Os personagens e universo de Magic Knight não me pertencem. São propriedade da Clamp.

CAPITULO 5

Após uma semana, cada uma das meninas tinha um quarto separado, deixando Marine sozinha.

Há dois dias Marine não saia de seu quarto nem para as refeições e todos estavam preocupados.

Vamos Marine, o que você tem? – Perguntou Lucy preocupada.

Não sei Lucy. Devo ter me resfriado. Logo estarei bem.

Mas você não está comendo. – Pontuou Ane

Nada para no meu estômago. Não se preocupem meninas. Logo estarei bem.

Clef, estava sumamente preocupado e sentia falta de estar com ela, já que nesses dias, eles não tinham ficado juntos.

Ele estava preocupado em ir visitá-la e o pessoal do castelo pensar o que não deviam, mas decidiu que não importava.

Foi até o quarto de Marine e bateu na porta. Sem obter resposta, entrou e a viu dormindo.

Ele se sentou em uma cadeira que havia ao lado da cama e ficou velando seu sono por horas até que, finalmente, ela acordou.

Clef, o que faz aqui?

Eu vim ver como você está.

Já estou melhor.

Tem certeza? – Perguntou não muito convencido.

Ela se sentou na cama ainda com cara de sono? – Sim, deve ter sido uma gripe ou algo que eu comi, mas já me sinto melhor.

Clef sorriu e passou, carinhosamente, as costas da mão pelo rosto dela. – Eu fico muito feliz.

Depois de alguns dias, Marine já se sentia melhor, mas ainda sentia um incomodo em seu estômago e por isso, não estava se alimentando muito bem.

Durante o café, a conversa estava animada e Marine decidiu treinar com Ráfaga e Lantis.

Você tem certeza? Não tem se alimentado bem, minha menina, e o sol está muito forte.

Certeza Caldina, não precisa se preocupar. – Disse com um sorriso.

Ela comeu o que pode e seguiu os meninos para o centro de treinamento.

Passaram horas treinando e era ótimo usar sua antiga espada novamente.

Ane e Lucy estavam sentadas embaixo de uma árvore observando o treino e admirando as habilidades de Marine.

Uau, Marine está excelente. Consegue se defender de praticamente todos os ataques de Lantis e Ráfaga.

Fério se juntou as meninas embaixo da árvore.

Você não vai treinar? – Perguntou Lucy

Não... está muito quente. Prefiro ficar aqui. – E colocou as mãos atrás da cabeça e se encostou na árvore de olhos fechados.

Clef observava de sua janela e assistia a todos e como eles estavam se divertindo. Observava Marine que estava de calça e blusa preta e com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Todo dia ela o surpreendia com a sua beleza.

No meio do treinamento, a visão de Marine começou a embaçar. Caldina tinha razão, o sol estava muito quente. Sua visão escureceu. Sentiu uma forte dor em seu ombro direito e uma sensação quente e molhada. Com a dor, ela soltou a espada que caiu com um forte barulho de metal ao bater no chão e ela caiu logo depois, de joelhos, perdendo a consciência.

Ninguém percebeu que Marine estava se sentindo mal até ela cair. Lantis a atacou e ela não se defendeu. Clef assistiu a essa cena de sua janela e imediatamente saiu correndo para onde ela estava.

MARINE! – Lucy e Ane gritaram juntas, assustando a Fério.

Eu sinto muito. Não foi minha intenção machucá-la. – Disse Lantis, que pela primeira vez, tinha uma expressão preocupada no rosto.

Foi um acidente Lantis. – Disse Ráfaga colocando a mão no ombro de seu amigo.

Vamos tirá-la desse sol. Talvez os meus poderes ajudem. – Disse Ane de forma calma.

Lucy já havia começado a chorar.

Clef chegou como um foguete, a pegou em seus braços e sem falar nada, saiu caminhando de volta para o castelo. Todos o seguiram até o quarto que agora Marine habitava sozinha.

Ráfaga, por favor, chame a Caldina. – Disse Clef enquanto depositava cuidadosamente Marine na cama.

