Nota do autor: As personagens de Card Captor Sakura não me pertencem.

Capítulo 9: Um Telefonema e uma Reconciliação

O Touya entrou na sua sala, o seu professor e outro que ele não conhecia, estavam lá.

"Ah, finalmente que chegaste Kinomoto." – disse o professor. – "Este é o professor que vai supervisionar os testes que vais fazer."

"Olá, eu sou o professor Asuky." – disse o homem que o Touya não conhecia.

"Prazer em conhecê-lo." – disse o Touya.

"Bem, boa sorte Touya." – disse o professor, saindo da sala.

"Vamos começar com o primeiro teste." – disse o professor Asuky. – "Toma."

Ele entregou ao Touya o primeiro teste e o Touya começou a fazê-lo.

O telefone tocou em casa da Sakura e ela atendeu:

"Está? Quem fala?"

"Olá Sakura, sou eu, o Eriol."

"Eriol!" – disse a Sakura sorrindo. – "Que bom que estou a falar contigo."

"Ah, isso quer dizer que tiveste saudades minhas?"

"Claro." – respondeu a Sakura.

"Olha, estou a ligar-te porque vou chegar a Tomoeda na sexta-feira."

"Vens para Tomoeda? Porquê?"

"Poderia dizer-te que são apenas saudades vossas, mas não é totalmente verdade." – disse o Eriol. – "Sinto que uma força estranha anda a pairar em volta de Tomoeda."

"Eu não sinto nada." – disse a Sakura.

"Será porque andas a pensar em muita coisa e não prestas atenção ao nível de magia que anda à tua volta?"

A Sakura corou. Sim, ela andava muito ocupada a pensar no Shaoran e também na peça de teatro.

"De qualquer maneira, é só para te avisar para estares alerta, ok?" – perguntou o Eriol.

"Está bem Eriol, adeus."

"Adeus Sakura, fica bem." – disse o Eriol, antes de desligar o telefone.

O dia passou rapidamente. O Touya terminou os seus testes e iria receber os resultados na sexta-feira. A Sakura ficou a pensar durante toda a tarde.

No dia seguinte, a Sakura chegou atrasada à escola, porque tinha dormido demais novamente.

Na escola do Yukito e do Touya, eles continuavam sem se falar.

A Sakura tentou falar com o Shaoran e declarar-se mas não tinha coragem para isso. Além disso, começou a circular a notícia de que algumas pessoas tinham desaparecido.

"É verdade." – disse a Naoko. – "Um primo meu desapareceu."

"E um vizinho meu também." – disse a Chiharu.

"Oh, sabem, antigamente as pessoas desapareciam misteriosamente, é verdade. Dizia-se que podiam tornar-se invisíveis." – disse o Yamazaki. A Chiharu agarrou-o pela orelha.

"Só tu é que não desapareces de vês." – disse a Chiharu.

A Sakura e a Meilin estavam muito interessadas na conversa e ficaram a ouvir. O Shaoran chamou a Tomoyo à parte porque queria falar com ela.

"Tomoyo, temos de falar."

"O que queres Shaoran?"

"Sabes… é sobre a peça."

"Hum…"

"É por causa dos nossos papéis." – disse o Shaoran.

"Ah, por causa do beijo, queres tu dizer?"

"Exactamente."

"Ah, não te preocupes, nós não nos vamos beijar."

"Não?" – perguntou o Shaoran surpreendido. – "Mas é o que está escrito no guião."

"Oh, mas eu não vou fazer de princesa."

"Tomoyo, estás a deixar-me confuso."

"Amanhã verás." – disse a Tomoyo. – "Não fiques preocupado, ok?"

"Está bem Tomoyo." – disse o Shaoran. – "Confio em ti."

"Ainda bem Shaoran." – disse a Tomoyo sorrindo.

Depois das aulas acabarem, a Sakura, a Meilin, o Shaoran e a Tomoyo decidiram ir dar uma volta ao parque do Rei Pinguim.

"Aí, já só faltam três dias para a apresentação da peça." – disse a Sakura. – "Estou nervosa."

"Calma Sakura, tudo vai correr bem." – disse o Shaoran.

"Sakura, agora as coisas têm andado calmas em Tomoeda, não é?" – perguntou a Meilin. – "Espero que desta vez nenhum pinguim nos ataque."

