Os personagens e universo de Magic Knight não me pertencem. São propriedade da Clamp.
CAPÍTULO 3
O que está acontecendo nesse lugar? – Perguntou Caldina que entrou correndo fugindo dos trovões e da tempestade que se aproximava. Encontrou Priscila que estava pensativa.
Olhando o céu por uma janela, ela estava pensativa e já imaginava o porquê da mudança repentina do tempo. Ela não podia mentir, estava feliz com a situação porque sempre amou o guru e tinha certeza de que com o tempo poderia fazer com que ele se apaixonasse por ela, mas também sabia que Marine o amava e que os dois tinham uma relação. Priscila nunca culpou Marine ou se intrometeu na relação e sabia o que a guerreira estava sentindo nesse momento, pois era o que ela sentia há anos por não poder estar com ele.
Na sala do trono, Fério, Ane, Lucy e Lantis conversavam. Na verdade, o espadachim estava encostado perto de uma janela e observava o tempo.
Isso é um absurdo! – Dizia Ane depois de ouvir o relato de Fério. – Não podem fazer isso. Fério, você tem que impedir isso. Não me admira que tenha começado a chover do nada. Você sabe bem das consequências. – E apontou para a janela indicando a tempestade.
Eu? Mas o que eu posso fazer se o próprio Clef aceitou a decisão? – Respondeu desesperado.
Não se preocupem. Tenho certeza de que Marine e Clef irão se acertar. Os dois se amam. – Disse Lucy em tom doce bem na hora que um estrondo soou.
Lantis arqueou uma sobrancelha e disse: - Você tem certeza, Lucy?
Gente, vocês sabem que os dois são teimosos. Sempre discutem e logo fazem as pazes. – Ela disse tentando ser positiva.
Mas as discussões dos dois nunca geraram uma tempestade. – Disse Lantis ainda olhando pela janela procurando algum sinal de raio de sol por entre as nuvens.
Eagle estava em seu quarto arrumando suas coisas quando ouviu os trovões. Também não estava acostumado com tempestades, pois quase não chovia em Autozam.
O que será que está acontecendo? – Pensou ele preocupado, pois ele sabia que em Zefir só chovia quando precisava e era uma chuva leve, somente o suficiente para manter a qualidade do ar e da colheita.
No quarto, Marine não conseguia parar de chorar.
Minha guerreira, você tem que se acalmar. – Ela escutava a voz de Ceres em sua cabeça.
Não posso. Me perdoe, eu não quis renunciar a você quando eu disse que Zefir não contará mais comigo.
Eu entendo. O que o estúpido guru fez foi muito grave, mas você tem que se acalmar. Ficará doente assim e inundará toda Zefir.
Eu não me importo. – Ela respondeu chorando. – O que eu vou fazer agora que não posso nem voltar para Tóquio?
Por que você não vai para outro povoado e fica longe por um tempo? – Ceres tentava acalmá-la a todo custo, pois sabia o quão grave era uma guerreira mágica se virar contra o planeta.
NÃO. Quero ir embora daqui. Todo mundo me usou.
Quando Ane e Lucy chegaram à porta do quarto de Marine, escutaram ela gritando e entraram mesmo sem bater.
Quando Marine viu suas amigas, ela chorou mais ainda. Lucy e Ane correram para abraçá-la.
Não se preocupe, Marine. Daremos um jeito. Acharemos uma maneira de revogar essa decisão. – Disse Ane passando a mão pelos cabelos longos da amiga, mas parou quando de repente a menina parou de chorar e a encarou de um jeito que Ane nunca tinha visto. Os olhos de Marine estavam em um tom de azul tão escuro que eram quase negros.
Ela secou suas lágrimas e falou com a voz séria e seca: - Eu não quero a pena de ninguém.
Mas Marine, não é pen... – Ane foi interrompida.
O conselho decidiu que eu não sou boa o suficiente e quem eu achava que me amava e me defenderia não fez nada. Todo mundo me deu as costas.