Ane, por favor, vá ao meu estúdio. No sofá, há uma maleta de primeiros socorros. – Era a maleta que ele estava usando com Marine e ainda não havia guardado. O enchia de raiva e preocupação ter que usá-la novamente com ela.

Caldina entrou correndo no quarto. – O que aconteceu com ela?

Um acidente, Caldina. – Respondeu Ráfaga.

Eu disse que era melhor ela não ir. – Disse preocupada.

Ane voltou com a maleta e a entregou para a Caldina. – Certo, saiam todos agora.

Mas... – Tentou dizer Lucy, mas foi interrompida.

Preciso de espaço. Logo darei notícias. Ela vai ficar bem. – Todos se retiram e só restaram Caldina e Clef que começaram a trabalhar em Marine.

Ela está muito pálida e notei que não tem se alimentado. – Disse Caldina passando a mão pelo rosto da menina.

Sim. Ela passou mal antes de ser atingida por Lantis. – Disse ele sem tirar os olhos dela.

Olha Mago, você não precisa ficar aqui. Eu posso cuidar dela. Com certeza você tem muito trabalho e tem que se trocar. – Ela disse olhando as vestes dele que estavam manchadas de sangue.

Não, quero ficar com ela. – Ele disse sem pensar.

Caldina, que já havia notado o quanto Clef se importava com Marine deu um sorriso malicioso.

Clef conseguiu fechar o corte do ombro.

Preciso trocá-la – Disse sem olhar para Clef

Claro, eu espero lá fora. – Ele saiu do quarto e fechou a porta. Ficou encostado na parede pensando: - Eu sabia que você não estava bem. Deveria ter ficado te vigiando.

Após alguns minutos, Caldina abriu a porta e fez sinal para que ele entrasse.

Ela está dormindo, vou preparar algo de comer para quando ela acordar. Pode fazer compania a ela? – Perguntou já sabendo a resposta.

Claro, eu fico com ela. – E seguiu para a cadeira ao lado da cama de Marine.

Quando Caldina deixou o quarto, Clef segurou a mão de Marine e não soltou mais.

Precisamos descobrir o que você tem, minha pequena. Não posso mais suportar esconder o que eu sinto por você.

Ao ouvir umas batidas na porta, ele soltou a mão de Marine e deu permissão para que entrassem.

Clef, Caldina disse que Marine ficará bem. Só viemos checá-la. – Disse Lucy entrando no quarto com Ane logo atrás.

Sim, consegui estancar e fechar a ferida em seu ombro.

Humm, meninas, não notaram nada estranho em Marine? – Ele perguntou.

Bom, ela tem estado muito indisposta e tem vomitado muito, mas não sabemos o porquê. Ela estava bem em Tóquio. – Disse Ane.

Poderíamos tentar voltar a Terra e levá-la a um hospital, mas não sei como voltar e se conseguiremos retornar. – Disse Lucy, mordendo o lábio inferior e com os olhos cheios de lágrimas. Lucy queria o melhor para sua amiga, mas não queria arriscar ficar longe de Lantis.

Ane sentia a mesma coisa que Lucy e colocou sua mão sobre o ombro de sua pequena amiga em forma de consolo.

Ao ouvir isso, Clef se encheu de pavor. Se as meninas fossem embora sem perspectiva de regresso, com toda certeza, ele morreria.

Não se preocupem meninas, nós conseguiremos ajudar Marine. – E deu um sorriso para Lucy e Ane.

Eles ficaram sentados observando Marine dormir. No início da noite, Fério passou pelo quarto para checar Marine e levar Ane para descansar. Lucy decidiu fazer o mesmo. Lantis deveria estar péssimo e ela queria estar junto a ele.

Quando todos se foram, Clef, mais uma vez, segurou a mão de Marine e a beijou.

Eu não posso ficar sem você. Não aguentaria se você fosse embora de novo. – E ali ele acabou adormecendo.

Marine acordou e percebeu que já era tarde, pois o quarto estava escuro. Sentiu algo prendendo sua mão e quando olhou para o lado, viu Clef adormecido. Não pode conter um sorriso.

Clef, Clef... – Disse baixinho para não o assustar.

