Título: O Príncipe da Sabedoria (3 - ?)

Autora: Zelda Hime

Casais: Link/Ralph/Link, talvez outros em segundo plano futuramente.

Classificação: 13 anos (PG-13)

Resumo: Como em muitas outras lendas, o mundo de Hyrule está em perigo novamente. E, para salva-lo das trevas, um jovem e corajoso garoto do campo deve se unir com... o príncipe.

Retratação: The Legend of Zelda e seus personagens não me pertencem.

Avisos: Essa fic será yaoi futuramente. Terá um pouco de violência também. E... eu não garanto que conseguirei terminá-la...

Notas da Autora: Bem, esse capítulo é o ultimo de apresentação de personagens. O próximo terá mais ação, prometo.

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- Bom dia, Ralph. – Impa disse sorrindo ao garoto, que respondeu com um "bom dia" resmungado. Ela voltara ao seu quarto para acordá-lo para mais um dia, mas, para sua surpresa, Ralph já estava acordado e vestido, apenas terminando de pentear os cabelos ruivos que iam até seus ombros. – Dormiu bem, alteza? – ela perguntou se aproximando, colocando a mão levemente em sua testa para checar sua temperatura.

- Felizmente sim, melhor do que nas noites das duas últimas semanas. – ele disse com a voz ainda meio mole pelo sono, e sua frase terminou com um bocejo. Colocando o pente de volta em sua mesa, ele se levantou e caminhou em direção à porta, sendo seguido de perto por Impa. – E você sabe meu nome.

- Sim, Ralph. - disse ela sorrindo, fechando a porta do quarto atrás dos dois. Os dois caminharam para a sala de jantar do príncipe em silencio para que ele tomasse café, e assim permaneceram até que o príncipe terminasse sua refeição. Assim que terminou, o príncipe se levantou e se dirigiu a ela.

- Impa... Você sabe onde estão meus pais? – ele perguntou com a sua seriedade característica, e Impa se ergueu da cadeira para acompanhá-lo até seus pais.

- Eles estão na sala do trono, Ralph, a rainha queria mesmo falar com você. Vamos. – Ralph se dirigiu á sala do trono sem pressa, seguido de perto por sua "sombra", como todos no castelo chamavam-na.

A parte do castelo pela qual os dois haviam passado até o momento parecia um tanto vazia para um castelo povoado por tantos nobres e empregados como o castelo de Hyrule, e os corredores também pareciam menores comparados aos de um castelo, mas com certeza muito maiores que corredores de mansões. Havia uma porta em um desses corredores, no maior deles, que era realmente grande e parecia muito bem trancada, e, de fato, ela não era apenas fechada por trincas normais, mas também por magia.

Os dois pararam perante essa porta e Ralph puxou um enorme véu que pousava em seus ombros para que ele cobrisse todo o seu rosto, escondendo completamente sua fisionomia para qualquer um que olhasse para ele. Assim que o véu estava bem seguro em seu corpo, ele deu um aceno de cabeça para Impa, que como resposta apenas tocou a grande porta. Um pequeno brilho azul, como eletricidade, envolveu a sua mão e logo desapareceu. A grande porta se abriu vagarosamente como se empurrada por algo invisível.

Alguns dos funcionários que estavam por ali pararam imediatamente o que estavam fazendo e olharam com curiosidade para o príncipe, mas logo seus olhos se desviaram com o olhar de aviso que Impa lançou a todos. Ela ergueu a cabeça e caminhou imponente ao lado de seu protegido, para que ninguém olhasse uma segunda vez para a figura coberta, mas ela sabia que mesmo com medo, todos ainda olhavam curiosos. Mas não era isso que a preocupava, mas sim os sentimentos do príncipe. Ele parecia acostumado, mas ela não estava certa de que ele realmente não ligava mais para os outros.

Desde que Ralph nascera, a rainha havia imposto algo como se fosse uma lei dentro do castelo: ninguém poderia ver o rosto do príncipe ou ouvir sua voz, salvo a rainha, o rei e alguns poucos subordinados que cuidavam dele diretamente, dentre eles Impa. Os outros, tanto dentro como fora do castelo, apenas saberiam reconhecê-lo por marcas de nascença que não eram facilmente visíveis, mas que o distinguia perfeitamente dos outros: uma marca nas costas, da família real, que todos os príncipes e princesas tinham tatuados ao corpo ao nascer; uma marca no peito, que era particular de Ralph e realmente de nascença; e uma marcação em sua testa, que apenas poderia ser visível com o uso de magia, e se o príncipe estivesse disposto a mostrá-la.

Ninguém entendeu muito a idéia maluca da rainha na época, mas todos a seguiram. Porém, apenas os funcionários próximos a ele viram o efeito que essas ordens exerceram sobre o príncipe, e apenas eles se arrependiam de não ter ido contra a rainha. Todos os outros sentiam apenas forte curiosidade.

A rainha era obcecada pela segurança do filho, Impa se surpreendia que essa obsessão não houvesse estragado completamente Ralph. Ele era um garoto extremamente sensato e, de certa maneira, um príncipe "normal", apesar de todas as suas condições de crescimento estarem contra isso, mesmo que os funcionários mais ligados a ele tenham feito de tudo para que ele crescesse normalmente. E foi em parte por causa desse amadurecimento... "anormal" que Impa começou a suspeitar que Ralph não era uma criança comum... E a procurar nas lendas respostas para todos os comportamentos estranhos que ela encontrava nele. Por isso ela sentia medo de seus pesadelos. Pelas lendas...

