Título: Glory Box
Autora: Dana Norram (mais detalhes, vide profile)
Shipper: Harry/Draco
Classificação: PG-13
Gênero: Drama/Romance/Slash
Spoilers: Não, este fanfic NÃO contém spoilers de Harry Potter and Half Blood Prince. Leia sem medo.
Parte: 05 de 14
Avisos Gerais (LEIAM!)
- Isto aqui é uma fanfic SLASH. Você sabe o que significa Slash? Não? Poxa, que peninha! Mas calma aí que eu te explico. Pense num homem. Pensou? Good! Agora pensa em outro. E aí? Eles são bonitinhos? Ótimo! Agora imagine os dois juntinhos, dividinho beijos e abraços? Achou fofo? Continue com a leitura. Achou nojento? SUMA! Não precisa ler, mas se mesmo assim você, pequeno gafanhoto,deixar algum comentário impertinente dizendo que eu não devia colocar Harry Potter e Draco Malfoy na mesma cama, você estará assinando seu atestado de burrice. Eu avisei, não avisei?
- As atualizações virão conforme os comentários. Muitos comentários, atualização rápida (se bobear na mesma semana). Poucos... hmmm... dependerá da minha boa vontade. Que NUNCA é boa. xD
- Outra coisa. I don't like happy ends! Isso aí, final feliz NÃO é comigo. Então se você curte açúcar na veia all-time... hmmmm, espera sentado, sim?
- Harry Potter e seus personagens não me pertencem. São propriadade exclusiva da titia J.K. Rowling. Eu não ganho dinheiro para escrever fanfic. Então, pegue seu processo e brinque de fazer origami. É divertido.
- Ah, uma coisa que eu esqueci de comentar. O título desta fanfic (Glory Box) foi tirado de uma música do grupo Portishead. A letra mesmo não tem muito a ver com a fanfic, mas fica aí a dica para quem quiser escutar algo enquanto lê.
Glory Box
Por Dana Norram
o0o Melodia o0o
Ron acabara de pedir sua segunda caneca de cerveja amanteigada, quando Harry finalmente atravessou a lareira d'O Caldeirão Furado. Erguendo uma das mãos, o moreno sorriu para o amigo e cumprimentou cerca de meia dúzia de bruxos, incluindo o velho Tom, antes de alcançar a mesa nos fundos do bar. Já passava das três horas da tarde.
"Você demorou." disse Ron à guisa de boa tarde. A barba de seu rosto estava por fazer e ele parecia decididamente chateado.
"Desculpe." Sorriu Harry, puxando uma cadeira para si. Tom colocou uma caneca de cerveja amanteigada na sua frente e fazendo uma mesura, retirou-se em silêncio.
"Pensei que disse para aparecer exatamente às duas horas." O tom do ruivo ainda era irritadiço.
"E eu disse." Harry ainda sorria sonsamente, mas diante do olhar de poucos amigos que Ron lhe lançava, achou melhor explicar-se. "Desculpe, Ron. Quiseram me mostrar onde vou ficar e aproveitaram para apresentar até os faxineiros..."
O ar carrancudo no rosto de Ron tornou-se bem menos acentuado. "Então...?"
"Começo o treinamento na próxima semana." Disse Harry bebendo um gole de sua caneca.
Um sorriso sincero formou-se no rosto de Ron. Ele se levantou e puxou Harry para um abraço seguido de um forte aperto de mão.
"Uau... parabéns, Sr. auror."
Harry fez um gesto como se dissesse "isso não é nada", mas seu sorriso ficou ainda maior.
"Ainda não sou auror. Tenho três anos pela frente."
Ron sentou-se e deu de ombros. "Comentei com Hermione ontem, antes de deixá-la em casa... tive medo que você não estivesse legal para a entrevista... você sabe... todo aquele apuro ontem com os comensais..." Ron abaixou o tom de voz e aproximou-se de Harry. "...e com Malfoy."
Harry empertigou-se. Estava mesmo querendo conversar sobre aquilo. Não que Ron fosse exatamente a opção mais indicada. Afinal, o ruivo odiava Malfoy com todas as suas forças (com razão) e provavelmente se deixaria levar por isso. Hermione não era exatamente a integrante nº1 do fã-clube de Draco Malfoy, mas ao menos era mais sensata do que Ron.
"O que você acha?" perguntou Harry, cauteloso. Era melhor saber onde estava pisando. Ron poderia criar um problema ao invés de resolvê-lo.
