Nota do autor: As personagens de Card Captor Sakura não me pertencem.
Capítulo 5: A Decisão Difícil e o Rapaz Misterioso
"A escolha é tua Sakura." – disse a Tomoyo. – "Se queres que ele fique em Tomoeda, tens de vir comigo agora…"
"Mas… eu ainda não sei se gosto realmente dele." – disse a Sakura.
"Mas queres que ele fique, não é?" – perguntou a Tomoyo. – "Se não fizeres isto apenas por ti, fá-lo por todos nós. Ele só te ouvirá a ti."
"Sim, tens razão… não posso perder mais tempo aqui." – disse a Sakura, passando a mão pelos olhos e afastando as lágrimas. – "Vamos embora Tomoyo!"
"É assim que se fala Sakura!" – disse a Tomoyo entusiasticamente.
Elas desceram as escadas rapidamente e passaram por um Kero confuso.
"Onde vão?" – perguntou ele.
"Vou impedir que alguém muito importante para mim, se vá embora." – disse a Sakura, abrindo a porta da rua e saindo, acompanhada pela Tomoyo.
Elas entraram no carro da Tomoyo e começaram a dirigir-se para o aeroporto. Demoraram algum tempo a chegar lá.
"Pronto, aqui estamos nós." – disse a Tomoyo.
"Agora temos de encontrar o Shaoran." – disse a Sakura.
"Que pena que não tive tempo de fazer um vestido para ti." – disse a Tomoyo. – "Iria ficar lindo para esta ocasião e…"
"Agora não Tomoyo!" – gritou a Sakura. – "Vamos."
Elas entraram no aeroporto e começaram a olhar para todos os lados. A Sakura começou a ficar desesperada por não ver o Shaoran. A Tomoyo consultou o relógio e viu que faltavam vinte minutos para o voo do Shaoran.
"Vamos ver se ele está na zona das bagagens." – sugeriu a Tomoyo.
Elas caminharam rapidamente nessa direcção, mas não encontraram o Shaoran ali.
"Será que ele já entrou na zona reservada aos passageiros dos voos?" – perguntou a Sakura. – "Chegámos tarde demais…"
"Não, não chegámos." – disse a Tomoyo. – "Não percas a esperança."
A Tomoyo e a Sakura caminharam até à zona reservada aos passageiros dos voos, mas um segurança não as deixou passar.
"Sem o bilhete que comprova que vocês vão em algum voo, não podem passar." – disse ele.
A Sakura e a Tomoyo recuaram um pouco.
"Vês Tomoyo? Já não há nada a fazer!" – disse a Sakura, cobrindo a cara com as mãos, pronta a chorar de novo.
"Calma." – disse a Tomoyo. – "Esqueces-te que a minha mãe é uma pessoa muito influente. Vou ligar-lhe e já resolvo o assunto."
A Tomoyo pegou no seu telemóvel cor-de-rosa e ligou à mãe. Em poucas palavras explicou o que pretendia. A mãe não lhe fez perguntas e disse-lhe logo que ia tratar disso rapidamente.
"Tomoyo, achas que vai resultar?" – perguntou a Sakura.
"Claro." – disse a Tomoyo, sorrindo.
Passados alguns segundos, a Tomoyo dirigiu-se ao segurança que as impedira de passar anteriormente.
"Já podemos passar?" – perguntou ela. – "Eu sou a Tomoyo Daidouji."
"Oh, claro. Tenho ordens para deixá-la passar a si e a todas as pessoas que a acompanharem." – disse o homem.
A Sakura e a Tomoyo passaram pelo homem rapidamente.
"Tomoyo, conseguiste." – disse a Sakura.
"Foi só a minha mãe falar com a gerência do aeroporto e… zás, já podemos passar." – disse a Tomoyo.
"Vamos ver em que voo vai o Shaoran." – disse a Sakura.
As duas amigas ficaram a olhar para um painel, onde estavam descritos os voos.
"Aqui está. Voo para Hong Kong, é perto da porta de embarque número três." – disse a Tomoyo.
"Vamos, depressa." – disse a Sakura, começando a correr.
A Tomoyo foi atrás dela. Quando chegaram perto da porta de embarque número três, olharam à volta, para as pessoas que ali se encontravam.
