Os dias se passaram e eu não conseguia arranjar todos os ingredientes necessários para realizar meu plano. Até agora eu só tinha o que pesquisei na internet e a foto de Heather. Ela ainda aparecia lá na Escola, mas só ficava tirando uma da minha cara ou rindo; não podia fazer nada além disso, afinal o seu ex estava hospitalizado, ficando chapado de tanta poção que ele tomava.
O Prof. Dom também estava se recuperando, mas em virtude sua idade mais do que avançada, ele ainda ia ficar um tempo internado. E isso era perfeito.
Tipo, não que eu queira o mal dele, mas com ele no hospital meu plano tinha mais chances de dar certo. O único que podia me atrapalhar era Draco, que ficava todo tempo perguntando o quê eu ia fazer, mas se eu simplesmente dissesse ele ia dar um jeito de fazer que eu não fosse. Ele até tentou me ameaçar dizendo que falaria com o Prof. Dom, mas ele desistiu disso quando o lembrei que o pobre homem está internado, com um pé aqui e outro no mundo dos mortos.
Depois de uma semana consegui, até que enfim, arranjar tudo. Não podia fazer isso de dia, acho que vocês sabem o porquê, não é? Então esperei que todos dormissem. Por volta da meia-noite comecei a arrumar minhas coisas. Peguei minha mochila, minha lanterna, meu soco inglês (eu sabia que não ia precisar deles, mas é melhor andar prevenida), a foto da Heather e os outros elementos. Saí do quarto quase na ponta dos pés e fui para a garagem; tive que (mais uma vez) sair com a bicicleta do Mestre, e quando eu estava saindo vi Draco parado próximo a uma árvore.
"Você vai para onde, Ginevra?" - ele disse sem sair do lugar, parecendo muito misterioso.
"Eu vou para a Escola."
"Uma hora dessas? Sua aula é só de manhã."- disse ele saindo das sombras. E eu pude perceber que havia um sorrisinho de deboche no rosto dele.
"Ha ha ha...que engraçado! Eu não vou lá para assistir aula, estou indo resolver um problema."
"Você não deve ir. Aquela menina é muito perigosa."
"Não se preocupe. Eu sei cuidar de mim, ok? Ah, e nem tente aparecer lá hoje. A noite não vai ser nada boa para fantasmas."
"Nombre de Dios!"- ele disse
E foi a última coisa que ouvi antes de sair. Ele era muito chatinho, às vezes. Tudo bem que ele já me salvou da Heather, mas isso não o faz mais legal. E eu não entendia o porquê de ele falar espanhol, às vezes, se ele tinha feições inglesas.
Depois de muitos minutos cheguei na Escola e entrei. Tudo parecia calmo. Segui para a galeria onde Heather sempre ficava. Então comecei a ajeitar tudo: coloquei a foto dela no meio de um círculo feito com sangue de galinha e algumas galinhas velhas (pretas). Só Merlim sabe o meu nojo em fazer isso, mesmo assim eu tinha que fazer; são ossos do ofício. Depois fui dizendo as palavras em português (N.A: Vcs entendem que ela é inglesa, né? E por isso eu coloquei isso...) que eram necessárias e logo fui interrompida por Heather, que dizia, cheia de ódio.
"Sua vaca, onde arranjou essa foto minha?"
Bem, eu ignorei. E continuei falando em português.
"Você está fazendo o quê?"
Eu continuei calada, será que ela não entendia que eu precisava me concentrar?
"Sua vaca, você está me ouvindo?"
"Por favor, Heather, dá para você ficar aqui, mais para a direita?".
"Eca, isso é sangue! Você está louca, Weasley? Anda usando drogas?"
"Isso é só sangue de galinha."
"Sangue de galinha?"
"Sim."
"Sua anormal. Eu exijo saber o que você está fazendo."
Então eu tive uma idéia brilhante. Incrível como eu posso ser inteligente, às vezes.
"Bem, você me disse que gostaria de ter sua vida de volta, não é? Então, eu descobri um jeito."
