Título: Mahabarata
Sumário: Acabaram as Guerras Santas e, ainda assim, o mundo vai de mal a pior. Para quem acreditava ser a salvação, isto é, no mínimo, confuso. Ainda atormentando o Cavaleiro de Virgem, crises insones, e supostos delírios. E por aí vai!
Observação: Não, eu não criei Saint Seiya, e o tio Kurumada não deu de bandeja pra mim o seu sustento. Mas, fazer o que, cismei de escrever!
Pequenos fatos a serem esclarecidos: "Mahabarata" significa "Grande Guerra", uma epopéia da mitologia hindu. Pesquisei um pouco sobre ela, principalmente após constatar que é mais lógico o Shaka ser hindu que budista - já que o budismo quase não existe na Índia e, de qualquer forma, Buda faz parte da mitologia hindu. Seja como for, não me matem!!
Mais uma coisa! Eu escolhi as cores dos cabelos a bel-prazer. Na maior parte, mantive as cores do anime, mas deixei Camus e Milo como ruivo e loiro, feito no mangá. Por quê? Porque adoro franceses, e adoro ruivos. XD
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Um, dois, três, quatro. Inspire. Prenda o ar nos pulmões.
Um, dois, três, quatro. Solte o ar.
Engraçado. Eu não precisava mais pensar para fazer isso. Respirar desta forma amplia o nível de consciência - obviamente, meu corpo já está mais do que acostumado ao controle. A ser mantido sob controle.
Nos últimos dias, porém, mal tenho conseguido manter meus batimentos cardíacos regulares. Sou incapaz de deter o suor frio que corre pelo meu corpo, os calafrios que me descem a espinha. Músculos e tendões se retesam, tremem. O sangue corre rápido, as maçãs do rosto coram, enquanto o resto do corpo empalidece. E isso não é uma doença.
É medo. Eu mal lembrava o que era isso.
Como um animal que fareja a presa acuada, sinto o cheiro do medo emanando pelos meus poros.
E não tenho idéia do que eu temo. O que é ainda mais perturbador.
Milo percebeu - tenho certeza. Felizmente, ele anda ocupado demais, não vai dar atenção a isso. O que quer que isso seja, é um problema somente meu, por ora, e não pretendo envolver ninguém.
Por razões que eu mesmo desconheço - até porque não me prendo à linearidade da razão -, sinto que isso é algo só meu. E pensar nisso faz com que todos sintomas se agravem. E mais alguns tantos outros se façam presentes.
Demorei alguns dias para trazer lembranças da infância de volta e compreender essa sensação estranha, como se houvesse um punho fechado no lado de dentro da minha garganta. E com certeza eu preferia não ter que lembrar do que é enjôo.
Vômito.
Mal lembrava disso também. Espero poder esquecer logo - o cheiro nauseabundo invadindo minhas narinas só piora as coisas. E eu bem poderia simplesmente ignorá-lo, em meu estado normal, mas não posso.
Bobagem. Não vou ceder a um mal físico qualquer - bem sei que não é só isso, mas, momentaneamente, posso deixar de lado. E respiro.
Enfrentei a morte e, melhor do que isso, soube quando buscá-la. Seria vergonhoso ceder a algo tão... mundano. Tão comum.
Ainda assim, tão inevitável.
De uma forma ou de outra, me sinto melhor, livre daquele odor putrefato. O controle volta e eu, como vem acontecendo, me sinto normal. Ou quase. Ainda há o sono - melhor, a falta dele.
Não que eu tenha o hábito de dormir por longas horas; em geral, meu período de meditação é o bastante para me manter bem. Entretanto, como não há muito o que fazer aqui, dormir algum tempo vem ajudando a repor tudo que meu corpo, minha mente e minha alma gastaram nesse intenso período de batalhas. Em suma: dormir faz bem, e é algo agradabilíssimo - além de muito mais eficiente para a manutenção do ser. E eu não tenho conseguido dormir - não em paz.
Ainda não consegui saber o que acontece. Simplesmente acordo, o sari úmido de suor grudado em meu corpo, o coração disparado.
Acordo com medo.
Subitamente, agora que mais calmo, lembro do Milo. Sinto-me mal por tê-lo expulsado daqui de forma tão ríspida, mas foi necessário. Mais alguns instantes aqui, e ele teria presenciado essa cena infeliz. E ele há de esquecer logo. Ao menos, espero que sim. Se bem que o contrário poderia ser melhor: não estou muito disposto a ver alguém - e, se as coisas continuarem como estão, vou ter que começar a cortar sentidos aleatoriamente de quem tentar entrar aqui. Qualquer coisa para que ninguém se envolva nisso - o que quer que seja.