O Shaoran e o Wei estavam a um canto. O homem mais velho, estava a ler o jornal desse dia, enquanto o Shaoran parecia estar a pensar e mantinha-se imóvel.
A Sakura correu para eles quando os viu. A Tomoyo fez o mesmo.
"Shaoran!" – disse a Sakura.
Lentamente o Shaoran levantou a cabeça e olhou directamente nos olhos verde-esmeralda da Sakura. Ficaram algum tempo ali parados a olhar um para o outro.
"Vá lá Sakura, não percas tempo." – disse a Tomoyo. – "Eu vou estar à tua espera."
A Tomoyo afastou-se. O Wei tirou um pequeno ursinho de uma mala e entregou-o ao Shaoran.
"Já volto menino." – disse ele, afastando-se também.
"Shaoran, porque não me disseste que te ias embora?" – perguntou a Sakura.
"Achei que acabaríamos por sofrer os dois e… decidi que era melhor não te contar." – disse o Shaoran.
"Mas mesmo assim, agora eu estou aqui."
"Parece que a Tomoyo tomou medidas para que nos encontrássemos." – disse o Shaoran.
"A Tomoyo é uma excelente pessoa e quer ver-me feliz." – disse a Sakura.
"Eu sei…"
"Se sabes… então não vás." – pediu a Sakura.
"Porquê? Porque hei-de eu ficar aqui?" – perguntou o Shaoran.
"Bem… quando te declaraste a mim… eu não sabia o que pensar… nem o que dizer. Confesso que mesmo agora ainda não sei o que sinto exactamente." – disse a Sakura. – "Mas… mas quero que tu fiques!"
"Estás a ser egoísta." – disse o Shaoran.
"Eu queria mais tempo… mais tempo para pensar." – disse a Sakura.
"Eu já não tenho esse tempo." – disse o Shaoran.
"Não, Shaoran, não digas isso."
"Tenho de me ir embora hoje e não vou voltar atrás na minha decisão."
"Por favor fica. Por favor…" – pediu a Sakura, com as lágrimas inundando-lhe os olhos.
"Não posso." – disse o Shaoran. – "Toma este ursinho. Fica com ele, para te recordares de mim."
A Sakura não aceitou o ursinho e olhou para ele com raiva.
"Não percebes que eu não quero ursinho nenhum! Nada te vai substituir! Quero que tu fiques e mais nada!" – gritou a Sakura.
O Shaoran fitou aqueles lindos olhos verdes que agora estavam cheios de lágrimas e mostravam desespero.
"Sakura eu…"
"Por favor Shaoran, diz-me que ficas em Tomoeda." – pediu a Sakura. – "Por favor…"
"Sakura, a decisão de me ir embora não é minha, é a minha mãe que quer." – disse o Shaoran.
"Enfrenta-a, não podes deixar que ela te obrige a ir embora." – disse a Sakura.
"Tu serias capaz de enfrentar assim o teu pai? Ainda mais, sabendo que nós somos menores de idade?" – perguntou o Shaoran.
"Eu… tens razão, eu não conseguiria enfrentar o meu pai…"
"É por isso que tenho que ir, mas eu volto." – prometeu o Shaoran.
"Não, eu sei o que vai acontecer." – disse a Sakura. – "Dizes que voltas, que me escreves e telefonas, mas o tempo vai passar e eu nunca mais vou saber nada de ti e tu não irás querer saber nada de mim."
"Juro-te que isso não vai acontecer."
"Shaoran… e se a tua mãe te obrigar a ficar sempre em Hong Kong? Se não deixar que me escrevas?" – perguntou a Sakura.
"Bem… nesse caso…"
"Vais acabar por fazer o que ela quer."
"…"
"Shaoran, olha para o ursinho que fizeste para mim." – disse a Sakura. – "Querias dar-mo como prova do teu amor não é verdade?"
"Sim." – respondeu o Shaoran corando.
"Mas a maior prova de amor que me podes dar é ficando aqui em Tomoeda."
"Sakura, eu já disse que não posso fazer isso."
"Mas eu arranjo lugar para ficares se for preciso. E comida também!" – disse a Sakura.
