Aquelas Doces Palavras

Capítulo 7 – O fim da guerra

Quando acordou, Gina demorou um pouco pra lembrar onde estava e o que tinha acontecido na noite anterior, mas não tardou pra que as cenas de sua noite com Draco lhe viessem à mente. Ela sorriu. Tateou a cama a procura do seu loiro, mas em seu lugar encontrou um bilhete.

Não se preocupe, eu vou voltar. Te amo.

Sorriu de novo. Notou que aquele não era seu dormitório na escola, era um quarto na sede da Ordem. Como ela tinha ido parar ali é que não conseguia lembrar. Mas aos poucos as lembranças do ataque à Hogwarts voltaram: Ela e Mione conversando, os comensais, os corredores... a dor. Na verdade doía novamente só lembrar, então ela decidiu ir tomar café e se distrair com outras coisas só que a casa estava vazia, e totalmente em silêncio. Gina se assustou com isso porque aquela casa nunca ficava vazia.

Ela desceu e na cozinha encontrou sua mãe, que tentava preparar algo pra comer, mas era evidente a falta de concentração de Molly.

"Mãe?"

"Graças a Merlin! Você acordou! Quando acordou? Sente alguma dor? Aliás o que a srta. faz aqui embaixo? Porque não me chamou?"

"Acordei... Hum... Agora."– Ela não iria dizer que tinha acordado noite anterior teria que dar explicações que não tinha. – "Eu estou bem. Não se preocupe. Quanto tempo eu dormi? E porque não estou em Hogwarts?"

"Umas duas semanas e as aulas foram suspensas depois do ataque. Você lembra do ataque, não?"

"Lembro sim, mas preferia esquecer. "– Ela falou isso não intenção de encerrar o assunto, pois sabia que a mãe a encheria de perguntas e ela realmente não queria lembrar do ataque, mas por via das dúvidas ela preferiu impor outro rumo à conversa - "Onde estão todos?" - Na verdade Gina não queria saber de todos, e sim de Draco, o que ele fazia ali e onde ele estava que não acordou com ela. Mas ela teria que dar explicações de como sabia que Draco estava ali se ela estava dormindo. Malditas mentiras e maldito Draco que foi nascer Malfoy.

O semblante de Molly se fechou ao ouvir a pergunta da filha. A matriarca dos Weasley encarou por alguns segundos o relógio que marcava "Perigo Mortal" pra todos os membros da família – exceto ela, Gina e Percy, que ainda estava de relações cortadas com eles – e de quebra os amigos, incluindo Draco. A garota que seguiu os olhos da mãe com os seus, não precisou de mais nada pra entender o que se passava. Elas se abraçaram, pedindo aos céus que ficasse tudo bem.

Gina não conseguiu mais nem pensar em comer, tudo que ela pensava era no pai, nos amigos, nos irmãos e Draco que deviam estar lutando.

Quase uma hora depois, ouviu-se um barulho na cozinha. Molly e Gina correram pra lá e viram Harry, segurado por Rony e Hermione. O menino-que-sobreviveu parecia ter sido atropelado por uma manada de Hipogrifos. As roupas rasgadas e sujas, um semblante de dor no rosto, completamente suado, muitos ferimentos espalhados pelo corpo. Estava muito mal.

Os outros dois também não estavam nada bem Rony também tinha a blusa rasgada, os lábios estavam partidos e um olho roxo e inchado. Provavelmente resultados de uma luta corporal, o que é bem típico do garoto. E Mione, seu rosto transpassava a dor que devia estar sentindo, seu nariz sangrava e os dedos da mão esquerda estavam quebrados, como se alguém tivesse pisado neles.

A Sra. Weasley correu pra cuidar de Harry e pediu que Gina visse os ferimentos de Rony e Mione.

"Não esperava te ver acordada quando chegasse. Que bom que você está bem, Gina."

"É. Mas olha só vocês. O Rony com esse olho. Deixa eu cuidar disso e você fica quieta aí Hermione e vira essa cabeça pra trás. Assim melhora esse sangramento pelo menos até eu mexer nisso."

"Num precisa, Gi. Eu posso cuidar disso. Cuida do olho do Rony."

"Pode cuidar nada! Senta aí! Eu já vejo seu nariz." – Gina olhou feio pra amiga, a ruiva estava preocupada com eles. Como ela lia muito a respeito de feitiços de cura, ela sabia cuidar dessas coisinhas básicas. Logo o olho de Rony estava bem melhor e o nariz de Hermione parara de sangrar.

Molly cuidou das feridas de Harry, o colocou no banho, ofereceu-lhe algo pra comer, e agora dava uma poção pra que ele pudesse dormir, não havia mais nada que pudesse fazer pelo menino. Assim que ela voltou pra cozinha, mais um barulho de gente aparatando. Era Arthur.