"Ele? Do nosso lado?" Ron ergueu ambas as sobrancelhas que desapareceram sobre sua franja vermelha. Soltou um muxoxo e terminou de beber o conteúdo de sua caneca num único gole, daí acenou para que Tom lhe trouxesse outra. Ambos permaneceram em silêncio até que o velho bruxo voltasse ao balcão.
Harry então cruzou os braços, apoiando-os sobre a mesa, ficando mais perto de Ron para evitar que fossem ouvidos. Ele tinha consciência que muitos pares de olhos estavam fixos na direção deles.
"Eu não confio nele, se é o que quer saber." Admitiu Ron. "Mas já estive errado antes. Errado sobre Snape, por exemplo." Disse, tentando soar justo. "Hermione acha que ele merece uma chance. Eu acho que devemos ter cuidado."
Foi vez de Harry erguer as sobrancelhas. A reação de Ron até que não fora de todo ruim. De fato, ele esperava que o ruivo esbravejasse que McGonagall estava sob influência de imperio, que Malfoy os trairia na primeira oportunidade que surgisse e coisas assim...
Mas não.
Longe de acusar, Ron preferiu ficar somente "pé atrás" — o que vindo dele, já era um grande avanço.
"Que tal se déssemos uma volta... pelo Beco?" sugeriu Harry. "Quero comprar umas vestes novas... sabe, para o ministério."
Ron sabia perfeitamente bem que a idéia de Harry era ficar num lugar onde seria mais difícil serem ouvidos. Concordou com um aceno e virou toda o restante da cerveja amanteigada de uma só vez. Harry jogou alguns sicles sobre a mesa e os dois se dirigiram aos fundos do bar.
O Beco Diagonal, ao contrário do que Harry se acostumara, estava praticamente vazio. O medo devido ao retorno declarado de Voldemort forçava a maioria das pessoas a permanecer em casa ou sair do país. Os comerciantes amargavam uma grande queda nas vendas e vários deles já tinham fechado suas portas permanentemente. Fazia calor, mas Harry sentiu um estranho frio serpentear-lhe os braços.
"Logo isso vai estar parecendo a Travessa do Tranco." Murmurou Ron pelo canto da boca. Às vezes uma bruxa passava apressada ao lado deles, puxando uma criança pela mão e lhes lançando olhares desconfiados.
"Não no que depender de nós." Disse Harry, solene. "Quero que essas pessoas voltem a ter suas vidas como antes."
Ron soltou uma risada prazerosa. "Falou como um verdadeiro herói, Harry. Igual aqueles das histórias trouxas..."
Harry tomou o gracejo como um elogio. E decidiu retomar o tópico da conversa.
"Então Hermione acha que Malfoy merece uma chance?"
Ron soltou outro muxoxo. "É. Diz que ele pode ser útil. E bem, vamos admitir que nisso ela tem razão. Ele ajudou ontem, avisando do ataque no centro. Sabe, aquilo salvou algumas vidas..."
Harry concordou com um aceno, seus olhos correndo pelo Beco, de uma vitrina para outra. Ron continuou gesticulando, forçando sua voz a manter-se um pouco baixa.
"Mas eu me pergunto, sabe? Por quê?" Ron ergueu ambas as mãos e fez uma careta impagável. "Por que ele mudou de lado? Ele mesmo não passou sete anos se vangloriando sobre ser sangue-puro, rico e filho de Lucius Malfoy? O que ele ganha vindo para o nosso lado?"
Harry estava se fazendo a mesma pergunta desde que abrira os olhos naquela manhã, quando acordara na sede da Ordem com dores por todo o corpo devido à posição incomoda em que adormecera, debruçado sobre o apoio da escada. E claro — não chegara a conclusão nenhuma.
"Não faço a menor idéia..." respondeu em tom cansado.
"Nem eu, mas nós..." Ron se calou repentinamente, estancando no lugar. Harry o imitou, voltando o rosto para encará-lo, indagador.
"O quê foi...?"
"...nós bem que podíamos perguntar para ele."
Harry franziu o cenho e seguiu o olhar de Ron na direção da sorveteria Florean Fortescue, onde um jovem loiro de vestes negras e verde-escuras estava sentado com o Profeta Diário nas mãos e uma taça de sundae de chocolate pela metade sobre a mesa. Seus olhos cinzentos se moviam rapidamente pelas páginas. A manchete trazia estampada uma foto com a marca negra pairando sobre os céus de uma casa semi destruída.
Sentiu Ron segurar-lhe pelo antebraço e apenas aí se deu conta de que já tinha caminhado quase um metro na direção do loiro.
