Amores de Primavera 3

Capítulo TRÊS

Rosa Cinzenta

Ginny deitou-se de bruços na cama, com o queixo apoiado entre as mãos, e os olhos atentos n'O Profeta Diário.

"Aurores atacados nas proximidades de Hogsmeade.- ela falou, sem muito interesse- Você acha que a Guerra pode chegar até aqui, Draco?- não houve resposta- Draco?"

"Ahn?"

"Perguntei se você acha que a guerra pode chegar até Hogwarts."

"Eu não sei."

"Quero dizer, Hogwarts é o lugar mais seguro do mundo, talvez não haja modos de pessoas más entrarem aqui. Dumbledore não permitiria."

"Eu não sei."

Draco aproximou-se dela e afastou os cabelos vermelhos de Ginny para os ombros, de modo que seus lábios tivessem total acesso ao pescoço alvo da garota.

"Você me deixaria por algum motivo, Draco?- ela perguntou, de repente."

"Como?- ele perguntou, entre os beijos que dava no pescoço dela e as sutis mordidas no lóbulo da orelha."

"Me deixaria? Sim ou não?"

"Eu não entendi o motivo da sua pergunta agora, Virgínia."

Ela sentou-se de frente para Draco, fitando seus olhos e segurando firmemente suas mãos.

"Faz quase dois meses que estamos nesse amor proibido, e hoje eu admito que eu amo você mais do que tudo no mundo. Amo como eu achava não ser capaz de amar. Mas daí eu penso que as nossas histórias não batem, que você foi destinado a ser um comensal e que a qualquer momento você irá para longe de mim, para sempre. E então eu penso no quanto eu te quero só para mim, desde o primeiro instante eu te desejei e eu posso afirmar que quero..."

As palavras de Gina foram silenciadas pelo repentino beijo de Draco. Um beijo tão cheio de desejo e voracidade, que envolvia certo erotismo e paixão, e os deixava tensos e quentes.

"Você vai ficar aqui esta noite?- ele pediu."

Gina considerou a resposta. Durante quase dois meses, todos os dias Draco Malfoy pedia que ela dormisse em seu quarto de monitor. E sempre ela negava, às vezes dizendo que não estava preparada, às vezes dando a desculpa de que tinha que estudar.

Houve apenas duas vezes em que ela aceitara dormir no quarto dele, e durante a noite não acontecera absolutamente nada. O dia em que Draco pegara um resfriado e ela ficara lá, cuidando dele a noite toda. E na outra noite ocorrera o inverso, quando Draco cuidara de Gina até amanhecer.

Mas aquela era uma noite diferente. Gina não sabia porque, mas sabia que, naquele momento, queria fazer amor com Draco Malfoy como se aquela fosse sua maior necessidade. Maior até do que respirar.

Ela deixou-se levar pelo momento, pelos beijos e toques de Draco em sua barriga, subindo sutilmente.

Lentamente ele tirou a blusa dela e a induziu a fazer o mesmo com a dele. Suavemente, e com muita delicadeza, ele pediu permissão para retirar a saia dela. E ela, sem relutância, permitiu que ele fizesse o que quisesse com ela, porque ela era inteiramente dele durante aquela noite, e durante várias outras que viriam a seguir. Porque a partir daquela noite, os dois cravariam em suas almas um amor proibido intenso e verdadeiro, que nascera a partir de palavras afiadas e venenosas, mas que jamais poderia ser apagado a partir dali...

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A manhã de Domingo surgiu preguiçosa, nublada. As nuvens cinzas e carregadas podiam ser vistas pela janela do quarto.

Ele estendeu o braço e tocou o corpo adormecido da garota ao seu lado. O rosto dela estava coberto pela cascata de fios vermelhos, o corpo nu coberto pelo fino lençol branco, a respiração calma.

E era incrível como ele se deixara envolver tanto com uma garota, principalmente aquela garota, aquela ruiva de face alva e um pouco sardenta, semblante sempre tão sereno e gentil, um sorriso encantador, um brilho inesquecível no olhar e de nome Virgínia Weasley.