Os olhos de Heather brilharam e um sorriso escapou dos lábios dela.
"Sério? Você pode mesmo, Gininha?"
Incrível como passei de vaca para Gininha...
"Sim, mas para isso você tem que ficar aqui no meio do círculo. E tem que fechar os olhos."
Então ela ficou no lugar indicado e eu recomecei com o ritual. Não queria estar mentindo, mas não tinha outro jeito. Eu falava as palavras, mas não tinha visto nada acontecer. Heather falava sem parar.
"Gininha, você acha que eu posso visitar o Ryan no hospital? Será que ele não vai ficar com raiva?"
"Sim, você pode ir visitá-lo."
"Eu nem acredito que vou voltar a viver. A primeira coisa que vou fazer é me desculpar com o Ryan."
E ela continuava falando e falando, mas eu mal ouvia as palavras da Heather. Estava muito mais preocupada com o meu ritual, já estava quase desistindo quando sinto um vento forte se formar no círculo, envolvendo Heather. A velocidade aumentava cada vez mais formando uma espécie de cone, em breve ela voltaria. Não para o mundo dos vivos, é claro...
"Gininha, está dando certo?"
"Sim."
"Será que eu..."- ela disse abrindo os olhos
"HEATHER, FECHE OS OLHOS!"
E então ela saiu do círculo e gritou:
"Sua vaca! Você estava se livrando de mim! Eu não ia ter meu corpo de volta."
Então foi aí que toda galeria começou a tremer. Não era como da outra vez, agora era muito mais intenso e eu sentia que a qualquer momento tudo ia desabar na minha cabeça.
Heather voou no meu pescoço tentando me asfixiar. Mas eu já disse que ela não domina a arte da porrada, né? Então eu dei um soco naquela carinha de princesa dela. Ela soltou meu pescoço, mas continuava tentando me atingir de outras formas. A intensidade dos tremores aumentando cada vez mais. Até que uma coisa aconteceu: em um dos momentos que eu desviei de um chute de Heather, ela se desequilibrou e caiu no círculo de novo. O vento em forma de cone voltou mais forte, e eu agora sabia que a galeria ia mesmo cair na minha cabeça. Tudo ficou mais intenso: os tremores e o vento. Até que o ventou parou e Heather não estava mais no círculo. Enfim, tinha ido embora. Mas na mesma hora algo muito pesado caiu na minha cabeça e eu desmaiei.
A Mediadora
Não posso dizer quanto tempo fiquei desacordada ali. Quando abri os olhos senti uma dor enorme na minha cabeça. Vi quatro olhos me fitando. Dois eram do Soneca e dois do Mestre (tudo bem que o Mestre usa óculos, mas eu não vou chamar o coitado de quatro-olhos). Eles pareciam muito preocupados e foi aí que percebi: eu devia estar com uma cara péssima.
Os dois me ajudaram a levantar e perguntaram:
"O que foi que houve aqui?"- disse Mestre todo nervoso.
"Nada..."
"Gina, a galeria caiu na sua cabeça. Eu acho melhor você parar de andar com essas más companhias."
Incrível como o Soneca acha que eu sou de gangue. Estava tão arrasada que apenas disse que sim. Fomos para o carro dele e eu não podia deixar de reparar na atitude suspeita de Mestre. Seus cabelos vermelhos (iguais os meus, por isso, talvez, eu tenha mais afeição a ele, pois parece meu irmão mais novo) pareciam estar pegando fogo.
No trajeto de volta para casa perguntei como eles tinham me achado ao que Soneca respondeu:
"O David me acordou dizendo que tínhamos que ir até a sua Escola para salva-la. Disse que você corria perigo. Eu pensei que fosse imaginação dele, mas quando vi o desespero, resolvi vir."
No momento eu, realmente, estava acabada. Por isso nem quis saber como Mestre (o David) sabia que eu estava lá. A única coisa em que eu pensava era dormir. Insisti em não ir ao Hospital, eles queriam que fosse para ver se tinha tido alguma concussão, mas os assegurei de que estava bem.
