Enfim o capítulo dessa semana.

Agradeço as sugestões, a mudança veio por conta de vocês... Logo entenderão. :)


Capítulo 12 – Em dobro

House entrou no hospital perto da hora do almoço e Cuddy foi imediatamente recebê-lo.

"E aí? Como está mamãe?".

"Bem. Viva!".

"Sério House. Como ela está?".

"Bem. Ela ficou com Julia. Não sei se isso é bom ou ruim".

"Julia contratou uma enfermeira que eu indiquei para acompanhar mamãe".

"Ela vai também à próxima sessão de quimioterapia com Arlene?".

"Não, ela vai ficar em casa apenas. Por quê? Você decidiu que vai a próxima quimioterapia de mamãe?". Cuddy perguntou chocada.

"Eu não, mas a sua mãe rouba no pôquer".

"O quê?".

"Ela ganhou de maneira ilícita, e eu terei que ir à próxima sessão".

Cuddy abriu um sorriso.

"Não sorria, não há nada demais nisso".

"Mamãe quer você lá! Você quer estar lá!".

"Eu quero? Você está louca?".

Cuddy sorriu. "Eu te amo, sabia?".

"De onde isso vem?".

"Obrigada!". Cuddy o beijou.

"Ah, só pra que você não se assuste. Sua mãe está... Um pouco diferente".

"Diferente?".

"Você verá".

"House!".

Mas dessa vez foi ele quem sorriu e a deixou pra trás.


"Mamãe, o que é isso?". Essa foi a reação de Cuddy ao vê-la naquela noite.

"Meu novo cabelo".

"Eu tive a mesma reação". Julia explicou.

"Ela está linda. E sexy". Peter surgiu.

Cuddy fez cara de nojo.

"Como foi a sessão?".

"Bem".

"Você teve algum efeito colateral?".

"Só enjoo, mas é bom que emagreço".

"Mãe!".

"Brincadeira! É uma merda ter enjoo. Vocês médicos deveriam se esforçar mais, esses tratamentos ontológicos são tão primitivos, vocês ganham rios de dinheiro pra isso?".

Agora sim era Arlene de verdade.

"E House? Ele ficou bem com você?". Cuddy quis saber.

"Por que não ficaria? Ele é um menino grande, um velho na verdade".

Julia riu e Cuddy franziu a testa.

"Ele não é velho, nem eu sou".

"Oh Cuddy, o tempo passa...".

"Ok, eu vim vê-la e trazer algumas vitaminas".

"Oh, deixe aí. Agora tenho um banho de sais minerais". A senhora falou já se retirando sem dar muita atenção as vitaminas.

"Ela parece bem". Cuddy falou para Julia.

"Sim, surpreendentemente melhor do que eu imaginava que ficaria".

...

Os dias passaram. As sessões de Arlene aconteceriam quinzenalmente, mas antes da próxima Cuddy tinha um ultrassom agendado para aquela tarde.

Dra. Patrícia pareceu notar algo peculiar durante o ultrassom e Cuddy já gelou.

"Patrícia me diz o que você está visualizando". Cuddy pediu enquanto seus batimentos cardíacos chegavam a 130 batidas por minuto.

House olhou o monitor mais de perto para entender o que acontecia.

"Lisa, nós não podíamos visualizar no último ultrassom, mas...".

"Mas?".

"Existem dois embriões em um único saco gestacional e uma única placenta".

"O quê?". Ela perguntou confusa.

"Gêmeos?". House perguntou sem tirar os olhos do monitor.

"Gêmeos univitelinos". A médica confirmou.

De repente ouviram um enorme estrondo.

"House!".

"Oh meu Deus!".

Ele havia desmaiado.

Dra. Patrícia tentou reanimá-lo. Cuddy levantou-se rapidamente e foi até ele. House abriu os olhos.

"Eu sabia!".

"House, você está bem?". Cuddy perguntou preocupada. "Você bateu a cabeça?".

"Eu sabia que algo estava errado com o batimento cardíaco. Eu ouvia outro som e pensei que era uma anomalia congênita ou arritmia. Mas era outro coração, claro! Faz todo o sentido. Ninguém conseguiu ouvir o que eu ouvi...".

"House... Você está bem?". Cuddy insistia.

"Quantos dedos tem aqui?". Dra. Patrícia mostrou quatro dedos.