"Oh, isso não vai acontecer." – disse a Sakura. – "Era o Eriol que provocava isso, mas agora ele não está cá."

"Ah, fico mais descansada assim." – disse a Meilin.

"Falando em Eriol, ele telefonou-me e disse-me que chega amanhã." – disse a Sakura.

"A sério?" – perguntou a Tomoyo. – "Isso é bom."

"Finalmente vou conhecer esse tal Eriol." – disse a Meilin. – "Ele causou-vos muitos problemas e vai ouvir-me!"

"Meilin, ele só fez isso para que eu transformasse as cartas de Clow em cartas de Sakura." – disse a Sakura.

"Não importa. Ele vai ouvir-me na mesma!" – disse a Meilin.

O Shaoran estava pensativo. Se o Eriol tentasse aproximar-se da Sakura com palavrinhas doces, ele, o Shaoran, iria tomar medidas e o Eriol iria arrepender-se.

"E porque é que ele vem para cá Sakura?" – perguntou a Tomoyo.

"Ele diz que uma força estranha anda a pairar à volta de Tomoeda." – disse a Sakura.

"Eu não senti nada." – disse o Shaoran.

"O Eriol disse que eu devia andar distraída para não sentir essa força." – disse a Sakura, corando um pouco.

O Shaoran corou também e a Tomoyo riu-se. A Meilin pareceu intrigada com a conversa.

"Para ele sentir as energias de tão longe… ele vive em Londres, não é?" – perguntou a Meilin. – "Bem, ele deve ser mesmo poderoso."

"Oh, é sim." – disse a Sakura. – "Afinal ele é a reencarnação do mago Clow."

"Vamos lá continuar a caminhar." – disse o Shaoran.

"Que tal se fossemos comer alguma coisa?" – perguntou a Tomoyo. – "Há uma pastelaria perto daqui. Tens uns bolos deliciosos."

"Então vamos lá." – disseram a Sakura e a Meilin ao mesmo tempo.

Eles saíram do parque rapidamente. Não repararam que a carta do Vazio apareceu por trás duma árvore.

"Hum… peça de teatro no Domingo… é o dia perfeito para acabar com a Caçadora de Cartas." – disse a carta do Vazio. – "Mas hoje vou divertir-me."

A carta do Vazio voou até ao pé do Rei Pinguim.

"Que coisa tão feia." – disse ela. – "É melhor livrar-me dele."

Ela usou uma esfera negra e o Rei Pinguim desapareceu.

"Assim fica muito melhor." – disse a carta do Vazio, antes de desaparecer.

Nesse momento a Sakura e os amigos entraram na pastelaria e sentaram-se numa mesa. Um empregado veio perguntar-lhes o que queriam pedir e depois de eles escolherem, ele afastou-se.

"Olha, aquele ali no canto não é o Yukito?" – perguntou a Meilin.

"Oh, é verdade." – disse a Sakura.

"Ele parece abatido." – disse a Tomoyo.

"Está pálido." – disse o Shaoran.

"Deve ser por causa da decisão do Touya." – disse a Sakura.

"Que decisão?" – perguntaram os outros.

"Ele quer ir estudar para o estrangeiro." – explicou a Sakura. – "Ontem fez alguns testes para ver se consegue ganhar uma bolsa de estudos."

"Oh, estou a perceber." – disse a Tomoyo. – "O Touya pode ir-se embora e o Yukito anda desanimado."

"Sim." – disse a Sakura.

Ela não sabia que o Touya se tinha declarado ao Yukito, porque o Touya não lhe tinha contado e o Yukito também não tinha falado com ela.

Nesse momento o Yukito levantou-se da sua mesa, pagou, passou perto da Sakura e dos amigos, disse-lhes um olá e saiu da pastelaria.

"Ele está mesmo mal." – disse o Shaoran.

"Acho que tenho de falar com ele." – disse a Sakura.

"Sim, mas não agora." – disse a Tomoyo. – "Vêm aí os nossos bolos."

E os quatro ficaram calmamente a comer os bolos que tinham pedido.

Era a manhã de sexta-feira e a Sakura já estava levantada. O Touya também estava levantado porque além de ter de ir para a escola, ele queria saber os resultados dos seus testes.

