Para quem não sabe o que é yaoi: é um romance entre duas pessoas do sexo masculino. Não gosta, não leia. Não responderei comentários maldosos.

Título: O Príncipe da Sabedoria (2?)

Autora: Zelda Hime

Casais: Link/Ralph/Link, talvez outros em segundo plano futuramente.

Classificação: 13 anos (PG-13)

Resumo: Como em muitas outras lendas, o mundo de Hyrule está em perigo novamente. E, para salva-lo das trevas, um jovem e corajoso garoto do campo deve se unir com... o príncipe.

Retratação: The Legend of Zelda e seus personagens não me pertencem.

Avisos: Essa fic será yaoi futuramente. Terá um pouco de violência também. E... eu não garanto que conseguirei terminá-la...

Notas da Autora: Muito obrigada, mami, pelo review, e principalmente por ter lido a minha fic sem nem conhecer Zelda direito. :D Te adoro!

E também... desculpem pelos capítulos curtos. Foi o que eu consegui digitar. :(

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(Presente)

"... Seis anos depois, o herói do tempo e a princesa do destino se reencontraram e se casaram, e de seus filhos nasceram as novas gerações de grandes reis de Hyrule que reinam até hoje."

A voz do jovem se tornou mais baixa ao final de suas palavras, e assim que ele terminou sua história, ele olhou com atenção o rostinho de cada criança que se sentava em sua frente. Os quinze, meninos e meninas com sete anos ou menos, olhavam para ele com fascinação. Apenas um ou dois escutavam aquela história pela primeira vez, mas as lendas passadas por sua família sempre encantavam a todos que as ouviam, mesmo que eles houvessem escutado-as muitas vezes antes. Ele sorriu aos pequenos, levantando-se do chão e encorajando com as mãos para que as crianças levantassem também.

"Agora vão brincar, amanhã meu avô contará mais uma lenda para vocês." ele recebeu como resposta alguns gemidos e suspiros de tristeza, o que o fez rir levemente. As crianças se levantaram e correram de volta para as brincadeiras que as ocupavam antes de serem chamadas para ouvir a história, e ele olhou com um sorriso nostálgico os pequenos se divertindo. Uma risada leve atrás de si o fez olhar para trás.

"Nunca pensei que veria uma criança passando lendas para outras. Elas geralmente não têm paciência, e não prendem a atenção dos mais novos. Você realmente é especial, pequeno." ele abriu um enorme sorriso ao ver a pessoa que acabara de chegar.

"Impa!" ele correu e pulou em cima dela, a abraçando com força em tirando mais uma risada dos lábios da mulher que aparentava estar em seus trinta anos de idade.

"Olá, Link. Que bom vê-lo novamente. Vejo que você se tornou um belo rapaz, aposto que as garotas da vila estão se matando para tentar conquistar seu coração." o loiro ficou vermelho com o elogio, soltando-a e sorrindo levemente como agradecimento.

"Obrigado, Impa. Faz tempo que você não aparece por aqui. Como você tem andado?" Link perguntou enquanto os dois caminhavam calmamente para a casa dele. Impa sorriu.

"Bem. O castelo anda calmo como nunca ultimamente. A única coisa é que o príncipe anda com muitos pesadelos ultimamente..." ela acrescentou a ultima frase em uma voz um pouco mais baixa, porém apenas ela sabia o que aqueles pesadelos realmente poderiam significar. Desde pequeno o príncipe parecia poder adivinhar algumas coisas do futuro em seus sonhos. E se esses sonhos em especial se tornassem realidade, isso não seria muito bom...

"Ah... Que ruim." Link disse, enquanto abria a porta de sua casa para que sua tia entrasse. Ela foi recepcionada com felicidade pelos seus avós, enquanto ele ficou no canto, perdido em pensamentos. As palavras de Impa o fizeram se lembrar dos sonhos que vinha tendo nas ultimas noites, e apenas agora se lembrava que em muitos deles ele havia visto o símbolo da Família Real em algum ponto.

"Link?" ele foi tirado de seus pensamentos pela voz de sua avó chamando seu nome, erguendo a cabeça na direção dela. "Poderia buscar um pouco de farinha no mercado para eu fazer alguns biscoitos?"

"Claro, vó!" ele respondeu com um sorriso, então correu porta a fora para comprar a farinha. Ele adorava os biscoitos de sua avó. Assim que ele saiu, Impa continuou olhando a porta por um momento, com um sorriso gentil no rosto.

"Ele cresceu bastante desde a ultima vez que o vi, não?" ela disse como se estivesse apenas dando voz a um pensamento repentino em sua mente.

"Sim... Muito. Está muito maduro também, difícil dizer que ele ainda nem tem dezesseis anos..." sua mãe respondeu, também sorrindo ao pensar no neto. O sorriso de Impa enfraqueceu um pouco, até que desapareceu para dar lugar a uma expressão mais séria, quase triste.

"Muito maduro... Espero que esteja o suficiente. Vai precisar, se a minha intuição tiver correta..." ela pensou. Porém foi tirada desses pensamentos pela voz de seu pai, e eles voltaram a colocar sua conversa em dia até que Link retornou. Impa passou o resto do dia na casa de seus pais, mas mesmo com muita insistência dos três moradores, ela não passou a noite. Estava preocupada com o seu protegido, queria estar lá se ele tivesse mais pesadelos.

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O jovem príncipe Ralph caminhava pesadamente para seu quarto depois de mais um longo e cansativo dia. Não que ele tivesse feio muita coisa além de se sentar em seu trono ou de perambular pelos corredores. Na verdade, ele só fizera isso mesmo. Sentar em seu trono e ser extremamente paparicado pela sua mãe até que ele encontrasse uma brecha e conseguisse fugir, indo assim se esconder pelos corredores. Mas, infelizmente, logo ele era encontrado, e novamente a sua tortura continuava.

