Amores de Primavera 3
Capítulo UM
A Detenção
"Diga-nos um bom motivo para você estar rindo, Ginny.- Rony deitou-se na cama, com os braços cruzados atrás da cabeça.- Estar em detenção com o Snape não é motivo para rir."
"Você está em detenção, Ginny?- Hermione se intrometeu, afastando os pés de Rony da cama e sentando-se na beirada."
"Rony me chamou aqui para eu explicar essa história para ele.- Ginny deu um suspiro, seguido de um largo sorriso. Harry começou a sorrir também- Mas ele bem que mereceu. Não mereceu, Harry?"
"Não responda, Harry!- Rony falou- Ultimamente você tem concordado muito com a minha irmã."
"Mas não é a verdade?- Harry sentou-se na cama, parando de sorrir- O Ranhoso mereceu que a Ginny o chamasse de seboso e o fizesse de ridículo na sala."
"Você fez isso?"
"Ah, Mione, não foi bem assim."
"Claro que foi, Ginny.- Rony falou."
"OK, eu me exaltei um pouco, mas foi só. Ele estava me atormentando na aula e eu não consegui me controlar, e eu o chamei de seboso, engordurado, chato e eu o mandei..."
"...lavar o cabelo!- Harry completou, caindo na risada novamente- E depois lançou um Riddikulus nele."
"E como ele ficou?- Rony, que no começo parecia durão com a irmã, desatou a rir em cima da cama. Ginny estendeu uma foto a Hermione."
Nela, Severo Snape, o professor mais chato e sério de Hogwarts, aparecia com longas cabeleiras louras, um vestido rosa com bolinhas roxas e as pernas finas de fora, além de um batom vermelho muito chamativo borrado por todo o seu rosto."
"Ah! Era só o que me faltava!- ela reclamou, logo ao entrar na sala de troféus."
"Era só o que me faltava digo eu, Weasley Fêmea!- Draco, com seu tom mais arrogante, falou."
"Se só a detenção já é ruim, imagine uma detenção com Draco Malfoy!- Ginny pegou um pano estendido numa das prateleiras- O que me resta agora é limpar, pelo menos assim termina logo e eu vou embora. Anda, me ajuda aí. Limpa aquele lado que eu limpo esse, assim andamos mais rápido.- ela jogou um outro pano para Draco, que o agarrou com agilidade. No entanto, ele não se moveu.- Não vai ajudar?"
"Para quê? Mulheres foram feitas para limpar as coisas, cuidar da casa e dar prazer ao homem. Você faz bem o primeiro papel e com certeza faz o tipo do segundo, resta saber agora se é boa no terceiro.- Draco terminou com um sorriso malicioso e um olhar provocante para cima de Ginny."
"Você é mesmo muito patético.- ela pareceu não se abalar- Filhinho de papai que se acha no direito de agredir qualquer um só para conseguir o que quer."
"Ser rico tem essas vantagens, Weasley Fêmea.- Draco falou, frisando a palavra rico."
"E ser mimado demais, tem suas vantagens? Falando a verdade, acho que você só tem essa pose de eu sou o bom, mas o fato é que você mal saiu das fraldas. Ainda é muito criança. Imagine-se num momento de perigo. Onde está Draco Malfoy? Ah, o senhor eu não vou entrar nessa floresta saiu correndo...- ela citou o episódio do primeiro ano de Malfoy, durante a detenção na floresta- o senhor isso é coisa para empregados e não para estudantes vai correndo para o papai... ah! Não, talvez para a mãe, já que o pai está em Azkaban!- Ginny terminou com um grande sorriso. Draco estava paralisado.
"Você também não entraria na floresta com onze anos.- ele rebateu."
