Capitulo 5 – Marin e o golpe da verdade

Cinco horas da tarde.

Na vila das amazonas, mais precisamente na casa de Marin, Shina estava na sala enquanto aguardava que o casal saísse do quarto. Ela precisava falar com a amiga urgentemente.

Dentro do quarto, Aiória estava sem coragem de abrir a porta. Depois do "flagra" que Shina deu neles, ele não saberia como encara–la.

– Vamos Aiória! Eu consigo contornar essa situação! – disse Marin – é só abrir a porta e ir como se nada houvesse acontecido!

– Quê? Shina tem fama de ser a maior fofoqueira... – disse Aiória

– Aiória! Shina é minha amiga, não admito que fale mal dela! – bradou Marin

– Ok, desculpa... só estou dizendo o que as pessoas falam...

– Vamos... – Marin pegou na maçaneta da porta, mas Aiória a segurou pelo braço e a puxou para um beijo apaixonado

– Te amo...

– Também... mas vamos logo, Shina está esperando! – Marin abriu a porta. Por sorte, a amazona de Cobra havia cochilado no sofá.

O casal andou vagarosamente até a porta, onde puderam se despedir com beijos, abraços, juras de amor e...mais beijos!

– Ainda vou te ver hoje? – perguntou Aiória pondo uma mecha de cabelo de Marin atrás da orelha dela

– Sim... me espera às sete... – sorriu e o beijou novamente

– Tchau... – Aiória se despediu sorrindo. Estava muito feliz. Agora quinhentas amazonas que o vissem no lugar proibido para homens não o assustaria!

Marin fechou a porta e sorriu com o olhar distante...

– Ô... quer parar? – disse Shina fazendo Marin se assustar – pode me dizer o que foi aquilo?

Marin desperta como se houvessem jogado um balde de água fria sobre sua cabeça.

– Ora, Shina... você não sabe? Quer que eu desenhe? – ironizou

Shina da um sorriso maroto e corre na direção da amiga.

– Então você finalmente... ah! Legal! Eu levei um susto! Quando abri a porta e... até esqueci o que vim fazer aqui!

Marin andou até a cozinha e Shina foi atrás.

– Marin! Me conta! Digo... não precisa detalhes... mas como isso foi acontecer? – perguntou Shina animada

– Estou com sede...

– Sei... sede... não foi isso que eu perguntei! – Shina cruzou os braços

Marin bebeu um copo d'água gelada, ignorando propositalmente a curiosidade da amiga. Ela sabia o quanto Shina era curiosa, adorava provoca–la.

– Marin, você sabe que eu odeio quando você faz isso!

– Eu sei... – Marin riu – vem, senta aqui... – sentou–se na mesa da cozinha – vou te contar tudo!

Shina tratou de sentar.

XxXXxXxX

Enquanto isso, os dourados e sua visita inusitada estavam conversando, comendo churrasco. Após o incidente com a dupla personalidade de Saga, (o que rendeu boas risadas mais tarde) eles nem sentiram o tempo passar.

Todos estavam sentados no chão.

– Meu nariz ainda está doendo... – disse Saga

– Que droga, Ares apanha e Saga que sente a dor... – comentou Aldebaran

– Claro, quem manda ser otário? Ares! Pensei que você tivesse ido embora! Eu? Embora? É ruim... – Saga começou a brigar com sua dupla personalidade outra vez

Desta vez, Saga sente um cascudo na cabeça.

– Ai! Obrigado de novo, Juliane...

– Ih, é assim que ele se cura? – riu Miro mordendo um pedaço de picanha

– Ai céus! – disse Marcia

– O que houve? – perguntou Kamus

– Olhem a hora! Já vai escurecer!

– O que é que tem? – perguntou Miro

– Precisamos voltar ao hotel... – disse Juliane

– Que pena... – lamentou Aldebaran

– Por que não passam a noite aqui hoje? – perguntou Afrodite – minha casa ta disponível... meu quarto também, ih! Minha cama também... AI! Mu! Minha cabeça!