Está bem... ele compreendia que, como filho único depois de tantas tentativas frustradas de seus pais, sua mãe tinha todo o direito de ser super-protetora... Mas daí a ficar em cima dele o dia inteiro só porque ela ficaria uma semana fora em uma viagem? Ralph deu um longo suspiro, esfregando sua testa para que a dor de cabeça que o afligia fosse embora. Ele nem ao menos tivera um minuto de paz em seu jardim para poder pensar em seus pesadelos malucos.

Aqueles pesadelos horríveis... Ele não sabia o que era pior, ver todo o seu povo sendo aprisionado e sacrificado na frente de seus olhos sem poder fazer nada; ou ter que conviver com o medo que sua guardiã tinha desses sonhos, a mesma guardiã que ele admirara toda a sua infância por sua coragem e onipotência.

Enormes olheiras já começavam a se formar sob seus olhos pela falta do sono privado pelos pesadelos... Ou então do sono privado pelo medo que ele estava sentindo, não dos sonhos em si, mas do medo que Impa sentia. E, infelizmente para si, sua mãe havia percebido, e por isso ele agradecia aos céus que ela e seu pai ficariam uma semana fora, assim ele podia ter um pouco de paz para pensar no que fazer sobre esses sonhos.

Ralph abriu a porta de seu quarto e entrou, fechando-a atrás de si. Cabisbaixo, não notou outra presença dentro dele. Quase deu um pulo quando ouviu uma voz se dirigindo a ele.

- Ralph? Você está bem, parece vermelho... – ele respirou aliviado quando viu que era apenas Impa, então voltou a caminhar calmamente para a sua cama. Impa andou até ele.

- Impa, não me assuste assim... Cada vez que você faz isso eu perco um ano da minha vida, sabia? – ele disse com uma voz cansada, sentando-se e tirando a sua tiara, que foi colocada quase que sem cuidados em uma almofada em sua mesa de cabeceira. Impa ajoelhou-se ao lado da cama e colocou a sua mão na testa do príncipe, franzindo o cenho no mesmo minuto.

- Ralph, você está com febre. – Impa constatou, tirando a mão de sua testa e olhando preocupada para o jovem. Ralph apenas sorriu para ela e voltou sua atenção aos seus sapatos, tirando-os e jogando-os no chão de seu quarto.

- É, minha mãe me disse... Eu pensei que ela estava apenas exagerando novamente. – ele suspirou e caiu de costas no colchão macio, não parecendo estar nem ao menos preocupado com a febre de que tanto falavam. Impa suspirou e se ergueu, indo até o armário do príncipe para pegar o seu pijama.

- Então tratamos de sua febre amanhã. Duvido que seja algo grave, provavelmente é culpa de suas noites mal dormidas. – ela disse enquanto mexia em seu guarda roupas, mas logo voltou com o que fora procurar nos braços. O príncipe aceitou as roupas de sua guardiã e começou a se trocar, nem ligando quanto à presença da mulher que era como uma segunda mãe para ele.

- O que está fazendo aqui, Impa? Pensei que minha mãe havia lhe dado o dia e a noite de folga hoje? – Ralph perguntou enquanto colocava as calças, seu tom de voz apenas curioso.

- Não podia deixá-lo sozinho, Ralph. Se eu não o acordar de seus pesadelos antes que comece a gritar, não duvido que a rainha cancele a viagem a Termina até que seus pesadelos cessem. – ela disse em uma voz calma, mentindo quanto aos seus motivos, mas sabia que Ralph ficaria bravo com ela se dissesse que havia trocado a companhia de sua família por pura preocupação com ele.

- Ai, nem me fale nisso, Impa. – Ralph disse com um gemido, se jogando em sua cama e deixando suas roupas dobradas ao chão. – Estou agradecendo às deusas que terei uma semana em paz para pensar. Não quero nem imaginar o que aconteceria se minha mãe descobrisse desses pesadelos estranhos.

- Então não imagine. Apenas descanse. Eu vou trazer um pouco de chá para tentar abaixar essa febre, enquanto isso não saia de sua cama. – Impa disse calmamente, cobrindo Ralph com as cobertas que estavam ao pé da cama e beijando a sua testa levemente. Ralph segurou seu braço antes que ela pudesse se afastar da cama.

- Não se incomode com o chá, Impa. Estou cansado, vou acabar dormindo antes que você possa voltar das cozinhas. – Ralph disse com um sorriso, e Impa sorriu de volta.

- Está bem. Vou me deitar então, me chame se precisar de qualquer coisa. – Impa se curvou levemente e caminhou até o outro lado do grande quarto, abrindo as cortinas de sua cama e se sentando vagarosamente. Ela não estava cansada, mas sabia que seu protegido não dormiria se pensasse que ela ainda estava acordada, então ela se deitou, mas seus olhos permaneceram abertos e atentos a qualquer movimento na cama do príncipe.

Ela apenas esperava que aquela febre forçasse Ralph a ter um sono pesado; ele sempre fora frágil a doenças desde pequeno, por mais leves que fossem. Se ele tivesse um sono pesado, ele provavelmente não teria pesadelos e descansaria bem. Ou ao menos era o que ela esperava. Para o seu alívio na manhã seguinte, o sonho de Ralph realmente não foi perturbado por pesadelos aquela noite, e ele acordou na manhã seguinte sem sombra da febre da noite anterior.