"Uma Weasley...- ele pensou, passando levemente os dedos pelos cabelos dela e descendo pelo corpo- Você está perdidamente apaixonado por uma Weasley, Draco...- ele admitiu."

Ela espreguiçou-se ao lado dele e ronronou, como uma gata manhosa, aconchegando-se ao corpo dele e apanhando o braço de Draco para que passasse pela sua cintura.

"Estou com frio...- ela sussurrou- Me abraça..."

Draco sorriu e abraçou-a com força, colando o seu corpo com o dela, esquentando-a.

"Temos que levantar...- ele disse, quase num assobio no ouvido dela."

"Temos é?"

"É."

"Tem certeza?"

"Não...talvez..."

"Eu não quero levantar, quero ficar aqui, com você, o dia todo...não quero nunca sair de perto de você, Draco..."

A verdade era que ele também queria ficar sempre ao lado dela, daquele jeito, com seu corpo colado ao dela, sua respiração próxima ao pescoço de Virgínia, fazendo-a se arrepiar, e ouvindo casualmente a garota ronronar ao seu ouvido...não se imaginava mais sem tudo aquilo, não depois de mais de dois meses tendo aquilo.

"Obrigada por essa noite, Draco...- ela virou-se para ele e falou, fitando os olhos cinzas dele."

Ele não soube responder. Simplesmente as palavras travaram na sua garganta e não quiseram de modo algum sair.

"O que você tem?- ela perguntou, ao ver o rosto dele se contorcer numa expressão esquisita."

"Não é nada."

A verdade era que nada não era a palavra certa a ser usada. Nada para ele naquele momento, significou tudo, mas no conceito dele. Tudo o que podia ter sido se ele tivesse conhecido aquela garota dois dias antes daquele quando realmente conhecera. Tudo o que não seria dali em diante.

Ele levantou-se e Gina puxou o lençol que ele tentava tirar dela. Draco não se importou, e Gina teve uma bela visão do traseiro dele quando ele se dirigiu para a janela, debruçando-se no parapeito.

"O que você tanto olha?"

"O céu...está nublado hoje..."

Aos poucos a chuva engrossou. O vento forte e frio batia no rosto de Draco, fazendo os cabelos dele esvoaçarem e sua pele se arrepiar. Aquela manhã de Domingo mostrava-se do mesmo jeito que ele: fria, cinzenta, melancólica, triste.

"Fica esta manhã comigo?- ele pediu, e ela apenas estendeu o braço, indicando que havia um lugar vago na cama."

Nenhum dos dois precisou falar nada. Beijaram-se como nunca se tinham beijado. Jamais um beijo entre eles, em quase três meses, tinha sido tão necessitado e com um gosto tão parecido com o sussurrar de um "Adeus!".

Mas nenhum dos dois tinha coragem suficiente de dizer "Adeus!" naquele momento. Doeria demais, principalmente para ele, que não contara toda a verdade para ela, não fora corajoso suficiente para tanto. Coragem não era o real forte dos Sonserinos. E ele realmente esperava que, depois daquele dia, a coragem dos Grifinórios fosse realmente verdadeira.

Draco deitou-se sobre Gina, pousando sua cabeça sobre o travesseiro e beijando-a de uma forma lenta, calma, como se quisesse manter o gosto da boca dela para sempre na dele. Era um gosto doce, parecido com chocolate, mas no momento estava estranhamente salgado. E só então ele percebeu que estava chorando, e suas lágrimas misturavam-se ao gosto do beijo.

Seus dedos passaram calmamente por todo o corpo dela, decorando cada contorno e, de olhos fechados, ele tinha certeza que jamais esqueceria cada curva do corpo dela, jamais esqueceria do toque macio que ela tinha aos seus dedos.

Naquela manhã ele amou-a de uma maneira a confirmar um amor inesquecível, que ficaria para sempre entre eles, e os perseguiria eternamente. Amou-a da maneira como ela gostava e queria ser amada, calmamente, aproveitando cada segundo como se fosse o último, retardando um momento que viria com muito mais força.

