Título: Mahabarata
Sumário: Acabaram as Guerras Santas e, ainda assim, o mundo vai de mal a pior. Para quem acreditava ser a salvação, isto é, no mínimo, confuso. Ainda atormentando o Cavaleiro de Virgem, crises insones, e supostos delírios. E por aí vai!
Observação: Não, eu não criei Saint Seiya, e o tio Kurumada não deu de bandeja pra mim o seu sustento. Mas, fazer o que, cismei de escrever!
Pequenos fatos a serem esclarecidos: "Mahabarata" significa "Grande Guerra", uma epopéia da mitologia hindu. Pesquisei um pouco sobre ela, principalmente após constatar que é mais lógico o Shaka ser hindu que budista - já que o budismo quase não existe na Índia e, de qualquer forma, Buda faz parte da mitologia hindu. Seja como for, não me matem!!
Mais uma coisa! Eu escolhi as cores dos cabelos a bel-prazer. Na maior parte, mantive as cores do anime, mas deixei Camus e Milo como ruivo e loiro, feito no mangá. Por quê? Porque adoro franceses, e adoro ruivos. XD
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"Cleng, cleng, cleng, cleng..."
Já ao longe, ainda na altura da casa de Sagitário, se não me engano, o barulho de pararfenália metálica começava a me fazer perder a concentração. Coisa dum incômodo do gênero de goteira - e são tantas, nesse lugar!
Capricórnio... Aquário... Eu não precisava ser adivinho para, desde o começo, saber que os passos paquidermicamente pesados eram do Milo. Criaturinha de sangue quente, essa. Imagino que nascer cá nesse clima mediterrâneo faça isso.
- De armadura dessa vez, Milo?
Não pude conter a ligeira e descrente surpresa. Nos últimos tempos as armaduras vêm sendo tão usadas que não me surpreenderia encontrar mofo nas juntas.
- Não te mete, ô florista de plâncton!
E passou, levando o seu "cleng, cleng" e seu mau humor para mais longe de meus ouvidos, rumo à sala do Mestre. De novo.
Sou forçado a admitir, esse escorpiano é realmente incansável. Mas suas passagens por aqui sem dúvida já estão cansando a minha beleza - que, convenhamos, não é pouca.
Ultimamente, o Milo é o último representante da coisa mais próxima de uma guerra que aconteceu aqui em meses: a escolha do novo Mestre. Coisa de Athena, que preferiu ficar cuidando da tal Fundação. Muito fácil, quando um bando de marmanjos se dispõe a cuidar de você.
Simplesmente nomeou o pobre-diabo para o cargo, deixando-o no comando de um sem-número de Cavaleiros dispostos a arrancar as vísceras dele... Enquanto isso, encheu os bolso do governo grego, fez um acordo lá e outro cá e - como diria o Camus - voilà: o Santuário foi reformado, tornou-se patrimônio nacional e nós... Bem, ganhamos o direito de ficar. E sem turistas imbecis para incomodar minhas preciosas flores, graças aos céus!
Outra medida adorável de nossa deusa foi procurar as famílias dos seus guerreiros, perdidas mundo afora. Eu não quis. O que tenho aqui me basta. Por outro lado, se o desocupado do Milo perdesse algum tempo escrevendo cartas sentimentalóides, eu e minhas rosas agradeceríamos. No entanto, não havia parente dele a ser encontrado.
O "cleng, cleng" voltou ainda mais pesado.
- Vai desistir dessa vez, Milo?
Meu riso debochado não ganhou resposta. Melhor assim.
Por sinal, chego a achar graça nisso tudo! Tanto na forma que nossa deusa encontrou para manter seus soldadinhos quietos no front, quanto nos patos que me cercam. Ainda acreditam estar prestando um grande favor a Athena.
Errado.
Eu fiquei por conta própria, tenho meu jardim para cuidar - minha vida, minha felicidade está enraizada aqui. Quem dera eu pudesse deixar que ela se espalhasse e florescesse pelas escadarias e pelas casas, vazias. Mas não, os outros continuam aqui. Tolos.
Acham que protegem Athena - não, isso é trabalho dos Cavaleiros de Bronze, lá no Japão. E, lógico, mais algumas pencas de seguranças da Senhorita Kido.