"Oh! Arthur, finalmente! Eu não agüentava mais." – Ela o abraçou forte. Ele soltou um muxoxo de dor. – "O que aconteceu?"– Não era só Molly que queria saber o que tinha acontecido, Gina também olhava para o pai pedindo que ele dissesse o que havia acontecido. Arthur sorriu para a filha, aquele sorriso passava uma tranqüilidade que não combinava com o que o coração da menina sentia naquele momento.

Atendendo às suplicas silenciosas ele sentou na cadeira mais próxima de si.

"Accio penseira." – Uma "bacia" com um liquido prateado, invadiu a cozinha e posou em cima da mesa. Arthur encostou a varinha em sua têmpora e um fio prateado foi "desgrudado" da cabeça dele.

Uma sala pequena, de uma casa igualmente pequena, suja, mal-cuidada. Tudo indicava que aquela casa não tinha moradores há muito tempo e que estava sendo usada somente naquela noite. Draco Malfoy aparatara lá, conforme seu pai lhe instruíra.

Várias pessoas com máscaras e capas pretas o esperavam. Em seus olhos, Draco via mais que crueldade, via admiração e orgulho direcionados a ele. Não haviam cadeiras, todos estavam de pé formando um círculo, Draco intuiu que ficaria no meio dele, mas não saiu do lugar. Sim, ele estava com medo.

Ele sentiu uma mão tocar-lhe o ombro. Virou de costas e viu os olhos claros. Era a mulher que torturara Gina, ela estava ao lado de seu pai, que não trazia o capuz sobre o rosto.

- Você está pronto, filho?- Lucio Malfoy sorria para o filho, como se perguntasse se o garoto queria um doce.

- Sim, pai. Estou. – Simples, claro, objetivo e sem hesitar.

A mulher colocou nele uma capa igual a que todos usavam e o ritual teve início. Frases em latim saiam da boca de Lucio Malfoy e Draco pouco conseguia entender dela, mas sabia que o calor que ele estava sentindo e o formigamento no braço eram culpa das tais frases. Medo de novo. Impossível não senti-lo.

A última frase foi entendida claramente por Draco.

- Entrego meu filho a ti, meu mestre.

Voldemort apareceu na sala, uma enorme cobra nojenta. E estava cada vez mais perto de Draco. A boca aberta, a língua sibilando coisas que só Harry Potter podia entender, os olhos vermelhos encaravam Draco e a sensação não era nada boa, era como ver a morte na sua frente.

- Draco, dê seu braço a ele. – Era a voz de Lúcio. Draco se viu sendo entregue de bandeja pra morte, e pelo seu próprio pai. Mas ele não arruinaria o plano. Ele calmamente, levantou a manga da capa e esticou o braço.

Uma luz branca invadiu a sala e atingiu a cobra que entre sibilos se tornou em um homem alto, de cabelos negros e pele extremamente pálida. Tom Riddle, Lord Voldemort, Lord das Trevas, Você-sabe-quem, Aquele-que-não-deve-ser-nomeado ou seja lá o nome que ele recebesse a aparência assustadora ia ser sempre a mesma.

Ao fundo da sala podia se ver Harry Potter. Ele disparara o feitiço que salvara a vida de Draco e agora se aproximava de Voldemort, enquanto outros membros da Ordem invadiram a casa e a enfeitiçaram pra que ninguém pudesse sair de lá. Começara a batalha.

- É...menino Potter. Tens os olhos de tua mãe, já te falaram isso?

- Sim. E você o sangue impuro do seu pai.

- Cruccio! Menino idiota! Atrevido como o pai! – Harry caiu no chão, tamanha era a dor que sentia. Parecia que seu coração era espremido por todos os outros órgãos e ele não podia respirar.

- Ha...haha.. Bem ti..pico de vo..cê, Voldemort.

- Hum, o menino-que-sobreviveu não tem medo de falar o nome do assassino de seus pais. Cruccio!

- AHHHHHH! – Dor.

- Vamos lá, Tiaguinho. Diga-me se sente falta da mamãe... Bonito gesto o dela. Morrer pra salvar a vida do filho.

- Po...is é. A...mor. Você nem de...ve saber o que ... é. - Harry, jogado no chão, tentava resistir a dor que estava sentindo e pensar num jeito de virar o jogo. Mas parecia não haver nenhum.

- EXPELLIARMUS! – Uma terceira voz, gritara o feitiço que atingira Voldermort e o jogara contra a parede. Era Draco.

Ver aquilo tudo não era nada fácil. Gina tentava conter as lágrimas, parecer forte pra dar apoio à mãe que ao lado dela estava em prantos.