"Eu te amo, Virgínia.- ele sussurrou ao ouvido dela, aconchegando-a melhor em seus braços."

Talvez ela não tenha ouvido. Apenas ronronou e ficou ainda mais perto de Draco, fazendo-o abraçar-se a ela.

Ele ficou olhando-a, sentindo a culpa que agora o atacava, chamando-o de monstro e mentiroso, por ter sido tão estúpido com aquela garota que, agora, ele amava tanto, que era sua vida.

A certo instante Draco levantou-se, apanhou suas roupas espalhadas pelo chão e vestiu-se, sem fazer nenhum barulho. Abriu a gaveta do criado mudo e retirou de lá um pergaminho enrolado, amarrado com uma fita negra. Abriu-o e, com pesar, leu as frias palavras uma última vez:

"Comensal aspirante: Draco Lucius Malfoy

Data de apresentação: 15 de Junho, Domingo

Data de marcação: 15 de Junho, Domingo"

Amassou o pergaminho, fazendo-o queimar em suas mãos, virando cinzas, depois de uma emissão de magia.

A seguir pegou um pergaminho novo e uma pena. Escreveu algumas palavras, enrolou-o, amarrou-o com uma fita vermelha, botou-o ao lado de Gina na cama e saiu do quarto.

"(...)"

Quando Gina acordou e apalpou a cama, não sentiu Draco ao seu lado. Abriu os olhos rapidamente e sentou-se na cama, um tanto sobressaltada.

"Draco?- chamou. Ninguém respondeu."

Então ela viu o pergaminho ao seu lado. Tocou e sentiu seu coração disparar e apertar. Uma sensação ruim passou pelo seu corpo.

Abriu o pergaminho e leu-o:

"É manhã de domingo e a chuva está caindo

Roube os lençóis, chegue mais perto

As nuvens envolvendo-nos num momento inesquecível

Você se enroscando ao meu corpo

Isso talvez seja tudo o que preciso

Na escuridão você é tudo que vejo

Meus dedos delineiam cada um de seus contornos

Pintando um retrato com minhas mãos

Num vaivém como galhos numa tempestade

Você pode não saber

Que talvez seja tudo para mim

Na escuridão você é tudo que vejo

Com amor,

Draco Malfoy"

As entrelinhas diziam tudo o que ele não quis dizer para ela, e tudo o que ela não queria nunca ouvir: um "Adeus!" Palavras sutis, mas certeiras.

Ela não chorou. Não conseguiria chorar por ele, sabendo que ele havia mentido, que ele havia brincado com ela e conseguido ser irônico e baixo o suficiente para terminar com um "Com amor", uma maldito "Com amor".

Aquelas palavras já estavam gravadas na sua mente, e ela sabia que jamais sairiam de lá, que ela jamais as esqueceria, mesmo que acabasse com aquele pergaminho idiota em suas mãos.

Porém, antes que pudesse ao menos tentar destruir aquele pergaminho, este se tornou uma graciosa rosa. A cor inigualável, num tom cinza como os olhos de Draco, um brilho tão intenso e verdadeiro como o que os olhos do rapaz transmitiam sempre que eles faziam amor. Ao toque, suas pétalas eram tão macias como a mais pura seda, e o cheiro dela, em especial, era aquele mesmo cheiro inebriante de Draco. A rosa era bela, sua rosa cinzenta.