– Não assuste as meninas, seu... – o ameaçou com o punho – Roberta, fica na minha casa... – disse Mu

#Gota em Afrodite#

– Boa idéia, vocês podem passar a noite aqui! – disse Miro – vocês são muito agradáveis!

– Obrigada Miro... – disse Juliane – acontece que todas as nossas coisas estão no hotel...

– Teremos que pagar a diária de todo jeito, seria um dinheiro desperdiçado... – disse Marcia

– Não vejo problema em ficar na sua casa, Mu... – dizia Roberta sorrindo para o cavaleiro, sem nem prestar atenção nas amigas

– Mesmo? Que bom, eu...

– Beta! Ò.Ó – chamou Marcia

– Hein? Ah... u.u... Meninas!

– Que...? – perguntou Juliane

– Venham aqui... dá licença, gente! ... É pra você vir também, Marcia! Ò.Ó

– Hein? Ora, você não me chamou! – respondeu Marcia

– Eu disse "meninaS"! Não ouviu, ou tava muito distraída olhando pro Kam... AI! Não belisca! – diziam enquanto se afastavam do local

XxXxXxxX

Após ouvir a sua amiga, Shina estava com os olhos arregalados.

– Não pedi detalhes... – disse Shina estatelada

Marin deu uma risada.

– Mas eu sei que você estava muito curiosa... e eu confio em você, Shina...embora digam que você é a maior fofoqueira do santuário...

– O QUE! EU NÃO SOU FOFOQUEIRA! QUEM DISSE ISSO?

– É o que andam dizendo, já pensou? Logo você, que é tão na sua...

– Não sei porque senti uma certa ironia nessa sua frase... – Shina cruzou os braços

– Também dizem que você e o Mu estão liderando o ranking dos cinco mais fofoqueiros...

– Droga, não sou fofoqueira! Sou curiosa. – ela cruzou os braços – Nunca conto nada a ninguém.

– Mas sempre procura saber...

– Isso... digo.. vamos mudar de assunto?

Shina e Marin saem da cozinha. O sol já estava se pondo, uma luz laranja estava tomando conta da sala. Shina encosta–se na porta da casa que estava entreaberta.

Marin chega perto da amiga e vê que ela estava com o olhar distante...

– Pensando no Shura, né? – disse Marin assustando sua amiga

– Não! Eu... não estava... eu... – Suspirou

– Quando vai admitir que está apaixonada por ele? – perguntou Marin

Shina ficou nervosa. Não queria admitir, mas parecia que sua amiga a conhecia mais que ela mesma...

– Eu... eu não sei... só sei que Aiória tem um belo bumbum! Hahahaha! – disse Shina

– Como é? – Marin se surpreendeu com o comentário de Shina

– Ora, eu abro a porta e dou de cara com aquela bundona na minha frente! – gargalhou

– Você quer apanhar! – disse Marin estreitando os olhos

– Ei, não, nem vem! – Shina correu rindo

Marin correu atrás, também rindo. Alguns metros depois ela conseguiu alcançar a amiga onde começaram a desferir golpes uma contra a outra.

– Venha Cobra! Mas Marin, eu falei a verdade! Huahuahuahua...

– Meteoros! Ora, vai procurar outro traseiro pra você, aquele já tem dona! Cadê Shura?

Shina pulou em cima de Marin.

– O que tem o Shura? – perguntou dando uma gravata na amiga

Marin conseguiu se livrar de Shina. Num descuido da amazona, Marin conseguiu derruba–la no chão, sentou sobre as suas costas e deu–lhe uma gravata, puxando o corpo da amiga para trás. Com as pernas, ela prendeu também os braços. Shina ficou totalmente imobilizada.

– Gostou? Aprendi com Aiória... – disse Marin

– Interes...sante... – disse Shina com ódio, pois detestava perder

– Você não vai sair daqui, qualquer movimento em falso e eu estraçalho tua coluna... não que eu vá fazer isso com você, mas posso te causar uma dorzinha... – risada diabólica

Shina tentou sair, Marin puxou mais seu corpo para trás. Shina gritou, mas não foi por dor nem nada, foi apenas com medo.