O quê? – Ele acordou assustado de qualquer forma. Olhando para a cama, percebeu que ela havia despertado. – Você está bem? Precisa de alguma coisa? Está com dor?

Não. Estou bem. O que está fazendo aqui?

Bom, eu deveria velar seu sono, mas acabei dormindo. – Ele respondeu corando.

Alguém pode entrar e te ver. Não quero que você tenha problemas.

Ele acenou com a cabeça. – Não me importa. Que vejam. Eu estava morto de preocupação. Quando te vi desmaiar e a espada de Lantis te ferir, meu coração parou.

Bom, já que você não se importa, sente-se mais perto. - E se mexeu para dar espaço.

Ele obedeceu e começou a acariciar os cabelos dela. – Lucy e Ane vieram te ver. Estão preocupadas. Queriam te levar a Tóquio. – Clef tragou saliva ao dizer isso.

Marine riu baixinho e deixou Clef curioso.

Que bobas. Não é nada grave. O sol estava muito forte, só isso. Nunca deixaria que elas arriscassem ficar longe de seus noivos por minha causa. Se eu tiver que voltar para casa, o farei sozinha.

Foi como se Clef tivesse levado uma punhalada.

Você quer ir?

Nós já conversamos sobre isso. Não há nada que me segure em nenhum dos dois mundos.

E nós?

Você mesmo disse que nós não podemos estar juntos.

Hipoteticamente falando, se acaso eu fosse exilado e tivesse que deixar Zefir, você iria comigo?

Marine se ajustou para poder olhar nos olhos de Clef: - Do que você está falando? Não vá fazer nada de que você vá se arrepender.

Ele segurou o rosto dela e a beijou: - Descanse.

Depois que ela dormiu, ele se levantou com cuidado para não acordá-la e voltou para seu quarto. Passaria a noite em claro pesquisando e na manhã seguinte teria uma conversa com Fério.

Na manhã seguinte, Marine acordou com Caldina entrando em seu quarto.

Bom dia, minha menina. Como você está se sentindo?

Dolorida – Respondeu com voz de sono.

Trouxe o seu café e nem ouse dizer que não vai comer. – Disse Caldina com a bandeja na mão.

Ok, eu como. Aliás, Clef me disse que você cuidou de mim... Obrigada Caldina.

Não foi nada, meu amor, você sabe que eu te tenho muito carinho. – Sorriu enquanto posicionava a bandeja da melhor maneira no colo de Marine, já que ela estava com o ombro imobilizado.

Clef foi quem te trouxe para cá e ficou com você o tempo todo.

Ah é? – respondeu surpresa tomando um gole de chá. Claro que ela o tinha visto e até conversado com ele durante a noite, mas não sabia que tinha ficado ali durante todo o dia.

É. O velho mago realmente se preocupa com você.

Com medo de que essa revelação colocasse Clef em problemas, ela se apressou a dizer:

Se preocupa comigo como com qualquer outra pessoa de Zefir ou Lucy e Ane.

Minha menina, não precisa disfarçar comigo. Eu sei que vocês gostam um do outro e eu nunca faria nada que te prejudicasse.

Obrigada. - Marine sorriu. Era maravilhoso ter uma amiga como Caldina.

Caldina deu um beijo na testa de Marine – Eu amo vocês como se fossem minhas filhas. Eu acho que o guru é muuuuuuuuito velho para você e a senhorita poderia ter o homem que quiser, mas se ele te faz feliz, eu apoio.

Eu o amo, mas não podemos ficar juntos. Ele seria punido por isso.

Quem sabe o velho mago não encontra uma saída? Nesse meio tempo, ele já enviou Ascot para buscar a melhor curandeira de Zefir para vir te ver. Então termine o seu café e se arrume.

Marine sorriu e continuou a comer. Incrível como nessa manhã ela estava morta de fome.

Na sala do trono, Clef anunciava a Fério e Lantis que convocaria ao conselho para tentar modificar algumas leis.

Poxa, até que enfim. Eu te apoiarei Clef, mas e se não for possível? – Disse o príncipe

Então eu renunciarei.

Está brincando? Como se faz isso? – Fério perguntou atônito.

