Nota do autor: As personagens de Card Captor Sakura não me pertencem.

Capítulo 8: Conversas Importantes

Quando o Shaoran entrou na sala, deparou-se não só com o Wei, mas também com a sua prima Meilin e a sua mãe, Yelan.

"Mãe, o que estás aqui a fazer?"

"Vim buscar-te Shaoran." – disse a Yelan. – "Vamos voltar juntos para Hong Kong."

"Eu não quero voltar." – disse o Shaoran.

"O teu lugar não é aqui." – disse a Yelan.

"Mas… mas…"

"Nada de mas." – disse a Yelan, numa voz definitiva. – "Vais arrumar as tuas coisas e vamos embora amanhã."

"Mãe… por favor, deixa-me ficar, pelo menos até Domingo." – pediu o Shaoran.

"Porquê até Domingo?"

"Porque no Domingo vamos representar uma peça de teatro." – disse o Shaoran.

"Uma peça de teatro?" – perguntou a Meilin, entusiasmada. – "Que peça?"

"A Bela Adormecida."

"Ah, já fizemos essa peça uma vez." – disse a Meilin. – "Eu estive muito bem no meu papel de bruxa má, não estive?"

"Achas que eu vou adiar a nossa partida por causa de uma peça de teatro?" – perguntou a mãe do Shaoran, com um olhar sério.

"Mas mãe, a peça é muito importante para mim." – disse o Shaoran.

"Que papel é que vais representar?" – perguntou a Meilin.

"Vou ser o príncipe." – disse o Shaoran.

"Ah, o príncipe." – disse a Meilin pensativa. – "É um óptimo papel para ti."

"Não, nem pensar, tu voltas para Hong Kong connosco, amanhã." – disse a Yelan, num tom definitivo.

"Mãe, não podes fazer isto! Isto é muito importante para mim." – disse o Shaoran.

"Vá lá tia Yelan." – pediu a Meilin. – "Porque é que não ficamos aqui até Domingo? Partimos na segunda-feira de manhã para Hong Kong e assim assistimos à peça do Shaoran."

"Sim, vá lá mãe." – pediu o Shaoran.

"Hum… se tu me prometeres que depois da peça vamos embora, eu aceito ficar até Domingo." – disse a mãe do Shaoran.

O Shaoran ficou pensativo durante um momento. Se ele recusasse, teria de ir embora amanhã, mas se prometesse, sempre tinha até Domingo para estar com a Sakura.

"Eu aceito." – disse o Shaoran.

"Então, eu vou levar as vossas malas para os quartos." – disse o Wei.

A Yelan seguiu o Wei e a Meilin ficou sozinha com o Shaoran na sala.

"E quem vai ser a princesa?" – perguntou a Meilin.

"A Tomoyo."

"Oh, pensei que fosse a Sakura." – disse a Meilin. – "Sabes que o príncipe vai ter de beijar a princesa e…"

Só nesse momento é que o Shaoran se apercebeu que teria de beijar a Tomoyo. Nunca lhe tinha passado isso pela cabeça. Não que a Tomoyo não fosse bonita, não era o caso, mas a única pessoa que ele queria beijar era a Sakura.

"Eu… não tinha pensado nisso."

"Pois é… seria melhor se a Sakura tivesse ficado com o papel de princesa." – disse a Meilin. – "Amanhã vou contigo para a escola. Quero rever as pessoas e posso ajudar-te a decorar o teu papel."

"Está bem." – disse o Shaoran.

No dia seguinte, o Shaoran levantou-se cedo para ir para a escola. Ao chegar à cozinha viu que a Meilin já estava levantada e o Wei também.

"Bom dia." – disse o Shaoran.

"Bom dia menino Shaoran." – disse o Wei.

"Vês Shaoran, hoje levantei-me cedo." – disse a Meilin sorrindo. – "Vamos os dois para a escola!"