"Dois? Oh Deus. Dois?". E House começou a ficar zonzo novamente.

Precisaram retirar House para uma sala de observação e o exame continuou. Estava tudo bem com os dois fetos e com o pai deles.

Mais tarde naquele dia, quando House caminhava para o restaurante ele notou que todos olhavam pra ele e fofocavam, riam. Mas ele fingiu não perceber. Ele entrou no restaurante, pegou sua comida no Buffet sob olhares e risadas e se sentou.

"Então quer dizer que o grande Gregory House desmaia quando ouve dois batimentos cardíacos?". Wilson se aproximou fora da visão dele.

"Eu mato Patrícia".

"Não foi ela quem me contou".

"Cuddy?".

"Ele meio que achou fofo o pai dos bebês desmaiar. Ela saiu contando para todos".

House corou. "Não foi um desmaio".

"Oh, claro que não".

"Foi uma sincope. Quem não teria isso descobrindo que colocará dois seres nesse mundo cruel?".

Wilson riu.

"No mais, ninguém percebeu nada pelos sons do coração, só eu percebi".

"Oh é porque você é louco o bastante pra isso. Nem a médica especialista, uma das melhores dos pais, havia percebido".

"Eu preciso dizer algo? Explicar sobre a incompetência de todos vocês?".

"Não mude de assunto. Você será pai de gêmeos idênticos. Quão bizarro isso é?".

"Eu serei pai. Quão insano isso é?".

"Exatamente. Em dose dupla. Deus salve o mundo!".

House roubou a comida de Wilson, levantou-se. "Agora eu comerei por três".

"Só falta o grande Dr. House apresentar sinais de uma gestação psicológica". Wilson zombou.

"Vá se foder!".

Wilson riu.


"Por que você contou pra todo mundo?". Ele invadiu a sala da namorada logo após o almoço.

"Que você desmaiou?".

"Eu não desmaiei, foi só uma sincope".

Cuddy sorriu e andou até ele. "Eu amei isso".

"Porque você é louca".

"Porque foi fofo". Ela deu um selinho nele.

"Você não está com medo?".

"Eu estou apavorada".

"Sério? Porque meio que parece que você está bem".

"Tão bem que eu marquei nutricionista assim que entrei nessa sala. Minha consulta será às duas da tarde".

"Você não tem que marcar horário, você tem que entrar na sala e ser atendida".

"Você sabe que eu não quero vantagens".

"Bobagem!".

"Pode ser pra você, pra mim isso é importante".

House balançou a cabeça. "Eu deveria ter percebido. Você estava comendo tudo descontroladamente. Sua barriga estava aparecendo já tão cedo. Seus hormônios estavam muito altos".

"Nem o primeiro ultrassom acusou gêmeos".

"Porque foi mal feito pela...".

"Não! Não quero acusações aqui".

"Você quer ser a Princesa Sara com o Cavalo de Fogo? A justiceira?".

Ela sorriu. Cuddy estava de bom humor. "Não, eu só quero ser eu com você". Ela acariciou a mandíbula dele.

"Você está me comparando a um cavalo? Bom! Você sabe sobre a fama dos cavalos de...".

"Ok House, eu tenho uma reunião em cinco...". Ela o interrompeu.

House imitou um cavalo e saiu.

Cuddy balançou a cabeça, mas não pode deixar de rir. As vezes ele era como um adolescente, fazia piadas e comentários inapropriados, mas era o adolescente dela.


House passou o resto do dia em supremo pânico. Dois fetos? Ninguém se arriscou a falar muito com ele, e seu time tentou não fazer nenhuma piada, pois perceberam a gravidade da situação.

A noite ele e Cuddy puderam finalmente conversar tão logo Rachel foi para a cama.

"Você está bem com a notícia?".

"Você estava lá. Você viu quão bem eu fiquei".

"Eu sei que foi um susto".

"Susto? É desesperador!".

"House... São dois bebês".

"Exatamente!".

"Não são dois demônios".

"Existe diferença?".

Cuddy podia ficar ferida, mas ela entendeu o pânico do namorado.

"Contrataremos ajuda para Marina, se for preciso. Compraremos dois berços, tudo em dobro".

"Você está tentando simplificar a coisa toda de propósito?".

"Não".

