Título: Glory Box
Autora: Dana Norram (mais detalhes, vide profile)
Shipper: Harry/Draco
Classificação: PG-13
Gênero: Drama/Romance/Slash
Spoilers: Cinco (logo, você pode ler essa fanfic sem ter lido o 6º livro)
Parte: 02 de 14


Avisos Gerais (LEIAM!)

- Isto aqui é uma fanfic SLASH. Você sabe o que significa Slash? Não? Poxa, que peninha! Mas calma aí que eu te explico. Pense num homem. Pensou? Good! Agora pensa em outro. E aí? Eles são bonitinhos? Ótimo! Agora imagine os dois juntinhos, dividinho beijos e abraços? Achou fofo? Continue com a leitura. Achou nojento? SUMA! Não precisa ler, mas se mesmo assim você, pequeno gafanhoto,deixar algum comentário impertinente dizendo que eu não devia colocar Harry Potter e Draco Malfoy na mesma cama, você estará assinando seu atestado de burrice. Eu avisei, não avisei?

- As atualizações virão conforme os comentários. Muitos comentários, atualização rápida (se bobear na mesma semana). Poucos... hmmm... dependerá da minha boa vontade. Que NUNCA é boa. xD

- Outra coisa. I don't like happy ends! Isso aí, final feliz NÃO é comigo. Então se você curte açúcarna veia all-time... hmmmm, espera sentado, sim?

- Harry Potter e seus personagens não me pertencem. São propriadade exclusiva da titia J.K. Rowling. Eu não ganho dinheiro para escrever fanfic. Então, pegue seu processo e brinque de fazer origami. É divertido.

- Ah, uma coisa que eu esqueci de comentar. O título desta fanfic (Glory Box) foi tirado de uma música do grupo Portishead. A letra mesmo não tem muito a ver com a fanfic, mas fica aí a dica para quem quiser escutar algo enquanto lê.


Glory Box
Por Dana Norram


o0o Movimento o0o


Harry Potter estranhava e muito toda aquela nova situação.

Agora ele media pelo menos 30 centímetros a mais do que há sete anos, quando embarcara no expresso de Hogwarts pela 1º vez na vida. Quando era apenas um garotinho perdido, ingressando naquele estranho mundo a qual sempre pertencera, mas que nunca tivera a oportunidade de compreender plenamente.

E agora ele estava de volta. De volta ao mundo dos trouxas.

E por vontade própria.

Nada de Dursleys. Nada do menor quarto da casa, pouca comida e olhares atravessados. Nada de ordens.

Ele era um adulto agora. E podia... Harry Potter queria se virar sozinho. Voldemort podia estar lá fora... Espreitando em algum lugar como sempre. Mas Harry não ia deixar que montassem guarda ao seu redor, que o prendessem em Hogwarts e não deixassem que vivesse sua própria vida...

De qualquer maneira se misturar com os trouxas a principio parecia uma boa solução.

Colocando as mãos na cintura, Harry soltou um grande suspiro.

E já que pretendia viver ali sem chamar atenção em demasia, a idéia de puxar o malão escada acima sem ajuda de magia parecia uma atitude inteligente a se tomar.

Mas não era.

Com um último puxão inútil, Harry respirou fundo e olhou duas vezes por cima do ombro, a fim de se certificar de que estava completamente sozinho. Enfiou discretamente a mão por dentro do casaco e murmurou "Locomotor baú!"

Seu malão flutuou levemente escada acima, com Harry fingindo puxá-lo com uma das mãos enquanto matinha a varinha dentro do casaco. Ganhou o segundo patamar do velho prédio no centro de Londres, onde alugara um apartamento pequeno e modesto.

Nada de palácios e honrarias para o garoto que sobreviveu.

Ele só queria mesmo um pouco de paz naqueles dias tempestuosos.

Abriu a porta com a chave e sorriu ao ver móveis completamente trouxas lhe cercando. Havia uma sensação de conforto em saber que nada daquilo estava de alguma maneira enfeitiçado e poderia lhe atirar parafusos ou explodir de uma hora para outra.

E Harry fazia o malão passar pela porta aos poucos, com cuidado, quando um baque seco lhe chamou a atenção.

Voltou o rosto na direção do corredor e sentiu seu coração dar um pulo sensível dentro do peito tão logo deitou os olhos sobre uma garotinha de uns seis anos, dona de cabelos loiros e cacheados. No chão bem na frente dela, uma boneca caída. Os olhos vivamente azuis da garotinha estavam arregalados e postos nele num misto de choque e curiosidade.

