Capítulo 3
Shura andava preocupado. Havia tomado um caminho por entre as arvores para não ser visto pelas amazonas, caso contrario, a confusão estaria armada.
A cada passo que dava sentia um enorme frio na barriga, um grande medo. Pela primeira vez um dos mais bravos cavaleiros de Athena estava inseguro. E por causa de uma mulher.
Andava tão mergulhado em seus pensamentos e perspectivas que acabou se dando conta de que havia se perdido entre as arvores.
– Como assim? Já passei por aqui... Droga, me perdi... – lamentou reprovando–se
Ele parou para reorganizar seus pensamentos e acabou por fixar seus olhos no verde da mata em que se encontrava. A cor o fez lembrar de sua amada, seus cabelos, seus olhos... Da beleza que o fazia parecer um garotinho ao vê–la, mesmo de longe.
#Flashback#
– Não me toque! Quer morrer? – perguntou Shina se armando contra Shura que apenas arqueou uma sobrancelha e deu uma gargalhada.
Despertando ainda mais a fúria da amazona, ela o ataca com toda sua força, mas foi em vão, pois ele conseguia se mexer na velocidade da luz.
– Você acha mesmo que me acerta com esse golpe idiota! Muito bem, prepare-se amazona...
– Shura... – Shina recuou – veja lá o que vai fazer...
– Está com medo, "mujer"? – deu um sorriso sarcástico – EXCALIBUR!
– Venha... – ele a puxou pela cintura, fazendo com que ela encostasse a cabeça no seu peito – estou aqui... pode chorar, não vou fazer nada, nem falar nada... só quero ficar ao seu lado...
Shina ficou tão surpresa com a atitude de Shura, que se afastou dele e olhando-o nos olhos e perguntou:
– O que você pretende?
– Nada... apenas provar o quanto gosto de você...
Shina se sentia tão confortável nos braços daquele homem, e as duas doses de vodka pareciam estar fazendo um certo efeito. Ela se jogou em cima dele e ambos caíram deitados em meio à grama, às plantas e aos pedaços de mármore.
– Shina...
– Não diz nada... – passou o polegar nos lábios carnudos do cavaleiro antes de beija-lo. Um beijo quente, exigente, de tirar o fôlego.
#Fim do Flashback#
De repente Shura sente algo imensamente grande se aproximando. Não conseguia sentir seu cosmo, porem sentiu–se em perigo a ponto de virar–se bruscamente, mandando seu golpe mais poderoso, Excalibur.
– Uma arvore... – disse indiferente ao ver o vegetal no chão, dividido em dois.
– Vamos, quem está aí? – uma voz feminina soou por entre as árvores e arbustos.
Essa voz... Shura sentiu seu coração disparar. Quis sair correndo, mas suas pernas não o obedeciam, como se seu corpo quisesse ficar.
– Se você não aparecer, eu... – então Shina aparece furiosa dos arbustos e ao ver quem estava lá, fica sem ação. A amazona não sabia o que falar, então resolveu não dizer nada.
– Shina eu... – se aproximou
POF
– AI! – gemeu Shura – O que foi isso!
– Uma pedra! – respondeu Shina – O que esta fazendo aqui? – perguntou friamente
– Shina, cortou minha testa...
– O que faz aqui?
– Precisamos conversar... – tentou Shura
– Você sabe que é proibida a entrada de homens na vila das amazonas! – ela resolveu ignora-lo e virou as costas
– Você não vai me virar as costas assim! Ouça, tenho que falar com você! – ele a segurou pelo punho, estava determinado.
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As garotas estavam sob um sol escaldante, ainda estavam na metade das escadarias e já estavam sem forças.
– Droga, Ju! Por que você inventou de subir essas escadas? – resmungou Roberta – nem sabemos se é permitido!
– Ora! Depois a velha sou eu, né? – Juliane subia as escadas, muito bem disposta. – "acho que vou aferir a pressão..." ... "..."
– Chega... não... agüento... mais... – Marcia sentou–se em um dos degraus da escada, encostando–se numa grande parede de rochas que subia por toda a escada.
Roberta sentou também, ali ate que fazia sombra.
– Ta, tudo bem. Vamos descansar. "graças a deus..." – disse Juliane sentando e abrindo uma garrafa d'água
– Ju... – disse Roberta – nos separamos do grupo, certo?