Não sei. Nunca ninguém fez, mas sempre tem a primeira vez para tudo.

É brincadeira, né?!

Que diferença faz? Eu a amo e quero que tenhamos um futuro. – Clef deu de ombros

De qualquer forma, se as leis não mudarem eu serei punido com o exilio. Afinal não serei mais o Guru de Zefir.

E o que Marine acha disso? – Perguntou Lantis sério como sempre.

Nada. Ainda não conversamos sobre isso.

Na hora do almoço, Lucy e Ane ajudaram Marine a chegar ao salão.

Marine gostaria de te pedir perdão. Não tive a intensão de te machucar. – Lantis estava ajoelhado em frente a ela.

Por favor Lantis, levante-se. Em nenhum momento eu te culpei. A única culpada fui eu. Deveria ter feito caso a Caldina e permanecido de repouso.

Lantis deu um discreto sorriso e foi se sentar ao lado de Lucy que estava assistindo toda a cena. Quando ele se aproximou, Lucy segurou sua mão e disse: - Viu? Eu te disse. Foi um acidente e Marine sabe disso.

Marine comeu pouco, pois estava com medo de passar mal novamente.

Clef e Fério não apareceram para o almoço. Ane disse que eles estavam trancados na biblioteca desde muito cedo.

Marine imaginou o que poderiam estar tramando aqueles dois, mas não disse nada. Continuou olhando para seu prato.

Depois do almoço, todas as mulheres se reuniram para conversar sobre os preparativos, mas Marine disse que iria para seu quarto descansar um pouco e depois se encontraria com elas.

No caminho encontrou Fério e Clef que iam em direção a cozinha.

Aí estão vocês! – Ela disse com a mão na cintura.

Marine, você sabe onde está Ane?

Na cozinha junto com Lucy, Caldina e Priscila falando sobre o casamento.

Obrigada. – Fério olhou para Clef e perguntou: - Te vejo depois?

Claro. Obrigada pela ajuda Fério.

Fério somente assentiu e foi em direção a cozinha.

E como você se sente? – Perguntou Clef colocando a mão no ombro dela e observando a expressão cansada de Marine.

Bem. Estava indo para o quarto descansar um pouco.

Quer compania?

Não... você ainda não almoçou. Não vá ficar sem comer por minha causa.

Mas eu já estou acostumado – E deu de ombros.

Nada disso. Vá comer alguma coisa e depois nos vemos, ok? – E tocou a ponta do nariz de Clef com a ponto de seu dedo indicador, girou o corpo e se foi.

Clef não entendia esse gesto que ela sempre fazia, mas achava que era uma forma de carinho.

Quando chegou na cozinha, ele não pode acreditar na quantidade de barulho que aquelas mulheres poderiam fazer e não entendia como Fério não se incomodava.

Ei, Clef, se junte a nós. – Chamou Fério animado

Oh não, tenho muito trabalho. – E dizendo isso, só pegou pão, porque foi a primeira coisa que ele viu e praticamente saiu correndo da cozinha, deixando todos rindo para trás.

Já em sua mesa, ele havia preparado chá para acompanhar o pão e estava pronto para continuar sua pesquisa, mas não conseguia deixar de se preocupar com Marine. Ela parecia tão cansada.

No quarto de Marine, ela estava sentindo muitas cólicas e não conseguia dormir. Resolveu ir à procura de Clef por uma poção para dor. Era realmente estranho, pois ela nunca foi de ter cólicas.

Clef ouviu batidas na porta e sentiu a presença de Marine imediatamente.

Como se sente? – Perguntou preocupado

Sinto muita cólica, o que é realmente estranho. Eu nunca senti antes. – Ela respondeu se sentando na cadeira disponível em frente à mesa de Clef com a mão na barriga. Na verdade, eu vim te procurar para saber se você não tem um chá ou alguma poção que possa me ajudar.

Ele pensou um pouco e resolveu preparar um chá para ela.

Terminando de tomar o chá, ela agradeceu e se levantou para se retirar.

Eu espero que você melhore. Eu, realmente, estou preocupado.