Chegamos em casa e tive que subir as escadas com a ajuda dos meus meio-irmãos. Você pode imaginar como eu estava mal. Nem tive tempo de me trocar, apenas me deitei e dormi.
A Mediadora
Acordei no outro dia às duas horas da tarde. Minha mãe deixou eu dormir até àquela hora, pois creditou meu cansaço à mudança de casa. Eu agradeço a Merlim por ter uma mãe assim, mas o problema é que ela na percebeu que não mudei de cidade, apenas de casa.
Vi que já tinham chegado cartas do Prof. Dom, que estranhamente, sabia do meu "pequeno exorcismo" e estava possesso comigo. Eu simplesmente não acredito que Draco foi capaz de fazer isso. Ele me denunciou. Tinha uma carta da Dee Dee dizendo que eu era a nova vice-presidente da turma (cargo antes ocupado por Heather), mas alô, Dee Dee, eu nem sabia que estava tendo eleições! E uma carta de Suzie, minha amiga de Hogwarts, dizendo que passaria a próxima temporada de férias aqui em casa, a pedido da minha mãe, que dizia me achar muito triste.
Passei o dia tentando colocar as matérias em dia. Sabe, às vezes é meio difícil conciliar a vida de mediadora com a vida escolar. Não consegui, porque eu só pensava em como David soubera do meu paradeiro e eu só pude pensar em uma pessoa, muito fofoqueira aliás, mas que já salvara minha vida em duas oportunidades: Draco.
Fui até o quarto do meu meio-irmão mais novo e pedi a ele para dizer como tinha ficado sabendo onde eu estava. Ele disse:
"Gina, se eu disser, você não vai me achar louco?"
Ele parecia bem nervoso e nem sabia que eu já o achava um pouquinho louco.
"Claro que não."
"Bem, ontem, quando eu estava dormindo, ouvi alguém me chamar. Era a voz de um homem. Eu tentei ignorar, mas ele era insistente. Eu não pude vê-lo, mas ele me disse que eu tinha que ir até sua Escola e salvá-la. Disse que você corria perigo."
"E qual o nome dele? Draco?"
"Sim, esse mesmo. Você o conhece?"
"É... sim..."
"Ele é um fantasma, não é?"
"Sim..."
E aproveitando que agora eu tinha alguém que sabia da existência dele, pedi ao Mestre para procurar algo sobre a nossa casa na internet. Ele ficou tão feliz, mas tão feliz, que vou começar a pedir que ele faça meus deveres de casa.
Fui até a cozinha atrás de algo para comer. Minha mãe tinha saído com Alan para fazer compras, então só estávamos eu e Mestre em casa; Dunga tinha saído com sua gangue, digo, com seus amigos e Soneca estava na Escola.
Abri a geladeira (incrível como aqui tem coisas trouxas) e peguei a caixa de leite. Estava lavando o copo quando ouvi uma voz no meu ouvido:
"Gininhazinha..."
Poxa, essas pessoas têm o costume de me assustar. Eu já disse que posso ter um ataque cardíaco?
"Pai! O senhor me assustou! Dá para avisar quando se materializar?"
Ele apenas riu. Estava do mesmo jeito (claro), com a mesma roupa que tinha morrido: um suéter Weasley e a calça de um pijama velho.
"E ai, filha? Como vai?"
"Bem, ontem quase que eu fui assassinada por uma amiga do senhor."
"Amiga?"
"Sim, uma fantasma..."
"Ah..."
Era incrível como ele não aparecia quando eu precisava.
"E então... eu queria saber, quem é aquele moço no seu quarto?"
Eu não acredito que ele já estava sabendo disso...
"Ah, é um morador da casa... ele não quer ir... tipo, igual ao senhor..."
"Eu não posso ir porque tenho que cuidar de você e de sua mãe. "
"Alô, pai? Minha mãe já está casada de novo e eu posso me cuidar sozinha..."
"Gina, você sabe que não me convence... ah... e eu vou falar com esse rapaz, ouviu?"