Nós estamos aqui, nós somos suas irmãs. – Disse Lucy com os olhos cheio de lágrimas e Marine deu um meio sorriso, afinal de contas, nem com todo ódio que ela estava sentindo, ela era incapaz de não se derreter por Lucy.
Eu sei Lucy, eu sei. – E a abraçou a ruiva.
Eu só estou me sentindo traída, mas não por vocês. Eu desisti de tudo para viver aqui para ficar com ele e agora não posso nem voltar para casa. Se vocês não se importam eu gostaria de ficar sozinha.
Mas nós queremos ficar aqui. – Disse Lucy.
Por favor, Lucy. Eu só quero dormir um pouco. Vá se despedir de Eagle. Ele vai embora amanhã.
Enquanto Lucy a olhava com olhos chorosos, Ane se levantou da cama com certa dificuldade e dando a mão para que Lucy aceitasse, disse: - Vamos Lucy. Vamos deixá-la descansar.
Na hora do jantar, todos já estavam cientes do que tinha acontecido e jantavam em completo silencio.
Marine não desceu para jantar, Priscila estava totalmente constrangida, Caldina e Fério não sabiam o que fazer, Lantis e Ráfaga apenas observavam o ambiente, Lucy e Ane lançavam olhares furiosos ao Guru, Clef não tirava os olhos do seu prato evitando os olhares de todos e Eagle nem conseguia comer de tanta vontade de socar o mago.
Marine saiu escondida de seu quarto e caminhou até a praia na chuva. Quando finalmente chegou, ficou parada de olhos fechados até ser transportada para o templo de Ceres.
O que a traz aqui, minha guerreira?
Eu só queria um pouco de paz. Ceres. O que aconteceria com você se eu fosse embora de Zefir? - Perguntou enquanto se abraçava para aliviar o frio que sentia. – Eu não quero que aconteça nada com você.
Não se preocupe comigo. Não estamos em tempos de guerra, então eu não sou necessário. Eu simplesmente voltaria a adormecer na minha dimensão. Mas quanto as águas de Zefir... o tempo ficará descontrolado. Uma guerreira mágica não deve escurecer seu coração com sentimentos de ódio, raiva e rancor. – Ele falou em tom calmo.
Eu não queria sentir o que estou sentindo, Ceres, mas não posso evitar.
Eu sei minha guerreira. Não se preocupe comigo. Sempre que precisar de mim poderá contar comigo. Agora eu sugiro que você volte para o castelo. Seus amigos devem estar preocupados com você e você deve se agasalhar.
Ela tremia muito e estava com os lábios azuis de tanto frio, mas sorriu triste e pensou com rancor: - Amigos.
No castelo, Eagle procurava por sua amiga, mas não a encontrava em lugar algum e já estava preocupado. Resolveu procurar Lucy. Provavelmente elas estariam juntas.
Lucy e Ane estavam na sala do trono, concentradas e conversando com seus gênios. Windam e Rayearth estavam dizendo para as meninas o mesmo que Ceres havia dito para Marine.
Mas Marine seria incapaz de se virar contra o planeta. – Dizia Lucy.
Ela está machucada, Lucy. A única coisa que podemos fazer é apoiá-la. – Disse Ane tentando consolar Lucy.
Quando saiam da sala do trono, Eagle as encontrou.
Meninas, estava procurando vocês. – Ele falou sem fôlego, pois estava correndo pelo castelo. – Marine não está com vocês?
Se ela não está no quarto, com certeza deve estar na praia. – Respondeu Ane sem emoção.
Com essa chuva? – Eagle perguntou espantado e olhou para Lucy que que estava com os olhos cheios de lágrimas.
Bom, vou procurá-la.
Por favor, Eagle. A traga de volta. – Ane pediu com voz suplicante.
Ele assentiu e se retirou.
Eagle chegou à praia e a viu ajoelhada, abraçada ao próprio corpo e encarando as enormes ondas. Ele ficou extasiado pela beleza daquela mulher.
Se aproximou devagar e quando estavam lado a lado, ele colocou sua capa sobre ela.
Não se preocupe. Você não está sozinha.
