Comentário da Autora e Respostas às Reviews dos Capítulos Anteriores:
Mais um capítulo curtíssimo. É, eu sei, mas não se zanguem. Eu vou compensar postando os dois últimos capítulos juntos, tudo bem? Portanto, agora só falta mais uma atualização para o fim.
Nicolle Snape: Que bom que você gostou! Realmente, isso que o DBD pediu para ele não se pede, não? Tenho a maior vontade de abraçar Sev agora (no canon, também).
Srta Kinomoto: Não precisa pedir desculpas! Será que sim, será que não? ;-) Vamos ver, né?
Ana Snape: Obrigada, Ana. A sua opinião é preciosa para mim!
Marck Evans: He he he, bela interpretação! E ótimas perguntas, também!
Sheyla Snape: Pois é, eu queria acreditar que há uma possibilidade de Dumbledore estar vivo, mas é difícil, depois do clima que a JKR criou no final, e também aquela cena em que Harry chama Snape de covarde e Snape fica, digamos, transtornado. Obrigada pela ótima review!
entlzab: Claro, eu tinha de falar do poder curativo! Me apaixonei por esse novo Snape! Acho que vou usar esse aspecto em todas as fics que puder. Estou ansiosa pela sua nova fic, amiga!
Capítulo 7 - Sonhos e Realidade
Harry lado-aparatara com ele na sala de seu sobrado em Hogsmeade, e estava agora diante dele, a menos de meio metro de distância. Severus encarou-o com firmeza, mas não tentou ler seus pensamentos. Harry se aproximou ainda mais, e Severus teve de aceitar a estranha realidade de que iria ser beijado por Harry Potter.
Severus estava tão atordoado que não conseguiu pensar em nenhum motivo pelo qual devesse tentar impedi-lo.
Quando Harry descolou os lábios dos seus, Severus o encarou fixamente.
— Só me esclareça uma coisa: que parte do meu discurso de "eu não quero mais saber de você" na sala de visitas de Azkaban você não entendeu?
— Eu sou um péssimo Legilimens, mas não sou um completo imbecil como você parece pensar. Passei sete anos enganado a seu respeito, mas desde que eu o conheci mais de perto, você não me engana mais. No primeiro momento eu até acreditei, mas depois, me lembrando do que vivemos aqui dentro... me lembrando da sua expressão quando estávamos juntos... Sabe, não dá, nem você é tão bom ator assim.
Severus meneou a cabeça. Não conseguia entender o que estava acontecendo. Ele estava livre. E devia isso, em grande parte, àquele jovem Gryffindor que ele rejeitara canalhamente. Não fazia sentido. Era assustador. Severus se preparara para enfrentar a morte ou a prisão — não aquilo.
— Você deve estar cansado e faminto — disse Harry. — Por que não vai tomar um banho enquanto eu preparo o jantar?
oOoOo
O rosbife com salada de batata e o vinho de elfos estavam excelentes, mas Severus permanecera calado o tempo todo, sem conseguir relaxar. Quando terminaram a sobremesa, uma torta de trufas de chocolate, Harry segurou a mão de Severus entre as suas.
Severus não conseguiu mais conter a exasperação.
— Por que está fazendo isso? O que você quer de mim?
Havia surpresa e mágoa no olhar que o jovem lhe dirigia.
— O que quer dizer?
— Não entendo. Não entendo nada. Por que você iria querer ficar comigo, quando há uma garota bonita, cheia de vida e juventude esperando por você?
— Como você sabe sobre Ginny? — Harry observou-o, então arregalou os olhos. — Oh. Entendo. Eu devia ter aprendido Oclumência.
Os lábios de Severus se curvaram leve e obliquamente.
— Eu o avisei.
— Bem... Ginny e eu já havíamos rompido há um ano.
— Não me diga que não esperava reatar com ela, porque eu não acreditaria.
— Eu falei com Ginny enquanto você ainda estava em Azkaban e rompi com ela definitivamente.
— Por quê?
— Ginny foi um belo sonho de quando eu ainda era inocente. Mas ela não viveu nada do que eu tive de passar neste último ano. Ela não viu o horror que eu tive de presenciar e as coisas horríveis que precisei fazer para derrotar Voldemort. Não creio que ela possa me entender. E, de qualquer jeito, meu coração agora é de outro.
Um calor intenso aqueceu-lhe a alma, mas Severus não sabia como responder a isso, como reagir. Severus fora amado, sim, por sua mãe, com certeza, e por Dumbledore, talvez. Pessoas a quem ele, de um modo ou de outro, aprendera a servir. Por incrível que parecesse, Severus sabia servir; sabia, também, subjugar. Mas Harry não estava ali para servir nem ser servido. Harry estava ali porque o amava, e isso deixava Severus apavorado.
— Severus — disse Harry, os olhos cristalinos fixos nos seus —, eu também estou morrendo de medo.
Severus o encarou com surpresa. Teria Harry, enfim, aprendido Legilimência? Não, não era isso. Ele apenas reconhecera em Severus as mesmas emoções que o assaltavam. Severus se lembrou de que Harry havia, tanto quanto ele, sofrido abusos na infância.
Severus descansou a mão sobre a de Harry, sem dizer nada.
— Eu não me importo que você só goste de mim por causa de minha mãe — sussurrou Harry, tão baixo que Severus mal pôde escutar.
Severus gelou.
— Por que está dizendo isso? Você não disse que não acreditou no que eu lhe falei aquela tarde em Azkaban?
— Não acreditei que você não me quisesse, mas acho que é verdade que...
— Acha que é em Lily que penso quando estou com você? Não é verdade, Harry. — O polegar de Severus acariciava as costas da mão de Harry. — Talvez, quando você era pequeno, os olhos de Lily tenham me feito querer protegê-lo, apesar de tudo o mais em você me lembrar James Potter. Lily foi uma doce obsessão. A verdade é que eu nunca amei Lily fora de minha imaginação. — Severus puxou Harry para junto de si, e Harry sentou em seu colo, de frente para ele. — Você, Harry... você é real.
Harry abriu um sorriso tímido.
— Mas você nunca teve ninguém... real?
Severus arqueou uma sobrancelha e deu um sorriso malicioso, tomando o rosto de Harry entre as mãos.
— Você não espera que eu seja virgem, espera? — Vendo Harry corar, Severus fitou-o gravemente. — Tive alguns relacionamentos, tanto com mulheres como com homens. Nem todos lícitos, nem todos agradáveis. Com a vida que levei, eu nunca pude pensar em ter relacionamentos duradouros. E eu não sou exatamente o sonho de ninguém.
— É o meu, agora. E eu quero ser o seu, Severus.
Severus olhou no fundo dos olhos de Harry.
Continua...