– Sim, o que tem demais? – perguntou Juliane sem entender
– Se eles forem embora e não esperar por nos? – perguntou Marcia dando um bom gole na água gelada
– Ah, eles não vão fazer isso conosco... – disse Juliane – olhem, da pra ver o ônibus daqui!
– Nossa como estamos alto! – exclamou Marcia
De repente Roberta percebe uns cabos de aço dentro de uma torre de concreto, além do precário corrimão da escada. Ela levanta, anda ate ele pra chegar mais perto.
– Gente... pra que serve essa torre? – perguntou a morena
Marcia e Juliane levantam para verem também.
– Parecem cabos de um...
– ELEVADOR PANORAMICO! – exclamaram as três em coro
#gota nas três#
Não demorou nem dois segundos para que vissem um grande elevador subindo cheio de velhinhos dentro e a guia que acenava para as jovens.
– Juliane... – disse Marcia olhando fixamente para o elevador que subia.
– Que foi?
– Me lembre de arrancar sua cabeça quando chegarmos lá em cima.
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Voltando aos douradinhos, eles ainda se divertiam no rio.
– Mu, vamos apostar corrida? – perguntou Kanon – quem nadar primeiro ate a outra margem ganha
– Ok! – disse Mu com um sorriso maroto – vale qualquer estilo?
– Sim, o que você achar melhor...
– Topo!
Mu e Kanon saíram do rio e tudo foi organizado para que a corrida começasse.
– Vamos lá, quem acha que Mu vai ganhar? Apostas aqui! – dizia Kiki animado
– Sim, eu aposto no Mu! – disse Aldebaran
– Eu acho que Kanon tem um melhor condicionamento físico. – disse Shaka
– Só por isso que ele vai ganhar? – perguntou Kamus
– Em quem você aposta? – perguntou MDM
– Ninguém... – respondeu Kamus – não gosto muito de apostas...
– Mas ninguém tem dinheiro aqui pra apostar... são apenas palpites! – disse Aldebaran
– Sim, eu ainda acho que Kanon ganha... – disse Shaka – Mu é muito magrinho...
– E você é muito forte, né, Shaka? – respondeu Mu irônico
– Eu vou no Kanon... – disse Afrodite
– Ei! Em mim mesmo não! Eu sou homem! – disse Kanon
– Idiota! Estava apostando em você! – disse Afrodite furioso – agora aposto no Mu.
Os dois concorrentes posicionaram–se na margem do rio onde se prepararam para o mergulho.
– Vamos, eu digo quando vocês podem pular. Um, dois, três...JÁ! – disse Kiki
Kanon e Mu pularam na mesma hora e nadaram ate a outra margem.
O dragão marinho deu tudo de si para chegar na outra margem, e quando finalmente tocou...
– Ahá! Acho que o carneiro comeu poeira! – disse Kanon – cadê ele?
– Aqui... – disse Mu sentado na margem
– QUE! Mas... como... VOCÊ USOU TELECINESIA!
– Mas você disse que valia tudo, não disse? – Mu encolheu os ombros e mostrou a palma das mãos
Todos caíram na risada.
– Viram? Eu disse que Mu ia ganhar! – riu Kiki
– Gente, onde esta o Miro que não chega com a comida? – perguntou Shaka
– Cheguei! –disse Miro surgindo com uma cesta enorme de piquenique nas mãos – quem ta com fome ai? Tirando Aldebaran...
– O que você quis dizer? – perguntou Aldebaran
– Debas, amigo! Deixei uma coisa pra você escondida ali no arbusto. – disse Miro
Aldebaran foi desconfiado, mas ao abrir o arbusto, abriu também um sorriso.
– Uma churrasqueira! Carne também! Miro, amigão!
– Não precisa agradecer, pus a carne na sua conta... e a churrasqueira é do Kanon.
– O que! – perguntou Kanon – sem minha permissão!
– Você deixa? – perguntou Miro
– Deixo.
– Ótimo.
– Vamos comer! – disse Afrodite
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Agora nossas amigas continuavam sua subida, porem, agora bem mais perigoso, porque o corrimão que antes existia, não existe mais. Perigo redobrado, pois agora, a escada também havia reduzido duas vezes o seu tamanho e ao lado havia um barranco, não muito íngreme, mas cair ali não seria nada agradável.
Marcia estava na frente, seguida por Juliane e por ultimo, agarrada da camisa de Juliane, estava Roberta, pois esta tinha pavor a altura.
