Título: Glory Box
Autora: Dana Norram (mais detalhes, vide profile)
Shipper: Harry/Draco
Classificação: PG-13
Gênero: Drama/Romance/Slash
Spoilers: Não, este fanfic NÃO contém spoilers de Harry Potter and Half Blood Prince. Leia sem medo.
Parte: 07 de 14
Avisos Gerais (LEIAM!)
- Isto aqui é uma fanfic SLASH. Você sabe o que significa Slash? Não? Poxa, que peninha! Mas calma aí que eu te explico. Pense num homem. Pensou? Good! Agora pensa em outro. E aí? Eles são bonitinhos? Ótimo! Agora imagine os dois juntinhos, dividinho beijos e abraços? Achou fofo? Continue com a leitura. Achou nojento? SUMA! Não precisa ler, mas se mesmo assim você, pequeno gafanhoto,deixar algum comentário impertinente dizendo que eu não devia colocar Harry Potter e Draco Malfoy na mesma cama, você estará assinando seu atestado de burrice. Eu avisei, não avisei?
- As atualizações virão conforme os comentários. Muitos comentários, atualização rápida (se bobear na mesma semana). Poucos... hmmm... dependerá da minha boa vontade. Que NUNCA é boa. xD
- Outra coisa. I don't like happy ends! Isso aí, final feliz NÃO é comigo. Então se você curte açúcar na veia all-time... hmmmm, espera sentado, sim?
- Harry Potter e seus personagens não me pertencem. São propriadade exclusiva da titia J.K. Rowling. Eu não ganho dinheiro para escrever fanfic. Então, pegue seu processo e brinque de fazer origami. É divertido.
- Ah, uma coisa que eu esqueci de comentar. O título desta fanfic (Glory Box) foi tirado de uma música do grupo Portishead. A letra mesmo não tem muito a ver com a fanfic, mas fica aí a dica para quem quiser escutar algo enquanto lê.
Glory Box
Por Dana Norram
o0o Sinfonia o0o
Harry não tinha a menor idéia de onde levaria Draco. Só sabia que precisava ser num lugar trouxa onde o risco de serem vistos juntos e reconhecidos fosse nulo. Saiu da sede com o loiro nos seus calcanhares. Não era exatamente uma noite fria, mas havia um estranho vento soprando pelas ruas.
"Não costuma fazer frio nessa época, não é?", perguntou Harry na tentativa de começar uma conversa. Mas claro, arrependeu-se no exato instante em que as palavras saíram de sua boca.
Que tipo de idiota começa um encontro falando sobre o tempo? — pensou Harry, mas logo em seguida arregalou os olhos. —E espere um minutinho aí! Quem disse que estamos tendo um encontro?
Draco, por outro lado, não parecera achar a pergunta de Harry inoportuna. De fato, chegou a pensar nela antes de responder.
"Suponho que não", disse ajeitando a capa para que protegesse seu rosto. "Mas nunca passei minhas férias em Londres. Meus pais e eu sempre viajávamos..."
Harry sentiu uma pontada ínfima de inveja, mas não notou qualquer vestígio de zombaria ou tentativa de irritá-lo nas palavras de Draco. Era uma pura, simples e inofensiva resposta.
Pegaram um táxi e Harry perguntou ao motorista se podia levá-los até um bairro "mais agitado" de Londres. O motorista mirou-os de cima a baixo e murmurou pelo canto do lábio que sabia exatamente aonde ir. Draco hesitou antes de entrar — talvez a ficha de estar saindo para a Londres dos trouxas, em companhia de ninguém menos que Harry Potter, tivesse finalmente caído.
A conversa durante o trajeto foi mínima, pontuada por comentários sarcásticos do loiro sobre aparência do motorista, que felizmente parecia não ouvi-los.
"Como se Crabbe e Goyle fossem exatamente magros...", comentou Harry quando Draco disse que o motorista precisaria de um feitiço para conseguir sair do carro.
"O tamanho de Crabbe e Goyle tinha sua utilidade", defendeu-se o loiro, contrariado.
"É...", sorriu Harry contente. "Claro que tinha..."
Passava um pouco das 11 horas da noite quando os dois bruxos foram deixados numa rua ligeiramente escura, mas movimentada, cheia de luzes coloridas piscando nas saídas da casas noturnas. Ao correr os olhos pela multidão, Harry finalmente entendeu o que motorista quis dizer com "sei exatamente aonde ir".