Acham que são amigos. Se bem que não, essa ilusão acabou faz tempo. É muito fácil lidar com os outros quando há um objetivo em comum: matar. Nem que seja uns aos outros. Agora, quando não se pode mais gritar "Ondas do Inferno" ou "Cápsula do Poder" e explodir quem estiver mais perto... Da mesma forma, de que adianta querer saber de uma família, se o cárcere na Idade do Bronze continua ativo?
Nossa gloriosa Athena é mesmo brilhante. Mantém seus brinquedinhos bem guardados, enquanto ela vai brincar de ser mortal.
Eu, fique claro, não ligo. Esse lugar é minha casa, e de bom grado eu cuidaria de deixar essa maravilha da arquitetura grega mais simpática. Com um ar mais... campestre, talvez.
Estúpido, Milo, estúpido. Desceu até a casa de Virgem - e sem dúvida não foi pedir uma vela emprestada. Pobre Shaka, sua vez de ouvir a ladainha...
É por essas e outras que prefiro ficar sozinho com minhas rosas. O beijo de cada pétala, o amor de cada espinho... Beleza muda, rubra, real. E assim, me dedico cada vez mais ao meu jardim.
O que faz meu sangue ferver é o modesto canteiro de rosas brancas. Jamais vi coisa mais bela que uma dessas ao se tornar vermelha, cheia de sangue fresco. Da mesma forma, são as mais perfumadas. Infelizmente, o preço dos tempos de paz é jamais vê-las assim. O vento, porém, muda de direção. Por isso mantenho o canteiro, na esperança de ainda vê-lo no seu esplendor. Não que eu queira que essa paz infindável tenha fim. Eu simplesmente sei que, mais dia menos dia, vai acabar. Ouso arriscar que poucas das minhas crianças puras morrerão sem a paixão que só há naquele vermelho quente. E, vez ou outra, me pego perguntando aos meus botões se sangue divino é de um carmim mais puro.
Isso me faz rir. Não que eu deseje ver a graciosa senhorita Kido em apuros novamente. Mas isso é simplesmente inevitável. Logo ela vai arrumar uma quizumba qualquer com outra divindade vivendo num enxuto corpo mortal e pronto, todos estarão felizes. Afinal, nossa Athena tem plena ciência de que será salva; meus caros colegas vão poder voltar a se engalfinhar em batalhas dignas de epopéias para as quais eles foram forjados - e sem as quais, pobrezinhos, tenho visto bem que não conseguem viver. E eu simplesmente vou cuidar das minhas rosas e, quem sabe, alimentar a beleza delas - e a minha - da forma adequada. Porque não há cor mais nobre que o vermelho, e não há tom deste mais vistoso que o do sangue.
------------------
Comentários bola da vez! XD
Antes de tudo, Ia-chan, Arashi-san, muito muito obrigada pelos reviews!
E, bem, sobre o capítulo... Esse foi mais curtinho que o primeiro (acho) e ligeiramente perdido, mas existe por uma boa causa: eu queria muito explorar o Frô (no bom sentido) e tentar fazer dele mais do que um sujeito de batom com gloss. Da mesma forma, quis tentar ver ele por um viés diferente - o que tô tentando fazer com geral, creio -, pegando esse lado meio... "tá, eu vejo tudo que acontece, mas nem ligo, tenho minhas rosinhas". Espero que tenha funcionado! '
Também aproveitei o Frô (no bom sentido) pra tentar explicar um pouco melhor como andam as coisas no Santuário. Vale a pena citar, imagino que essa coisa toda esteja acontecendo depois da saga de Hades e Athena ressucitou o povo todo, menos Aiolos. Imagino que mais gente faça assim também, certo? ' (Meu único pilar de apoio nesse terreno pantanoso das fanfics é a dona Prudence! ')
Também tomei a liberdade - como imagino que todo mundo tenha notado no primeiro capítulo - de transferir o caso todo para tempos mais atuais. Espero que vocês não me matem por isso também!