– Que grito foi esse? Que vergonha... tsc tsc... tão forte e com medo dessa besteira? Ok, vou te soltar... só com uma condição. – disse Marin – Vê? Eu nem preciso fazer força!

– Ai! Diz logo a condição!

– Ah, ok... que apressada... diga o que sente por Shura... você gosta dele, não gosta?

– Não, não gosto!

– Mesmo? Tem certeza? Sabia que posso passar a noite inteira aqui? Nem estou suando...

– Ora sua... Ai! Me solta!

– É fácil, basta admitir!

Shina agora não tinha saída. Marin era sua melhor amiga, sim, mas ela não queria admitir, nem para ela mesma.

Naqueles torturantes segundos, ela foi forçada a pensar sobre seus sentimentos...

Seiya... um pivete, mais novo que ela, que ainda por cima a fez sofrer. Percebeu, desde aquele dia da festa, que o que ela sentia por ele não passava de uma paixonite adolescente.

Shura... esteve ao seu lado quando ela mais precisou. Mas também lhe disse coisas horríveis. Claro, estava com ciúmes e com motivos. Mesmo com toda raiva que sentia dele... o amava.

– Eu o amo...

– O que? Fala mais alto, não ouvi!

– Marin! Eu o amo! Eu amo Shura, não consigo tira–lo da minha cabeça!

Marin a soltou e levantou–se.

– Até que enfim você admitiu! Eu já não ag... Shina?

Shina estava ajoelhada no chão, as mãos apoiavam o peso de seu corpo. Cabeça baixa.

Marin percebeu que algumas gotas molharam as mãos e a terra.

– Shina? Você está bem? Te machuquei? – Marin ajoelhou–se

Shina levanta subitamente, fazendo com que Marin levantasse também.

– Satisfeita? – Shina perguntou enquanto lagrimas rolavam no seu rosto – era só isso que queria ouvir?

– Shina eu... – Marin se aproximou para tocar o braço da amiga

– Me deixa em paz, Marin! – Shina andou para trás – melhor eu sair daqui...

Shina correu numa velocidade incrível, deixando Marin para trás.

– Droga... o que foi que eu fiz? – Marin passou a mão nos cabelos, muito aflita.

Finalmente escureceu.

XxXxXxXx

Enquanto isso, num arbusto não muito distante, três garotas debatiam sobre um assunto muito delicado: ficar ou não no santuário por uma noite.

– Beta, é uma loucura! Nem conhecemos esses caras direito! Se forem maníacos? – perguntou Juliane

– Eles não tem cara de maníacos. – respondeu Roberta

– E você acha que maníacos andam com uma plaquinha "OI, EU SOU UM MANIACO!"? – perguntou Marcia – Só ficamos uma vez com eles, não os conhecemos direito!

– É, mas pra beijar vocês não pensaram nisso. – disse Roberta

– Isso não tem nada a ver, Beta! – disse Marcia

– É... eu sei... viajei... – Roberta admitiu – mas vocês acham mesmo que são maníacos? Acham que Saori teria amigos maníacos? Eles a protegem com suas vidas, como podem ser maus?

– Nisso você tem razão... – disse Juliane

– Eu ainda acho loucura! Ò.Ó

– Marcia, vamos ficar, por favor! – disse Roberta – algo me diz que não iremos nos arrepender!

Marcia pensou. Respirou fundo. Poderia ser uma loucura, mas não estava agüentando as súplicas das amigas... ou melhor, só Roberta estava suplicando, mas ela percebeu que Juliane estava louca para ficar.

– Tudo bem, vai...

– EEE! – comemorou Juliane – er... caham... que bom que concordou, Marcia!

– Ah! Que bom! Te amo Marcinha! – Roberta agarrou Marcia e a puxou de volta para onde estavam os cavaleiros.