Os jovens que se amontoavam nas entradas, formando filas, em sua maioria estavam trajados de negro da cabeça aos pés, usando capas longas e botas de cano alto. Exatamente como ele e Draco.
"Eles são trouxas?", perguntou o loiro, parecendo desconfiado.
"É o que parece...", respondeu Harry com pouca certeza.
"Mas... eles estão vestidos... como nós."
"Deve ser alguma moda maluca", disse Harry tentando parecer calmo. "Quando fui no shopping center, você sabe, aquele lugar cheio de lojas... tinha muita gente estranha."
"Trouxas são estranhos", alfinetou Draco com simplicidade e parecendo convencido com a explicação de Harry, começou a caminhar na direção de uma das filas.
Seu rosto extremamente pálido e os cabelos bem penteados se destacavam na multidão de homens e mulheres cujos cabelos ou eram negros como os de Harry ou ruivos como os de Ron. E quase todos ostentavam fios longos e rebeldes. Sirius teria se sentindo em casa naquela rua. — Harry sentiu uma contração involuntária no peito, mas ignorou-a solenemente. Passado.
Os dois bruxos tomaram lugar no final de uma das filas — a despeito dos resmungos de Draco que não parava de dizer "e ainda temos de esperar?".
Harry não sabia exatamente o quê estaria os aguardando do lado de dentro, mas a julgar pelo barulho que vinha de dentro da casa, os dois poderiam conversar tranqüilamente, sem medo de serem ouvidos. Isso claro, caso conseguissem escutar a si mesmos.
Tudo parecia correr bem até eles chegarem na entrada, onde um homem quase do tamanho de Hagrid brecou os dois com seu enorme braço.
"Identidade?", pediu ele, indicando Draco, cujos olhos se arregalaram na direção do homem.
Harry voltou-se para a fila, todos pareciam estar apreciando a pequena desgraça dos dois. Por um segundo se perguntou realmente se Draco teria idade para entrar ali. Nunca soubera se ele era mais velho ou mais novo do que ele.
Indignado, Draco cruzou os braços sobre o peito e disse. "Eu tenho dezoito."
Harry quase engasgou. Ora, nem mesmo ele completara dezoito anos. Ainda estavam no meio de julho.
"Sei, boneca, claro que tem... mas mostre logo a porcaria da sua identidade ou pode ir dando a volta."
Algumas pessoas atrás deles riram, outras começaram a reclamar para a fila andar. Um rapaz particularmente sujo e desgrenhado assobiou na direção de Draco. As bochechas do loiro coraram e a contragosto ele puxou um papel dos bolsos internos de suas vestes. O homem mirou tanto o documento quando Draco com extrema desconfiança, mas acabou devolvendo-o ao rapaz, fazendo sinal para que eles entrassem.
"Que ultrajante...", resmungou Draco em voz alta, os braços novamente cruzados sobre o peito. Harry achou a expressão de sua face extremamente adorável. De fato, Draco parecia uma criança emburrada.
Eles pegaram uma mesa no andar de cima do lugar, onde alguns casais já se amassavam nas paredes próximas. Draco sentou-se. Ainda mantinha seus braços cruzados. Harry preferiu desviar os olhos para a pista de dança logo abaixo ou acabaria rindo da cara do loiro.
O barulho era abafado. O lugar decorado com velas e totalmente pintado de negro. Havia uma série de sofás de dois lugares, que mais pareciam divãs, espalhados ao redor e algumas cortinas de veludo vermelho-sangue desciam sobre as janelas, ocultando-os da rua. Uma tela que daria 10 vezes a televisão dos Dursleys mostrava imagens de um homem magro de cabelos negros com uma mecha branca cantando num microfone e dançando ao ritmo de sua música. Era angustiante, mas ele até gostou do som.
"Você me trouxe aqui para ficar olhando para outro cara, Potter?"
A voz de Draco fez Harry voltar sua atenção para a mesa. O loiro ainda conservava sua expressão emburrada.
"Ciúmes?", perguntou Harry, alfinetando-o.
