I- Rumo ao desconhecido.

As densas brumas daquele misterioso oceano ocultavam a visão de todos. somente ouviam sussurros e gemidos agoniantes, tudo estranho demais para o entendimento dos que estavam presentes naquela embarcação. Uma única coisa era visível: a Pedra Fantasma. Situada na proa e brilhando como nunca, ela os guiava rumo ao desconhecido, para um futuro jamais imaginado por Artur, Guinevere, ou mesmo Merlim.

Horas depois as brumas se dissiparam. Artur deitado, olhava para o céu, agora num tom de azul distinto de todos os outros que ele já havia visto. Era bonito, claro, brilhante. Estava limpo, sem nuvens e sem sol. Isso mesmo, não havia sol. Aquela intensa luz que iluminava o ambiente vinha de um lugar que Artur nunca conseguiria devendar. No convés seus amigos espalhados pelo chão, ainda dormiam, mas havia alguma coisa de diferente neles, algo que Artur não conseguia entender. Desesperadamente procurou por Guinevere, e logo a encontrou acostada numa cama improvisada com mantas. Dormia como nunca havia feito antes: sorrindo. Estava linda novamente, seus cabelos haviam recuperado o antigo tom avermelhado, sua pele estava mais lisa e branca, e seu corpo esbelto. Artur também se sentia diferente: estava robusto e disposto, as feridas da recente batalha haviam desaparecido, as cicatrizes também. Se sentia jovem. Não havia dúvida: os bons tempos haviam voltado!

Reconfortado, Artur se dirigiu à proa. A breve brisa em seu rosto o fazia sentir bem. Fazia-no acreditar que o futuro seria bom, que naquela nova vida seria feliz, realizando o seu sonho de viver em paz com sua família e de esquecer aquela interminável guerra. Sua nebte pela primeira vez em anos estava limpa. Artur experimentava uma sensação inédita, mas que não duraria muito tempo. O sorriso involuntário que estampava seu rosto logo desapareceria.