Chegando lá, elas perceberam que todos estavam com umas carinhas meio suspeitas.

As meninas desconfiaram.

– Vocês estavam ouvindo nossa conversa? Ò.ó – perguntou Juliane

– Quem? Nós? Não... – disse Saga cinicamente

– De jeito nenhum! – disse Aldebaran

– Ouviram sim! – disse Kiki

– Kiki! – Mu repreendeu

– Mestre Mu. – disse Kiki – Você sempre me ensinou que a verdade é uma virtude, não foi? Então tenho obrigação de dizer sempre a verdade.

– Sim, mas não nesse caso. – cochichou Mu

– Não, em qualquer caso, homens não mentem. – Kiki levou a mão a cintura, como sempre com sua postura despojada.

– Ai que fofinho! XD – disse Juliane – quem dera se todas as crianças fossem assim!

– Bom, ia dizer que decidimos ficar, mas vocês ouviram a conversa mesmo. XS – disse Roberta

– u.u – essa foi a expressão de todos os cavaleiros presentes

– Deveriam se sentir envergonhados! – disse Marcia levando as mãos à cintura

– Uma semana sem sobremesa, Kiki. – disse Mu cruzando os braços

– Vai castigar uma criança somente porque ela disse a ver...

Antes que Roberta concluísse seu sermão, Kiki a puxou, fazendo com que ela abaixasse.

– Deixa... – cochichou – não quero sobremesa mesmo!

A garota achou estranho, mas vai entender...

– O que pretendem fazer agora? – perguntou Miro tentando desviar

– Ai droga! – Roberta bateu na testa

– Que foi? – perguntou o escorpiano

– Gente, não temos roupa para passar a noite... – respondeu

– E quem disse que vão precisar de roupas? – perguntou Afrodite, levando uma cotovelada no estomago (By Saga!)

As três ficam vermelhas.

Viu só? Eu disse... – cochichou Marcia

– Não liguem para ele! – disse Saga – Ele é um imbecil... – lançou olhar maligno para o "peixe".

– Ei, lembra da surra que vocês dois deram nele! – perguntou Miro preparado para dar uma gargalhada – foi inesquecível! – gargalhou

– É, como esquecer? – riu Juliane

Então, surge de trás das árvores um homem de cabelos castanhos claros. Emitia um som, parecia uma musica... e era mesmo uma musica...

Hoje a noite, aqui na selvaaa quem doorme é o leeeaaaaooo, hoje a noite, no santuário, quem dorme aqui sou eeeuu... AuiiiiiiiiiIIiIiIii Atumba tumbauêê... – Fazendo uma dança extremamente ridícula, juntando os joelhos e balançando os cotovelos.

– Ai... – gaguejou Shaka

– ...ória? – completou Aldebaran

– Santo Buda, o que é isso? – indagou Shaka perplexo

– AH! VOCÊS AINDA ESTAO AQUI! – perguntou Aiória assustado ao ver a expressão dos amigos

– O que está fazendo aqui com essa dança ridícula! – perguntou Afrodite

Aiória ficou meio sem jeito. Como ele poderia explicar que saiu da casa de Marin tão distraído que acabou batendo na aldeia dos cavaleiros de prata? Iria zoar dele loucamente pelo resto de sua vida.

Continua...

Gente, finalmente consegui! Eu sei que parei a fic meio que repentinamente... e que não to explorando muito o casal que seria o principal... u.u mas é que são tantas coisas que eu tenho vontade de escrever, que se eu deixasse rolar esse capitulo teria umas 20 paginas! (rindo)

Mas no próximo capitulo, prometo que será melhor, darei mais enfoque ao casal Shina e Shura.

Será que essa fic vai demorar muito pra acabar? O.o Já estamos no 5 capitulo e ainda tem muita coisa pra rolar... nossa...

No mais, obrigada por todos que estão lendo a fic e deixando review!

E muito obrigada Juli, pelo comentário carinhoso sobre essa fic lá no panbox! XD