A cena era horrível de se ver. Gente sendo torturada, os gritos de dor ecoavam por toda a sala. Alguns estavam caídos no chão, mortos. Outros, muito feridos, jogados em um canto qualquer pedindo a Merlin que os comensais não os vissem. Mas nada era pior de se ver que Voldemort.

Mesmo jogado contra a parede, e com a varinha de Harry apontada para o coração dele, o sorriso sarcástico não sumia de sua boca. Podia-se ver, nos olhos de Harry, que a vontade do garoto era fazer o "Grande Lord das Trevas" sentir um terço da dor que ele fez tantos sentirem e depois deixa-lo totalmente débil. Mas aquilo já devia ter terminado. Já durara demais.

- Vamos, Tiaguinho. Cumpra a profecia. Só um deve sobreviver e se você não me matar eu não irei fazer o mesmo com você. – Voldemort estava com ódio e mesmo sem a varinha ele pulou pra cima de Harry e começou uma luta corporal com ele.

Os dois rolavam no chão, havia sangue nas vestes deles. Voldemort tinha um corte no lado direito do rosto que sangrava incessantemente e Harry tinha levado um murro na boca que lhe partira os beiços.

Draco não podia fazer mais nada. Ele cuidava da mulher de olhos claros, tentava ao máximo não olhar pro lado pra não ver sua mãe sendo contida por Hermione, apenas dava amulher que tinha torturado Ginapraticamente o mesmo tratamento que Rony dava a MacNair, ou seja, espancava-a.

Voldemort bateu a cabeça de Harry contra a parede e esse, por sua vez, deu-lhe um chute no estômago que o fez se torcer de dor. Harry deu mais um chute em Voldemort, este caiu no chão. Harry precisava da varinha, mas tinha que se garantir que você-sabe-quem não ia atrapalha-lo, mais um chute e Voldemort não conseguia se mover de tanta dor.

- Accio varinha! – Voldemort fez menção de atacar Harry, mas quando se levantou o garoto já estava com a varinha em punho e apontada pro coração dele, novamente. - Espero que o inferno exista, Voldemort. AVADA KEVEDA!

A luz branca saiu da varinha de Harry e atingiu o peito de Voldemort. Acabara.

"Depois que Harry matou Voldemort, nós conseguimos deter o resto dos comensais. Eles estão em Askaban e os que morreram estão sendo queimados."

"Por que só você veio, Arthur? O que aconteceu com os outros?"

"Estão em St. Mungus. Disseram que você ficaria muito nervosa se os visse, então foram pra lá. Menos Draco. Lucio se matou, logo depois que Voldemort foi derrotado. Acho que ele preferiu morrer a ir pra Askaban. O menino foi com o ministério, queria ter certeza que todos os que sobreviveram seriam presos."

Gina abraçou o pai. Era tão bom te-lo vivo e perto dela. E seus amigos também. Sentiu-se triste por Draco, deveria ter sido muito difícil descobrir quem a mãe realmente era, apesar de já ser uma coisa provável, tratando-se de quem se tratava. Mas ao mesmo tempo ela sentiu que as coisas ficariam mais fáceis pros dois. Ela só precisava ouvir isso da boca dele. Precisava falar com ele, ter certeza que ficariam juntos.

"Bom, eu vou ver se o Rony e a Hermione estão precisando de mim." – Ela se dirigia a porta da cozinha quando ouviu seu pai chama-la.

"Gina..."

"Sim, pai?"

"Draco pediu pra te entregar isso." – Arthur segurava uma caixinha vermelha, selada pelo mesmo coração que Gina bem conhecia. Ela pegou a caixinha da mão do pai e trêmula abriu. Era o par de anéis mais lindo que ela já vira. Duas alianças em ouro branco, gravada com as iniciais D e G, entrelaçadas, e um bilhete.

Casa comigo?


N/A: Olha só, apesar de vocês estarem sendo maus comigo, eu resolvi postar o capítulo no dia certinho. Particularmente, eu gosto dele

Próximo capítulo: Lá pelo dia primeiro de maio, okz? XD

Thanks to:

Sabrina: Bem, obrigada. XD Amei o seu fofa..XD Espero que continue gostando XD

Miaka: Respondi sua pergunta? Eu achei que seria muito pesado colocar a mae do Draco torturando Gina. Mesmo a Narcisa sendo uma maldita comensal e tenod torturado Gina, ela ainda era mae dele e pow... ele estaria espancando a propria mae. /

E pow... o Draco eh perfeito naum! Imagina só acordar com ele olhando pra você totalmente apaixonado. Visão divina neh?

VAMOS COMENTAR GENTE!