CAPÍTULO 03.

"Eu não agüento mais, Harry!".

"Não fale assim Rony. É da Hermione que estamos falando, lembra-se? Aquela que você ama desde os tempos de Hogwarts".

"Será mesmo? Será que a mulher que eu divido a cama durante a noite é a mesma Hermione que eu me apaixonei quando era um garoto?".

"Você está exagerando Rony...".

"NÃO ESTOU, HARRY", Rony levantou a voz e logo abaixou certificando-se de que ninguém os ouvia.

A essa altura, Molly já estava providenciando o almoço em família, para a sua pequena e contida felicidade. Nos últimos dois anos toda a família Weasley se encontrava para um almoço em família, artimanha para que a matriarca não ficasse sozinha em um dia tão triste. Há três anos, os Weasleys perdiam o segundo membro da família. Primeiro fora Percy após um atentado ao Ministério. Poucos dias depois foi a vez de Arthur.

Rony e Harry conversavam na sala. Molly estava na cozinha junto da esposa de Gui, Fleur. Seu marido estava no jardim junto do outro irmão, Carlinhos, pondo as mesas para que todos sentassem. Os gêmeos ainda não haviam chegado do trabalho. Ginny também não.

"Ela está tão distante. Só pensa no seu cargo no Ministério. Trabalha... trabalha...trabalha... e quando não está trabalhando, está muito cansada para mim".

"Bem, esta é a Hermione Granger que conhecemos...".

"Eu não agüento mais Harry".

"O que você está falando Rony...".

"Não agüento mais dar de tudo para ela e não ter nada em troca".

"Não vá fazer nada que você possa se arrepender mais tarde".

"Não Harry... sou muito fraco para terminar com ela. Afinal, eu a amo!".

"Lembre-se sempre disso Rony. Você ama Hermione e ela te ama!".

'Eu sei...", resmugou.

Perto deles, alguém acabava de aparatar. Ginny, a caçula dos Weasleys.

"Olá", ela disse aproximando-se dos dois. Abraçou Harry, beijando-lhe os lábios.

"Rony, estava com Mione até agora há pouco. Ela te mandou um beijo".

Rony sorriu amarelado.

"Ela está nervosa?", perguntou.

"Uma pilha! A essa hora, já deve estar em reunião".

"Ela quer tanto essa promoção", Rony disse.

Por um momento sentiu pena da namorada e vergonha de si mesmo por ser tão injusto com ela. Seria ele um egoísta? Andaria tão impaciente com Hermione numa forma de liberar toda a tensão por ela ser tão bem sucedida e ele não? Estaria ele mesmo com razão? Precisava pensar. Talvez Harry estivesse certo, precisava ser mais maleável com a garota.

"Almoço pessoal!", a Sra. Weasley chamou toda a tropa de cabelos vermelhos e seus agregados.

O tempo ruim contrariou os planos de almoçarem no jardim. Dessa forma, o almoço foi posto na estreita cozinha. Todos foram acomodados, sendo que os dois lugares que deveriam estar vazios, foram ocupados por Harry e Fleur.

"Roniquito está preparado para o jogo?", perguntou Jorge.

"Espero que sim", respondeu com as orelhas vermelhas denunciando seu nervosismo.

"As apostas estão nos rendendo o maior lucro dos últimos anos na loja", Fred comentou enquanto mastigava um pedaço de torta de abóbora. "Lucros semelhantes só na época que inauguramos".

"Apostas?", Rony perguntou apreensivo e não foi só ele. A Sra. Weasley compartilhou da pergunta, mostrando-se contrariada.

"O que é que vocês dois estão aprontando dessa vez?".

"Nada!", responderam em uníssono.

"Eles inventaram um monte de apostas, mamãe. Apostas para Rony entrar no time, para não entrar. Apostas de que ele irá levar goleada. Apostas de que será expulso pelo próprio time no meio do jogo..."