Depois deles terem tomado o pequeno-almoço, saíram de casa e começaram a caminhar em direcção à escola.

"Então… já te declaraste à Sakura?" – perguntou a Meilin.

"Sim."

"A sério?" – perguntou a Meilin. – "E o que foi que ela respondeu."

"Até agora… nada."

"Nada?" – a Meilin exibiu uma expressão de surpresa. – "Nada de nada?"

"Nada mesmo."

"Oh, parece que eu vou ter de falar com a Sakura." – disse a Meilin. – "Afinal, tu dispensaste uma beldade como eu porque gostavas dela e ela nem diz se gosta de ti ou não."

"Meilin…"

"O que foi? Não estou a dizer mentira nenhuma." – disse a Meilin e depois pegou nas mãos do Shaoran. – "Eu quero que tu sejas feliz e quero que a Sakura também seja feliz."

"Eu sei Meilin."

"Ainda bem que sabes." – disse a Meilin sorrindo. – "E como vai a Tomoyo? Ela têm-me escrito várias vezes, é uma querida. Ela diz que está bem, mas será que isso é totalmente verdade?"

"Ela parece-me bem." – disse o Shaoran. – "Porque é que ela haveria de estar mal."

A Meilin observou atentamente o primo e, vendo que ele não tinha percebido, abanou a cabeça e disse:

"Não, não é nada."

Eles chegaram à escola, dirigiram-se à sala de aula e entraram. A Tomoyo estava lá, pensativa como no dia anterior. A Rika estava a ler o seu guião, afinal fazer de bruxa má não era fácil.

A Naoko ouvia animadamente as mentiras do Yamazaki, enquanto a Chiharu ia ficando cada vez mais furiosa. A Sakura ainda não tinha chegado.

"Bom dia a todos!" – gritou a Meilin e todos se viraram para ela.

"Meilin!" – gritou a Tomoyo.

"Voltaste!" – gritou a Rika.

"Vim passar esta semana a Tomoeda." – disse a Meilin. – "Como é que estão todos vocês?"

Enquanto a Meilin era cumprimentada por todos, o Shaoran caminhou até à sua secretária e sentou-se. Pouco depois a Tomoyo veio ter com ele.

"Então Shaoran, pareces abatido."

"É que… depois da nossa peça, eu vou voltar para Hong Kong, definitivamente." – disse o Shaoran.

"A sério?"

"Sim."

"Oh, então tens de aproveitar ao máximo o tempo." – disse a Tomoyo.

Nesse momento a Sakura entrou na sala e ao ver a Meilin, ela sorriu e abraçou-a.

"Meilin, que bom ver-te outra vez."

"Também é bom ver-te Sakura." – disse a Meilin. – "Depois das aulas temos de falar."

"Está bem." – disse a Sakura.

Depois de ter falado com todos, a Meilin aproximou-se da Tomoyo.

"Tomoyo, preciso de falar contigo."

"Está bem. Falamos depois das aulas." – disse a Tomoyo.

"Não, temos de falar agora." – disse a Meilin.

"Ah, tudo bem. Vamos falar para o corredor." – disse a Tomoyo, saindo da sala e sendo seguida pela Meilin.

"O que queres falar comigo Meilin?" – perguntou a Tomoyo, com alguma curiosidade.

"Primeiro, queria agradecer-te por me teres apoiado quando o Shaoran terminou o noivado entre mim e ele."

"Não é preciso agradeceres Meilin, tu és minha amiga e os amigos ajudam-se uns aos outros."

"Eu sei." – disse a Meilin. – "Mas há amigos que sacrificam a sua felicidade pelos outros."

"O que queres dizer?"

"Tomoyo, tu escreveste-me dizendo que tentarias juntar o Shaoran e a Sakura e até aí estamos de acordo." – disse a Meilin.

"Então, qual é o problema?"

"O problema é que tu também gosta da Sakura, tal como o Shaoran."