"Porque seguindo a sua lógica posso dizer: é o dobro de atenção, o dobro de stress, o dobro de responsabilidade, o dobro...".

"Ok, venha aqui!". Ela o chamou para mais perto. "Nós vamos resolver isso".

"Como você tem tanta certeza disso?".

"Porque estamos juntos, não estamos?".

Ele franziu a testa, aquilo era alguma armadilha? "Sim, mas... Eu sou quem sou".

Cuddy sorriu. "E eu amo isso".

"Até meses atrás você não amava totalmente".

"As coisas mudaram, eu percebi tantas coisas... Muito aconteceu...".

"Exatamente, a sua mente está tomada por hormônios maternais".

"Não é só isso. Eu te amo e eu amo a família que estamos construindo juntos".

Ele arregalou os olhos, aquela conversa era, no mínimo, desconfortável para House.

"Veja... Só teremos que comprar outra casa com mais quartos, porque só temos dois aqui".

"Você quer uma casa com quatro quartos?".

"Algo assim".

"Isso seria uma mansão".

"Nós precisamos disso...". Cuddy disse alisando a barriga. "Veja, sinta seus filhos". Ela puxou a mão de House que estava muito desconcertado.

"Sinto uma barriga em expansão". Ele disse.

"Seus filhos daqui a pouco vão empurrar tudo aqui dentro".

"Pobre de você...".

"Sim". Ela sorriu, mas manteve a mão dele sobre a barriga.

"Você... Você está bem com isso? Dois? Iguais ainda por cima?".

"Sim! Eu estou bem com isso".

"Ótimo". Ele disse por osmose e ali ficaram por algum tempo sem trocarem palavras.

"Rachel terá que saber eventualmente". House quebrou o silêncio.

"Sim, vamos falar com ela, mas não agora. Vamos esperar mais algumas semanas".

"Ela vai pensar que a mãe está ficando gorda".

"Ela não vai pensar isso".

"Oh vai! Você não sabe como as crianças são maldosas".

"Cala a boca". Ela respondeu bem humorada. "E sua mãe?".

"Ela não é tão maldosa assim...".

"Você me entendeu".

"O que tem minha mãe?".

"Você precisa contar pra ela".

"Eu irei. Eventualmente".

"House!".

"Vamos combinar assim: Quando você contar pra Rachel eu conto pra minha mãe".

"Quando NÓS contarmos para Rachel, NÓS contaremos para a sua mãe".

"Sério? Você quer falar com a minha mãe?".

"Claro que sim".

"Ok". Ele respondeu sem ter muita certeza.

"Ok". Ela concordou. "Agora me abrace... Estou tão cansada".

"Nada de sexo?".

"Talvez... Só se você fizer todo o trabalho. Estou tão cansada...".

"Deixe comigo!". Cuddy riu. Para isso ele se habilitava rapidamente. Se bem que, atualmente ele estava se esforçando para ajudar mais em casa e com Rachel.

O fato é que, apesar de House começar a fazer todo o trabalho, Cuddy não se controlou e também participou ativamente, pois se havia algo sobre Lisa Cuddy e sexo, não era passividade, definitivamente ela era ativa, muito ativa nesse quesito.


"Como você está?". Wilson perguntou no dia seguinte.

"Estou vivo, Jimmy".

"Sério. Como você está lidando com o fato de que será pai de gêmeos?".

"O que você quer que eu diga? Apavorado? Desesperado?".

"É... Eu imaginei. Eu também estaria assim".

"O que posso fazer se Cuddy gulosa multiplicou meu material genético?".

"Ok, eu sabia que você faria algum comentário nesse sentido".

"Cuddy quer comprar outra casa".

"E você vai com ela?".

"Não, eu ficarei morando nessa casa atual com Rachel e ela na nova com os gêmeos".

Wilson bufou.

"Isso é um grande compromisso Jimmy, eu sei que estou em um grande compromisso com ela desde que depositei meus ovos naquele ninho, e não é como se eu quisesse sair do galinheiro...".

"Ok, sem essas metáforas estúpidas. Cuddy não é uma galinha".

"Mas as vezes ela cacareja...".

"House!". Wilson disse corando.

"Eu quero estar com ela, realmente eu quero. Mas tenho medo de surtar com o cerco apertando. Não é bonito quando eu surto".