"Eu? Dele?", Draco indicou o homem no telão, que agora largara o microfone e começara a dançar e balançar os braços. O loiro voltou-se para Harry e deixou a boca pender de leve, incrédulo. "Não me faça rir, Potter."
Mas quem riu foi Harry. Aquela era a conversa mais absurda da face da terra. Aliás, não só a conversa... a situação era inteiramente absurda. Quando ele, Harry Potter, se imaginaria estar sozinho com seu declarado inimigo escolar, Draco Malfoy, numa casa escura apinhada de trouxas dançando e conversando de um modo até que amigável?
Um homem também vestido de negro, só que mais "normal" para os padrões conhecidos de Harry aproximou-se deles com um bloquinho de anotações em punho. Devia ser uma espécie de garçom.
Draco pediu o cardápio e Harry teve vontade de rir diante da expressão incrédula que deformou a face do homem. Mas a cara de Draco quando ouviu que não tinham cardápio foi ainda melhor.
"Como vocês não...?", ia dizendo Draco, mais Harry interrompeu-o, dirigindo-se ao outro homem.
"Vocês tem algo que venha sorvete?"
O garçom fez que sim com a cabeça. Harry pediu que trouxesse dois e depois de anotar os pedidos, o garçom distanciou-se parecendo meio confuso.
"Que espécie de espelunca é esta, Potter?"
"Uma espelunca que não é um restaurante, Draco. Não estranhe tudo que vê, algumas coisas são perfeitamente normais para eles..."
Harry achou por um instante que Malfoy não o compreendera, ou quê tivesse dito algo que o irritara. A expressão do rosto do loiro era confusa.
"O quê...?"
"Draco", disse o loiro, suas sobrancelhas muito juntas. "Você me chamou de Draco."
Harry arregalou os olhos, surpreso com suas próprias palavras. E não é que chamara mesmo?
"Desculpe... não pensei que fosse se importar. Mas acho que não devíamos continuar nos tratando pelos sobrenomes. É muito formal, você sabe."
"Formal?", repetiu Draco, como se estivesse apreciando cada sílaba da palavra.
"É... sabe, não estamos exatamente numa situação muito formal. Alguns poderiam dizer que nos dois... bem, que estamos juntos ou coisa assim."
"Juntos?", repetiu Draco novamente, mas desta vez não parecia estar apreciando coisa alguma. Sua voz soou meio esganiçada.
Harry foi poupado de responder àquilo graças à chegada do garçom. Ele trazia dois copos de metal grandes e dois de vidro comum. Colocou de um tipo para cada e em seguida derramou o conteúdo de uma garrafa de líquido verde nos copos de vidro e saiu em silêncio.
Draco olhou para seus dois copos sem compreender. Harry sabia menos do que ele, mas erguendo-se para tentar descobrir o conteúdo dos copos.
O líquido verde tinha um leve cheiro de menta misturada com álcool. No copo de metal havia sorvete de chocolate semi derretido, mas cheirava a licor de cereja ou coisa parecida. Incerto, Harry derramou o sorvete no copo de vidro e estendeu-o a Draco. Depois, fez o mesmo para si.
O loiro cheiro seu copo, seu cenho franzido. "Que diabos é isso? Parece uma das poções do Longbottom..."
Harry pensou em repreender Draco, mas acabou sorrindo. "Vamos, beba. Duvido que faça mal... eles não iam querer nos envenenar... quem pagaria a conta?"
"Beba você primeiro, Potter", entoou Draco, novamente cruzando os braços, mas desta vez sobre a mesa.
Harry pegou seu copo e hesitou por um mísero segundo antes de beber um gole. Draco o observava com os olhos arregalados, talvez achando que ele fosse cair morto.
Sentiu um curioso calor lhe subir pelo peito conforme a bebida descia, o que era estranho já que o sorvete era decididamente gelado.
"É bom", disse Harry por fim, com sinceridade. Ficou apreciando o sabor meio doce, meio alcoólico, passando a língua entre seus dentes.
Draco ainda parecia ressabido, mas talvez para não ser tachado de covarde, talvez por curiosidade, ele acabou imitando o moreno. Pegou o copo com as suas mãos e bebeu um gole longo. Pareceu ficar durante quase um minuto analisando o sabor, seu cenho ainda franzido.
"Não é ruim", disse depois de um tempo, mas logo já estava bebendo outro gole.
