Reviews são importantes, pessoal! Por exemplo, por causa da primeira review da entlzab e do Marck Evans, concluí que eu precisava explicar, senão tudo, pelo menos algumas coisas, e incluí dois importantes parágrafos mais para o final da história. Muitas vezes é impossível mudar uma história já em curso, mas outras vezes é fácil acrescentar ou tirar alguma coisa. Se vocês me disserem o que estão achando e quais são as suas expectativas, facilita bastante. É a vantagem de se postar em capítulos.
Respostas às reviews do capítulo anterior:
Nicolle Snape: Acho que o Harry nunca terá coragem de matar o Severus, por mais que o odeie. Obrigada pelas reviews!
srta Kinomoto: A história terá 9 capítulos. Espero que goste!
Lilibeth: Não sei se sou a única, mas sou uma das primeiras a tentar. Estou até com síndrome de abstinência de Snarry! Obrigada, Lili. Você sabe ser gentil como ninguém! Estou com saudade das tuas histórias.
Marck Evans: Pois é, o Freud já dizia que Amor e Morte vão sempre juntos. E é curioso como esse tema é forte na Rowling, a um ponto em que até me incomoda. (Parece que só quando se sacrifica se prova que se ama. Eu prefiro um amor que se constrói dia a dia, e não com sacrifícios. Mas enfim...)
Capítulo 3 - Expellianimula
Severus se ajoelhou diante de Harry, tocou-lhe a cicatriz com a ponta da varinha e pronunciou o feitiço:
— Expellianimula!
Harry gritou com toda a força de seus pulmões e garganta, e se agarrou a Severus. Fechando os olhos, Severus concentrou-se e começou a entoar o feitiço de cura. Era um feitiço intenso, que exigia de Severus toda a sua capacidade de empatia e compaixão. Ou amor, em sua acepção mais ampla: Ágape. Quando a conexão mental se estabeleceu, Severus se sentiu leve, como se flutuasse no espaço infinito. Uma sensação de paz e completude o invadiu.
Ao sentir Harry relaxar em seus braços, Severus abriu os olhos. Harry estava abraçado a ele, e inconsciente. Severus retirou cuidadosamente os braços que o enlaçavam e deitou Harry em sua cama. Nesse momento, contudo, Harry entrou em convulsão. Os olhos verdes saíram de foco, as costas se arquearam, e ele começou a tremer violentamente, agitando braços e pernas. Para impedir que Harry rolasse para fora da cama ou se machucasse, Severus se deitou sobre ele, segurando-lhe os braços com os seus. Depois de cerca de dois minutos, Harry parou de se debater. Severus se deitou na cama a seu lado e virou-o de costas para si. Passou os braços ao redor de seu corpo. Assim, caso Harry tivesse outra convulsão, poderia mover braços e pernas à vontade, que sua cabeça e pescoço estariam protegidos. Severus estava esgotado. Além de não estar ainda plenamente recuperado do Avada Kedavra, os feitiços que tivera de aplicar em Harry eram extenuantes, e o esforço que fizera para impedir que Harry se machucasse havia exaurido suas últimas forças. Apesar de toda a tensão que o dominava, Severus acabou adormecendo, segurando Harry firme contra si.
Acordou cerca de meia hora depois. Harry estava desacordado, mas respirava em ritmo tranqüilo. Severus olhou para seu próprio braço e viu que a Marca não desaparecera, mas ficara ainda mais tênue. Severus suspirou. O pesadelo, infelizmente, ainda não havia terminado.
Harry resmungou alguma coisa e abriu os olhos.
— O que foi?
— O pedaço de alma foi destruído em parte, mas não totalmente. Vamos ter de repetir o feitiço de extração.
O desânimo se refletiu na expressão do garoto.
— Estou tão cansado!
— Não vamos poder fazer isso agora. Eu também estou esgotado. Precisamos recuperar nossas forças. Você tem algo comestível em casa, Potter?
Harry fez menção de se levantar, mas Severus segurou-o.
— Não. Você fica aqui. Ou melhor... Wingardium Leviosa! — Severus fez Harry levitar junto com o colchão, afastou a cama e levantou-a, encostando-a contra a parede e, enfim, baixou o colchão outra vez, depositando-o diretamente sobre o chão.
— Por que fez isso?
