Muito obrigada pelos comentários de todos vocês!

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––-

Deixa o tempo passar...

Capitulo 4 – Quatro anos depois... reencontro.

Quatro longos anos se passaram...

Shina conseguiu fazer sua faculdade. Com sucesso, se formou em Astronomia. Não havia curso melhor para um cavaleiro do zodíaco. Sua tia, uma senhora muito simpática chamada Marietta, fora muito gentil para a amazona, quase como uma mãe. No começo foi um pouco estranho para ela, principalmente por estar longe de seus amigos, longe de Mu... Shina nunca esqueceu o que havia acontecido naquele aeroporto. Desde então, Mu nunca mais mandara notícias, a não ser por uma carta que ele havia lhe respondido.

Mu não saiu de Jamiel. Estava para terminar o treinamento de Kiki que já tinha doze anos. O garoto estava numa fase rebelde, no ápice de sua pré–adolescência. Com o tempo o cavaleiro de Áries foi se acostumando com a ausência de sua amada. Até tentou ter outras namoradas, mas não passava disso. Ele não tinha interesse de casar com quem não amava. E no fundo, tinha esperanças de rever sua querida amazona.

– Kiki! – disse Mu autoritariamente. – Acorde!

O garoto parecia fazer corpo–mole.

– Não me faça perder a paciência... vamos, acorde! Isso é o que dá, ficar na internet até altas horas da madrugada. No meu tempo não tinha isso!

– Ah Mu...só mais um pouquinho... – Kiki se cobriu até a cabeça

– Ora essa! Que tipo de armadura você quer ganhar? Armadura virtual? Vai querer dar uma de "megaman"?

Mu percebeu que seria inútil e praticamente impossível tirar Kiki da cama. Deu para o garoto um prazo de quinze minutos, tempo que o cavaleiro iria até o vilarejo próximo. Era dia de checar as correspondências já que os carteiros não chegavam até a casa dele. Mas isso não era problema para o Mu.

XxXxXxXxXxXxXxXxXxX

O Sol nascia numa cidade da Itália. Estava um pouco frio e a neblina da manhã tomava conta da rua calçada com paralelepípedos. As casas em sua maioria tinham um primeiro andar num estilo de chalé. Pinheiros enfeitavam as ruas, era um lindo lugar.

– Bom dia, tia Marietta! – disse Shina descendo as escadas

– Bon Jorno, bambina! – respondeu a senhora de cabelos grisalhos. – Fiz omelete e torradas para o seu café da manhã.

– Obrigada, titia! Acredita que ainda estou cansada da festa de formatura?

A senhora apenas sorriu e balançou a cabeça positivamente. A festa havia sido há menos de uma semana.

– Querida, chegou uma correspondência para você ontem. Não te entreguei logo porque você chegou tarde e eu já estava dormindo. Está ali perto da lareira!

Correspondência... Shina ficou sem entender por alguns segundos. Quem seria? Será que depois de tanto tempo Mu havia lhe escrito outra carta? Não, era sonhar demais. Seria Marin ou qualquer um de seus amigos? Estes também haviam sumido... cada um pegou seu rumo.

Shina pegou o envelope e leu cuidadosamente o nome do remetente. No instante que leu a origem da carta, sente seu coração palpitar... era uma carta de...

– Saori?

Vinda do...

– Santuário?

XxXxXxXXxXxXXxxXxXxX

Após pegar suas correspondências, Mu volta para a sua casa. Contas, contas e mais contas... logo vê um envelope com o carimbo da Grécia. Estranhou e observou antes de abrir. O que Athena iria querer? Por que simplesmente ela não o chamou por cosmo?

– Essa não! – Mu abriu um sorriso quando terminou de ler a carta.

XxxXxXxXXxXxXxx

Japão, horas antes...

Um homem forte de cabelos dourados abria a porta de sua casa usando apenas uma calça de moletom preta exibindo seus músculos. Ele não estava muito habituado com os costumes japoneses e os vizinhos detestavam isso. Mas ele não estava "nem aí".

Ele foi até a caixa de correio apanhar o jornal como fazia todas as manhãs. Percebeu que havia uma carta endereçada da Grécia e não perdeu tempo em abri–la. Ao ler, todo o sono que sentia por ter acordado cedo foi embora.

– Marin! Marin! – gritava sorridente – Vamos voltar!

XxXXxXXxXxXxXxx

Shina correu para fora de sua casa, pulando o baixo muro facilmente. Ela tinha um grande sorriso no rosto e corria em direção a uma casa há apenas alguns metros da sua.