Última observação: estou cá pensando em fazer cada capítulo pela perspectiva de algum Cavaleiro - o que não significa que todos vão ganhar seu espaço na narração, ou que não vou repetir nenhum. Alguém se manifesta quanto a isso? '
Sumário: Acabaram as Guerras Santas e, ainda assim, o mundo vai de mal a pior. Para quem acreditava ser a salvação, isto é, no mínimo, confuso. Ainda atormentando o Cavaleiro de Virgem, crises insones, e supostos delírios. E por aí vai!
Observação: Não, eu não criei Saint Seiya, e o tio Kurumada não deu de bandeja pra mim o seu sustento. Mas, fazer o que, cismei de escrever!
Pequenos fatos a serem esclarecidos: "Mahabarata" significa "Grande Guerra", uma epopéia da mitologia hindu. Pesquisei um pouco sobre ela, principalmente após constatar que é mais lógico o Shaka ser hindu que budista - já que o budismo quase não existe na Índia e, de qualquer forma, Buda faz parte da mitologia hindu. Seja como for, não me matem!!
Mais uma coisa! Eu escolhi as cores dos cabelos a bel-prazer. Na maior parte, mantive as cores do anime, mas deixei Camus e Milo como ruivo e loiro, feito no mangá. Por quê? Porque adoro franceses, e adoro ruivos. XD
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"Cleng, cleng, cleng, cleng..."
Já ao longe, ainda na altura da casa de Sagitário, se não me engano, o barulho de pararfenália metálica começava a me fazer perder a concentração. Coisa dum incômodo do gênero de goteira - e são tantas, nesse lugar!
Capricórnio... Aquário... Eu não precisava ser adivinho para, desde o começo, saber que os passos paquidermicamente pesados eram do Milo. Criaturinha de sangue quente, essa. Imagino que nascer cá nesse clima mediterrâneo faça isso.
- De armadura dessa vez, Milo?
Não pude conter a ligeira e descrente surpresa. Nos últimos tempos as armaduras vêm sendo tão usadas que não me surpreenderia encontrar mofo nas juntas.
- Não te mete, ô florista de plâncton!
E passou, levando o seu "cleng, cleng" e seu mau humor para mais longe de meus ouvidos, rumo à sala do Mestre. De novo.
Sou forçado a admitir, esse escorpiano é realmente incansável. Mas suas passagens por aqui sem dúvida já estão cansando a minha beleza - que, convenhamos, não é pouca.
Ultimamente, o Milo é o último representante da coisa mais próxima de uma guerra que aconteceu aqui em meses: a escolha do novo Mestre. Coisa de Athena, que preferiu ficar cuidando da tal Fundação. Muito fácil, quando um bando de marmanjos se dispõe a cuidar de você.
Simplesmente nomeou o pobre-diabo para o cargo, deixando-o no comando de um sem-número de Cavaleiros dispostos a arrancar as vísceras dele... Enquanto isso, encheu os bolso do governo grego, fez um acordo lá e outro cá e - como diria o Camus - voilà: o Santuário foi reformado, tornou-se patrimônio nacional e nós... Bem, ganhamos o direito de ficar. E sem turistas imbecis para incomodar minhas preciosas flores, graças aos céus!
Outra medida adorável de nossa deusa foi procurar as famílias dos seus guerreiros, perdidas mundo afora. Eu não quis. O que tenho aqui me basta. Por outro lado, se o desocupado do Milo perdesse algum tempo escrevendo cartas sentimentalóides, eu e minhas rosas agradeceríamos. No entanto, não havia parente dele a ser encontrado.
O "cleng, cleng" voltou ainda mais pesado.
- Vai desistir dessa vez, Milo?
Meu riso debochado não ganhou resposta. Melhor assim.
Por sinal, chego a achar graça nisso tudo! Tanto na forma que nossa deusa encontrou para manter seus soldadinhos quietos no front, quanto nos patos que me cercam. Ainda acreditam estar prestando um grande favor a Athena.
Errado.
Eu fiquei por conta própria, tenho meu jardim para cuidar - minha vida, minha felicidade está enraizada aqui. Quem dera eu pudesse deixar que ela se espalhasse e florescesse pelas escadarias e pelas casas, vazias. Mas não, os outros continuam aqui. Tolos.
Acham que protegem Athena - não, isso é trabalho dos Cavaleiros de Bronze, lá no Japão. E, lógico, mais algumas pencas de seguranças da Senhorita Kido.