"Não, isso não é…"

"Sim, é verdade." – disse a Meilin. – "Mas nunca tiveste coragem para lhe dizer."

"Meilin, não…"

"Não me digas que não gostas dela, porque eu não acredito." – disse a Meilin. – "A maneira como sorris para ela, como te dedicas a ela, como olhas para ela…"

"Pronto, gosto dela e depois?" – perguntou a Tomoyo, que começava a ficar chateada.

"Devias dizer-lhe o que sentes por ela." – sugeriu a Meilin. – "Tal como tu encorajaste o Shaoran…"

"Eu sei, mas eu sou feliz assim." – disse a Tomoyo. – "Desde que a Sakura esteja feliz, eu também estou."

"Tu é que sabes Tomoyo, mas eu gostava de te ver inteiramente feliz." – disse a Meilin.

"Eu sei, mas eu estou bem assim."

"Se tu lhe contares que gostas dela, vais saber a reacção dela…"

"Que vai ser negativa."

"Mesmo assim, ela vai compreender-te e tu vais conseguir livrar-te desse amor e vais poder procurar outro."

"Não Meilin, eu estou bem assim."

"Tu é que sabes, mas pensa no que me aconteceu." – disse a Meilin. – "O Shaoran acabou comigo, fiquei triste, é verdade, mas agora estou livre para procurar alguém que goste mesmo de mim."

"Meilin, não insistas mais, por fazer." – pediu a Tomoyo.

"Tu é que sabes, mas um dia vais lembrar-te do que eu te disse hoje." – disse a Meilin. – "Bem, falando de outra coisa, sabes quais são os sentimentos da Sakura em relação ao Shaoran?"

A Tomoyo voltou a sorrir.

"Ela está apaixonadíssima por ele."

"Então porque é que ela não lhe disse?" – perguntou a Meilin.

"Ela diz que tem vergonha."

"Ai meu Deus, a Sakura às vezes parece maluquinha." – disse a Meilin. – "Se ele gosta dela e ela goste dele, qual é o problema em ela lhe dizer?"

"Eu disse-lhe isso, mas ela não me quis ouvir." – disse a Tomoyo.

Nesse momento tocou a campainha, anunciando que as aulas iam começar. A Tomoyo e a Meilin entraram na sala de aula. O professor Terada chegou pouco depois, falou um pouco com a Meilin e mandou-os a todos irem treinar os seus papéis na peça.

Na escola do Touya, ele estava a falar com o seu professor.

"Fazes as provas esta tarde."

"Muito bem." – disse o Touya.

"Vem ter a esta sala às 15:30."

"Certo."

Os alunos começaram a entrar para a aula e o Touya sentou-se entre eles.

Duas horas depois, o professor Terada disse que eles precisavam de um intervalo e eles saíram da sala.

"Sakura, podemos falar agora?" – perguntou a Meilin.

"Está bem." – disse a Sakura, seguindo a Meilin até um canto. – "Então, o que me queres dizer?"

"A Tomoyo disse-me que estás apaixonada pelo Shaoran, é verdade?" – perguntou a Meilin.

A Sakura corou imenso.

"Sim." – respondeu ela. – "Eu sei que tu e ele terminaram o noivado e…"

"Estás preocupada porque eu ainda posso gostar dele?"

"Sim."

"Eu gosto muito do Shaoran, nunca vou deixar de gostar, mas já não o amo."

"Oh." – disse a Sakura.

"Mas estamos a falar de ti e não de mim." – disse a Meilin. – "Se tu gostas dele, porque é que não te declaras de uma vez?"

"Porque… eu tenho vergonha."

"Sakura, por favor, não sejas assim, ele ama-te!"

"Eu sei… mas não consigo dizer-lhe o que sinto." – disse a Sakura.

"Tens de lhe dizer o mais rápido possível."

"Porquê?"