"Tu conheceste a minha mãe e mesmo assim parece que ignoras o facto de que ela não esquece e não muda de ideias." – disse o Shaoran. – "Mesmo que eu não vá agora, a minha mãe virá atrás de mim."
"Mas aí, estaremos juntos para a confrontar." – disse a Sakura.
O Shaoran baixou a cabeça. O que haveria de fazer? Ficar no Japão ou voltar a Hong Kong? Qualquer uma das hipóteses faria com que ele perdesse ou ferisse alguém precioso para ele.
O Wei aproximou-se do Shaoran e pôs-lhe as mãos nos ombros.
"Menino Shaoran, adiamos a viagem?" – perguntou o Wei.
Sim, adiar era a solução, pensou o Shaoran. Mais alguns dias para pensar… era disso que ele precisava.
"Sim Wei, adia a viagem por favor." – pediu o Shaoran.
O Wei afastou-se e a Sakura ficou a olhar para o Shaoran.
"Então… sempre vais ficar?"
"Por mais algum tempo, sim… definitivamente, não sei…"
A Sakura abraçou o Shaoran, fazendo-o corar imenso.
"Ainda bem que vais ficar, ainda bem." – disse ela.
Ali perto, a Tomoyo filmava tudo com a sua câmara de vídeo.
"Eu sabia que era boa ideia trazer a minha câmara." – pensou a Tomoyo. – "E consegui que eles ficassem juntos… pelo menos por mais algum tempo."
O Wei, o Shaoran, a Sakura e a Tomoyo abandonaram o aeroporto juntos. Tiveram de esperar algum tempo, até que trouxessem de volta as malas do Shaoran e do Wei.
Como eles tinham vindo de táxi, a Tomoyo disse que eles poderiam ir com ela e a Sakura no seu carro e então, todos entraram no carro da Tomoyo e as suas guarda-costas arrancaram, em direcção ao apartamento do Shaoran.
Chegaram lá minutos depois e rapidamente descarregaram as malas.
"Vemo-nos amanhã." – disse a Tomoyo ao Shaoran.
"Esperamos por ti na escola Shaoran." – disse a Sakura. – "Até amanhã."
"Até amanhã… às duas." – disse o Shaoran.
O carro da Tomoyo partiu e o Wei e o Shaoran levaram as suas malas para dentro do apartamento.
"Ele ficou Tomoyo!" – disse a Sakura abraçando a amiga. – "Não se foi embora."
"Ainda bem." – disse a Tomoyo sorrindo.
"Amanhã vamos vê-lo de novo na escola." – disse a Sakura. – "Estou tão feliz!"
A Tomoyo sorriu para a amiga. Talvez a Sakura ainda não tivesse mesmo a certeza do que sentia pelo Shaoran, mas com a ideia que ela estava a ter, em breve, eles ficariam juntos de vez.
Já no seu apartamento, o Shaoran pegou no telefone e ligou para a casa da sua mãe.
"Está? Mãe, sou eu, o Shaoran." – disse o Shaoran.
"Shaoran? Não devias estar no avião a esta hora?" – perguntou a mãe do Shaoran, Yelan.
"Eu… adiei a viagem." – disse o Shaoran.
"Adiaste? Mas porquê?" – perguntou a mãe do Shaoran.
"Tenho… problemas para resolver." – respondeu o Shaoran. – "Eu volto para Hong Kong quando os tiver resolvido. Adeus."
O Shaoran desligou o telefone rapidamente. Por agora tinha ganho algum tempo.
Por seu lado, Yelan não ficou nada feliz com o que o filho tinha feito.
"Ele não virá de própria vontade, já o conheço." – pensou Yelan. – "Eu mesma tenho de o ir buscar a Tomoeda."
Algures em Tomoeda, já era de noite, perto da casa que antigamente tinha sido habitada pelo Eriol e que agora estava deserta, estava um rapaz alto de cabelos negros apanhados num rabo-de-cavalo, a olhar para a casa.
O rapaz devia ter mais ou menos a mesma idade do Touya e do Yukito e tinha olhos negros e frios. Ele saltou muito alto e passou por cima do portão da casa.
"É esta a casa." – pensou ele. – "A carta deve estar escondida algures por aqui."
