Terry
Capítulo 3 – Morte
Naquela manhã, Terry acordou mais tarde do que o normal. Vestiu-se rapidamente e desceu em direção ao Salão Principal.
A agitação era geral. As vozes ansiosas e o farfalhar de asas se espalhavam por toda a escola, mas se intensificavam no Salão. A notícia se espalhava com rapidez: um Comensal da Morte foi visto nas proximidades do vilarejo de Hogsmead.
Alunos do primeiro ano desesperados escreviam cartas para seus pais. Muitos comentavam onde estariam os fugitivos. Ao sentar-se à mesa, Terry leu a notícia completa no seu exemplar do Profeta Diário.
A frase em destaque assustou-a: "O Comensal visto na noite anterior, seguiu em direção à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Algumas horas depois, podia-se ver, pairando sobre a chamada ' Floresta Proibida ', a Marca Negra. O diretor da escola, Alvo Dumbledore, assegura que os alunos estarão em segurança enquanto permanecerem sob sua guarda dentro dos terrenos da escola".
Terry percorreu a mesa dos professores com os olhos. A professora McGonagall estava ausente. Bem no fundo dos olhos penetrantes do diretor, podia-se perceber uma pontinha de preocupação.
A garota ficou observando os professores mais um instante e notou a ausência do professor Snape.
Sem tomar café da manhã, Terry seguiu para as aulas. Seus pensamentos voavam como folhas ao vento. Comensais em Hogwarts? Ela não podia aceitar essa idéia.
Estava tão concentrada nos seus pensamentos, que nem percebeu que havia tomado o caminho errado. Estava sozinha em um corredor escuro e sem saída. Não tinha como seguir em frente. Deu meia volta e assustou-se por um instante. Ela não conseguia ver a outra extremidade do corredor. Seguiu andando lentamente, sem entender como havia chegado ali. Ouviu passos e parou subitamente. À sua frente apareceu um rosto conhecido, seguido por outros vinte e três mascarados. Lúcio Malfoy, seguido pelos comensais fugitivos. Uma voz fria cortou o silêncio:
- AVADA KEDAVRA.
A voz de Lúcio Malfoy ecoou pelo corredor deserto. Comensais riam estridentemente. Na cabeça de Terry, gritos ecoavam enquanto seu corpo jazia no chão frio de pedra.
Agora, ela estava mais confusa: "Estou morta?". A pergunta logo foi respondida por uma voz distante:
- Querida! Acorde por favor. Não é permitido dormir durante as minhas aulas.
Um cheiro adocicado invadia as narinas de Terry lentamente. Foi então que ela percebeu que havia pegado no sono durante a aula de adivinhação. Muitos rostos olhavam para ela. Alguns com pena, mas em muitos podia-se perceber o ar zombeteiro. Seu sonho ainda vagava pela sua mente como uma lembrança nítida. No seu rosto, ela expressava pavor.
- Está tudo bem com você?
- Não! – resmungou ela com voz fraca sob os olhares espantados da classe. Alguns irromperam em risadas sarcásticas. Ela corou levemente.
- O que posso fazer por você? – pergunto a professora Trelawneyum pouco irritada por ter tido sua brilhante aula sobre quiromancia interrompida pelo descaso de uma aluna importuna.
- Nada, obrigada.
- Então controle-se, pois estou tentando dar aula!
Terry achou a professora Trelawney um tanto tensa naquela manhã de terça-feira. Todos, na verdade, pareciam guardar algum receio dentro de si. Até mesmo aqueles que demonstram nunca se abalar, como Draco Malfoy, estavam quietos e reservados hoje.
Após as aulas da manhã, Terry desceu um pouco inquieta para o Salão Principal. Seu sonho ainda a assustava. Procurou seguir o grupo de alunos que se arrastava para o almoço.
Todos, muito preocupados, sentavam-se em grupos e conversavam baixinho enquanto comiam. Uma garota do terceiro ano veio sentar-se ao lado de Terry. As duas começaram a conversar.
- Oi. Posso me sentar aqui?
- Sem problema – Terry forçou um sorriso.
- Meu nome é Anne.
- Prazer, sou Terry.
- Em que ano você tá? Eu tô no terceiro! – disse ela orgulhosa.
- Eu tô no quarto.
- Legal! Você tem muitos amigos?
- Não, na verdade nenhum. Esses anos todos aqui na escola e não consegui fazer nenhuma amizade...
- Eu também não tenho amigos... Você pode contar comigo no que precisar!
- Obrigada! Você também, tá?
As duas meninas sorriram. Teriam continuado a conversar se Dumbledore não tivesse se levantado. Com umas pancadas delicadas na sua taça com o garfo, a professora McGonagall pediu a atenção de todos para o pronunciamento do diretor.
- Sei que todos estão preocupados com a fuga de Azkaban. Eu também me preocupo. Peço que todos mantenham a máxima cautela. Enquanto estiverem nos terrenos desta escola, eu garanto, estarão seguros. Não é possível que os Comensais tenham sido vistos aqui. Tenham calma. O Ministério está atrás dos fugitivos. Vocês não têm nenhum motivo para se preocupar. Obrigado.
O diretor tornou a se sentar. O Salão continuou em silêncio, embora o ar fosse de preocupação. Todos os alunos foram para suas aulas, em silêncio. De repente, ouviu-se um grito, em seguida um forte estampido. Todos começaram a gritar e correr para o lado contrário do som. Terry foi saber o que estava acontecendo, indo na direção do ruído. Ao chegar no corredor da ala oeste, a menina encontrou o Prof. Dumbledore olhando para um canto do corredor. Terry moveu seu olhar para o local e viu um enorme buraco no rodapé do corredor.
- Isto foi causado por um feitiço estuporante, eu tenho certeza. – disse o diretor – o Clube dos Duelos será mais uma vez aberto! – anunciou em voz alta para todos ouvirem.
No almoço, Dumbledore anunciou para todos se dirigirem ao salão principal naquela tarde, para o reinício do Clube dos Duelos.
Terry já havia participado uma vez do Clube no seu segundo ano, mas não havia sido muito bom, pois o professor Lochart não era muito experiente no assunto.
( veja o Clube dos Duelos no capítulo 4)