Ela sorriu e disse: - Eu vou ficar bem. Agora vou te deixar trabalhar.

Você sabe que pode ficar aqui. Eu não me importo

Está tudo bem. Eu combinei de encontrar as meninas para falar sobre os casamentos.

Clef se sentiu um pouco desapontado, pois queria passar um tempo com ela, mas entendeu que ela já havia combinado.

Tudo bem. Nos vemos depois então? – Ele perguntou desanimado.

Ela assentiu e se retirou fechando a porta.

Marine encontrou as meninas na cozinha. Não foi difícil, só teve que seguir o barulho das risadas e os gritos da Caldina.

Aí está você minha menina. Venha! Sente-se aqui do meu lado. – E batendo na cadeira que estava ao seu lado, chamou Marine.

Elas passaram a tarde discutindo flores, músicas e vestidos. As roupas ficariam por conta de Caldina e Priscila e Marine cuidariam da decoração e da música.

As meninas estavam animadíssimas, mas Ane também estava nervosa, pois além de seu casamento, também teria uma cerimônia de coroação.

Não se preocupe Ane, você se sairá muito bem. – Disse Lucy sorrindo.

Você nasceu para ser rainha minha amiga. E quem sabe não consegue ensinar alguns modos ao chato do Fério. – Disse Marine fazendo cara de superior.

Marine, não fale assim! – reprendeu Ane

Caldina, quem não parava de rir, conseguiu tomar fôlego e fala: - Vamos Marine, tem horas que ele é meio bruto, mas ele é um bom menino.

Marine suspirou e disse: Eu sei, eu gosto daquele pequeno brucutu, embora ele me irrite bastante.

Mas Marine, o único com quem você não se irrita é o Ascot. – Disse Priscila

Isso porque somos amigos e ele sabe como lidar comigo. – Marine mostrou a língua como uma criança pequena.

Certo, certo. O que vocês acham de irmos tomar um banho lá na fonte? – Ofereceu Caldina

Todas as meninas, com exceção de Marine se animaram.

Vocês podem ir. Eu vou voltar para o quarto.

Ah não. Vamos Marine. Por favor! – Chorou Lucy

Eu ainda sinto muita cólica Lucy.

A água quente pode aliviar um pouco. – disse Ane

Marine pensou por um minuto e resolveu ir: - Ok. Você deve ter razão. Vamos então.

Priscila passou o braço pelos ombros de Marine e se foram para a fonte.

Ane ainda não se sentia muito à vontade com seu corpo e ainda tinha vergonha de usar roupas de banho. Especialmente entre suas amigas, Caldina e Priscila, que ela considerava serem realmente perfeitas.

Caldina já estava pulando na água com o seu biquini pink, que combinava perfeitamente com o tom moreno de sua pele, chamando as meninas para se juntarem a ela.

Andem logo... a água está uma delícia.

Marine provou a temperatura da água com a ponta do pé primeiro e depois entrou. Realmente a temperatura da água estava muito boa e ela já podia sentir um alívio em sua barriga. Ela relaxou e se deixou flutuar.

Marine usava um biquini azul turquesa que simplesmente parecia ter sido feito para ela. Ela era a mais alta das três e tinha o corpo e a postura de uma modelo.

Lucy foi a terceira a entrar na água e brincava como se fosse criança. Ela tinha crescido, mas ainda era a menor do trio e seguia sendo a mais inocente. Usava um biquini vermelho escuro e o cabelo amarrado na tradicional trança. Seu corpo era curvilíneo, A cintura fina e as coxas grossas.

Vem Ane, vem Priscila!

Priscila, como sempre elegante, usava um maiô laranja e seu tradicional rabo de cavalo. Entrou na água e começou a brincar com Lucy.

Ane estava sentada na borda na fonte enrolada na toalha, com vontade de entrar, mas ainda com vergonha.

Marine se aproximou de Ane

O que acontece Ane?

Nada.

Você não me engana – Disse Marine com os braços cruzados.

Olha quem fala. Várias vezes eu te perguntei o que estava acontecendo e você respondeu que nada estava acontecendo e mesmo sabendo que você estava mentindo, eu deixei você em paz.