"Ah! Por Merlin, Malfoy! Eu estive com o malvado lorde das trevas aos onze anos... enfrentei comensais da morte aos catorze... e até mesmo você, Malfoy, eu acabei com você ano passado, e no seu quinto ano, eu te lancei um feitiço para rebater bicho-papão, que você não agüentou e já foi logo caindo no chão, se contorcendo de dor, não tentou nem mesmo lutar, não foi mesmo? Entregou-se logo.- Ginny falou com muita severidade- Entrar na floresta é fichinha para mim. No entanto, você, o que você fez até hoje? Se escondeu na barra da saia da sua mãe ou atrás de seus gorilas sem cérebro?"
"Você não sabe de nada.- Draco falou a primeira frase que lhe veio à cabeça- Posso me defender muito bem sozinho."
"Claro que pode, Malfoy, ninguém disse que você não é capaz de se defender sozinho. Agora, o que resta saber, é por quanto tempo e contra o que você pode se defender, não é mesmo?"
"Agora você está se achando a tal.- Draco deu um sorriso cínico, seguido do olhar provocante que lançara a Ginny pouco antes."
"E você acha que só porque tem charme ou porque consegue enlaçar uma garota desprevenida, vai conseguir entrar nas calças dela. Patético!"
"E não é assim?"
Draco aproximou-se de Ginny com rapidez, enlaçando-a pela cintura e beijando-a. A garota resistiu no primeiro instante, mas ao sentir as mãos fortes dele a segurando, e o seu cheirinho gostoso de perfume masculino, cedeu, beijando-o também. Ela sentiu a língua dele explorar a sua boca de um jeito intenso e sedutor, excitante, como nunca nenhum outro garoto tinha feito até então, ou mesmo causado o efeito que aquele beijo tão arisco lhe provocava. E então, num gesto mais ousado, Draco levou sua mão até o cós da saia de Ginny, descendo vagarosamente. E, ao perceber o ato do garoto, ela repeliu-o.
"Não, não é!- ela o empurrou com força, fazendo-o bater na estante de troféus- Você não presta, Malfoy!- e saiu do salão, batendo a porta com violência."
"Vamos ver, Virgínia. Vamos ver se você não será minha...- Draco pegou o pano, caído no chão, próximo ao lugar onde Ginny estivera, e pôs-se a limpar os troféus."
Ginny deitou-se no sofá do salão comunal, pensando no que acabara de acontecer. O beijo dele era tão bom... tão diferente do de Michael ou Dino... e tinha aquele cheirinho gostoso... fora que, assim como todas as garotas da escola, Ginny também achava Draco Malfoy muito bonito, apesar de infantil e arrogante.
Ela passou os dedos sobre os lábios, desejando sentir os lábios dele novamente nos seus. Com o pensamento voltado para o gesto de Draco, ao colocar as mãos no cós da sua saia, Ginny dormiu.
"Ginny...- uma voz distante a chamou- Ginny...- soava carinhosa e preocupada. Ela abriu os olhos, encontrando um par de olhos verdes a fitando."
"Harry?- ela viu o sorriso de Harry se alargar- O que você está fazendo no dormitório feminino? Você não pode subir aqui...- Harry levou uma de suas mãos ao rosto dela- Nós não estamos no dormitório feminino, não é mesmo?- ele negou."
"Salão comunal.- ele respondeu com graça- E você dormiu no sofá hoje."
"Oh! Merlin...- ela levantou-se depressa- Que horas são?"
"Seis e meia. Não se preocupe, ninguém acordou ainda. Ninguém te viu."
"Você me viu."
"Que bom que fui eu."
"Eu devo estar horrível, toda descabela..."
"Está linda, não se preocupe.- ela bateu levemente no ombro dele, sorrindo divertida."
"Você me deixa sem jeito agindo assim, Harry."
Harry, sem se conter, aproximou seu rosto do de Ginny e selou seus lábios aos dela, num beijo que pegou a garota de surpresa. Durou alguns segundos, até Ginny pegar-se pensando que o beijo de Harry não parecia nada com o de Draco, e que o do loiro era bem melhor, mais intenso, molhado e, ela até poderia dizer, apaixonado.