"Mas, pai..."
E antes de eu terminar ele sumiu. Era assim, aparece de repente e some do mesmo jeito...
Voltei para o quarto tentando me concentrar, mas não adiantava... Até que Mestre entrou no quarto, todo alegre.
"Gina, eu achei."
Ele me mostrou os papéis que ele tinha imprimido. Neles, ele descobriu que a nossa Mansão foi, no passado, um tipo de estalagem e que nela foi cometido um crime de morte. Tinha uma foto (que era mais um tipo de pintura) de uma moça muito bonita (assim, bonita para a época de 1850...), ela era morena, os olhos castanhos e tinha um sorriso muito bonito. O seu nome era Pansy Parkinson. Na pesquisa do Mestre, ela tinha sido a moça mais cobiçada da época, e casara-se com Blaise Zabini; mas antes fora noiva de Draco Malfoy, seu primo distante, o qual foi brutamente assassinado um dia antes do casamento. Ele foi morto na nossa casa, e se eu não estivesse enganada, no meu quarto.
Mestre viu minha cara de susto e disse:
"É o nosso fantasma?"
"Sim... é o nosso fantasma..."
A Mediadora
Na hora do jantar, minha mãe já estava em casa. Ela tinha me mimado tanto que eu pensei em dar uma volta, mas lembrei das minhas tarefas. Depois de muito tempo tentando consegui me concentrar nas matérias, e logo estava tão compenetrada que não notei a presença de alguém no meu quarto.
Só vi que ele estava ali quando levantei minha cabeça e vi seus olhos azuis me fitando. Outro susto. Essas pessoas não entendem o que eu digo?
"Draco, se nós vamos ter que conviver eu acho que temos que estabelecer algumas regras. Número um, avise quando chegar. Eu sempre me assusto. Arraste alguma corrente, toque um sininho... sei lá... mas não fique me assustando..."
"Ok, vou tentar. E a regra número dois?"
"Bem, a regra número dois..."- eu disse olhando para ele, e minha voz parecia um pouco mais alta que o normal. Além do que, sempre eu ficava meio perdida quando encarava os olhos azuis dele.
"Algo errado, mi hermosa?"- ele disse chegando bem perto de mim.
Caramba, eu nem sei o que é isso, tipo, eu faltei às aulas de espanhol... mas aquela palavra parecia ter o significado bom. E os fantasmas sempre fugiam de mim, eles não costumavam ficar àquela distância de mim.
Mais uma vez senti que ele ia me beijar. E não sei porquê isso...mas eu inclinei um pouco a cabeça, fechei os olhos e deixei a boca relaxada. Senti que ele estava mais próximo e enfim, quando ia acontecer, minha mãe entra no quarto e Draco desaparece.
Eu mereço. Minha mãe sempre entra nas horas indevidas. Tentei disfarçar, fingindo que estava com dores no pescoço e acho que enfim ela não percebeu nada de estranho.
Ficou me perguntando, pela milésima vez, se eu estava feliz. E eu disse que sim; dessa vez não era mentira. Eu acho que estou começando a aceitar o casamento da minha mãe e a mudança de casa.
Nota da Autora: Oi, gente! Espero que tenham gostado desse cap. Eu peço que vcs não se desinteressem da fic só pq não tem action. Ela vai ter um action e quase-action, mas eu tenho certeza que a história é envolvente (até pq não fui eu que a criei...foi a tia Meg) e então eu acho que vale a pena ler... na vou pedir comentários, mas qm achar q deve comentar, pode fazer isso que eu não reclamo de jeito nenhum, eu amo ler comentários. Vi a parte dos stats e 480 pessoas leram, mas só 22 comentaram, por isso / tudo bem... eu sei que não existe soh essa fic p/ ser lida e tudo, mas qm puder e quiser, envia uma review... adoro a parte dos agradecimentos... eu acho que jah respondi às reviews...se eu não tiver respondido, puxem minha orelha q prox cap e respondo, ok?
Beijos,
Manu Black