Ao mesmo tempo um homem de cabelos azuis saía de sua residência segurando um envelope igual e também sorridente.

– Masc... Giovanni! – disse Shina correndo em sua direção – Você recebeu também! – ela parou em sua frente um pouco ofegante.

– Sim! Finalmente vamos voltar! – respondeu Mascara da Morte. Voltar para a sua terra natal o fez bem. Ele estava mudado e notoriamente arrependido de seu passado macabro. Por essa razão, ele não queria ser chamado pelo seu apelido, pelo menos ali onde era tudo tão tranqüilo.

– Mas ela diz que temos que ir amanhã! Mandou as passagens e tudo! – Disse Shina ainda sem acreditar.

– Claro, vou tratar de pedir demissão daquela loja estúpida e arrumar minhas coisas. E você, o que vai fazer?

– Vai ser ruim me despedir da minha tia. Principalmente ela que mora só... pretendo leva–la para lá futuramente! Será que ela gostará?

– Do santuário? Claro! Mas me responde uma coisa... e o Leonardo?

De repente o sorriso da amazona se desfez. Leonardo... o que ela faria?

– A propósito, camisola bonitinha... – ele apontou para uma camisola de algodão cor–de–rosa com um ursinho carinhoso desenhado na frente.

XxXxXXXXxXxXxX

No outro dia...

Santuário...

Mu foi o primeiro a chegar, exatamente duas horas antes do combinado. Nossa, como aquilo havia mudado! Valeu a pena esperar tanto.

As doze casas estavam exatamente iguais por fora, mas totalmente restauradas, sem nenhuma rachadura.

O coliseu, lugar onde ele conheceu a esquentada Amazona de Cobra, as arquibancadas estavam melhores, a arena continuava de areia sendo fiel ao antigo estilo. Porém, eles ganharam um verdadeiro ginásio com direito a academia, equipamentos de lutas e treinos, ganhou também um campo de futebol para os dias de folga. Até mesmo duas piscinas olímpicas para os dias de calor...

Agora que o perigo não rondava mais o santuário, os cavaleiros podiam ter um tempo para relaxar.

– Isso aqui está demais! – disse Kiki maravilhado – ainda está com cheiro de tinta fresca!

– É verdade... está demais. – concordou Mu.

A vila comercial havia sido totalmente reformulada, ganhando um grande, imenso para falar a verdade, espaço coberto com barracas padronizadas para cada comerciante.

Agora o santuário provia de um hospital também.

As demais casas, incluindo a vila das amazonas mudaram totalmente. As residências ganharam um padrão único. Cada uma tinha dois quartos, uma suíte, sala para dois ambientes, cozinhas, área de serviço, etc... casas simples, mas muito confortáveis.

– Kiki, temos que subir. Athena está esperando por nós.

XXXxxXxXxX

Shina chegava depois de uma curta viagem de avião. Um táxi a deixou na porta do santuário, mas... ela não estava só. Sim, Mascara da Morte estava com ela, mas... havia uma outra pessoa...

Do portão principal até a casa que foi construída para a amazona era um pouco longe. Shina andou sob o sol escaldante da Grécia segurando uma grande mala.

– Nossa, como é quente! Não vamos chegar nunca? – perguntou Leonardo.

Leonardo era o namorado de Shina. Sim, namorado. Ele quem ajudou Shina a se entrosar na faculdade e eles começaram a namorar no terceiro período. Porém de um tempo para cá, Leonardo havia se tornado muito arrogante... Seus cabelos negros caíam sobre os ombros. Seus olhos azuis davam um belo contraste com sua pele branca.

– Você bem que podia levar a minha mala! – reclamou Shina

– Fala sério, amorzinho... a minha já está bastante pesada...

Depois de mais uns intermináveis cinco minutos, Shina chegava em frente a sua casa. Nada podia estragar seu dia, ela estava maravilhada com as mudanças do santuário. Ficou espantada em ver a fachada da casa. Totalmente diferente daquelas que ela havia morado a vida inteira.

– Uau! – ela sorriu ao entrar na casa.

– Que muquifo! Coisa pequena, vou ter uma crise de claustrofobia aqui dentro! – reclamou Leonardo.

– Pequeno? Você não duraria um mês no antigo santuário...

– Que caixa é essa? – perguntou o curioso que se agachou na frente de uma caixa prateada.

Os olhos da amazona brilharam ao ver a caixa da sua armadura. Será que Mu havia consertado?

– Sai daí para não se machucar... – Shina chegou perto da caixa e puxou a corrente. Logo a caixa se abriu e exibiu a armadura da amazona. Ela fica emocionada ao ver o estado perfeito de sua armadura. Lembranças boas e ruins passaram na sua mente enquanto levava a sua mão na máscara.