A Sakura gostava de saber a que horas é que o Eriol chegava, mas como não lhe tinha perguntado e não sabia o número de telefone dele, não lhe podia ligar.

"O papá ainda não disse nada?" – perguntou a Sakura.

"Não, ele deve estar com muito trabalho." – disse o Touya.

"Mas ao menos podia ter ligado a dizer que estava tudo bem." – disse a Sakura, desconhecendo que a carta do Vazio tinha feito o pai dela desaparecer.

A Sakura e o Touya saíram de casa juntos e passaram pela casa do Yukito. Mais uma vez, o Yukito não estava lá à espera deles, por isso eles seguiram o seu caminho.

A Sakura despediu-se do Touya, desejando-lhe boa sorte e entrou na sua escola. Depois de ter mudado de sapatos, caminhou até à sua sala e entrou.

"Tomoyo! O que se passou contigo?" – perguntou a Sakura, ao ver a Tomoyo, com uma perna engessada.

"Ah Sakura, eu cai das escadas ontem." – disse a Tomoyo. – "Mas agora já estou bem."

"Como estás bem? Partiste uma perna." – disse a Sakura.

"Pois é e assim não posso fazer de princesa no próximo Domingo." – disse a Tomoyo.

"Oh, mas isso é terrível!" – disse a Sakura. – "O que será que devemos fazer?"

"Temos de escolher outra pessoa para o papel." – disse a Tomoyo.

Nesse momento o Shaoran entrou na sala, acompanhado pela Meilin.

"Oh, o que aconteceu Tomoyo?" – perguntou a Meilin.

"Cai das escadas ontem." – disse a Tomoyo. – "Já não posso fazer o papel de princesa."

"Oh, isso é mau… ah, espera, já sei, vou dizer ao professor Terada que eu posso fazer o papel de princesa!" – disse a Meilin entusiasmada.

O Shaoran e a Tomoyo olharam um para o outro, alarmados.

"Meilin, vem aqui que eu preciso de te dizer uma coisa." – disse o Shaoran.

A Meilin seguiu o Shaoran até a um canto da sala.

"O que foi?" – perguntou a Meilin.

"Tu não podes fazer de princesa."

"Porquê?"

"Porque é suposto a Sakura fazer de princesa."

"A Sakura?" – perguntou a Meilin surpreendida e depois pareceu compreender. – "Ah… parece-me que estou a entender."

"É tudo um plano da Tomoyo."

"Claro, ela livra-se do papel de princesa e a Sakura toma o seu lugar." – disse a Meilin. – "O que quer dizer que vais ter de beijar a Sakura."

O Shaoran corou e abanou a cabeça.

"Certo, então eu não vou ficar com o papel e vou dá-lo à Sakura." – disse a Meilin.

"Obrigado Meilin." – disse o Shaoran.

No aeroporto, o Eriol acabava de sair do avião, na companhia da Nakuru e do Spi, que estava escondido.

Depois de saírem do aeroporto, eles apanharam um táxi.

"Vai ser bom rever a Sakura e os outros." – disse o Eriol.

"Sim, vou rever o meu Touya!" – disse a Nakuru com um brilho nos olhos.

Nesse momento, a carta do Vazio apareceu em frente ao táxi. O Eriol e a Nakuru avistaram-na breves segundos antes da carta lançar uma esfera negra, que fez com que o táxi e os seus ocupantes desaparecessem.

"Aha! O mestre Clow prendeu-me na sua outra encarnação, mas agora eu acabei com ele." – disse a carta do Vazio, antes de desaparecer.

O rapaz de cabelos negros estava a observar tudo ali perto.

Na escola do Touya e do Yukito, a campainha tinha acabado de tocar. O Touya ficou para trás, para perguntar quais tinham sido os resultados das suas provas.

"Lamento, mas não conseguiste a bolsa de estudos." – disse o professor.

"Oh… não faz mal. Obrigado na mesma." – disse o Touya, saindo da sala.

O Yukito viu-o afastar-se ao longe e correu para ele.

"Touya, ouvi dizer que fizeste os testes para ganhar uma bolsa de estudo, é verdade?" – perguntou o Yukito.

"Sim." – respondeu o Touya, sem olhar para ele.

