Capítulo I

Vi a Toca se afastando, até se tornar um minúsculo ponto e depois desaparecer por completo. Morei naquele lugar minha vida inteira e agora era necessário partir. Muitas vezes sonhei com o dia que ia embora dali, mas nunca pensei que fosse tão difícil.

E tudo porquê minha mãe acabou de se casar com o Ministro da Magia! Meu sonho era ser filha do Ministro, mas alô, mamãe? Esse cara não é meu pai! Tudo bem, ele não é ruim comigo, e trata minha mãe muito bem, mas mesmo assim, eu preferia que fosse o meu pai!

E também eu e ela estávamos muito bem sozinhas na Toca! É verdade que a casa lembrava meu pai e meus irmãos e sempre eu a via chorando pelos cantos, eu até fiquei alegre quando ela começou a namorar o Alan (esse é o nome do novo marido dela), mas eu não pensei que fosse um namoro tão sério, era para ser apenas um namoro. Mas agora não adianta reclamar mais, o que está feito, esta feito, não é?

O "melhor" de tudo é que além de um "novo pai" eu também ganhei "novos irmãos", são os filhos do Alan, eu não os chamo pelo nome, até por que não sei o nome deles, então para cada um eu dei o nome de um anão da história da Branca de Neve. O mais velho é o Soneca, eu dei a ele esse apelido porque ele vive dormindo pelos cantos e nunca está prestando atenção no que a gente diz. O do meio é o Dunga, ele realmente parece com esse anão, tem as orelhas grandes, o narigão e mal fala, eu diria que o Dunga é mudo, mas minha mãe já me disse que não. E o mais novo é o Mestre porque sempre fala coisas que a gente nunca entende, não que ele fale em outro idioma, ele apenas absorve muita informação e quer compartilhá-la com os outros e apesar de ter 13 anos, aparenta ter 50.

Então agora eu posso dizer que tenho seis irmãos de novo, vivos, eu quero dizer. Três dos meus irmãos (de sangue) morreram na guerra contra Voldemort. Percy, Fred e Jorge foram mortos por comensais da morte. Na época quase que eu não agüento a barra, mas fazer o quê, alguém tinha que dar forças para minha mãe.

Meus outros três irmãos se casaram e não moram mais no mesmo país que nós. Gui se casou com Fleur e os dois vivem no Egito. Carlinhos casou-se também e vivia na Romênia. E, por fim, Rony casou com Hermione e os dois viviam nos Estados Unidos.

Meu pai morreu há pouco tempo atrás. Um belo dia ele foi para a garagem onde guardava suas coisas de trouxas e teve um infarto. Morreu sem nem termos tempo de socorre-lo. Foi muito difícil para nós superarmos tantas perdas, por isso não fico com tanta raiva quando penso que agora minha mãe está mais feliz.

Durante o trajeto eu pensei tanto nas coisas que tinham acontecido na nossa vida recentemente que nem percebi que o carro parou em frente a uma bela mansão. O jardim era todo florido e a casa muito bonita, pelo menos parecia do lado de fora.

Algo me dizia que aquela casa não era tão nova como eu pensava. Eu até tinha uma vaga lembrança daquele local, só não sabia de onde. Rezei, para todos os meus deuses, que aquela casa não fosse muito antiga. Eu tenho um certo problema quanto a isso.

Desci do carro e vi minha mãe correndo em direção a mim. Ela me apertou e perguntou se estava tudo bem. Depois ficou falando da casa, de como todos sentiram minha falta (até parece) e como agora nós seríamos uma família feliz.

Entramos na Mansão e assim como eu suspeitei, era simplesmente maravilhosa. Não era muito luxuosa, apesar de meu padrasto ser o Ministro, minha mãe decorou tudo com simplicidade, mas com muito bom gosto.

Falei com Alan e com os filhos dele e logo depois minha mãe foi me mostrando tudo. Desde a cozinha até o meu quarto, que me parecia ser o melhor de todos, pois tinha uma vista linda. Minha mãe colocara tudo que ela sempre sonho para mim desde uma cama de dossel até um banheiro exclusivamente meu.

Tudo estava tão lindo e maravilhoso até eu perceber a presença de mais alguém ali. Aquela pessoa não era minha parenta, nem da minha mãe e muito menos do Alan. Ele era muito bonito, loiro, alto, os olhos eram azuis acinzentados e a pele muito clara. Olhava para mim fixamente e eu fingi que não o vi.

Minha mãe continuava falando. Mostrando cada pedacinho do quarto e me perguntando se eu estava feliz. E por que na estaria, não é? Depois de muito tempo minha mãe saiu, eu tranquei a porta do quarto e sem agüentar mais, perguntei para o estranho no meu aposento:

"O que você quer"?

Ele deu um pulo da cadeira, parecia muito impressionado de eu poder vê-lo.

"Você pode me ver"?

E você deve estar se perguntando porquê ele disse isso. Ora, pelo simples fato de ele estar morto.

Isso mesmo. Morto.

Eu falo com mortos.

Eu sou uma mediadora. Uma pessoa que fala com outras que já bateram as botas e tentam resolver os problemas delas, a fim de essas voltarem a seu caminho de luz. O meu primeiro fantasma me apareceu quando eu ainda era bebê. Pensei que ele era uma pessoa normal e acho que até quis brincar com ele.

E assim se passaram os anos e até hoje eu levo comigo esse dom. Eu juro que preferia ter outros dons, como saber cantar ou atuar, mas fazer o quê, você não escolhe seu dom, você já nasce com ele, sabe?

Eu sempre vejo meus irmãos e meu pai, por isso não foi tão difícil assim para mim. Eu converso com eles. Eu posso vê-los e até tocar neles. Mas eu não digo isso a ninguém, ainda não fiquei louca.

Mas voltando ao visitante no meu quarto, eu disse:

"Claro que posso vê-lo. Por isso, diga logo o quê você quer."

"Eu"?

"Não, minha vovozinha..."

"Ah..."

"E então"?

"Eu não quero nada. Como você se chama"?

"Não interessa"...

"Ok.."

"Ah, Merlim! Eu sou Ginevra Weasley, a mediadora, aquela que ajuda os mortos a seguirem seu caminho. E você"?

"Eu sou Draco Malfoy, o fantasma desse quarto, que não está precisando de uma mediadora para ajuda-lo."

E antes de eu responder, ele sumiu.

Tudo bem, ele podia sumir agora, mas se voltasse a aparecer, ia ver! Já batera em vários fantasmas, e apesar de ele ser fortão e alto, eu não tenho medo. Tenho quase 18 anos de experiência.

Tentei trocar de roupa, mas lembrei dele, ele podia muito bem estar ali me vendo trocando de roupa, era muito melhor fazer isso no meu banheiro. Assim que estava trocada, desci e fui jantar com minha família. Todos pareciam muito felizes em me ver, menos Soneca, que parecia mais cansado do que nunca e Dunga, que nunca estava feliz com nada. Depois do jantar subi decidida a descansar. E graças a Merlim não fui interrompida por nenhum fantasma pentelho.

Nota da Autora: Ai, não sei se vai ficar bom. Estou tentando. Esse livro, A Mediadora, é da Meg Cabot! D É baseado, vou tentar mudar muita coisa, ok? Outra coisa, é tipo um universo alternativo, é como se o Draco não vivesse à época da Gina, é como se ele estivesse morto há mais de 100 anos, ok?

REVIEWS, PLEASE!

Beijos!

Manu Black