– Ju... não posso esquecer de te degolar... – disse Marcia
– Ta, você já disse isso...
– Eu disse pra pegarmos a escada da direita! Não a da esquerda, mas vocês não me ouviram! – disse Roberta furiosa
– Ta, calma, agora não é hora de stress... – disse Juliane – estamos indo pelo caminho certo, olha so... estou tendo a impressão de estar vendo o Parthenon! – disse Juliane
– Ei... mas... são 13 Parthenons? – perguntou Marcia
– Que seja! Estamos chegando! – disse Juliane
– Olhem, um arco íris... – disse Roberta – como pode? Com esse calor...
– Beta, cuidado, esse degrau esta irregular... – avisou Marcia
– Onde? – perguntou Roberta
Tarde demais. Ao pisar em falso, Roberta se desequilibra... e cai...
Não, mas não cai sozinha, ao ver que ia cair, acabou puxando Juliane pelo cabelo, que acabou por se agarrar na mão de Marcia.
As três meninas caíram barranco abaixo...
Será que elas sobreviverão?
XxXxXxX
Churrasqueira esquentando, espátulas afiadas, barrigas roncando. Era o necessário para um ótimo churrasco.
– É uma pena não termos trazidos uma bebida... – lamentou Miro
– Sim, uma caninha agora ia bem! – disse Aldebaran
– O que esta olhando pra cima, Shaka? – perguntou Afrodite
– Sei lá, ouvi um barulho estranho...
– Deve ser um bicho... – respondeu MDM
– Alguém viu o Saga? – perguntou Kanon
lá vem Saga, usando apenas uma sunga, de dentro do mato.
– Saga, onde estava, irmão? – perguntou Kanon
– Bom, eu estava refletindo muito e...
Todos repararam que seus olhos estavam vermelhos.
– Gentem, acabei descobrindo! Eu sou gay! – gritinho bicha
– Saga? –perguntou Mu chegando perto – você esta bem?
– Mu! Você é lindo sabia? – agarrou Mu
– EI! – Mu acabou socando a cara de Saga, que na verdade, Ares estava pregando uma peça nele.
– AI!
Quando saga acorda e vê Mu em seus braços, na hora ele o joga no chão.
– Ares maldito! – bradou Saga
Aldebaran cai na gargalhada, logo os outros começaram a rir também.
– Ate você, Kanon... droga, detesto usar sunga!
– E onde está a sua bermuda, Saga? – perguntou Miro
– Com certeza Ares tocou fogo nela. – respondeu Saga emburrado
– De novo! – disse Shaka
– De novo o que? – Perguntou Afrodite
– Escutei um barulho, como se pessoas estivessem caindo desse barranco... – disse Shaka
– Impossível... quem iria ser tão tonto a ponto de cair de um barranco? – perguntou Kanon que se posicionou ao lado de Saga
As três garotas caem entre Shaka e Kanon, fazendo os dois se assustarem.
– Amazonas? – perguntou Kanon
– Não! São garotas normais! – disse Shaka ajudando–as a se levantar.
Primeiro ele ajudou Marcia, depois Kanon ajudou Juliane. Roberta, que estava debaixo das três, sentou–se sozinha.
– Vocês estão bem? – perguntou Kanon ajudando Juliane
– Sim... estou bem...apenas... – Quando Juliane olhou direito, mal conseguiu acreditar. Não podia ser, que mundo pequeno! – Saga?
– Saga? Não... meu nome é Kanon, Saga é aquele ali... – Disse Kanon que apontou pra Saga
Shaka ajuda Roberta a levantar.
Saga reconhece Juliane na mesma hora, mas também custou a acreditar no que seus olhos viam. Ele se aproxima, a olha com atenção. Apesar dela estar toda suja de areia e folhas entre seus cabelos, ele confirmou todas as suas dúvidas.
Marcia olha aqueles homens espantada. Ela conhecia todos, de algum lugar. Até que seus olhos cruzaram com outros azuis, frios, que a olhava fixamente...
– "Kamus? Não pode ser..." – ela pensou impressionada
Roberta havia torcido seu pé e nem se deu conta de quem a cercava.
– Vocês... estão bem?
Essa voz... Roberta levantou a cabeça na mesma hora, procurando pela voz que havia escutado.
