PARA QUITAR UMA DÍVIDA:
Capítulo I: Porque não?
"Droga, droga, droga! Porque eu tinha que inventar de fazer isso justo agora?", pensava o garoto enquanto caminhava pela floresta proibída. Era inverno, faltava pouco para o feriado de Natal e ele resolvera ficar em Hogwarts. Era muito simples, ele só tinha que encontrar um graveto de Araquitel para completar a poção, mas dentre todos os lugares, ele tinha escolhido a Floresta Proíbida. "Tenho que me lembrar de não fazer isso de novo." Enquanto ele andava, seus pés afundavam na neve que começara a cair na noite anterior. Draco Malfoy amaldiçoou a si próprio por não ter feito o que tinha que fazer antes, e mais ainda por não ter levado seus armários com ele, mas ele já estava lá, e não havia nada para se fazer naquele momento, além de procurar o graveto.
- Achei! – exclamou finalmente, recolhendo um graveto fino do chão. – Agora só tenho que voltar para Hogwarts por a... por onde?
Malfoy pôs-se a correr pelo lugar que acreditava ser por onde tinha vindo, mas a floresta apenas se tornava mais densa, mais escura. O ar estava ficando pesado, e com o frio, Draco não teve escolha, se não parar de correr e tentar achar outro caminho.
O garoto voltava preocupado, seguindo as poucas pegadas que conseguia encontrar, já que estava escuro, e ainda nevava, o que apagava as antigas pegadas, quando ouviu um barulho. Olhou para os lados, mantendo um semblante de preocupação no rosto. Não havia tido boas experiências ali em seu primeiro ano, numa detenção com Harry Potter, e agora tinha medo. Jurou para si próprio que não voltaria ali sozinho.
Draco viu algo se mexer pelos arbustos e começou a correr no sentido oposto. Tinha tanto medo, e corria com tanta fúria, que seus pés e pernas doíam devido ao impacto forte com o chão, e ele nem sentia os pequenos galhos a ferirem-lhe o rosto. Mas nessa fúria toda, Draco Malfoy não viu uma pedra em seu caminho.
- Merda! – gritou ao tropeçar e cair no chão. Tentou correr, mas percebeu que não podia, chegando a conclusão de que tinha quebrado a perna, ou algo parecido.
- Sim, Ron. Eu tenho certeza de que vou ficar, já avisei à mamãe, não tem nada com o que se preocupar...
- Mas, Gina.
- Nada de "mas", Ronald Weasley. Eu preciso ajudar a Sarah, e eu vou ficar.
- Está bem, Virgínia.
- Tchau. – disse ela dando um beijo na bochecha do irmão.
- Tchau, Gina. Vejo você quando voltar.
Gina acompanhou o irmão e os amigos até a saída do castelo, e despediu-se deles, mas não pôde evitar ficar um tanto quanto nervosa enquanto falava com Harry.
- Tchau, Gina. – disse ele, piscando pra ela.
- Até mais, Harry. – respondeu a ruiva, forçando-se para não gaguejar.
Gina acompanhou-os com os olhos, até saírem de sua vista, e quando se preparava para voltar, notou um certo loiro, de cabelos meio platinados e uniforme da Sonserina indo em direção à Floresta Proibída.
A garota desceu os dois degraus que faltavam para alcançar o chão e correu atrás dele. Ela sabia que podia ser perigoso, afinal ele era um sonserino, e estava indo para um lugar proibído, mas não conseguiu conter sua curiosidade. Ter irmãos como Fred e George às vezes era um problema, e por culpa deles Gina tornara-se uma garota muito curiosa.
Ela o seguiu furtivamente e viu-o entrar na Floresta. Resolveu ficar esperando por ele, para saber o que ele tinha ido fazer por ali.
- Era só o que me faltava! – Resmungou Malfoy, assustando alguns pássaros que estavam escondidos na árvore.
O garoto tentava se arrastar, mas estava indo demasiado lento. Caiu na neve e olhou pra cima, vendo que começava a escurecer. Tremeu. Não de medo, mas de frio. A fim, se deixou levar pelo cansaço, e como estava fraco, pela corrida e pelo frio, acabou por cochilar.
Gina se desesperou. Não importava se ele era um sonserino. Era um ser humano e estava na Floresta Proibída há tempos. Comaçava a anoitecer e ele ainda não tinha saído. Pensou em chamar McGonnagal ou algum outro professor, mas achou melhor que não, assim, alguém poderia querer saber o real motivo da garota não ter ido passar as férias com a família.
A ruiva levantou-se do lugar onde estava sentada, e entrou na floresta. Estava mais do que óbvio para ela que não devia estar fazendo aquilo, mas aquele mania idiota de querer ajudar os outros tomava posse de sua razão nesses momentos.
Seguiu em linha reta, até que a floresta começou a ficar mais densa. Procurava por pegadas, roupas, ou qualquer coisa que indicasse que ele havia estado por ali, mas não encontrava nada, até que achou um caminho de gravetos partidos, o que significava que alguém, ou algo, havia pisado neles.