Os dois não demoraram a chegar à sala do trono, e imediatamente a rainha se ergueu para recebê-los, logo acompanhada do rei.

- Impa. Meu filho! Está tudo bem com você, anjinho? – a rainha se abaixou à altura do príncipe e deu um pequeno beijo em sua testa. – Não parece mais estar com febre. Isso é ótimo, não agüentaria viajar se soubesse que você estava doente...

- Não se preocupe minha mãe, estou ótimo. – ele sussurrou para que apenas ela e Impa o ouvisse, mas logo o rei acenou para dizer que ele poderia erguer a voz. Ele sorriu e ergueu um pouco mais a voz. – Você se preocupa demais, estou ótimo.

- Não me preocupo demais, apenas o suficiente, anjo. – ela disse com um sorriso, beijando a testa de Ralph sobre o véu novamente. – Mas vamos ao assunto que provavelmente o trouxe aqui. Seu professor de piano não poderá dar aulas a você depois de amanhã, então estava pensando em chamar novamente seu professor de matemática...

- Não se incomode minha mãe. Saberei ocupar o meu tempo, estava mesmo querendo um pouco dele para ler alguns livros na biblioteca, seria melhor se eu tivesse o dia livre. – ele emendou rapidamente antes que sua mãe terminasse sua frase, internamente feliz pela sorte que ele tinha. Ele estava a dias planejando uma maneira de fugir de seu professor de piano, aquilo era perfeito para ele. Sua mãe o olhou com atenção por um instante, então sorriu.

- Como quiser meu anjo, então não marcarei com ninguém, pode passar o dia na biblioteca. – ela disse gentilmente, e seu tom de voz parecia encerrar a conversa, mas Ralph ainda não tinha terminado. Ele mordeu o lábio, felizmente não visto por ninguém, então ergueu a voz novamente, pensando em como arranjar tudo...

- Ah, e minha mãe... – quando ele viu que tinha toda a atenção dos reis, ele voltou a falar. – Ontem Impa voltou mais cedo de sua folga, depois que escutou da notícia de minha febre. Gostaria que vocês concedessem outro dia de folga para ela. – tanto os reis quanto Impa olharam surpresos para o príncipe, e logo a guardiã interveio.

- Não, imagina, não preciso...!

- Não acho que seria muito conveniente no momento, meu filho... - a rainha disse quando Impa se calou, um tanto forçada por um pisão que Ralph deu em seu pé.

- Mas minha mãe! É a família dela! Eles sentem falta! – a rainha não parecia muito convencida, e Ralph tentou pensar rapidamente em algo pra dizer. Ele não queria ser manipulador, mas não tinha outra forma... – Pense no que você sentiria se eu morasse longe de você, e fosse privado um dia de visita meu por um motivo fora do meu controle. – imediatamente a rainha pareceu convencida e lançou um olhar para o rei, que apenas suspirou e acenou positivamente com a cabeça.

- Então, por favor, tire mais um dia de folga, Impa. Não posso deixá-la sair agora, pois não quero que Ralph fique sozinho, mas no mesmo dia em que eu voltar fique livre para sair. – Impa abriu a boca, aparentemente para protestar, mas fechou-a novamente. O príncipe estava aprontando alguma... Internamente, Ralph pulava de felicidade, o dia que ele pegara seria perfeito, o melhor que já havia pego. Sua mãe nunca o visitava pouco antes de viajar ou logo depois de voltar de uma viagem, e certamente a segurança do castelo estaria bem abaixada no dia em que voltassem, como acontecia sempre por uma razão que ele não compreendia. Seria perfeito.

- Muito obrigado! Com licença. – ele se curvou, então caminhou a passos rápidos para a saída da sala. Impa se curvou também e o seguiu, deixando para trás o rei e a rainha para que eles pudessem resolver os problemas de estado.

- Ralph! Que estória é essa de dia de folga, eu não preciso mais... - Impa começou logo depois que fechou a porta mágica atrás de si. Ralph tirou o véu de seu rosto e sorriu para ela.

- Precisa, Impa. Eu não quero que você se afaste de sua família e de seu sobrinho Link, de quem tanto fala, por minha causa. – ele disse enquanto caminhava apressado para o quarto, Impa logo atrás de si.

- Mas...! E que estória é essa de febre...? Você sabe que não foi por isso-! – o príncipe a cortou novamente.

- Eu sei que o que a trouxe aqui foram meus pesadelos, Impa, mas não esperava que eu dissesse isso à minha mãe, esperava? – Impa suspirou. Se a rainha tomasse conhecimento dos pesadelos, tudo aquilo com certeza viraria uma daquelas tragédias que eles encenavam na praça do mercado da cidade todos os domingos.

- Está bem, Ralph, está bem... Agora chega de conversa, apronte-se para as suas aulas de magia... Estarei esperando-o em seu jardim. – Impa disse com um tom sério, então saiu do quarto para deixar o príncipe se trocar. Ela balançou a cabeça e sorriu enquanto fechava a porta do quarto atrás de si. Crianças...