A conversa acabou fluindo com uma certa — e repito, estranha — naturalidade. Evitaram falar sobre a Ordem, sobre Voldemort ou sobre a guerra. Evitaram falar até mesmo sobre Hogwarts. E era incrível pensar que ainda havia assunto para tanto.
"Minha mãe nunca me deixaria vir num lugar desses... ele tem medo de trouxas..."
"Medo?", Harry já pedira outra dose daquela bebida ao garçom. "Por que ela teria medo?"
Draco deu de ombros e apoiou o rosto num das mãos. Suas bochechas estavam vermelhas, possivelmente efeito da bebida.
"Eles são muitos... se descobrissem sobre nós... seria como na inquisição...", o loiro estremeceu levemente e balançou a cabeça. "Acho uma idiotice quererem atacá-los abertamente."
Harry ignorou a última frase. Estavam se divertindo. Não queria falar sobre os comensais.
"Então você tem mesmo dezoito? Não estava enganando o segurança?", perguntou, na tentativa de mudar o rumo da conversa.
Draco empertigou-se. "Se isso é uma tentativa de fazer com que eu mostre minha identidade, pode ir tirando o hipogrifo da chuva, Potter..."
Harry sorriu abertamente.
"Não. Se você disser... eu acredito."
"Sim, eu tenho dezoito. Completei no começo de junho. Está contente agora? Você ainda não tem, certo? Faz aniversário no final deste mês."
Harry assentiu com uma das sobrancelhas erguidas.
"Então sou mesmo mais velho. Você deve me respeitar, Potter", disse o loiro fazendo graça, mas Harry não tinha tanta certeza de que ele estava apenas brincando.
"Como sabe quando eu faço aniversário, Draco?"
"Sabia que ainda é muito estranho escutar meu nome assim?"
"Responda minha pergunta."
"Ficaria admirado se soubesse o quanto eu sei sobre você, Potter."
"E eu me sentiria mais confortável se você me chamasse de Harry."
Draco não respondeu de imediato. Rodou seus olhos para o telão, que agora estava escuro, uma banda qualquer se apresentado num pequeno palco no andar de baixo. Depois do que pareceu uma pequena eternidade, Draco voltou sua atenção para a mesa.
"Melhor não", respondeu com simplicidade. "Não quero correr o risco."
Harry ergueu as sobrancelhas. "Risco?"
"Sim... correr o risco. Afinal... posso acabar me acostumando."
Ambos sorriram de lado, cúmplices. Fez-se silêncio, que Draco quebrou depois de alguns segundos, batendo seu copo na mesa.
"Sabe dançar?", ele se levantara e estendera mão por cima da mesa, na direção de Harry.
Harry pensou que Draco já tinha bebido o suficiente. Pensou que o loiro quisesse tirar uma da sua cara. Pensou que aquilo estava ficando sério demais. Pensou que era melhor parar logo de uma vez com tudo, antes que...
Mas logo se viu segurando a mão de Malfoy, que o arrastava com força para a pista de dança, em direção no subsolo, obrigando-os a descer lances e lances de escadas, passar em meio a uma pequena multidão que se aglomerava na frente do palco improvisado e depois... mais escadas.
Já podiam avistar o grupo se movendo em ritmo frenético quando o imperdoável aconteceu. Draco esbarrou num homem, derrubando as três cervejas que ele trazia nos braços. O loiro murmurou um "desculpe" por reflexo — o que não pareceu ajudar em nada.
Imediatamente formou-se um círculo ao redor deles. O homem era bem maior do que Draco e tinha cabelos castanhos crespos e desgrenhados, uma barba meio cheia, olhos vermelhos e delirantes. Ele olhou para a cerveja derramada sobre sua roupa e depois para Draco, que parecia um ratinho encurralado por um leão. Jogou as canecas vazias no chão. O barulho de vidro quebrando assemelhava-se ao som de um gongo antes de uma luta.
Ele partiu para cima do loiro, empurrando-o sobre a multidão atrás dele. Harry segurou Draco pelos ombros, murmurando algo como "vamos embora daqui".
"Quem você pensa que é, pirralho? Acha que pode ir andando por aí, como se fosse o rei do lugar?"