Harry mirou o malão que estava a pelo menos 20 centímetros acima do soalho, flutuando tranqüilamente sem qualquer tipo de apoio. Sorriu amarelo para a menina e já fazia menção de entrar de uma vez no apartamento quando ela, ignorando totalmente a boneca caída, virou-se de costas e correu para a outra ponta do corredor, berrando alto.

Ruídos vindos dos outros quartos e o barulho de chaves fizeram com que Harry agisse rápido.

Rápido demais.

Na pressa de fazer o malão passar pela estreita porta, Harry perdeu a concentração e o malão virou de borco, abrindo a tampa e espalhando todo o seu conteúdo bem na entrada do apartamento.

Xingando mentalmente todas as crianças da face da Terra, Harry deu um pontapé na porta para fechá-la, empurrando com os pés tudo que via pela frente. Tirou os óculos, limpando o suor que já lhe escorria pela testa. Do lado de fora, uma voz chorosa e infantil aparentemente tentava explicar a "mamãe" o que acontecera.

É. Pelo visto começara bem. Logo os vizinhos já estariam chamando-lhe de estranho e coisas do gênero. Já devia ter se acostumado.

Harry soltou outro suspiro e colocando os óculos de volta no rosto, mirou a bagunça que se proliferava a seus pés. O acúmulo de sete anos formava pilhas e pilhas inúteis de roupas, velhas folhas de pergaminhos, frascos de poções e...

Harry abaixou o corpo e encontrou enrolado no meio de suas vestes, um velho abafador de orelhas, e num segundo pensamento perguntou-se o que ele ainda fazia ali.

Sorriu um pouco bobo, meio de lado, relembrando de quando usara um daqueles pela primeira vez.

2º ano. Aula de Herbologia. Estudavam Mandrágoras. Aquele fora o ano da câmera secreta. O ano do basilisco, o ano em que nomearam a sua peculiar capacidade de conversar com cobras. Sim, ele era um ofidioglota exatamente como Voldemort.

No final daquele ano conhecera Tom Riddle, o garoto de 16 anos que lacrara suas lembranças num diário, inconsciente que se tornaria o bruxo mais temido de todos os tempos, ainda que o desejasse tanto. Ele, Tom, Voldemort... era o famoso herdeiro de Slytherin... que açulou uma cobra gigantesca... que matou por simples prazer...

Harry balançou a cabeça, procurando desviar a mente destes pensamentos. Não era hora para aquilo. Procurou um espelho com os olhos e sem perceber o que fazia pôs o abafador, mirando com curiosidade sua imagem refletida na superfície lisa.

Definitivamente estava bem apertado. Os cabelos sempre rebeldes agora se encontravam achatados contra a haste, as orelhas sendo pressionadas com força. E como Harry duvidava muito que abafadores de orelha pudessem simplesmente encolher, só pode concluir que fora ele quem crescera demais.

Afinal já passara cinco anos.

Sorriu meio triste, meio ansioso e atirou o abafador de volta na pilha de roupas, livros e pergaminhos.

Sentou-se no chão, cansado e apoiando as costas na parede cujo papel era azul, mas que já estava desbotado em alguns pontos.

Abraçando as próprias pernas e escondendo o rosto nos joelhos, Harry fitou o malão virado durante muito tempo, repleto de lembranças e recordações. Pensando no que acontecera naqueles últimos sete anos.

Pensando em seus amigos... e claro, em seus inimigos.

Nele.

Já se formara em Hogwarts, mas ainda não se acostumara com a idéia de não voltar a vê-lo praticamente todos os dias.

Algo de muito errado acontecera naquele 7º ano.

Algo que forçara ele a se afastar, parar com brincadeiras estúpidas... infantis...

A princípio Harry não se importara, pelo contrário, ficara bastante agradecido.

Tudo que ele não queria era que as brigas de Ron e Hermione (que atingiram um nível quase insuportável), os estudos para os N.I.E.M. (que faziam com ele dormisse menos de 5 horas por dia), as preocupações com a guerra e Voldemort (que já começara a atacar trouxas abertamente) ainda fossem somadas as picuinhas de Draco Malfoy.

Sua cabeça não fora totalmente sua naquele ano. Quase não pudera ocupá-la com coisas da qual realmente gostasse e aquilo o torturara durante meses e meses. Mas, nos raros e fugazes momentos em que Harry deixava sua mente vagar dispersa, sem pensar no dever de transfiguração ou no próximo treino de Quadribol, ela invariavelmente chegava nele.

Não uma, nem duas, mas várias vezes Harry se pegara fitando o sonserino loiro do outro lado do salão principal, que por sua vez observava os colegas comendo com seu típico ar de tédio, já que ele mesmo parecia estar vivendo de ar. E não uma, nem, duas, mas todas às vezes Harry censurara-se mortalmente por estar se preocupando com isso.

