Nota do autor: As personagens de Card Captor Sakura não me pertencem.

P.S: Como algumas pessoas queriam que a história não fosse one-shot, eu decidi continuá-la. No outro capítulo não referi, mas a história começa depois da Sakura ter transformado todas as cartas de Clow em cartas de Sakura e depois do Shaoran se ter declarado a ela.

Capítulo 2: A Conversa com a Tomoyo

Quando a Sakura acordou pela segunda vez nessa tarde, teve a sensação de "dejá vu". Lá estava ela novamente, a dormir na sua casa, mas não na sua cama.

Estava meio desorientada, até que percebeu que o Shaoran estava a dormir ao lado dela. E além disso, ela tinha os seus braços à volta da cintura do Shaoran e a sua cabeça estava repousada no peito do jovem.

A Sakura levantou-se rapidamente, mas teve o cuidado de não acordar o Shaoran. Ficou extremamente corada por ter estado a dormir abraçada a ele.

Ficou a olhar para o Shaoran durante alguns segundos. Será que os seus sentimentos tinham mudado? Até há pouco tempo ela estava, ou tinha pensado que estava, apaixonada pelo Yukito. Mas depois disso o Shaoran tinha confessado que gostava dela.

Nesse momento ela tinha ficado muito chocada, porque nunca tinha pensado que o Shaoran gostasse dela. Ela pensava que não gostava dele da mesma maneira, mas agora já não estava tão segura dos seus sentimentos.

A Sakura ouviu alguns barulhos na cozinha e dirigiu-se até lá. A Tomoyo estava a tirar alguns pratos da mesa, enquanto o Kero voava perto dela, com uma cara de satisfação.

"Já acabaram de lanchar?" – perguntou a Sakura, ainda um pouco sonolenta.

"Ah Sakura, já acordaste." – disse a Tomoyo, sorrindo para a sua melhor amiga. – "Eu e o Kero já comemos. Não sabíamos se tu e o Shaoran iam acordar a tempo do lanche."

Ao ouvir o nome do Shaoran, a Sakura corou novamente.

"Mas o que se está a passar comigo?" – pensou a Sakura. – "Porque é que isto está a acontecer? Será que gosto mesmo dele?"

"Sakura? Então, ainda estás a dormir ou quê?" – perguntou a Tomoyo, vendo que a amiga parecia estar longe com os seus pensamentos.

"Ah… o quê Tomoyo?" – perguntou a Sakura, meio distraída.

"Oh… não é nada. Queres lanchar?"

"Claro." – disse a Sakura, sentando-se na mesa.

"O bolo que a Tomoyo fez está muito bom!" – disse o Kero.

"O Kero queria comê-lo todo, mas eu não deixei." – disse a Tomoyo, pousando um prato em frente da Sakura.

O Kero fez uma cara séria e abandonou a cozinha. A Tomoyo serviu o lanche à Sakura e depois sentou-se perto dela.

"Sakura, tens andado tão estranha desde o dia em que transformaste todas as cartas de Clow em cartas de Sakura." – disse a Tomoyo, fitando a amiga. – "Passa-se alguma coisa?"

"Não, não se passa nada." – respondeu a Sakura rapidamente.

"Tens a certeza?" – perguntou a Tomoyo, ainda desconfiada.

"Claro."

A Sakura continuou a comer calmamente, enquanto a Tomoyo continuava a olhar para ela, esperando que a amiga lhe dissesse a verdade.

"Tomoyo, não olhes assim para mim."

"Tu estás a mentir e estou à espera de ouvir a verdade." – disse a Tomoyo.

A Sakura suspirou. Parecia que não tinha outra escolha. A Tomoyo sabia sempre quando a Sakura estava a mentir e no final a Sakura acabava por lhe contar tudo.

"Está bem Tomoyo, eu vou contar-te o que se passa."

"Óptimo. Podes começar." – disse a Tomoyo, apoiando os braços na mesa.

"É que… naquele dia em que transformei as últimas cartas de Clow em cartas de Sakura…"

"Continua."

"É que… aconteceu uma coisa…" – disse a Sakura, ainda nervosa.

"Vá lá Sakura, diz logo de uma vez!" – disse a Tomoyo, que começava a ficar nervosa com a situação.