Deixando minha mente vagar mais um pouco, lembro de algumas futuras mães que pude ver no templo em que passei boa parte de minha infância. Afinal, ninguém é capaz de manter uma criança reclusa em tempo integral.
Algumas, os ossos saltando sob a pele, mal pareciam poder agüentar todos os sofrimentos que uma gravidez implica. Mas elas sorriam, pela bênção de levar vida em seus ventres.
Algo do que sinto me faz lembrar das lamúrias delas. Mas sinto que cada parte mais ínfima de mim carrega a morte.
E eu não sei a quem essa morte pertence.
Minha cabeça pesa: sono. Novamente uma escuridão muito mais profunda e vasta que a noite parece me envolver. Parece não, realmente envolve, sentido por sentido, como um véu. E é assim que acabo entendendo nada, percebendo muito pouco.
Sei que sinto medo. Não entendo a razão, muito menos percebo.
E uma ânsia incômoda toma conta de mim quando penso: sendo eu a presa, onde, nessa noite que se abate sobre mim, estará a fera, o predador?
------------------
Wow, quase um capítulo por dia! Tô ficando boa nisso! XD
Nah. Na verdade, os capítulos 1 e 2 foram delineados no mesmo dia - na mesma viagem de ônibus, né, Prudence-chan? O 3o foi uma empolgação só e esse... bem, é meu amado e idolatrado Shaka-sama, ora bolas!
Bem, agora começou a abordagem do "centro" da história. Vamos ver no que dá!
Povo, muito muito obrigada por mandarem reviews!! Fico pra lá de feliz - ainda mais que sou pra lá de iniciante nesse mundinho das fanfics.
Acabou que eu não respondi nada que perguntei no último capítulo, né? XD Oras, ainda tenho muitos capítulos pela frente pra fazer isso...
No próximo... Ainda não sei. Mas imagino que o novo Mestre participe. Estamos confabulando sobre! XD
Alguém quer pedir participações? Dar sugestões? Não garanto que coloco, mas juro que levo em consideração! Sintam-se em casa!
P.S.: Mo... depois da cena do Shaka acordando com o sari colando no corpo... olha... Acho que vou comprar um pano laranja pra você! XD
Sumário: Acabaram as Guerras Santas e, ainda assim, o mundo vai de mal a pior. Para quem acreditava ser a salvação, isto é, no mínimo, confuso. Ainda atormentando o Cavaleiro de Virgem, crises insones, e supostos delírios. E por aí vai!
Observação: Não, eu não criei Saint Seiya, e o tio Kurumada não deu de bandeja pra mim o seu sustento. Mas, fazer o que, cismei de escrever!
Pequenos fatos a serem esclarecidos: "Mahabarata" significa "Grande Guerra", uma epopéia da mitologia hindu. Pesquisei um pouco sobre ela, principalmente após constatar que é mais lógico o Shaka ser hindu que budista - já que o budismo quase não existe na Índia e, de qualquer forma, Buda faz parte da mitologia hindu. Seja como for, não me matem!!
Mais uma coisa! Eu escolhi as cores dos cabelos a bel-prazer. Na maior parte, mantive as cores do anime, mas deixei Camus e Milo como ruivo e loiro, feito no mangá. Por quê? Porque adoro franceses, e adoro ruivos. XD
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Um, dois, três, quatro. Inspire. Prenda o ar nos pulmões.
Um, dois, três, quatro. Solte o ar.
Engraçado. Eu não precisava mais pensar para fazer isso. Respirar desta forma amplia o nível de consciência - obviamente, meu corpo já está mais do que acostumado ao controle. A ser mantido sob controle.
Nos últimos dias, porém, mal tenho conseguido manter meus batimentos cardíacos regulares. Sou incapaz de deter o suor frio que corre pelo meu corpo, os calafrios que me descem a espinha. Músculos e tendões se retesam, tremem. O sangue corre rápido, as maçãs do rosto coram, enquanto o resto do corpo empalidece. E isso não é uma doença.
É medo. Eu mal lembrava o que era isso.
Como um animal que fareja a presa acuada, sinto o cheiro do medo emanando pelos meus poros.
E não tenho idéia do que eu temo. O que é ainda mais perturbador.
Milo percebeu - tenho certeza. Felizmente, ele anda ocupado demais, não vai dar atenção a isso. O que quer que isso seja, é um problema somente meu, por ora, e não pretendo envolver ninguém.