Acham que são amigos. Se bem que não, essa ilusão acabou faz tempo. É muito fácil lidar com os outros quando há um objetivo em comum: matar. Nem que seja uns aos outros. Agora, quando não se pode mais gritar "Ondas do Inferno" ou "Cápsula do Poder" e explodir quem estiver mais perto... Da mesma forma, de que adianta querer saber de uma família, se o cárcere na Idade do Bronze continua ativo?
Nossa gloriosa Athena é mesmo brilhante. Mantém seus brinquedinhos bem guardados, enquanto ela vai brincar de ser mortal.
Eu, fique claro, não ligo. Esse lugar é minha casa, e de bom grado eu cuidaria de deixar essa maravilha da arquitetura grega mais simpática. Com um ar mais... campestre, talvez.
Estúpido, Milo, estúpido. Desceu até a casa de Virgem - e sem dúvida não foi pedir uma vela emprestada. Pobre Shaka, sua vez de ouvir a ladainha...
É por essas e outras que prefiro ficar sozinho com minhas rosas. O beijo de cada pétala, o amor de cada espinho... Beleza muda, rubra, real. E assim, me dedico cada vez mais ao meu jardim.
O que faz meu sangue ferver é o modesto canteiro de rosas brancas. Jamais vi coisa mais bela que uma dessas ao se tornar vermelha, cheia de sangue fresco. Da mesma forma, são as mais perfumadas. Infelizmente, o preço dos tempos de paz é jamais vê-las assim. O vento, porém, muda de direção. Por isso mantenho o canteiro, na esperança de ainda vê-lo no seu esplendor. Não que eu queira que essa paz infindável tenha fim. Eu simplesmente sei que, mais dia menos dia, vai acabar. Ouso arriscar que poucas das minhas crianças puras morrerão sem a paixão que só há naquele vermelho quente. E, vez ou outra, me pego perguntando aos meus botões se sangue divino é de um carmim mais puro.
Isso me faz rir. Não que eu deseje ver a graciosa senhorita Kido em apuros novamente. Mas isso é simplesmente inevitável. Logo ela vai arrumar uma quizumba qualquer com outra divindade vivendo num enxuto corpo mortal e pronto, todos estarão felizes. Afinal, nossa Athena tem plena ciência de que será salva; meus caros colegas vão poder voltar a se engalfinhar em batalhas dignas de epopéias para as quais eles foram forjados - e sem as quais, pobrezinhos, tenho visto bem que não conseguem viver. E eu simplesmente vou cuidar das minhas rosas e, quem sabe, alimentar a beleza delas - e a minha - da forma adequada. Porque não há cor mais nobre que o vermelho, e não há tom deste mais vistoso que o do sangue.
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Comentários bola da vez! XD
Antes de tudo, Ia-chan, Arashi-san, muito muito obrigada pelos reviews!
E, bem, sobre o capítulo... Esse foi mais curtinho que o primeiro (acho) e ligeiramente perdido, mas existe por uma boa causa: eu queria muito explorar o Frô (no bom sentido) e tentar fazer dele mais do que um sujeito de batom com gloss. Da mesma forma, quis tentar ver ele por um viés diferente - o que tô tentando fazer com geral, creio -, pegando esse lado meio... "tá, eu vejo tudo que acontece, mas nem ligo, tenho minhas rosinhas". Espero que tenha funcionado! '
Também aproveitei o Frô (no bom sentido) pra tentar explicar um pouco melhor como andam as coisas no Santuário. Vale a pena citar, imagino que essa coisa toda esteja acontecendo depois da saga de Hades e Athena ressucitou o povo todo, menos Aiolos. Imagino que mais gente faça assim também, certo? ' (Meu único pilar de apoio nesse terreno pantanoso das fanfics é a dona Prudence! ')
Também tomei a liberdade - como imagino que todo mundo tenha notado no primeiro capítulo - de transferir o caso todo para tempos mais atuais. Espero que vocês não me matem por isso também!
Última observação: estou cá pensando em fazer cada capítulo pela perspectiva de algum Cavaleiro - o que não significa que todos vão ganhar seu espaço na narração, ou que não vou repetir nenhum. Alguém se manifesta quanto a isso? '