Antes que ela tocasse, a armadura brilhou intensamente e foi na direção dela.

Leonardo assustou–se e saiu de perto observando que a armadura encaixava–se sozinha no corpo de sua namorada.

– Que coisa tétrica é essa? Pra que a mascara?

– Bom... tem uma coisa que eu preciso dizer. – Shina acabou por contar toda a sua historia da sua vida de amazona. Ela nunca disse nada sobre isso, pois temia não ser bem aceita.

Alguns minutos foram suficientes para que ela terminasse de falar.

– Mas você não é mais amazona, não é?

– Claro que sou. – disse Shina seca e amargamente. – A armadura está um pouco estranha por causa das roupas que estou usando. – ela usava uma camisa baby look branca e jeans. Bem confortável. – Quando eu pôr a roupa que se usa por baixo, você vai babar. – ela sorriu.

– Bom, pelo menos vai servir para nos divertirmos... – ele se aproxima de sua namorada a abraçando.

Shina não se sente nem um pouco confortável e se solta dos braços dele rapidamente.

– O que foi?

– Tenho que me arrumar, digo, por a armadura. Athena convocou todos os 88 cavaleiros para reunirem–se no seu templo. E faz questão das armaduras.

– Vou com você? – ele perguntou.

– Se quiser...

XxxXXxXxXxxXXxXx

Ao pisar no templo, Mu observa Saori sentada no seu trono com as pernas cruzadas e tomando algo que parecia ser um suco. Ao vê–lo, a deusa sorri e se levanta.

Mu e Kiki ajoelham–se reverenciando a divindade a sua frente.

– Kiki, como você cresceu! – disse Saori sorrindo.

– Eu... er... eu... – Kiki ficou gaguejando por notou como Saori estava bonita.

– O mesmo digo da senhorita. Cresceu bastante. – disse Mu de forma respeitosa. – E o Seiya, como está?

– Estou ótimo! – disse Seiya ainda na cadeira de rodas.

Pelo menos havia recobrado sua consciência. Durante esses quatro anos, Saori dedicou–se a cuidar de seu amado cavaleiro. Parecia que todo o dinheiro investido havia dado um gratificante retorno, pois Seiya voltou a ser o mesmo garoto de sempre: de bem com a vida e com o mesmo brilho no olhar.

– Seiya já está começando a voltar a andar. – disse Saori – Anda na cadeira de rodas porque é um preguiçoso.

– Ah, andar de muletas é cansativo! – sorriu Seiya.

– Não teve graça. – retrucou Saori.

– Seiya, posso empurrar sua cadeira? – perguntou Kiki

E os dois foram brincar...

– Nossa, quantas escadas! – disse alguém da porta do templo.

– Aiória! – sorriu Mu.

O Cavaleiro de Leão havia chegado. Trazia em seu colo um lindo garotinho de aproximadamente dois anos. Tinha os olhos verdes do pai e os cabelos ruivos da mãe. Marin estava ao lado dele. Não usava a sua armadura por um motivo simples: estava grávida de quatro meses. A barriga já protuberante não se encaixava na justa armadura de águia.

Um a um, cavaleiros e amazonas foram chegando. Shiryu, Shun, Ikki e Hyoga chegaram na mesma hora, ambos trazendo suas respectivas namoradas/noivas. Menos Ikki, este não namorava nenhuma garota.

Aldebaran chegava do Brasil com a mesma simpatia de sempre. Shura voltou da Espanha com um sotaque irresistível para as mulheres que o cumprimentavam. A conversa era só essa: os sotaques.

Envolvido com a conversa dos amigos Mu estava numa pequena "rodinha". Nela estavam Aldebaran, Shaka, Miro e Aiória. Ele ria de braços cruzados até que Miro o chama atenção para a porta. Era Shina...

Por um momento Mu pensou que seu coração fosse explodir. Não conseguiu conter o trêmulo sorriso que saiu de seus lábios, mas até que... percebeu que ela entrava de mãos dadas com um rapaz.

XxXxXxXxxXxX

– Não acredito que deixei você sair de casa com essa roupa! Olha só para isso, está quase nua! – reclamava Leonardo.

– Ora, não encha o meu saco. – respondeu Shina. – Por que não ficou em casa?

– Porque não ia deixar minha gata dando sopa por aí pra qualquer marmanjo.