"ISSO É UM ABSURDO!", a Sra Weasley esbravejou batendo o punho na mesa, chamando a atenção de todos. "Vocês dois estão proibidos de continuar com esses tipos de apostas. Onde já se viu, estimulando o fracasso de seu irmão? Vocês não têm um pingo de juízo nessas cabeças de vento?".

"Está tudo bem, mamãe. Eu não ligo", Rony disse desanimado enquanto brincava com a comida.

"Não estamos estimulando fracasso nenhum. Jorge e eu apostamos um nuque cada de que Rony entra para o time".

Hermione jogou os pergaminhos em cima da mesa totalmente revoltada. Meses de dedicação, preparação, treinamento. Tudo em vão. Falhara da forma mais improvável. Derrotas estão presentes no caminho de todos, e por mais que houvesse a possibilidade de não conseguir o cargo, Hermione, no fundo, sequer cogitou a possibilidade. Afinal, andava tão empenhada. Era injusto. Tão injusto. Ainda não conseguia acreditar no improvável. Tinha voltado a estava zero. Decepcionante. Inadmissível.

"Já está ficando tarde. Vou voltar para casa para pegar minhas coisas. Nos vemos na hora do jogo".

Rony se despediu de todos. O jogo estava marcado para as sete horas, mas foi orientado para que estivesse no local com pelo menos uma hora de antecedência.

Ao aparatar, encontrou o apartamento vazio. Sabia que Hermione não estaria. Ainda faltava pouco mais de uma hora para que seu expediente terminasse. Teria ela se saído bem? Desejou que sim.

Estava decidido a ser mais paciente com a namorada. Ela não tinha culpa se ele andava tão nervoso nos últimos dias. Ou teria? Já estava ficando difícil para ele discernir seus sentimentos. Agora, o que antes era culpa dela, tornou-se dele? Não, isso não era justo. Tinha que parar com essa irritante mania de sempre jogar a culpa em cima de si mesmo.

Recolheu a mochila com sua roupa e mais uma vez aparatou.

Pouco depois das cinco horas, Hermione deu por encerrado o expediente. Sua cabeça estava a mil. Sua presença no Ministério não faria muita diferença em seu estado. Além do mais, não iria suportar quando, em algum momento, Draco Malfoy entrasse soltando fumaça pelas narinas e jogando-lhe na cara de que era uma incompetente, uma sangue-ruim imprestável e que ele iria logo se internar no St Mungus por ter cogitado lhe dar tal oportunidade.

Oras, talvez Malfoy estivesse certo. Entretanto, Hermione não daria o braço a torcer. Não iria demonstrar sua fraqueza na frente de Draco.

Por esse motivo, deixando apenas um recado de que não estava se sentindo bem, voltou para casa. Estava vazia. Nem sinal de Rony. Ele ainda estaria na Toca? Cogitou a possibilidade de ir verificar, mas estava tão cansada. E não estava pronta para enfrentar ninguém. Em poucas horas teria que dizer a todos que falhara.

Mais tarde, não agora!

Rony provavelmente nem voltaria. Deveria ir direto para o jogo. Ainda falta um pouco mais de uma hora, certificou-se olhando para o relógio. Era o suficiente para, pelo menos, descansar os pés. Tirou os sapatos

"Bichento? Cadê você?"

Assim que reconheceu a voz da dona, o gato apareceu de dentro do armário, pulando em cima da cama.

"Oh Bichento, você sabe que Rony odeia que você fica no armário, não é mesmo? As roupas ficam cheias de pêlos".

O gato ronronou mostrando que pouco se importava para o que o namorado de sua dona achava. Aconchegou-se na barriga de Hermione que acariciava seus pêlos. Não demorou muito para que o carinho fizesse o gato dormir. E Hermione também.

N/A: Atualização rápida não é mesmo? Espero que estejam gostando. E deixem Reviews, para eu publicar rapidão hohoho

Beijos para todos que deixam seus comentários!

Kaká Melo