Ok. – Marine resolveu não pressionar, afinal tudo que Ane disse era verdade.

Eu posso te contar, mas não quero preocupar Lucy. – Disse Marine olhando para a pequena ruiva sendo perseguida por Priscila e Caldina.

Ane pensou por um instante e resolveu desabafar.

Tenho vergonha do meu corpo. – E olhou para baixo

Ué! Por quê?

Olha só para vocês e olha só para mim.

Estou olhando. É por causa do maiô? Nem todo mundo fica confortável com um biquini, mas olhe a Priscila. Ela está de maiô e está linda.

Não é por causa do maiô. Eu não tenho curvas, sou muito magra, sei lá... é estranho. Não quero nem pensar em como vai ser quando eu me casar.

Você está abaixo do peso?

Não. Meu IMC é de uma pessoa com peso adequado.

Ok. Então deve ser o tipo de roupa que você usa.

Huh?

É, nem tudo fica bem em todo mundo. Tem vários cortes e modelagens que não ficam bem em mim.

Ane olhava admirada para Marine. Era impossível pensar em alguma roupa que não ficasse bem nela.

Por que está me olhando assim? – perguntou com um sorriso divertido.

Bom, é que você está sempre, muito bem-vestida. Difícil acreditar que algo não te caia bem.

Ah, mas é porque eu tenho noção de moda, só isso. Se você quiser eu posso te ajudar.

Ane piscou algumas vezes em surpresa: - Sério? Confesso que eu já quis te pedir algumas dicas, mas fiquei com vergonha.

Aí Ane, que bobagem. Quantas vezes você já não me ajudou com os deveres da escola? E você e Lucy podem me pedir qualquer coisa.

Ane corou com vergonha.

Podemos falar com a Caldina e montar um guarda-roupa novo para você, mas agora chega de papo e entra na água.

E assim Ane o fez. Deixou a toalha de lado e entrou com seu maiô verde. Logo Marine estava contando para Caldina o que tinha combinado com Ane, o que deixou Caldina superanimada.

Vou adorar montar um guarda-roupa novo para a rainha. – E gargalhou

Essa Caldina não tem jeito. – Disse Ane tímida

Passaram o resto da tarde brincando e no final da tarde Marine e Ane resolveram sair e ir desenhar algumas peças que já estavam na cabeça de Marine.

Marine saiu primeiro e foi buscar as toalhas. Enquanto estava distraída secando seus cabelos, se assustou com Ane chamando seu nome.

Marine, você está sangrando. – Falava Ane apavorada enquanto saia correndo da água.

Huh? – Marine havia sentido algo quente escorrer por suas pernas, mas achou que era água da fonte. Olhou para baixo e pensou que tinha menstruado.

Nossa, que vergonha! – Pensou.

Ao ouvir Ane, Lucy, Caldina e Priscila também correram para sair da água.

Todas estavam em volta de Marine e ela estava grata por serem suas amigas, mas ainda sim estava morrendo de vergonha.

Meninas, me perdoem. Se eu soubesse que isso iria acontecer eu não teria vindo. Que vergonha. – Ela falou se escondendo atrás da toalha.

Marine, tem muito sangue. Não é normal. – Disse Ane.

Marine não acreditava que aquilo estava acontecendo. Primeiro o espelho, depois o desmaio durante a luta e agora isso. Era humilhação demais para uma pessoa só.

O estranho é que ela não estava sentindo nada de diferente, a água realmente havia aliviado as dores dela. Ela só sentia uma leve fraqueza e quando olhou para baixo entendeu o porquê.

Ascot e a curandeira já chegaram. Vamos levá-la para o quarto. - Caldina falava enquanto percebia que Marine ia perdendo a cor.

Antes que Marine pudesse falar mais alguma coisa, perdeu a consciência e Priscila conseguiu ampará-la antes que ela chegasse ao chão.

Lucy, querida, procure algum dos rapazes para nos ajudar a levá-la para o quarto. Ane, procure Ascot e peça para ele nos encontrar com a curandeira no quarto de Marine.