Shina força um sorriso e olha novamente para a frente. Ao ver que seus amigos estavam reunidos, ela sorri de verdade. Todos estavam lá conversando, rindo... então ela viu Mu olhando para ela meio desconfiado. Mesmo assim, ainda sorrindo, ela tentou dar um passo a frente para andar até eles, mas a voz de Athena ecoou pelo templo. Ela ia dar um discurso de boas vindas ao cavaleiros. Logo, entre os dois, surgiram dezenas de cavaleiros que os separou.

– Olá! Peço um pouco de atenção, por favor! – disse a moça de cabelo lilás – Bom, primeiramente quero dar a todos boas vindas de volta ao nosso querido santuário...

– Quem é essa? – perguntou Leonardo.

– Ela é a Deusa Athena! – respondeu sorrindo com orgulho.

– Eu ia dizer que a lei uso das mascaras estava oficialmente abolida... – continuou a deusa – mas vejo que nenhuma amazona está mascarada. Que bom! Nem preciso dizer. – sorriu.

– Deusa Athena, é? – ironizou.

– Acho bom você ter mais respeito à deusa por aqui se não quiser perder sua cabeça.

– Ah e quem vai arranca–la? – perguntou cruzando os braços

– Gente pra arrancar não falta.

Alguns minutos se passaram e todos prestavam atenção nas palavras da Deusa Athena. Menos Shina. Ela queria sair dali um pouco. Não que o discurso de Saori estivesse ruim, muito pelo contrário. Estava até divertido. Foi como se com o tempo ela finalmente tivesse aprendido como prender a atenção de um grupo através de boas palavras.

– Onde vai? – perguntou Leonardo ao perceber que sua namorada estava se distanciando.

– Já volto. – respondeu Shina secamente.

Sem dizer mais nada o jovem permaneceu no lugar onde se encontrava. Achava tudo aquilo um tédio, não conhecia ninguém, era quente como o inferno... como ele queria estar na sua casa, em sua banheira morna... até que na sua frente passa uma mulher com uma roupa justíssima e com uma armadura. Passa e pisca para ele, sorrindo insinuante.

– "Ora–ora... até que não é tão ruim..." – e deu um meio sorriso retribuindo o atrevido olhar.

XxXxXxXXxX

Do lado de fora do templo, num lugar afastado, Shina sentava–se num banco de pedra embaixo de uma árvore. Ah! Como ela queria estar ali, sozinha. A verdade é que ela já não gostava de Leonardo. Aceitou namorar com ele pois fora muito presente quando ela precisou, mas ela não sentia algo de especial ao olha–lo. Nesse momento ela o via mais como um bom amigo íntimo. Mas como dizer? Ele saiu da Itália e foi com ela ao Santuário, como ela poderia dispensa–lo agora, sem mais nem menos?

Estava tão mergulhada nos seus pensamentos que acabou não percebendo que alguém estava atrás dela. E se aproximava... tinha um sorriso travesso no rosto. Não podia perder essa chance de...

– BU! – a surpreendeu com suas mãos firmes em sua cintura.

– AAH! – Shina literalmente pulou de onde estava sentada e seu coração começou a pular loucamente em seu peito. Rapidamente ela levantou–se para encarar o engraçadinho. – Que susto! Você não tem mais nada pra f...

Shina não conseguiu completar sua frase. Era ele, o cavaleiro de Áries. Mu estava lindo, sorria se divertindo com a situação da amazona da mesma forma quando pregava as peças nela. O mesmo olhar fraterno... cabelos soltos ao vento e banhados pela luz do sol no fim da tarde, bem como a sua armadura que reluzia num dourado intenso.

– Estava com saudades... – disse Mu sorrindo.

– Nossa... eu também! – ela subiu no banco e se jogou em seus braços.

Ela o abraçou intensamente, ignorando o incomodo que o contato entre as armaduras fazia. Totalmente sem ação, Mu também a abraça, encostando seu queixo levemente no ombro da amazona.

– Você está linda. – comentou. Ela havia mudado alguma coisa em quatro anos. Parecia mais mulher, mais segura.

– Obrigada, eu sei. – riu – Brincadeira... você também está muito bonito.

– Senti muito a sua falta...

– E eu a sua... – Shina tocou o rosto do cavaleiro com uma das mãos – Por que não me deu mais notícias?

– Bom, eu pensei que você estivesse se divertindo muito na faculdade... não quis te atrapalhar. – respondeu o cavaleiro enquanto tomava a mão da amazona – você também não me mandou mais cartas.

– Pensei que não quisesse mais saber de mim. Me esquecido...

– Bobagem... eu nunca irei te esquecer, Shina.

Foi a primeira vez em quatro anos que Shina sentiu um arrepio ao ouvir seu nome. Aquela frase, aquela mão tocando na sua... fez o coração da amazona bater mais forte. De repente esqueceu todos os seus problemas, como se estivesse num transe. Estava tudo muito perfeito.