Harry sabia que Draco não ia ficar quieto e segurou a mão dele, quando o loiro fez menção de puxar sua varinha. "Vamos embora", repetiu, sussurrando junto ao seu ouvido.
Draco tentou protestar, mas sabia que eles arranjariam uma confusão dos diabos caso usassem magia contra aquele trouxa. Isso sem falar que toda a Ordem saberia que os dois tinham saído juntos — e isso não era exatamente uma boa coisa. Haveria perguntas demais e nenhum deles estava pronto para respondê-las. Ou melhor, nenhum deles conheciam as respostas.
O loiro tirou a mão de dentro das vestes e já se preparava para voltar pelo caminho de onde vieram quando o homem começou a fazer piadas.
"Vejam só... que gracinha. O outro manda nele. O loirinho deve ser a mulher da relação... o quatro-olhos fala e ele obedece como um cachorrinho..."
Harry segurou Draco pelo braço, sentindo o corpo do outro retesar junto ao seu. Não gostara nem um pouco daquilo. Aquele trouxa merecia uma azaração bem no meio das fuças. E foi vez de Draco murmurar um "Deixa... vamos..."
O problema era que — diferente de Draco, Harry não estava acostumado a engolir sapo em troca de uma próxima oportunidade. Ele era um Grifinório e Grifinórios não levam desaforo para casa. Eles agem primeiro. Sem pensar.
Harry fez menção de voltar. Draco segurou-o pelos ombros.
"Retire o que disse", berrou Harry com os punhos cerrados.
"Ohhh...", zombou o trouxa. Uma pequena multidão os observava com atenção. Dois seguranças tentavam alcançar o centro da discórdia, mas encontravam alguma dificuldade. "Então você vai defender a sua vadiazinha certo? Vem garotão, vem que eu vou te bater tanto que você vai ter de ficar de quatro para procurar os seus dentes..."
Harry já experimentara aquela sensação uma dúzia de vezes. O zunido quase ensurdecedor, o sangue aflorando suas faces, a vontade de partir para cima com as mãos fechadas e causar a maior quantidade de dor possível.
"Deixa pra lá... vamos embora...", ele ouviu novamente a voz de Draco em seu ouvido, mas aquilo não o acalmou. Pelo contrário, a idéia daquele homem batendo no loiro avivou-lhe os ânimos de maneira nada amigável.
"Ô lourinha... deixa o valentão vir... deixa, porque quando eu acabar com ele, meus amigos e eu vamos te ensinar a ter bons modos..."
Um pequeno grupo de caras vestindo jaquetas de couro atrás do homem riram alto. O sangue de Harry estava todo na cabeça. Suas bochechas queimavam.
"Vamos embora... por favor, Harry..."
O moreno voltou seu rosto na direção de Draco, que colocara uma das mãos sobre a boca, como se tivesse punindo-a por ter deixado o nome dele escapar daquela forma. O calor em seu rosto acentuou-se e Harry sentiu uma vontade muito forte de tirar Draco dali e levá-lo para um lugar onde ninguém pudesse incomodá-los.
Para fazer exatamente o quê ele ainda não sabia...
Mas não houve muito tempo para pensar. Quando já tinha decidido ir embora e deixar aquele trouxa idiota falando sozinho, o mesmo trouxa partiu para cima dele com o punho fechado, acertando-lhe o canto do rosto. Seus óculos voaram longe e uma tremenda balbúrdia se instalou no lugar.
Draco puxou Harry para baixo, as mãos tateando o chão para procurar os óculos do moreno. Braços e pernas se convergiam encima deles, gente que não tinha nada a ver com a discussão agora estava bemno meio da briga, chutando e socando qualquer um que lhe desse a oportunidade.
Com uma certa dificuldade, Draco arrastou Harry para longe da bagunça, assistindo os seguranças descendo cassetetes em todos que apareciam em seu caminho. Riu-se meio de lado e segurou Harry pelas vestes com uma das mãos. Na outra ele trazia o que restara de seus óculos. Conseguiu então entrar num canto mais afastado e parcamente iluminado, possivelmente outrora ocupado por algum casal que agora se via em meio a briga.
"Não enxergo nada...", murmurou Harry, fechando os olhos como se estivesse com dor de cabeça muito forte, inconsciente de que o pequeno espaço obrigava ele e Draco ficarem muito próximos.