O rapaz entrou na casa, abrindo a porta com magia. Começou a procurar nas várias divisões. Não, ela não estava ali.
Então decidiu procurar na cave. A cave estava escura e parecia não haver nenhum interruptor para a luz. O rapaz usou novamente magia e criou uma bola de luz, que o foi guiando.
Ele caminhou por entre várias prateleiras, até que chegou a uma porta negra, com o símbolo da lua e do sol.
"É aqui que ela está!"
O rapaz abriu a porta e entrou na sala. Com a ajuda da bola de luz, conseguiu vislumbrar uma menina de cabelos longos e que tinha asas nas costas. Parecia estar profundamente adormecida.
O rapaz levantou a mão e recitou um cântico. Segundos depois, a menina abriu os seus lindos olhos.
"Tu és a carta do Vazio, não és?" – perguntou o rapaz.
"Sou." – respondeu a menina.
Tal como o rapaz pensava, aquela era a carta selada pelo mestre Clow. A carta que tinha as características negativas, o contrário de todas as outras cartas de Clow.
"Vim para te libertar." – disse o rapaz.
"De verdade? Posso vaguear por aí novamente?" – perguntou a menina.
"Sim." – disse o rapaz. – "O mestre Clow foi muito malvado em te prender nesta casa. Mas agora chegou a hora de te vingares. Destrói a nova Caçadora de Cartas e rouba-lhe as cartas."
"Mas… eu não gosto de fazer coisas más." – disse a menina.
"Mas não é uma coisa má, é apenas a justiça a ser feita." – disse o rapaz.
O seu plano parecia estar a resultar. A carta do Vazio estava a ficar confusa. Ele iria conseguir ficar com todas as cartas de Clow e a caçadora iria ser destruída. Depois era só rouba as cartas de Clow à carta do Vazio.
"Vá, agora estás livre." – disse o rapaz. – "Vai!"
"Sim!" – disse a rapariga sorrindo e desaparecendo no ar.
"Ahahahahh. Esta carta vai ser a melhor coisa que me podia ter acontecido. O mestre vai ficar muito agradecido por eu conseguir as cartas e por conseguir destruir a caçadora." – disse o rapaz.
Depois, caminhou lentamente pela casa, saiu e desapareceu pelas ruas escuras da cidade.
Continua…
E aqui está mais um capítulo. O Shaoran vai ficar em Tomoeda mais um tempo e a Sakura está feliz. Porém, a mãe do Shaoran vai tomar medidas para ele não ficar em Tomoeda e agora apareceu um rapaz misterioso que soltou a carta selada pelo mestre Clow. (Para quem tenha visto o segundo filme de CCS, vai ver que eu tirei algumas ideias de lá, mas também há muitas coisas diferentes). Esperem pelo próximo capítulo e descubram tudo! Mandem reviews por favor!
Agradecimentos
Violet Tomoyo: Obrigado pela review. Ainda bem que gostaste do outro capítulo. Fiz com que a Tomoyo ficasse zangada, por acho que ela, apesar de ser uma pessoa muito bondosa, também deveria ter mais personalidade e como isso nunca foi abordado no anime, decidi pô-lo aqui. Quanto ao romance da Sakura e do Shaoran, concordo contigo, foi muito rápido. O Shaoran já gostava da Sakura há muito tempo, mas a Sakura tinha acabado de perceber que afinal não gosta do Yukito e parece que o amor se transferiu para o Shaoran sem mais nem menos. De qualquer maneira, nesta fic a Sakura vai pensar bastante sobre os seus sentimentos. Como vês, também estou a pôr algumas coisas parecidas com o filme de Card Captor Sakura, mas claro que não vai ser igual.
Saky Kinomyia: Obrigado pela review. Claro que não fico ofendido com sugestões, são sempre boas. Quanto ao comportamento da Tomoyo, achei que ela tinha de zelar pela felicidade da Sakura e do Shaoran e não iria ficar parada (como costuma fazer no anime) por isso fiz com que ela dissesse o que a maioria das pessoas pensaria ou diria se acontecesse mesmo isto na vida real. Sim, o Eriol também aparece na fic, mas só no capítulo 9 e não é por muito tempo, depois verás porquê. Pronto, aqui tens um capítulo grande como querias. Espero que tenhas gostado.