– Me responde uma coisa... aquele... é seu namorado? – perguntou Mu.

Leonardo... Por um instante foi como se ninguém com esse nome houvesse cruzado seu caminho. Mas ao ouvir a pergunta, Shina acabou acordando e seu sorriso mais uma vez se desfez.

– Sim.

Ao dizer isso, ela percebeu o olhar desapontado que o cavaleiro deu. Longos segundos torturantes em silencio se passaram. Ela não sabia o que falar e a voz não saía da boca do cavaleiro. Porém alguém tinha que quebrar aquele silêncio...

– Que bom... – disse Mu – Bom saber que você superou aquele "probleminha" com o Seiya.

– A verdade é que... você que me fez esquece–lo. – Shina olhou para o chão.

– O que? – Mu pareceu não entender muito bem o que a amazona havia dito.

– Mu, nesses quatro anos eu nunca te esqueci. – desta vez ela o encarou seriamente. – Pensava em você todos os dias, lembrava daquele dia no aeroporto em que nós quase... nos beijamos... espero não estar sendo uma idiota ao te falar isso, mas... não consegui te esquecer, Mu. E isso só cresceu com o tempo.

Mu pareceu confuso. Por que só depois de tanto tempo ela resolveu falar aquelas coisas?

– Eu pensava que você já tinha se esquecido de mim... daí apareceu Leonardo. Alegre, sempre tentando me agradar, supria a necessidade que eu tinha... de você. – ela não conseguia se controlar. Quanto menos pensava, mais falava. Ela podia ver nos olhos do cavaleiro a surpresa que ele sentia. – De certa forma ele me completava...

– Shina, eu... – Mu gaguejou um pouco.

A amazona ficou nervosa, pensou ter ido longe demais. Ora, afinal quem iria gostar de uma pessoa depois de quatro anos sem vê–la?

– M–Me desculpa, Mu! – ela recuou dois passos – não sei onde eu estava com a cabeça... você deve estar me achando uma idiota... eu estou me achando uma idiota... eu vou...

Ao dar as costas, ela sente um cosmo forte se desfazendo e uma mão em seu braço.

Subitamente Mu a puxa contra si, abraçando–a. Havia tirado sua armadura. Ele não tinha palavras para exprimir o que sentia naquele momento. Comprimiu carinhosamente o corpo da amazona contra seu, deixando com que ela pudesse sentir seu coração.

– Sente meu coração, Shina? Ele bate por você. Sempre bateu e irá bater. Então não ouse falar que eu iria te esquecer... isso jamais poderia acontecer.

Ao falar isso, Shina levanta a cabeça e olha nos olhos do cavaleiro.

– Rimou! – sorriu um pouco corada.

– É. – Mu respondeu sorrindo serenamente.

E assim, seus lábios uniram–se. Shina envolveu seus braços pelo pescoço do cavaleiro enquanto este a abraçava pela cintura. Seus lábios colados e entreabertos roçavam a procura de um contato maior. Depois suas línguas se encontraram num beijo descontrolado, cheio de saudades, desejo.

Mu sentiu suas pernas um pouco bambas, seu coração parecia explodir. Depois de tanto tempo ele finalmente estava provando o sabor daqueles lábios pela primeira vez. Ele agora queria mais... não parava de beija–la, não queria parar... seus dentes davam leves mordidas no lábio inferior da amazona, sua língua explorava o máximo que podia.

Com certeza aquele havia sido o melhor beijo de sua vida... Shina estava sentindo–se dominada pela situação, pela boca do cavaleiro. Seu corpo parecia queimar a cada simples toque de Mu. Estava um pouco nervosa pois sabia que seu namorado poderia aparecer a qualquer momento. Por um lado sentia–se uma traíra, por outro... deixou levar–se pelo prazer do proibido.

O tão esperado beijo estava chegando ao fim. Agora trocavam apenas beijos leves e estalados enquanto seus braços soltavam levemente. Olhos ainda fechados num roçar de lábios e narizes...

– Santo Dio!

Bastou uma voz masculina com um sotaque italiano para fazer o sonho tornar–se um pesadelo. "Céus! O que eu fiz?" pensou Shina em frações de segundo.

Continua...

Oba! Sinceramente eu gostei, e vocês? Espero que a demora tenha valido a pena, não é mesmo?

Ah, me perdoem... não consigo fazer capítulos pequenos com essa fic! Hahaha

Beijões a todos os que acompanham essa historia. Muito obrigada pelo carinho!