"Ficou maluco?" sussurrou o ruivo à meia voz. Seus olhos indo e vindo de Malfoy para Harry. "Ele-não-pode-ser-visto-com-a-gente."
Mas já era tarde demais. Malfoy os avistara e acabara de dobrar o seu jornal, caminhando em passos elegantes na direção deles.
Parou na frente de Harry com uma expressão reservada na face corada de sol. Sequer olhou para Ron, que o mirava desconfiado.
"Ah, o Santo Potter e seu fiel escudeiro... pensei que não devíamos ser amiguinhos em público."
Harry sentiu um certo divertimento por trás do tom mordaz. Sorriu para Draco com sinceridade. Ron olhou-o sem compreender.
"Nos encontramos por acaso. Isso pode acontecer."
Draco ergueu suas sobrancelhas finas e loiras. Os cabelos alinhados brilhavam sob a luz do sol.
"Seria muita coincidência se todas as coincidências do mundo fossem apenas coincidências, Potter. Sugiro que dêem o fora daqui. Se alguém nos ver..."
"Você pode dizer que só queria nos importunar um pouco, já que não pode mais fazê-lo diariamente, como na escola." Disse Ron repentinamente, com azedume. "Aliás, não é isso mesmo que você está fazendo agora?"
Draco voltou-se para Ron como se tivesse acabado de vê-lo. Sua expressão era de alguém que encontrara um parente desagradável.
"Cuidado com o que deseja, Weasley, ou pode acabar conseguindo..." Disse seco e já tinha dado as costas aos dois quando Harry segurou-o pelo braço — Tal como fizera na noite anterior.
Malfoy voltou-se no mesmo instante, os olhos cinzentos do tamanho de dois galeões. A expressão no rosto de Ron era perto do assombro.
"Pode nos dar um segundo, Ron?" pediu Harry com firmeza. Ron hesitou por um segundo antes de se afastar na direção d'A Artigos de Qualidade para Quadribol.
Harry puxou Malfoy com suavidade de volta a sorveteria e fez com que ele se sentasse em seu lugar. Ocupou a cadeira logo à frente, consciente de que Ron os vigiava, com uma das mãos enfiada dentro das vestes — a varinha pronta para o menor movimento em falso.
"A cicatriz finalmente fundiu seu cérebro, Potter? Ficou louco? O que acha que..."
"Cala a boca, Malfoy." Disse Harry, rodando os olhos. "Seu pai vem sendo procurado até fora do país. Sua família está desgraçada e todos sabem que você só não foi preso porque o decreto de revistar todos os bruxos suspeitos de serem Comensais ainda não foi aprovado — o que não deve tardar acontecer. Ficar zanzando sozinho pelo Beco Diagonal no dia seguinte de um ataque aberto a trouxas no centro de Londres não é uma atitude muito inteligente."
Draco engoliu em seco por várias vezes. Seu ar era de indignação. Quem Potter pensava que era para lhe falar naquele tom? A resposta estava justamente na pergunta. Afinal ele, Harry Potter, o-menino-que-sobreviveu, podia tudo.
"Como você mesmo disse, não há qualquer prova de que eu seja um Comensal, logo não há porque eu temer que um grupo do ministério caia no meu colo no primeiro instante que eu por os pés fora de casa. Não vou ficar confinado só porque metade da população bruxa pensa que vou amaldiçoá-los."
"Não que eles estivessem muito longe da verdade, não é Malfoy?"
Draco fez força para não sorrir. Abaixou a mão para seu sundae ainda pela metade, mas já derretendo e levou uma colherada generosa a boca. Um pouco de sorvete manchou o canto dos lábios e Harry pela primeira vez lembrou do Draco criança que conhecera sete anos atrás, naquele mesmo Beco.
"Vocês me subestimam. Não tenho nada contra bruxos e..." ele sustentou a colher no ar, pensativo. "...desde que eu, como dizem, 'virei a casaca'... bem, acho que posso começar a me considerar um sujo amante de trouxas também."
O tom de voz era desdenhoso, como sempre.
"Por que, Malfoy?", Harry finalmente fez a pergunta que estava entalada em sua garganta.
O loiro apoiou um dos cotovelos na mesa, a mão mexendo a colher. Ele parecia estar realmente pensando na pergunta, mas seus olhos estavam abaixados. Ele ainda mirava o sorvete quando soltou um suspiro.
"Importa?"
Harry achou não só uma resposta totalmente inadequada como desafiadora.
"Claro", respondeu sem pestanejar.