"E então? Conseguiste a bolsa?" – perguntou o Yukito.

"Não."

"Não?"

"Já disse que não." – disse o Touya mal-humorado.

"Touya, precisamos de falar."

"Não tenho nada para falar contigo."

"Por favor, vem ter comigo à minha casa às seis da tarde."

"Hum…"

"Por favor, é importante." – disse o Yukito.

"Está bem." – concordou o Touya, afastando-se do Yukito.

Na sala da Sakura…

"Então parece que temos de escolher outra pessoa para fazer o papel de princesa." – disse o professor Terada.

"Sim, que tal a Sakura?" – sugeriu a Tomoyo.

"A Sakura?" – perguntou o professor.

"Sim, afinal o papel dela nem é importante e assim não havia problema."

"Hum… parece-me bem." – disse o professor. – "Estão todos de acordo?"

"Sim!" – responderam os alunos.

"Então a Sakura fica com o papel da Tomoyo."

"Eu… não sei se vou conseguir." – disse a Sakura.

"Calma Sakura, vai correr tudo bem." – disse a Tomoyo.

Depois das aulas, a Sakura voltou para casa, feliz da vida. Tinha ficado com o papel de princesa e além disso iria beijar o Shaoran. Era perfeito! Ela só estranhou que o Eriol não lhe tivesse dito nada depois de ter chegado, mas pensou que ele deveria estar cansado da viagem.

À hora marcada, o Touya apareceu em casa do Yukito.

"Entra Touya." – disse o Yukito.

O Touya entrou em casa do amigo, ainda com uma expressão séria.

"O que tens para me dizer afinal?" – perguntou o Touya.

"Eu queria dizer-te que… o que te disse no outro dia era mentira."

"De que estás a falar?" – perguntou o Touya.

"Quando te disse que não gostava de ti, estava a mentir." – disse o Yukito, olhando nos olhos do Touya e vendo um brilho que começara a nascer lá. – "Eu tive medo, por ti e por mim. Eu não sou humano, achei que nunca irias ser feliz comigo. Mas… hoje soube que tinhas feito aqueles testes e só aí percebi que não iria conseguir ficar longe de ti. Desculpa Touya… eu amo-te, mas tive medo e…"

O Yukito não pôde dizer mais nada, porque o Touya o agarrou e deu-lhe um beijo. Claramente, todo o ressentimento tinha passado e ele agora estava feliz.

A sexta-feira passou e depois veio o sábado. A Sakura foi até à casa do Eriol, mas não o conseguiu encontrar. A Tomoyo continuou a fingir que tinha partido uma perna, para que a Sakura continuasse com o papel de princesa.

Na casa do Shaoran, a Meilin tinha conseguido convencer o Shaoran a dizer à sua mãe, Yelan, a verdadeira razão porque queria ficar me Tomoeda.

"E é essa a razão. Eu estou apaixonado pela Sakura." – disse o Shaoran.

"Tu e a aquela menina?" – perguntou a mãe do Shaoran.

"Sim… eu sei que vais dizer que ela não é adequada para um Li e…"

"Pelo contrário, ela é perfeita!" – disse a mãe do Shaoran. – "Que sorte teres-te apaixonado por ela. Ela é simpática e tem um enorme poder mágico. Vai ser óptimo tê-la como minha nora e assim vou ter netos fortes e cheios de poder mágico."

"Mãe, nós ainda só temos 12 anos."

"Isso não interessa." – disse a mãe do Shaoran. – "Não podias ter-me dado melhor notícia. Tinhas poupado muito trabalho se me tivesses dito logo que gostavas dela. Vou ter de pensar… se calhar vou deixar-te ficar em Tomoeda… se tu e a Sakura se acertarem, é claro…"

O Shaoran sorriu e a Meilin também.

Continua…

E aqui está mais um capítulo. A Tomoyo conseguiu que a Sakura ficasse com o papel de princesa, o Eriol desapareceu e o Touya e o Yukito ficaram juntos. Mas e a carta do Vazio, que fará ela a seguir? E a mãe do Shaoran, será que o deixará ficar em Tomoeda? Esperem pelo próximo capítulo, que será também o último e descubram tudo! Mandem reviews por favor!

Agradeço a todos os que me mandaram reviews!