Epílogo
— Enquanto esperava você acordar, eu fiquei pensando, e tomei uma decisão. Vou vender a casa em Spinner's End e abrir uma farmácia.
O sol já havia nascido, mas eles permaneciam na cama, conversando e fazendo planos.
— Quer dizer, vender poções? — perguntou Harry, insinuando os dedos por entre os pêlos macios do tórax de Severus.
— Se os negócios prosperarem, talvez eu possa também fazer pesquisas, o que sempre foi o meu sonho.
— Se você me ensinar feitiços de cura, poderíamos ser sócios. Eu ajudaria você no trabalho, e você teria mais tempo para pesquisar. — Harry olhou para Severus, em expectativa. — Eu quero ajudar a curar as pessoas. Você poderia ficar com o primeiro andar e o porão, e eu teria um consultório no segundo andar.
— A sua fama irá atrair muitos consumidores. O que não é um fator de todo indesejável. — Severus o fitou com desconfiança. — Você vai cobrar as consultas, espero.
— Er...
— Você precisa entender que vivemos em um mundo capitalista. Não sei por que o Mundo Mágico ainda não concebeu um sistema menos perverso, mas, infelizmente, é essa a realidade. Você pode achar que estará fazendo caridade se não cobrar, mas pense que, nesse caso, você estará tirando o emprego de muitos medibruxos.
— Certo. Você tem razão. Eu não tinha pensando nisso por esse ângulo.
— Não vai ser fácil, Harry.
— O que não vai ser fácil?
— Viver comigo.
— Oh. Eu sei.
— Você já pensou na reação dos seus amigos quando souberem?
— Eles vão ter de se acostumar. E os seus amigos também.
— Meus amigos? Eu não tenho amigos.
— E os Malfoy?
Severus suspirou. Gostaria que Harry pudesse entender o que os Malfoy representavam para ele, mas era difícil explicar. Lucius o protegera quando criança, e depois, nos tempos negros de sua vida com os Comensais da Morte, eles sempre haviam protegido um ao outro. Com todos os seus defeitos, Lucius sempre lhe fora leal. E Draco, apesar de toda a sua imaturidade, era como um filho para Severus.
— Lucius será solto em breve, é verdade. Espero que ele possa reconstruir sua vida. Draco e Narcissa precisam dele. — Severus segurou a mão direita de Harry com a sua. — Vamos fazer um Juramento Inquebrável?
Harry arregalou os olhos, depois sorriu.
— Isso é magia negra, Severus. Como diria Hermione, nada de bom pode vir daí.
— Os votos de casamento dos Muggle não são muito diferentes disso.
— Está me pedindo em casamento?
— Não sei se você percebeu, mas nós dois somos magos. Não existe casamento entre pessoas de mesmo sexo no mundo mágico, Harry.
— Isso é algo muito errado.
— Concordo. Mas ninguém pode nos impedir...
— ... de fazer um Juramento Inquebrável?
Severus não conseguiu conter o sorriso.
— Não, garoto impertinente. De destruirmos nossas vidas ficando juntos para todo o sempre.
— Ah, sim. Deve haver alguma profecia sobre isso, não? Tipo... "Nenhum dos dois pode viver enquanto o outro sobreviver"?
Severus fuzilou-o com os olhos.
— Vamos ter de conversar muito seriamente sobre o nosso relacionamento daqui para frente. O primeiro ponto que precisa ficar claro é: nada de profecias!
Como que para assegurar-se de que não ia ouvir mais nenhum absurdo, Severus capturou os lábios de Harry como se nunca mais fosse soltá-los.
The End
Até a próxima pessoal, espero que tenham gostado! Em um ou dois dias postarei a história no meu site, em um bloco só.