"Harry...- ela afastou-se, colocando as mãos no peito dele- ...isso não vai dar certo..."
"Me desculpe."
"É melhor nós continuarmos assim, ok? Será melhor para os dois.- Harry deu de ombros, e Ginny viu no olhar dele uma pontinha de esperança."
"Para sempre?"
"Eu não sei, Harry, mas por enquanto é melhor assim."
Ginny ficou quase o dia todo pensando no beijo que dera em Draco e no beijo que Harry lhe dera. Ambos provocaram sensações estranhas nela. O beijo do Sonserino era mais intenso e selvagem, e a atmosfera era perigosa e excitante, o que fazia seu coração acelerar e seu corpo desejar por um pouco mais do corpo de Draco. O de Harry, ao contrário, era calmo e singelo, e tirava qualquer pensamento da cabeça de Ginny.
"Não vai continuar limpando os troféus, Weasley Fêmea?- a voz arrastada e fria soou ao pé do seu ouvido, provocando-lhe arrepios por toda a sua espinha."
"Você de novo?"
"Para minha sorte e seu azar."
"Disse bem, azar."
"Não resista tanto assim...- ele parou, colocou um braço de cada lado da cabeça dela e sussurrou ao seu ouvido- ...Virgínia.- logo depois deu um beijo em seu pescoço, provavelmente como beijaria sua boca, deixando uma marca avermelhada no local."
Ela cedeu. Os movimentos dele para cima dela, os sussurros, o beijo no pescoço...o cheiro de colônia masculina que a inebriava, o charme do cabelo loiro caindo sobre os olhos, o gosto dos lábios...tudo fez com que Ginny quisesse mais e se abraçasse ao pescoço dele, retribuindo o beijo com a mesma intensidade.
Draco pressionou o seu corpo contra o dela, sentindo ainda mais a temperatura do corpo quente da garota. Ele não sabia exatamente o que acontecia com ele, mas o gênio forte daquela garota o instigara e o deixara excitado. E ele tinha que admitir que mesmo sendo uma Weasley, Virgínia era linda, e tinha um cheirinho tão marcante como nenhuma outra, fora o corpo, que parecia tão perfeito, e ficava tão bem quando colado ao seu como ele nunca sentira. O beijo dela era inesquecível, e ele teve que admitir que era viciante.
Draco levou a mão até a coxa da garota e subiu um pouco. Não encontrou resistência, vendo que ela estava totalmente entorpecida e tomada pela situação em que se encontrava. O que ele ouviu foi um gemido baixinho em seu ouvido, e ele teve ímpetos de seguir em frente, mas por algum motivo, desconhecido até pelo próprio Draco, ele se afastou.
"Por que...você...parou...?- ela perguntou, num sussurro, tentando entender o ato de Draco."
"Não é a hora nem o local certos, Virgínia...- dizendo isso ele se afastou, deixando para trás uma Ginny transtornada pelo que tinha acontecido e por ter deixado acontecer."
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N/Rbc: pequeno, porém intenso...
Trecho Capítulo DOIS:
Num impulso ela se virou, ao mesmo tempo que Draco colocava uma mão de cada lado da cabeça dela e aproximava seu rosto do da garota.
"Ou desejando intimamente que eu chegasse logo?"
Ela não pôde responder. Não conseguia balbuciar palavra alguma. A única coisa que ela conseguia fazer, e da qual não tinha controle, era manter a sua respiração o mais acelerada possível, e tentar manter a sua mente o mais sóbria que fosse capaz.
No entanto, o cheiro de Draco, penetrando suas narinas, tinham um efeito muito parecido com, talvez, álcool demais no sangue, ou uma droga. Era viciante e deixava-a fora de si, apenas desejando que os lábios dele, tão próximos dos seus, a tocassem logo, tão avidamente como da última vez.