Vamos colocá-la aqui e cobri-la com as toalhas. Pobre menina. O que será que está acontecendo? – Caldina falava enquanto ajudava Priscila a colocar Marine em uma cadeira.

Minutos depois Lucy retornou com Fério.

O que aconteceu aqui? – Perguntou Fério apavorado olhando todo o sangue e as toalhas sujas, procurando desesperadamente por Ane.

Não sabemos Fério. Ascot irá nos encontrar com a curandeira. Por favor, nos ajude a levá-la para o quarto – Disse Priscila.

Ane foi avisar a Ascot. – Caldina respondeu entendendo o que Fério estava procurando.

Alguém avisou ao Guru Clef? Ele pode ajudar. – Disse Fério. Era evidente que com a curandeira aqui, havia pouco que Clef pudesse fazer, mas se tratando de Marine, ele tinha certeza de que Clef gostaria de saber o que estava acontecendo.

Eu vou e encontro vocês depois. – Disse Priscila enquanto se retirava.

Fério carregou Marine enrolada por toalhas em seus braços seguido de perto por Caldina e Lucy. Quando finalmente chegaram ao quarto, Ascot, a curandeira, Lucy e Ane já estavam lá. Ela a depositou com cuidado na cama e foi para o lado de Ane imediatamente.

Ane sorriu quando Fério chegou ao seu lado e segurou sua mão.

O que aconteceu? – Perguntou Fério preocupado

Não sabemos. Ela estava bem e quando saímos da água ela passou mal. – Ane respondeu preocupada.

Eu tenho que ir checar alguns assuntos com o Guru e depois eu te procuro, ok? Você deveria ir se trocar também. Andando assim vai se resfriar. – E então Ane percebeu que todas elas estavam andando pelo castelo com roupas de banho. Ela assentiu e foi chamar Lucy para que elas se retirassem.

Fério seguiu direto para o escritório de Clef e chegando lá, encontrou Priscila de saída.

Quando entrou na sala, encontrou Clef aflito.

Você a trouxe. Como ela está? – ele perguntou aflito

Ela ainda está desacordada, mas Caldina, Ascot e a curandeira já estão com ela. Ela será bem cuidada.

Clef ficou pálido de ciúmes. Ascot estava com ela, enquanto ele não podia.

Eu vou lá! – Ele se levantou decidido.

Eu acho melhor não, Clef.

Ninguém vai desconfiar e eu não posso ficar aqui sem fazer nada.

Fério passou as mãos pelo rosto e saiu atrás de Clef. Quando chegaram no quarto, a porta estava fechada. Fério resolveu ir atrás de Ane e Clef resolveu que iria entrar e ficar ao lado de Marine.

Ele entrou no quarto e quase teve um ataque quando viu que Ascot estava sentado ao lado de Marine e segurando sua mão. Ela estava coberta por um lençol, mas quando a curandeira a descobriu, ele pode ver que a cama estava manchada e que ela ainda sangrava.

Ela se queixou de muitas dores na barriga. – Disse Caldina tentando ajudar

A curandeira passou a mão pela região da barriga de Marine e uma luz azul começou a brilhar.

De onde vem tanto sangue? – perguntava Caldina apavorada. Clef estava ao seu lado e pousou sua mão no ombro de Caldina para tranquilizá-la um pouco.

Do seu útero. – Respondeu a curandeira ainda de olhos fechados.

Os três se entreolharam.

Faz sentido, com todas as dores e mal-estar que ela estava sentindo – disse Ascot

Mas ela é muito novinha para ter algum problema no útero. – Disse Caldina levando as mãos a boca.

Nesse instante Ane e Lucy bateram e entraram no quarto bem devagar e estranharam quando notaram Clef ali, mas sabiam que Marine ficaria feliz de saber que ele estava ao seu lado.

Oh queridas, que bom que vocês chegaram. Sabem se Marine estava doente antes, com algum problema ginecológico? – perguntou Caldina apreensiva.

Que eu saiba não. Ela não nos comentou nada. Por quê? – perguntou Ane preocupada

Nesse instante a curandeira começou a falar: - Porque a origem do sangramento foi o útero. Consegui parar o sangramento, mas essa moça está grávida.