— Você teve convulsões. Se acontecer de novo, é melhor que não caia da cama.
— Oh, droga... Será que isso nunca vai ter fim?
— Fique quieto aí. Eu vou até a sua cozinha ver o que se é possível fazer algo comestível.
Severus já estava quase saindo quando ouviu Harry chamá-lo.
— Snape!
— O que é?
— A horta. Você vai gostar da horta.
oOoOo
De fato, a horta era como um oásis no deserto, e seria a salvação deles. Com o que encontrou por lá, Severus conseguiu fazer uma boa sopa de legumes. Na cozinha, encontrou um pacote de torradas ainda aproveitáveis. Não era exatamente um banquete, mas Harry e ele não deviam mesmo comer comidas pesadas.
Na horta havia também vários ingredientes que poderiam ser usados para fazer poções curativas. Severus colheu camomila, artemísia, gengibre, heléboro e recolheu algumas pedras-da-lua. Não conseguiria fazer uma Poção Calmante, nem mesmo uma Revigorante, mas era possível, com aqueles ingredientes, improvisar uma poção que seria calmante e revigorante ao mesmo tempo. O caldeirão que Harry usava na escola estava dentro do baú no quarto de Harry, e Severus o invocou da cozinha.
Severus levitou duas bandejas, cada uma com uma tigela de sopa, um prato com torradas e uma caneca de poção até o quarto de Harry. Ajudou Harry a sentar-se e ajeitou uma bandeja diante dele. Então Severus lançou um feitiço de empacotar para guardar dentro do baú todos os objetos espalhados pelo quarto, depositou a sua bandeja sobre a penteadeira, virou uma cadeira de frente para Harry, sentou-se e começou a tomar a sopa.
— Não sabia que você cozinhava — comentou Harry. — Está uma delícia, a sopa.
— Não sou nenhum Chef, mas sei me virar na cozinha. Também não tenho nenhum elfo-doméstico trabalhando para mim em Spinner's End.
— Você não devia estar aqui cuidando de mim. Você também precisa de tratamento.
— Se eu voltar a St Mungus, assim que tiver alta me levarão para Azkaban.
— Eu sei. Inclusive eu acho que eles só me deixaram ficar com você lá porque eu dei a entender que o vigiaria. Eles estavam apavorados com o que você pudesse fazer quando recuperasse a consciência. Imagine, você sobreviveu a um Feitiço Mortal!
O próprio Severus não entendia como isso havia acontecido. Mas havia outra coisa que Severus não conseguia entender.
— Por que você quis ficar comigo?
Harry engoliu a torrada que estava mastigando antes de responder.
— Quando você caiu com o Avada Kedavra, depois que a fênix foi embora, eu me aproximei. Depois de ver que você estava respirando, vi também que a Marca não havia desaparecido completamente. Fiquei intrigado. Enquanto você esteve em coma, pensei muito sobre tudo e concluí que a teoria de Hermione sobre eu ser uma Horcrux devia estar correta. Então decidi ficar em St Mungus esperando para falar com você. Achei que talvez você soubesse mais a respeito.
Severus ficou pensativo.
— Eu não sabia. Nem sei se ele sabia.
— É possível que tenha sido involuntário?
— Se ele pretendia criar uma Horcrux com a sua morte, e Lily lançou um feitiço para protegê-lo, talvez algo tenha saído errado e ele nem mesmo tenha percebido. Mas agora ele deve saber.
Harry terminou a sopa, e Severus insistiu em que ele tomasse a poção. Severus também tomou a sua. Quando terminaram de tomá-la, Severus pronunciou um feitiço de limpeza e fez com que a louça voltasse à cozinha com um feitiço de banimento.
Então Severus conjurou outro colchão, com roupa de cama, cobertor e travesseiro, ao lado do de Harry, e se deitou.
— Talvez devêssemos chamar outro mago da Ordem para tentar extrair o pedaço de alma de você. Eu não estou em plena forma. Desse jeito, levaremos vários dias — disse Severus, sonolento, fitando Harry olhos nos olhos.
— Não quero chamar mais ninguém. Você é o melhor. Eu sei que é.
— Teimoso e irritante como sempre — resmungou Severus, não sem uma pontada de orgulho pela confiança que o jovem depositava nele.
Continua...