No dia então que notara que Malfoy emagrecera sensivelmente, teve muita vontade de enfiar a cara na tigela de cereais e iogurte a sua frente, mas resistiu ao desejo tão logo percebeu que também era fitado.

Ainda com o rosto pressionado contra os joelhos, Harry foi tomado pela mesmíssima sensação de calor e pânico que sentira daquela outra vez. Subindo como um bichinho rastejante e asqueroso pela sua nuca e deslizando por suas bochechas subitamente afogueadas.

Harry teve certeza daquela vez, e tinha ainda mais agora, que para seu próprio bem devia manter sua cabeça bem longe do rosto, corpo e de cada fiozinho do cabelo loiro de Draco Malfoy.

Agüentara até o final do ano letivo. Agüentara cada um dos encontros nos corredores escuros da escola — que pareciam acontecer com uma freqüência quase criminosa, suportara bravamente um jogo inteiro de quadribol contra a sonserina e claro, agüentara cada um dos olhares trocados através salão principal, quando cada um deveria estar concentrado única e exclusivamente em seus respectivos pratos e colegas. E não estavam.

Entrementes, alguns estudantes começaram a desaparecer da Escola. Alguns sendo seduzidos ou aliciados à causa de Voldemort, outros fugindo com suas famílias para longe. E claro, aqueles que perderam suas vidas quando cruzavam o caminho de algum comensal.

O cerco em torno de Harry aumentara terrivelmente. Ele via aurores ou aspirantes vigiando-no por cima de um livro quando se sentava na biblioteca com Ron e Hermione, sentia olhos em cima dele para onde quer que fosse. A torcida nos dias em que jogava só não estava defasada (em virtude dos alunos que não freqüentavam mais a escola) por estarem cheias de membros da Ordem e funcionários do ministério.

Às vezes ele se perguntava em voz alta porque não o colocavam de uma vez dentro de uma redoma de vidro, ao que normalmente recebia um sorriso indulgente de Ron e um olhar crítico de Hermione.

E de tão ocupado que estava se irritando, ou estudando, ou suportando o peso do que sua cicatriz significava, Harry só notou que Malfoy já não aparecia nas aulas há quase uma semana quando Hermione fez algum comentário sobre tudo estar tão estranhamente quieto.

Malfoy (Harry descobrira dias depois), segundo palavras de Pansy Parkinson, ficara doente durante o feriado do natal e a mãe segurara-o em casa até que ele melhorasse. Lucius Malfoy continuava desaparecido desde a fuga em massa dos Comensais da Morte de Azkaban, no ano anterior. Claro que todos sabiam que ele agora liderava um dos exércitos de Voldemort que andava atacando trouxas e famílias de bruxos na Irlanda. Os pais de Seamus Finnigan foram encontrados pelo filho, enforcados no celeiro. Os exames apontaram uso da maldição cruciatus, seguida de imperius.

Quando Draco voltara à escola, no final do mês de janeiro, Seamus teve de ser segurado por Harry, Ron, Dean e Neville para não ir até a mesa da sonserina e atacar Malfoy da melhor forma que pudesse, mesmo que fosse com a colher que ele tinha nas mãos.

"Não podemos acusá-lo de nada." Dissera Hermione naquele dia, com sua característica calma. "Não sabemos se foi ele."

Ron rodara os olhos da mesma maneira que sempre fazia quando achava que Hermione estava sendo indulgente demais. Harry, ainda segurando Seamus pelo braço, voltara a fitar Malfoy do outro lado do salão e se surpreendera ao vê-lo desviar o olhar para apertar seu antebraço esquerdo por cima das vestes. A expressão no rosto do sonserino não era aquela de malícia e superioridade que Harry estava tão acostumado a presenciar. O loiro ostentava somente um ar de cansaço e conformismo que lhe deixava mais pálido e frágil do que o normal.

Harry ergueu a cabeça, sentindo a marca de seus joelhos ossudos em sua face. Começou a esfregar os olhos por debaixo dos óculos e notou que o apartamento já se encontrava mergulhado numa suave penumbra. Sentiu-se mole e quando tentou se mexer, suas pernas formigaram.

Quanto tempo passara ali, parado, distraído, pensando em Draco Malfoy?

Uma brisa leve entrava pela janela meio aberta. Na rua logo abaixo o trânsito se acumulava para começar o horário de rush.

Pelo visto, bastante.

Harry levantou-se com uma certa dificuldade e puxando a varinha fez um movimento rápido, guardando toda a bagunça de volta no malão.

Daria um jeito naquilo mais tarde.