"Aqui...", disse Draco, recolocando os óculos no rosto de Harry. O moreno abriu os olhos verdes, mas graças às lentes trincadas estava enxergando não apenas um, mas pelo menos três Dracos sorridentes. Perguntou-se tardiamente se tinha bebido demais ou se a pancada no rosto o tinha deixado meio maluco.
Draco puxou a varinha e murmurou "reparo". A visão de Harry voltou ao normal, mas a situação em que se viam não podia ser considerada exatamente 'normal'.
A face de Draco estava muito próxima da sua, sentia uma das mãos dele sobre seu peito, procurando se apoiar naquele espaço sem cair sobre ele. O lado do rosto que fora atingido pelo soco latejava, assim como sua cabeça.
Draco guardou a varinha, mas ao fazer isso teve de soltar a mão que estava apoiando em Harry. Uma menina fugindo da briga passou correndo por trás deles e empurrou Draco em cima do outro bruxo.
O loiro ofegou com aquela proximidade, os olhos cinzentos arregalados. Harry não tinha muita consciência do que fazia, simplesmente deixou que seus braços se entrelaçassem na cintura de Draco.
"... Potter?"
Harry Potter nunca fora conhecido por pensar demais antes de agir e Draco Malfoy sentiu na pele o preço daquela ação precipitada. Sentiu quando os lábios de Harry cobriram os seus com força. Sentiu quando suas pernas fraquejaram e quando enlaçou o pescoço do moreno com seus braços para se segurar. Quando Harry inverteu as posições, prensando-o contra a parede. Quando eles romperam o contato e se encararam, assustados. Quando Harry Potter o abraçou e disse junto ao seu ouvido "vamos embora?".
To be continued...
Leu? Gostou? Quer o próximo capítulo? REVIEW FOR ME!
- Weeee! Olhem só, não é um capítulo fofinho? Eu fiquei empacada quase uma semana para escrevê-lo, mas acho que compensou! Gostaram? É o maior capítulo do fanfic, tem (acho) umas sete páginas. xD
- Assim, a partir de sexta-feira eu vou trabalhar numa Feira de Livros/Quadrinhos que vai acontecer no parque do Ibirapuera, em São Paulo, capital. A feira vai durar até dia 14 de agosto e até lá as chances de eu entrar na Internet não muito pequenas. Vou deixar um ou dois capítulos de Glory Box 'uploados' (palavra legal, né? Acabei de inventar! xD) aqui no site e aí, depedendo do número de reviews eu tento colocar o próximo capítulo no ar em algum dia da semana que vem, mas isso vai ser uma TENTATIVA. Eu vou sair de casa muito cedo e chegar tarde pra cacete então não sei se vou ter saco/disposição de ir até uma lan house fazer isso. Vocês compreendem, né? (Dana with puppy eyes). De qualquer forma, se Merlin quiser, dia 15/16 de agosto tudo volta ao normal.
- 13 reviews. Compreensível, até. Foi um capítulo de duas páginas, o último. Mas esse aqui merece mais, certo? Conto com vocês!
- As respostas dos comentários estarão provavelmente hoje no meu fotolog (www(ponto)fotolog(ponto)net(barra)dana(underline)norram).Em todo caso, ACHO que o endereço também está no meu profile. Confiram lá. xD (se bem que eu ainda tenho de responder os do capítulo anterior, saco!)
N/A: Esta fanfic foi escrita originalmente para o II Challenge Harry/Draco do Fórum Aliança 3 Vassouras (www(ponto)alianca3vassouras(ponto)com(barra)forum) e ganhou o 1º lugar — apesar de só ter duas pessoas participando... xD
Dedicada à madrinha Cami Rocha Pinhão (que... que... ah, sei lá... o.o") — porque ela me agüentou durante semanas fazendo propaganda desta fic e não me bateu! ) E claro, um agradecimento ultra-especial aos meus betas queridos Anna-Malfoy e Shaka Dirk. Super fofos e talentosos, os dois! Visitem os profiles e leiam as fanfics deles (shakadirk/ annamalfoy)!
Aliás, terminei de ler o HP and Half Blood Prince! E não! Eu não irei (obviamente) fazer spoilers, mas só posso dizer que eu tenho muito orgulho de gostar de um personagem como Draco Malfoy. ;)
© Agosto de 2005