"Eu te odeio, Draco Malfoy!"

música&música&música

"É manhã de domingo e a chuva está caindo

Roube os lençóis, chegue mais perto

As nuvens envolvendo-nos num momento inesquecível

Você se enroscando ao meu corpo

Mas as coisas se tornam loucas, viver é complicado

E com satisfação iria pra estrada, levantaria e iria embora se soubesse

Que algum dia ele iria me levar de volta pra você

Que algum dia ele iria me levar de volta pra você

Isso talvez seja tudo o que preciso

Na escuridão você é tudo que vejo

Venha descansar comigo

Dirigindo devagar numa manhã de domingo

Eu não quero que isso acabe

Meus dedos delineiam cada um de seus contornos

Pintando um retrato com minhas mãos

Num vaivém como galhos numa tempestade

Que mude o tempo, vamos ficar juntos afinal

Isso talvez seja tudo o que preciso

Na escuridão você é tudo que vejo

Venha descansar comigo

Dirigindo devagar numa manhã de domingo

Eu não quero que isso acabe

Mas as coisas se tornam loucas, viver é complicado

E com satisfação iria pra estrada, levantaria e iria embora se soubesse

Que algum dia ele iria me levar de volta pra você

Que algum dia ele iria me levar de volta pra você

Você pode não saber

Que talvez seja tudo para mim

Na escuridão você é tudo que vejo

Venha descansar comigo

Curtindo a vida na manhã de Domingo"

(Tradução – Sunday Morning – Maroon 5)

"Sunday morning, rain is falling

Steal some covers, share some skin

Clouds are shrouding us in moments unforgettable

You twist to fit the mold that I am in

But things just get so crazy, living life gets hard to do

And I would gladly hit the road, get up and go if I knew

That someday it would lead me back to you

That someday it would lead me back to you

That may be all I need

In darkness she is all I see

Come and rest your bones with me

Driving slow on Sunday morning

And I never want to leave

Fingers trace your every outline

Paint a picture with my hands

Back and forth we sway like branches in a storm

Change the weather, still together when it ends

That may be all I need

In darkness she is all I see

Come and rest your bones with me

Driving slow on Sunday morning

And I never want to leave

But things just get so crazy, living life gets hard to do

Sunday morning, rain is falling and I'm calling out to you

Singing someday it'll bring me back to you

Find a way to bring myself back home to you

And you may not know

That may be all I need

In darkness she is all I see

Come and rest your bones with me

Driving slow on Sunday morning"

(Sunday Morning – Maroon 5)

N/Rbc: então, é isso. A carta de Draco foi inspirada nessa música aí de cima. O capítulo não é de todo interessante, prefiro os dois primeiros e ainda estou matutando sobre o último. "Trágico ou não trágico? Eis a questão!" tava até pensando em dividir em dois capítulos, mas não é nada certo. E uma coisa muito importante: o final do capítulo foi inspirado na fanfic Fruto Proibido de Rute Riddle...e não é que eu tenha pedido permissão para pegar a idéia do final da fic dela, mas eu acho que ela não vai se importar...vai?

E dessa vez, um agradecimento rápido...desculpa, mas será só desta vez, ok?

- Carol Malfoy Potter (certo, eu vou tentar escrever um HG...vou mesmo, só não sei qd...)

- Kamila (Draco pode até ter sido criado como um mau caráter, mas ele é nobre...e estes costumam respeitar as mulheres...rs...o q é bom...)

- Rute Riddle (NC17? Acho que meu sorriso está chegando até portugal...rs...e o final é seu...rs...não me mate...)

- Lou Malfoy (eu tive uma idéia absurda de torná-la bigâmica...mas descartei...Gina é do Draco mesmo...rs...)

- Miaka (assim...não necessariamente agora, ao mesmo tempo, mas acredite q ela vai pegar os dois - em Amores de Primavera 5 - mas não sei se vc gosta de HG...rs...)

- Beatriz Brito (estou corada...então...valeu pelo elogio...rs...mas ok...definitivamente não existe casal mais lindo e perfeito q esse...não mesmo...)

- Bela Malfoy (ah... obrigada, Bela...isso me deixa contente...espero q ainda goste da fic depois desse capítulo, mas prometo não ser má...não muito, digo)

- Franinha Malfoy (final feliz é realmente interessante...e é bom qd as pessoas entendem a minha linha de raciocínio...rs...)

- Nathyzinha Malfoy (sim, mas talvez não...depende mto do ponto de vista...rs...prometo não ser muito malvada nessa questão...)...

Bjinhos

Rebeca Maria!