"Você está feliz, não está?".

"Na maior parte do tempo...".

"E você tem a ilusão de ser feliz o tempo todo? O grande Gregory House, misantropo...".

"Eu não sou idiota".

"Oh, que bom! Então não estrague isso. Mude com ela para uma casa maior, case com ela, crie seus filhos e seja feliz!".

House arregalou os olhos.

"Dr. Wilson, desculpe interromper, mas preciso de você". Uma enfermeira o chamou e House ficou lá, pensativo.

Nos dias seguintes ele evitou falar e pensar nisso. Cuddy começou a procurar casas, mas antes de falar com House queria ter algumas opções para mostrar. House havia vendido seu apartamento recentemente.

Na semana seguinte seria a nova sessão de quimioterapia de Arlene e House iria com ela.

"Você não vai fazer a barba?".

"Eu pensei que você gostava da minha barba assim".

"E eu gosto, mas você podia, pelo menos, aparar um pouco a região do pescoço".

House franziu os olhos.

"Posso fazer isso pra você?". Cuddy adorava ajudá-lo com a barba. Ela amava tudo sobre isso, era algo tão másculo, ela amava como aqueles pelos faciais o faziam parecer sexy como o inferno. Ela amava como os pelos ásperos roçava em sua virilha, em todo o seu corpo.

"Você quer fazer minha barba?".

"Quero te ajudar".

"Meu pai sempre dizia: Quando a mulher começa a mandar até na sua depilação facial é porque você virou um frouxo".

"O seu pai dizia isso?".

"Não mas... Algum pai por ai deve dizer".

Ela balançou a cabeça.

"Ou está em algum manual do macho".

"Vamos!".

"Por que isso? Porque eu vou ver sua mãe?".

"É um problema eu querer que você vá bonito?".

Ele arregalou os olhos. "Você está me jogando para a sua mãe?".

"Cala a boca!". Ela respondeu bem humorada. "Venha! Vou fazer isso".

Ele se deixou levar e Cuddy aparou a barba na região do pescoço e em seguida o beijou. "Ficou lindo!".

House se olhou no espelho. "Fiquei parecendo um cara entediante".

"De entediante você não tem nada...".

"O que você quer de mim hoje, mulher?".

"Nada! Eu estou grata porque você está acompanhando minha mãe".

"Uh...".

"É verdade. Eu te amo muito!".

House deixou a casa desconfiado, nos últimos tempos Cuddy estava doce demais com ele. Seria somente consequência dos hormônios em ebulição? Ou aquela conversa que tiveram meses atrás realmente surtiu efeito?


"Você trouxe o baralho?". House perguntou.

"Não. Eu trouxe algo melhor: Palavras Cruzadas".

"Oh, eu sou campeão nisso, você vai se arrepender".

"Vamos ver!".

E eles se divertiram. Tanto que contagiaram os demais pacientes e enfermeiras. Todos riram muito, ao final House ganhou.

"Eu te disse".

"É, você é um bastardo, mas um bastardo inteligente".

"Que bom que você assumiu o obvio".

"E arrogante".

Ele riu.

"Soube que você será pai de gêmeos".

"Cuddy te disse?".

"Sim, depois de omitir sobre a gestação acho que ela ficou preocupar de esconder de mim esse fato. Quero ver se você tem bolas pra criar dois gêmeos, não será fácil".

"Diga algo menos obvio". House reclamou.

"Pelo menos serão crianças inteligente a julgar por você e minha filha".

"Posso dizer a Cuddy que você a elogiou pelo menos uma vez na vida?".

"Que bobagem! Eu sempre a elogio".

"Bom... Você sempre a critica".

"Porque eu sempre soube que Lisa precisava desse estimulo. Se fosse diferente talvez ela estivesse agora em casa limpando a baba do marido estúpido".

"Você está comparando Cuddy com Julia?". Ele perguntou.

"Julia chegou ao seu limite e tem uma vida boa. Lisa sempre foi diferente...".

House sorriu em concordância. "Sim, ela é especial".

"E você tem muita sorte!".

"Eu sei". Ele respondeu rapidamente.

"Não estrague tudo, bastardo!".

"Eu vou tentar não estragar muito as coisas".

"Tente com mais afinco!".

Ele riu. Ela riu.

Continua...