Meio de lado, Draco sorriu e o encarou. "É? Por quê?"
"Ora seu...", Harry sentiu-se ligeiramente idiota de ter caído naquele velho truque e, talvez para expressar sua raiva ou apenas para contrariar Draco, roubou-lhe a colher e tomou um pouco do sorvete semi derretido. O gosto ainda era bom.
Draco empertigou-se, seu o rosto deformado numa careta de incompreensão. Quê diabos fora aquilo?
"Potter...?"
Harry pensou num momento tardio que colocara na boca a mesma colher que Malfoy usara. Sentiu suas bochechas um pouco quentes, mas atribuiu isto ao calor que fazia.
"Estou interrompendo algo?"
Tanto Harry quanto Draco voltaram os olhos para a mulher alta e loira parada na mesa ao lado deles, dois elfos domésticos logo atrás carregavam várias sacolas.
Draco ergueu-se num ímpeto e a mãe lançou-lhe um olhar analítico, como se quisesse arrancar-lhe os pensamentos através da pele. O rapaz parecia só um menino a encarando e tentou fugir quando ela levantou uma das mãos finas e segurou-lhe pelo queixo, tirando um lenço das vestes e limpando o sorvete do canto dos lábios do filho.
Harry assistiu a cena em respeitoso silêncio, mas não pode deixar de se lembrar da Sra. Weasley fazendo algo similar com Ron. Mãe era sempre mãe.
Os olhos vivamente azuis de Narcissa Malfoy se desviaram do filho — que tinha as bochechas agora duplamente vermelhas — para Harry, que devolveu a colher de volta a taça do sundae.
"Vejo que Draco ainda não me atualizou sobre suas novas amizades fora de Hogwarts... e devo confessar que estou surpresa."
Harry sentiu-se corar, mas não piscou diante do olhar de águia que a mulher lhe lançava. Draco parecia decididamente interessado nos ladrilhos da calçada da sorveteria.
"Agora se não se importa, precisamos ir. Foi um dia cheio." E dizendo isso, Narcissa fez um sinal para que os elfos seguissem-na em direção a entrada do Beco. Draco, sem lançar um último olhar a Harry, saiu logo atrás.
Narcissa passou um dos braços sobre os ombros do filho de forma possessiva. Tinham praticamente a mesma altura e andavam da mesma forma. Ali, de longe, Draco passava a impressão de ser apenas um garotinho que a mãe trouxera para fazer compras. Mas a diferença soou brutal quando ele voltou-se rapidamente antes de desaparecer numa esquina.
Quando Draco Malfoy virou-se, Harry Potter não viu um rosto infantil e curioso mirar-lhe. O que viu foi a face de um rapaz. Ainda arrogante. Ainda curioso, mas principalmente... era a face de um adulto repleta de confusão.
To be continued...
Leu? Gostou? Quer o próximo capítulo? REVIEW FOR ME!
- Olá. Este é um dos meus capítulos favoritos. Simplesmente a-d-o-r-o esse amor materno, sem falar que é sempre ótimo deixar o Draquinho vermelho. ;) Bem, chegaram nada menos que 20 comentários. Sim, sim, devo confessar que estou surpresa. Tá certo que apenas 13 eram referentes a este capítulo, mas eu não posso reclamar. Obrigada a todos que estão acompanhando, vocês não tem idéia como me deixam feliz!
- As respostas dos comentários estarão provavelmente hoje no meu fotolog (www(ponto)fotolog(ponto)net(barra)dana(underline)norram).Em todo caso, ACHO que o endereço também está no meu profile. Confiram lá. xD
N/A: Esta fanfic foi escrita originalmente para o II Challenge Harry/Draco do Fórum Aliança 3 Vassouras (www(ponto)alianca3vassouras(ponto)com(barra)forum) e ganhou o 1º lugar — apesar de só ter duas pessoas participando... xD
Dedicada à madrinha Cami Rocha Pinhão (que fica contando spoilers nas reviews!) — porque ela me agüentou durante semanas fazendo propaganda desta fic e não me bateu! ) E claro, um agradecimento ultra-especial aos meus betas queridos Anna-Malfoy e Shaka Dirk. Super fofos e talentosos, os dois! Visitem os profiles e leiam as fanfics deles (shakadirk/ annamalfoy)!
Aliás, terminei de ler o HP and Half Blood Prince! E não! Eu não irei (obviamente) fazer spoilers, mas só posso dizer que eu tenho muito orgulho de gostar de um personagem como Draco Malfoy. ;)
© Julho de 2005