Draco abriu os olhos e a primeira coisa que pensou foi: "Eu morri".
- Não, você não morreu. – disse uma garota que estava ao lado dele. Só então percebeu que havia falado em voz alta o que pensara. – o inferno não é tão frio, Malfoy, e com certeza é pra lá que você vai quando morrer.
- Quem é você? – perguntou ele.
- Alguém que veio aqui pra te ajudar, mas se eu soubesse que era você, eu não teria vindo.
- Oh, obrigado. Você me deixou muito melhor agora. – ele tentou se levantar, mas lembrou-se de que tinha quebrado o pé.
- Não se mexa. – disse a garota com um tom autoritário. – Você sofreu uma torção no pé e forçá-lo vai ser pior. Venha comigo.
Gina pôs Draco apoiado em seu ombro e foi guiando-o para fora da Floresta enquanto ele mancava.
- Você ainda não me disse quem é.
- Importa? – perguntou a garota com raiva, porque ela tinha que ajudar o Malfoy?
- Importa. Você é uma grifinória. Quero saber quem é você.
Ela o fitou seriamente. Como alguém podia ser tão idiota? Ele também a olhou. Cabelos vermelhos, sardas, roupas de segunda mão.
- Ah, não! – exclamou – Você é uma Weasley.
- Não diga.
- Me solte, agora.
- Cale a bo...
- Me solte! – gritou ele com raiva.
- Ok. – ela disse largando-o no chão de qualquer forma.
- Meu pé, Weasley!
- Foi você quem pediu. Quer minha ajuda agora?
- Porque você me ajudaria?
- Porque não?
- Porque você é uma Weasley.
- Você quer a minha ajuda ou não?
Draco pareceu pensar por um momento. Não queria aceitar ajuda de um grifinório, ainda mais sendo um Weasley, ou pior, A Weasley. Olhou para o seu pé e decidiu que não tinha outra escolha. Ainda estava longe da saída, e havia bichos por ali.
- Lumus. – disse Gina, tirando-o de seu devaneio.
- Aonde você pensa que vai?
- Estou indo embora. Achei que você não queria minha ajuda.
- Ande, Weasley. Me ajude agora.
Ela pareceu pensar, mas mais uma vez seu lado idiota decidiu que devia fazer algo, então apoiou-o em seus ombros e continuou a guiá-lo para a saída.
- Você está com febre. – disse ela de repente.
- O quê?
- Eu disse que você está com febre. Vou levá-lo para a Ala hospitalar assim que chegarmos ao castelo.
- Ok.
Draco estava ficando enjoado. Estava tendo contato físico com uma Weasley há tempos. Pensava como provavelmente ficaria cheio daqueles vermes de pobre quando se deu conta de que tinham saído da Floresta Proibída.
Gina o levou até a Ala Hospitalar e deixou-o lá, enquanto fazia uma poção para sua febre.
- O que está fazendo, Weasel?
Gina fingiu não ouvir a provocação. Não queria começar uma discussão ali.
- Sua poção para febre.
- Quem me garante que você não quer me enevenenar com isso aí? – perguntou quanto ela estendeu um frasco de vidro com um líquido lilás-esverdeado para ele.
- Se fosse pra te matar, Malfoy, eu teria feito isso na floresta, não dentro do castelo.
Ele pareceu pensar durante um tempo. Então aceitou a poção e bebeu-a num só gole.
Gina fez menção de se retirar do local, mas Draco puxou seu braço.
- Aonde você vai? – perguntou.
Com o movimento brusco, deixou o graveto de Araquitel cair de seu bolso, e Gina viu.
- O que você pretendia fazer com Araquitel, Malfoy? – perguntou ameaçadoramente, estendendo o graveto para ele.
- Não é da sua conta, Weasley! – disse puxando o graveto da mão dela, o que fez seu pé doer um pouco, já que ele girou na cama para fazê-lo.
- Bem, Malfoy. Foi isso que você foi buscar na Floresta Proibída?
- E se foi?
- Não importa, mesmo. – disse virando-se para sair.
- Você vai sair?
- Claro.
- Mas e o meu pé?
- Volto mais tarde pra ver isso.
- O que você faz aqui, afinal?
- Eu estou assistenciando Madame Pomfrey. Estou fazendo um estágio para me tornar medi-bruxa. Eu não vou te matar, garoto.
- Eu sei disso. – disse ele com um sorriso desdenhoso enquanto ela se afastava nervosa.
N/A1: Essa é minha primeira fic e eu sei que vai ficar uma merda, mas é o melhor que posso fazer por enquanto ". Eu gostaria de dedicá-la à Yellowred e à Duda, pq elas são minha inspiração pra escrever. XD
N/A2: Sim! Uma D/G! Meu shipper favorito! XD
E sim... vai ter um pouco de H/G no início. Paciência!