"Pronto, vou dizer... O Shaoran disse que estava apaixonado por mim."

A Sakura baixou a cabeça, envergonhada. Porém, a Tomoyo sorriu.

"Ah, finalmente que ele teve coragem para te dizer." – disse a Tomoyo.

"O quê?" – perguntou a Sakura surpreendida. – "Tu… tu sabias que o Shaoran gostava de mim."

"Sabia."

"Mas porque é que não me disseste nada?" – perguntou a Sakura.

"Porque achei que deveria ser ele a dizer-te." – respondeu a Tomoyo. – "Afinal, não seria nada romântico que fosse eu a dizer-te."

"Mas… mas… não me devias ter escondido isso." – disse a Sakura.

"Eu tentei que ele te contasse." – disse a Tomoyo. – "E ele acabou por fazê-lo."

"Tu andaste a encorajá-lo?" – perguntou a Sakura.

"Sim." – disse a Tomoyo. – "Mas isso não interessa. Se tu estás tão embaraçada assim é porque sentes alguma coisa por ele."

"Tomoyo… sinceramente não sei." – disse a Sakura. – "Não sei se gosto dele ou não."

"Estou a ver… mas é melhor despachares-te." – aconselhou a Tomoyo. – "Ele demorou muito tempo para se declarar e eu sinto que se não fores rápida, algo vai acontecer e pode separar-vos."

"Achas que sim?" – perguntou a Sakura. – "Mas… eu não sei o que pensar."

Nesse momento o Shaoran apareceu à porta da cozinha. O cabelo dele estava todo despenteado e, tal como a Sakura, ainda parecia meio adormecido.

"Ah, o senhor dorminhoco já acordou." – disse a Tomoyo sorrindo. – "Vem lanchar connosco."

O Shaoran sentou-se ao lado da Sakura. Eles trocaram um olhar e ambos coraram imenso. A Tomoyo assistia a tudo e estava muito alegre.

Depois do Shaoran ter comido o lanche, levantou-se e disse:

"Tenho de me ir embora."

Ele foi buscar os seus livros e depois preparou-se para se ir embora.

"Até amanhã Tomoyo. Até amanhã Sakura." – disse ele, antes de abrir a porta e sair da casa da Sakura.

Alguns minutos depois, também a Tomoyo se preparou para ir embora.

"Pensa no que eu disse Sakura." – disse ela, agarrando as mãos da amiga. – "Se gostas mesmo dele, fala com ele antes que seja tarde demais. Até amanhã."

A Tomoyo saiu da casa, deixando a Sakura imersa nos seus pensamentos e sentimentos.

Quando o Shaoran chegou a casa, o telefone tocou e ele atendeu.

"Está? Olá mãe. Sim, a Sakura já transformou todas as cartas… sim… não! Eu não quero ir! Eu quero ficar aqui! Não quero saber se minha missão acabou ou não, eu quero ficar aqui."

"Shaoran, estas são as regras do nosso clã e tu não as podes quebrar." – disse a mãe de Shaoran. – "A tua missão acabou e tu tens de voltar imediatamente para Hong Kong e não há discussão."

"Mas mãe…"

"Não há mas nem meio mas!"

"Está bem… eu vou marcar um voo…"

"Já está marcado um para ti." – disse a mãe do Shaoran. – "Partes amanhã ás dez e meia."

"O quê? Já amanhã?"

"Sim. Vemo-nos em breve meu filho. Adeus." – disse a mãe de Shaoran, antes de desligar o telefone.

O Shaoran sentou-se na sua cama e olhou para o ursinho que ele tinha feito. Não o tinha dado à Sakura e agora ele tinha de ir embora. Apareceram algumas lágrimas nos seus olhos. Porque é que isto tinha de acontecer agora?

Ele não tinha resposta para isso, mas sabia que não podia fazer nada. Tinha de partir no dia seguinte para Hong Kong. Mas ele não queria deixar a Sakura para trás.

Por seu lado, a Sakura não sabia de nada do que se estava a passar com o Shaoran e no dia seguinte teria de lidar com a dura verdade de que ele se ia embora do Japão.

Continua…

E aqui está o segundo capítulo. O que fará a Sakura agora? Esperem pelo próximo capítulo e descubram!