Olhou para o relógio e decidiu que seria uma boa passar num shopping center para comprar roupas de trouxa decentes e talvez abastecer a geladeira. Não poderia almoçar todos os dias n'A Toca, mesmo que tivesse certeza de que a Sra. Weasley ficaria encantada com sua presença.

Tinha jurado a si mesmo que tão logo estivesse livre dos Dursleys e Hogwarts, começaria a cuidar de sua vida. Sozinho. Já tinha alguma coisa em vista para começar a trabalhar e claro, algum ouro acumulado do cofre de seus pais e de Sirius (o padrinho deixara sua herença para Harry) e claro, tempo o bastante já que a Ordem da Fênix se transformara numa imensa organização. Qualquer um que fosse contra a causa de Voldemort estaria fazendo, mesmo que inconscientemente, parte dela.

Harry, porém, não fora a uma única reunião dos membros mais seletos da Ordem, desde que se formara há duas semanas atrás. Ron e Hermione lhe garantiram que cobririam sua ausência durante os dias em que ele se ocupava montando seu novo lar.

"Você vai precisar de um lugar para voltar, Harry." dissera Hermione com um sorriso fraco, antes de entrar no táxi que a levaria para casa dos avós. Seus pais tinham sido assassinados há um mês. Não puderam ver a filha se formando. "E não vai querer que esse lugar lhe traga lembranças... sabe?"

Harry ficara hospedado com Ron até alugar aquele apartamento e negara várias vezes a oferta de ocupar permanentemente o ex-quarto de Percy.

E agora... parado ali, pensando... tão longe da atmosfera protetora de Hogwarts, Harry perguntou-se o que Malfoy estaria fazendo naquele exato instante. O que verdadeiramente acontecera com ele. Será que ele voltara para o colo da mãe ou o pai o convencera a se bandear de vez para o lado das trevas?

Será que ele, Harry, encontraria o rapaz loiro de rosto pontudo e olhar feroz novamente? E se esse encontro viesse, seria numa batalha? Draco vestindo um capuz negro e apontado sua varinha para o coração de Harry?

Talvez.

Mas ele esperava que não.

Algo dentro de si dizia que caso a hora chegasse, antes mesmo de pensar em revidar... se defender, Harry Potter de alguma forma, de alguma maneira louca e inconseqüente...

Hesitaria.


To be continued...


Leu? Gostou? Quer o próximo capítulo? REVIEW FOR ME!
(se não NADA feito...)


NYA! (Dana rolando no chão de felicidade) 12 REVIEWS! (pula e faz pirueta) BRIGADÃO GENTE! Tô tão feliz que seria capaz de postar a fanfic inteira de uma vez, mas desse jeito, aos pouquinhos, é mais gostoso né? xD

Olha aqui o capítulo novo. Bem rapidinho até, gostaram? Viram como só depende de vocês? Isso aqui é um acordo de cavalheiros. Eu escrevo, posto, vcs comentam e eu posto mais. Simples! Não tem como alguém sair triste nesta história. Bem, talvez nossos protagonistas, mas aí são outros 500... xD

Aliás, eu só acesso a internet durante a semana, logo se vocês repetirem este lindo feito de 12 reviews em menos de 48 horas... hmm... talvez eu poste o cap. 03 na sexta-feira, do contrário, só segunda mesmo...

Como este site maravilhoso começou com uma espécie de caça as bruxas e vem sendo proibido encher de N/A nos capítulos eu estarei respondendo às reviwes de vocês no meu fotolog. Quem quiser dar uma olhada o endereço é: www(ponto)fotolog(ponto)net(barra)dana(underline)norram. Underline (pra quem não sabe) é aquela linhazinha baixa que a gente usa para separar as palavras em endereços de e-mails e de homepages. Em todo caso, ACHO que o endereço também está no meu profile. Confiram lá. xD


N/A:
Esta fanfic foi escrita originalmente para o II Challenge Harry/Draco do Fórum Aliança 3 Vassouras (www(ponto)alianca3vassouras(ponto)com(barra)forum) e ganhou o 1º lugar — apesar de só ter duas pessoas participando... xD

Dedicada à madrinha Cami Rocha Pinhão — porque ela me agüentou durante semanas fazendo propaganda desta fic e não me bateu! ) E claro, um agradecimento ultra-especial aos meus betas queridos Anna-Malfoy e Shaka Dirk. Super fofos e talentosos, os dois! Vistiem os profiles deles (shakadirk/ annamalfoy)

Aliás, terminei de ler o HP and Half Blood Prince! E não! Eu não irei (obviamente) fazer spoilers, mas só posso dizer que eu tenho muito orgulho de gostar de um personagem como Draco Malfoy. ;)


© Julho de 2005