência.

- Hum... Agora é a sua vez! Mas eu quero é que você dance um pouquinho pra gente aí no meio – Ana falou, ligando o som. Tiago começou a dançar. Ana também gritou para ele(Sirius: "Ei!"), Gabriela assobiou. Lílian abaixou a cabeça, em silêncio.

Desta vez o fundo apontou para Daniele e a boca para Pedro.

- Verdade.

- Sério, qual é a desses seus apelidos esquisitos aí? Pontas? Rabicho?

Pedro parou um pouco, ligeiramente em pânico. Haviam cometido alguns deslizes e chamaram-se pelos apelidos da forma animaga. Olhou para Sirius, que discretamente balançou a cabeça.

- Bom, Pontas é por causa do cabelos do Tiago. Dá pra ver pelo cabelo arrepiado dele. E Rabicho é porque eu adoro queijo, que é associado a rato.

As garotas pareceram se convencer com essa mentira e giraram a garrafa novamente. O fundo apontou para Gabriela e a boca par Remo.

- Conseqüência.

- Como eu estou sem a mínima criatividade... Vai, beija a Dani. – Gabriela suspirou. Queria pensar em algo melhor.

Remo adiantou-se e beijou Daniele. Esta o puxou para mais perto pelo pescoço. Tiago olhou discretamente para Lílian, esta desviou o olhar.

A garrafa novamente girou. O fundo apontou para Sirius e a boca par Tiago.

- Conseqüência.

- Canta dois ou três versos de uma música pra Lílian – Sirius sorriu marotamente.

Tiago levantou-se, olhando Lílian firmemente nos olhos. A garota sustentou seu olhar.

"Runaway with my heart

Runaway with my hope

Runaway with my love

If I could turn back time

I'll go wherever you will go

If I could make you mine

I'll go wherever you will go"

Tiago cantou determinadamente, ainda olhando para Lílian. A garota mudou um pouco a feição impassível, mas ele não soube dizer o que era.

Sentou-se e girou a garrafa. O fundo apontou para Pedro e a boca para Lílian.

- Verdade.

- Vai dizer agora que odeia o Tiago?

- Não, eu não o odeio – falou Lílian, olhando para Tiago, que sorriu.

A garrafa girou. O fundo apontou para Remo e a boca para Ana.

- Conseqüência.

- Agora é a sua vez de dançar um pouquinho.

Ana levantou-se, e enquanto estava de costas ligando o som, Sirius fuzilou Tiago, Remo e Pedro com o olhar. Virou-se e começou a dançar. Só as meninas se manifestaram, ante o olhar mortífero que Sirius lançava aos garotos. Ana percebeu e sorriu para Sirius, depois desligou o som e dentou-se. Girou a garrafa, o fundo apontou para Tiago e a boca para Daniele.

- Verdade.

- Hum... O que o Remo te disse como pretexto para te beijar, hein? É que nosso amigo é tímido...

- Bom, nós estávamos conversando, e de repente a gente parou e se beijou. Foi meio do nada – ela falou. Remo corou.

A garrafa girou. O fundo apontou para Gabriela, enquanto a boca apontou para Pedro.

- Conseqüência – ele falou, apreensivo.

- Hum... eu quero que você me dê do seu salgadinho preferido na minha boca. Sem roubar nenhum, quero que você sofra um pouquinho. – Gabriela sorriu, e Pedro, gemendo, buscou um pacote de suas batatas preferidas e foi dando de uma por uma na boca a Gabriela. Giraram a garrafa. O fundo apontou para Sirius e a boca para Lílian.

- Verdade.

- Lílian, você não está namorando no momento, está?

- Não – respondeu Lílian vagarosamente, desconfiada do porque dessa pergunta tão inocente vinda de Sirius.

Já iam girar a garrafa quando Ana olhou no relógio e exclamou:

- Temos que ir!

- Mas porque? Ainda está cedo! – Sirius falou.

- Temos que planejar a festa de despedida de vocês

- Nós teremos uma? – Lílian, Tiago, Sirius, Remo e Pedro se admiraram.

- Na verdade, todo ano perto do final das férias a galera daqui organiza um luau – que por um acaso vai ser amanhã – e a cada ano um pequeno grupo de moradores organiza a festa. Esse ano eu e a Ana estamos organizando, então...

- Ah, então tudo bem! Quero uma festa inesquecível, hein? – brincou Tiago.

- Pode deixar... – Ana falou, olhando discretamente para Lílian.

As garotas se despediram de seus respectivos "pares"(Lílian murmurou um rápido "tchau" para todos e saiu) , e saíram.

Os Marotos subiram para o quarto, se arrumando para dormir cedo na intenção de poderem virar a noite no dia seguinte. Poderiam dormir quando chegassem em casa, tiveram pouquíssimo tempo lá. Deitaram-se e logo dormiram. Exceto Tiago. Passara uma hora na tentativa frustrada de dormir, mas não conseguia deixar de pensar na ruivinha... Então, para não atrapalhar os amigos, levantou-se e silenciosamente saiu para a varanda, onde havia duas confortáveis cadeiras de palha. Sentou-se em uma delas e ficou olhando o mar no escuro. A noite estava morna, apesar de já tarde, e ninguém mais passava pelo calçadão ou pela praia. Fechou os olhos, para ouvir apenas o barulho que o mar fazia quando suas ondas quebravam. Lembrou-se dos momentos que passara junto com Lílian nas férias. De como fora engraçado e inesperado encontrá-la ali, porém a melhor surpresa que poderia ter; de quando ficaram conversando no meio do mar gelado, largados pelo condutor da lancha; de quando dançaram uma música lenta...

Desejou que isso nunca terminasse. Já que seus amigos estavam namorando as amigas de Lílian, era o melhor pretexto para se aproximar, e em Hogwarts esse vínculo não existiria. Lembrou-se de quando estavam assistindo o pôr-do-sol. "Sabe, Potter, você não é tão ruim assim". Sorriu levemente e abriu os olhos. Observou mais uma vez o mar batendo na areia e decidiu-se. Iria se declarar para Lílian na festa do dia seguinte. Ele não agüentava mais aquilo, e sabia que, pela atitude da garota, ela estava sentindo algo por ele. Nem que fosse um fiapo do que sentia por ela, nada mais importava. E com essa decisão, adormeceu ali mesmo, ouvindo o mar.


N/A: Notaram q o cap. tah maior? Gostaram? Gente, desculpem se tiver algum erro grotesco ou algo idiota, eu não tive tempo de mandar pra minha beta ou revisar eu mesma! E eu vou responder as reviews no próximo cap, ok? Pq eu to correndo muitoo! Mas eu amei todas elas, e soh pra num ser tão desnaturada... Muito obrigada a Mila Malfoy, Luli Krum, Gaby, Bru Black e Mione Malfoy, mayara, Mah ClarinhaAyame YukaneLilian KyoyamaLily 'Evans' LiedBaBi Evans, q mandaram review pro cap. 8 e me fizeram mais feliz!