Por razões que eu mesmo desconheço - até porque não me prendo à linearidade da razão -, sinto que isso é algo só meu. E pensar nisso faz com que todos sintomas se agravem. E mais alguns tantos outros se façam presentes.
Demorei alguns dias para trazer lembranças da infância de volta e compreender essa sensação estranha, como se houvesse um punho fechado no lado de dentro da minha garganta. E com certeza eu preferia não ter que lembrar do que é enjôo.
Vômito.
Mal lembrava disso também. Espero poder esquecer logo - o cheiro nauseabundo invadindo minhas narinas só piora as coisas. E eu bem poderia simplesmente ignorá-lo, em meu estado normal, mas não posso.
Bobagem. Não vou ceder a um mal físico qualquer - bem sei que não é só isso, mas, momentaneamente, posso deixar de lado. E respiro.
Enfrentei a morte e, melhor do que isso, soube quando buscá-la. Seria vergonhoso ceder a algo tão... mundano. Tão comum.
Ainda assim, tão inevitável.
De uma forma ou de outra, me sinto melhor, livre daquele odor putrefato. O controle volta e eu, como vem acontecendo, me sinto normal. Ou quase. Ainda há o sono - melhor, a falta dele.
Não que eu tenha o hábito de dormir por longas horas; em geral, meu período de meditação é o bastante para me manter bem. Entretanto, como não há muito o que fazer aqui, dormir algum tempo vem ajudando a repor tudo que meu corpo, minha mente e minha alma gastaram nesse intenso período de batalhas. Em suma: dormir faz bem, e é algo agradabilíssimo - além de muito mais eficiente para a manutenção do ser. E eu não tenho conseguido dormir - não em paz.
Ainda não consegui saber o que acontece. Simplesmente acordo, o sari úmido de suor grudado em meu corpo, o coração disparado.
Acordo com medo.
Subitamente, agora que mais calmo, lembro do Milo. Sinto-me mal por tê-lo expulsado daqui de forma tão ríspida, mas foi necessário. Mais alguns instantes aqui, e ele teria presenciado essa cena infeliz. E ele há de esquecer logo. Ao menos, espero que sim. Se bem que o contrário poderia ser melhor: não estou muito disposto a ver alguém - e, se as coisas continuarem como estão, vou ter que começar a cortar sentidos aleatoriamente de quem tentar entrar aqui. Qualquer coisa para que ninguém se envolva nisso - o que quer que seja.
Deixando minha mente vagar mais um pouco, lembro de algumas futuras mães que pude ver no templo em que passei boa parte de minha infância. Afinal, ninguém é capaz de manter uma criança reclusa em tempo integral.
Algumas, os ossos saltando sob a pele, mal pareciam poder agüentar todos os sofrimentos que uma gravidez implica. Mas elas sorriam, pela bênção de levar vida em seus ventres.
Algo do que sinto me faz lembrar das lamúrias delas. Mas sinto que cada parte mais ínfima de mim carrega a morte.
E eu não sei a quem essa morte pertence.
Minha cabeça pesa: sono. Novamente uma escuridão muito mais profunda e vasta que a noite parece me envolver. Parece não, realmente envolve, sentido por sentido, como um véu. E é assim que acabo entendendo nada, percebendo muito pouco.
Sei que sinto medo. Não entendo a razão, muito menos percebo.
E uma ânsia incômoda toma conta de mim quando penso: sendo eu a presa, onde, nessa noite que se abate sobre mim, estará a fera, o predador?
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Wow, quase um capítulo por dia! Tô ficando boa nisso! XD
Nah. Na verdade, os capítulos 1 e 2 foram delineados no mesmo dia - na mesma viagem de ônibus, né, Prudence-chan? O 3o foi uma empolgação só e esse... bem, é meu amado e idolatrado Shaka-sama, ora bolas!
Bem, agora começou a abordagem do "centro" da história. Vamos ver no que dá!
Povo, muito muito obrigada por mandarem reviews!! Fico pra lá de feliz - ainda mais que sou pra lá de iniciante nesse mundinho das fanfics.
Acabou que eu não respondi nada que perguntei no último capítulo, né? XD Oras, ainda tenho muitos capítulos pela frente pra fazer isso...
No próximo... Ainda não sei. Mas imagino que o novo Mestre participe. Estamos confabulando sobre! XD
Alguém quer pedir participações? Dar sugestões? Não garanto que coloco, mas juro que levo em consideração! Sintam-se em casa!
P.S.: Mo... depois da cena do Shaka acordando com o sari colando no corpo... olha... Acho que vou comprar um pano laranja pra você! XD