"Porque a mãe dele e eu viemos para o buscar e ele vai-se embora no Domingo, depois da peça."

"O quê?"

"É verdade Sakura." – disse a Meilin. – "Por isso, por vocês os dois, diz-lhe que o amas o mais rápido possível."

"Está bem Meilin, eu prometo." – disse a Sakura. – "O mais tardar… no Domingo."

"Mas no Domingo já vai ser demasiado tarde." – disse a Meilin.

Nesse momento o professor Terada mandou-os a todos entrar de novo na sala e elas tiveram de interromper a conversa, mas a Sakura ficou a pensar no que a Meilin lhe tinha dito.

Depois das aulas terminarem a Sakura decidiu ir para casa, ignorando a proposta que a Tomoyo lhe tinha feito de irem ensaiar juntas novamente.

Quando a Sakura chegou a casa, o Touya já estava a almoçar.

"Nem esperaste por mim Touya." – queixou-se a Sakura.

"Sakura!" – gritou o Kero, voando pelas escadas abaixo. – "O teu irmão não me quis dar de comer!"

Desde que o Touya tinha dado os seus poderes ao Yukito e que a Sakura descobrira que ele sabia que ela era uma Caçadora de Cartas, que o Kero podia andar livremente pela casa da Sakura, quando o pai da Sakura não estava.

Mas o Touya não simpatizava nada com o pequeno animalzinho e o Kero também não gostava muito do Touya.

"Calma Kero." – disse a Sakura. – "Eu vou preparar tudo para comermos os dois."

"Eu preparei comida para ti Sakura, mas não preparei nada para o animalzinho." – disse o Touya.

"O meu nome é Kero!" – gritou o Kero enfurecido, mas o Touya ignorou-o.

"É hoje que vais fazer os testes para ganhares a bolsa?" – perguntou a Sakura.

"Sim." – respondeu o Touya. – "Tenho de me despachar."

"Está bem. Eu hoje já não tenho mais aulas." – disse a Sakura.

Enquanto a Sakura, o Touya e o Kero comiam, a carta do Vazio andava a fazer das suas. Ela já tinha feito desaparecer algumas pessoas e até uma casa, mas tinha de ter cuidado ou a Sakura desconfiaria de alguma coisa.

A carta do Vazio voou até ao quarto da Sakura e mais uma vez usou magia para abrir o livro. Rapidamente, a carta do Vazio chamou as outras cartas e apenas deixou ficar seis cartas no livro: O Vento, a Alada, o Bosque, o Espelho, o Fogo e a Luz.

Depois disso a carta do Vazio desapareceu. O rapaz de cabelos negros, apanhados num rabo-de-cavalo sorriu. Ele estava sentado numa árvore ali perto.

"A carta do Vazio está a fazer um óptimo trabalho." – disse ele. – "No Domingo é o grande dia para a Sakura e a carta vai tornar o dia mesmo grande e… fenomenal. Ela vai sofrer muito… bem… eu não estou muito feliz com isto… mas são as ordens do meste e eu não posso desobedecer…"

O rapaz saltou da árvore e depois seguiu o seu caminho.

O Touya saiu de casa e foi em direcção à escola. A Sakura subiu até ao seu quarto e deitou-se na sua cama. O Kero ficou a comer na cozinha.

"O Shaoran vai-se embora depois da peça." – pensou a Sakura. – "Só faltam alguns dias… tenho de lhe dizer que o amo… o mais rápido possível."

Continua…

E aqui está mais um capítulo. A Meilin decidiu falar com a Tomoyo e depois com a Sakura. Agora que a Sakura sabe que o Shaoran se vai embora em breve, será que ela irá confessar o seu amor? E o Touya, será que ele vai ganhar a bolsa de estudos e vai para o estrangeiro? Esperem pelo próximo capítulo e descubram tudo! Mandem reviews por favor!

Agradeço a todos os que me mandaram reviews.