– Mu! – ela disse espantada
XxXxXXx
– É muito atrevimento de sua parte! Solte–me! – disse Shina soltando sua mão num movimento abrupto – você sabe bem que essa área do santuário é proibida para homens!
– Sei sim... – respondeu Shura – mas eu precisava vir aqui...
– Para...? – perguntou Shina esnobe
– Porque a gente precisa conversar... – Shura parou na frente de Shina, que não usava sua máscara
– "A gente..." – repetiu – bom... Não lembro de ter nada para falar com você. Então o mais correto seria dizer que você tem algo a me dizer. Espero que seja rápido, não tenho o dia todo...
Shina parecia indiferente. Tudo o que ouviu naquela noite parecia voltar cada vez que olhava para Shura. Ela não queria ouvi-lo.
O Capricorniano respirou fundo antes de falar. não sabia por onde começar, mas agora já estava ali.
– Aquilo que eu falei... você não levou a serio, levou?
– Como? – Shina franziu a sobrancelha em sinal de que não entendeu
– Shina, eu não sei porque falei aquelas coisas... fui horrível, você deve ter se sentido super mal e...
– Mal? – ela o interrompeu – Pelo contrario! Shura, relaxa... não precisa pedir desculpas. Naquela festa tudo ficou bem claro pra mim. Eu tenho que aprender a ser mais relaxada, digamos assim...
– não, você não está entendendo...
– Estou entendendo muito bem. não precisa se sentir culpado, afinal, eu criei muitas expectativas por causa de um beijo, não é mesmo? não consegui compreender que aquilo era uma festa, todos estavam se divertindo.
– Mas...
– você abriu meus olhos, Shura, obrigada...
Shura ficou em silencio. Queria explicar tudo, dizer a verdade, mas não conseguiu. Ficou parado, mudo, ali na frente dela e as palavras simplesmente travaram.
– Era isso? – Shina insistiu
– B... e...
– Tenho que voltar aos treinos agora. Tenho três discípulas me esperando, não posso demorar. Tchau.
Shina andou e Shura ainda ficou no mesmo lugar. Estava querendo arrancar o próprio pescoço com as mãos.
Mulheres... Vai entende-las... bando de malucas.
A única coisa que ele podia fazer agora era por as mãos nos bolsos e voltar pra casa. Sim, ele não tinha vontade de voltar para onde os amigos estavam. Já passava das três e ele estava com uma vontade enorme de repicar algumas pilastras de concreto, assim poderia esquecer seus problemas.
Alguns metros depois, a amazona encosta-se à primeira árvore e leva a mão ao peito, respirando fundo.
– Calma... – disse a ela mesma – não foi tão ruim assim...
XxXxXxX
Aioria ainda esperava por Marin, sentado na janela.
– Zeus, que demora... – resmungou
Então ele escuta o barulho de uma porta se abrindo. Marin aparece enrolada numa toalha, com os cabelos molhados, porem penteados. Ao vê-la, ele sorri serenamente, enquanto Marin...
– AAAH! – arremessando um vaso
– Calma! – o sorriso se desfez – Sou eu! – Aioria consegue segurar o vaso antes que batesse em seu rosto
– Aioria! Que susto! O que faz aqui? – ela perguntou
– Desculpa se te assustei... é que eu não agüentava mais aqueles solteirões, não estava agüentando de saudades...
Aioria pula a janela, e anda na direção de sua amada.
– Ta, então me espera na sala... – ela disse o empurrando porta o fora.
Ao chegar na porta, Aioria recusa-se a sair. Ele trava seu corpo e segura-se na porta, fazendo com que Marin não conseguisse tira-lo do lugar.
– O que foi? – perguntou a amazona impaciente
– Me da um beijinho... – ele fez cara de pidão
– ta bom... – ela o beijou rapidamente – Agora me espera, daqui a pouco eu...
– Só isso?
– E você queria mais! – ela sorri e cruza os braços.
– Sim... já que perguntou...
Ele descruza os braços dela, beijando-a logo em seguida.
Aioria envolve seus braços na cintura delgada de sua amada, mas percebe que a toalha que a envolvia não estava mais lá...
Continua...
Valeu mesmo por todas as pessoas que estão acompanhando a fic!
É, realmente eu havia esquecido de Shina e Shura no 2º capitulo, nesse ate que teve um pouco, né?
Desculpem–me, mas é que essa semana está sendo super corrida pra mim... tentarei fazer algo melhor semana que vem! \o/
Valeu de novo:
