Agora eu me sentia pior do que antes.
Perdi muito tempo, muito tempo mesmo e no final era o cara errado. A mensagem dela ficou sem ser dada e enquanto isso o assassino da Sra. Graffin estava solto.
Além de a visitinha da defunta ter atrapalhado o meu clima com Draco.
Depois ele nem deu sinal de querer me beijar, apenas perguntou como ia meu sumagre venenoso.
Vai ótimo, obrigada.
Dormi e acordei como se nada tivesse acontecido. E é verdade que não aconteceu mesmo...
Vesti-me com a minha melhor roupa de dar porrada: uma saia preta curta, botas com zíper do lado e um conjunto de suéter.
Fiquei andando de um lado para o outro no quarto pensando em como ia resolver o caso Beaumont e fingindo que não estava pensando em Draco. Não que ele estivesse ali para perceber algo, por que nem estava mesmo...
O negócio é que isso me fez atrasar e o carro do Ministério, com esse costume de pontualidade inglesa (sei que eu deveria ter isso também, mas fazer o que), foi embora. Eu tive que ir para a Escola com Soneca, que também estava levando Mestre e Dunga para Hogwarts. Agora, não me pergunte que horas o coitado do Soneca ia chegar na aula, porque isso eu não sei.
Quando fui para a garagem ouvi Alan dizer:
"Nossa Gina!"
"O quê?"- eu disse sem entender.
"Nada. Tome, está aqui para sua merenda"- ele me entregou 1 galeão.
"Ah, Merlim! Salve-se quem puder."- disse Dunga apontando para mim.
"O que foi?"- eu disse no meu melhor olhar de desprezo.
"Você está parecendo a Rainha dos Mortos- Vivos."
Pena ele não saber que tenho péssimo humor pela manhã. Empurrei meu punho na barriga de Dunga, que o fez cair no chão, curvado de dor.
"Epa. O que foi isso?"- disse Soneca.
"Ele me chamou de Rainha dos Mortos-Vivos."
"Bem, você está parecendo isso mesmo com essa saia e essa bota."
"Para sua informação, são roupas de grife."
"Não me importa."
Brad (Dunga) se levantou e eu pude ouvir Jake (Soneca) dizendo para ele:
"Eu disse para você não se meter com ela."
"Ela me deu um soco. Isso não vai ficar assim."
"Na verdade, vai."- disse Mestre- "Você não vai querer que todo mundo saiba que apanhou de uma mulher, vai?"
"Vou sim. Vou contar tudo ao papai."
"Conte. E eu contarei que você foi à festa de Kelly Prescott sem a permissão dele."
"Eu não fui!"
"Claro que foi. Eu vi você dando uma lubrificada na boca de Debby Mancuso."
Ele calou-se. Então eu molhei a pontinha do meu dedo e desenhei no ar:
Brad 0 x 1 Gina.
Se bem que, quando eu cheguei na Escola, o placar poderia ter sido invertido, se ele estivesse lá para ver o que aconteceu.
Assim que fui entrar, me barraram. Mandaram eu ir trocar de roupa. Pois, sim! Minha casa era tão perto dali, não é mesmo? E nós podíamos aparatar, lá, né? Resolvi andar um pouco, até ficar distante o bastante para aparatar, mas meu plano não foi consumado, pois na hora que ia saindo da Escola, minha boca foi tampada com uma mãe grande, de homem e eu fui puxada para dentro de um carro.
Jogaram-me no banco e eu caí quase no colo de um homem, que depois eu reconheci como sendo Marcos Beaumont.
"O que você pensa que está fazendo?"
"Não penso, já estou fazendo."
"Então, qual é o plano?"
"Ahhh, eu ia falar com o diretor e dizer que você foi a vencedora de um concurso de redação promovido pelas empresas Beaumont. Então, para ganhar o prêmio você teria que vir comigo."
"O Prof. Dominic não ia deixar eu sair com você. E além do mais, quando eu sumisse, os policiais iam interrogá-lo e ele diria que eu tinha saído com você."
"Ah, Srta. Weasley, você não sumirá."
"Não?"
"Não. Seu corpo será achado bem depressa."
Por alguns minutos pensei que ele não sabia de nada. Mas que tonteira a minha! Procurei minha varinha, mas vi Marcos segurando-a e mostrando-a para mim.
"Ah, por quem me tomas? Pensa que eu sou idiota?"
"Sim."
Então, em seguida eu tive outra idéia brilhante: pular do carro em movimento. Com sorte eu poderia sobreviver com uns ossos quebrados, mas na hora que pus a mão na porta, Marcos disse:
"Não tão depressa."
Ele me puxou e desferiu um soco no meu rosto.
"Ai, isso dói"
Outro soco.
A sensação foi péssima. Vi tudo rodar.
Em poucos minutos chegamos à Mansão Beaumont e como sempre, o sr. Red não estava por perto. Devia estar se recuperando da noite passada...
Fomos para o elevador, eu sabia que estávamos indo para a sala do sr. Beaumont, o lugar onde toda aquela confusão começara.
Entramos no escritório e vi Tad largado, desmaiado, no sofá.
"O que você fez com ele?"
"Ah, ele, por enquanto, está só desmaiado. Mas infelizmente, ele também terá que morrer. Cometeu o erro de descobrir toda a verdade."
"Poupe-me. Ele é seu sobrinho!"
Marcos apenas deu de ombros e me entregou um maiô.
"Não, obrigada. Eu prefiro o meu, é de grife, sabe?"
"Vista, Srta. Weasley."
"Não. Quem achar meu corpo, vai me achar vestida."
"Ah, quer privacidade?"
"Olha, o que pretende?"
"É simples. Você e Tad, casal de jovens apaixonados, mataram aula para ir andar de jet-sky, mas, infelizmente, Tad perdeu a direção e vocês morreram afogados. Os corpos foram trazidos pela maré."
"Não, querido. Que final triste!"
"Srta. Weasley, vou lhe dar cinco minutos, se quando eu voltar não estiver de maiô, eu vou colocá-lo na senhorita."
E saiu.
Eu fiquei olhando para a sala. Não tinha saída. As janelas estavam muito bem trancadas, não tinha como. Pensei em Draco. Se ele estivesse ali, poderia me ajudar.
Peguei o telefone e ouvi a voz do outro lado. Era Marcos.
"Srta. Weasley, isso é uma extensão, não sabia? Agora, VISTA-SE!"
Eu desliguei o telefone e pensei de novo em Draco.
O tempo passou e Marcos entrou de novo na sala:
"Sra. Weasley, eu estou falando grego? Latim?"
Eu estava atrás da mesa do Sr. Beaumont; do meu lado havia uma cadeira giratória e atrás de mim tinha um aquário enorme. Peguei-a e posicionei o objeto em direção ao aquário.
"O que vai fazer?"
"Desculpe"- eu disse sacudindo o maiô- "mas cor de morto nunca foi minha cor."
Então eu joguei a cadeira no vidro do aquário e tudo o que eu vi foi muita água em cima de mim e peixes também.
Tentei sair de perto do local, mas no percurso eu engoli uns vinte litros de água e alguns peixes. Tudo bem é um pouco de exagero.
Caí sentada na parede oposta ao aquário e ouvi uma voz:
"Ginevra."
Era Draco.
"Como chegou aqui?"
"Você me chamou."
Não chamei, mas adorei o fato de ele estar ali.
Ele me ajudou a levantar e disse:
"Você está bem?"
"Sim, mas não chamei você."
No outro canto da sala vi Marcos lutando para ficar em pé, mas sem obter sucesso, devido à água e aos peixes.
Fui até o aquário que estava do lado de Marcos. Entrei no buraco e vi uma luz no teto do aquário.
"Ginevra? O que vai fazer?"
Eu puxei a luz.
Vi Marcos dizer alguma coisa também, mas ignorei-o. E ignorei Draco também.
"Desça daí! Desça daí ou eu vou tirar você a força! Eu vou aí e te pesco."- disse Marcos.
Pescar...pareceu engraçado e eu comecei a rir.
"Ginevra, eu não acho boa idéia..."- dizia Draco.
"Veremos até quando você vai rir! Desça já daí, vaca estúpida."- disse Marcos
Parei de rir.
"Ginevra."- disse Draco preocupado.
"Não se preocupe, Draco. Sei o que vou fazer."
"Draco? Meu nome é Marcos! Agora me obedeça!"
Vendo que eu não obedeceria a ele, Marcos apontou sua varinha para mim.
"Vamos, desça, agora."
Eu não desci e Draco disse:
"Ginevra, obedeça..."
Quebrei a lâmpada que segurava e ele disse:
"Ótimo, quebrou a luminária...agora obedeça."
Desci e fui até a beira do aquário.
"Eu não sou estúpida."- disse a Marcos.
"Tanto faz"
"E não sou vaca."
Então joguei o fio na água salgada aos pés de Marcos. Houve um brilhante clarão azul e um monte de estalos. Marcos gritou e uma escuridão tomou conta de nós.
Certo, mas eu estava enxergando bem por causa de Draco. Seu brilho clareava mais o lugar.
"Muito bem! Isso foi impressionante!"- disse Draco
"Obrigada"- eu disse, agradecendo, mentalmente à Mestre, por ter me ensinado algumas coisas sobre eletricidade.
Comecei a sentir um cheiro de queimado e perguntei à Draco:
"Você está sentindo?"
"Fumaça."
"Sim. Vai pegar fogo. E agora? O elevador não funciona sem energia."
"As janelas".
"Todas estão fechadas".
"Ginevra, você esqueceu que posso abri-las?".- disse Draco, num tom presunçoso.
"Ah é, esqueci dos seus superpoderes."
Ele apenas riu e tudo na sala começou a tremer. E as janelas foram arrancadas por causa dos poderes telecinéticos de Draco.
Depois que ele me ajudou a subir em uma das janelas, eu disse:
"E Tad?"
"Ok..."- ele disse a contragosto.
Fez o rapaz, ainda desacordado, levitar e o pôs na janela. Eu o empurrei, com todo cuidado para a piscina, que ficava logo embaixo e em seguida me joguei.
Assim que caí na piscina, vi Tad um pouco atordoado:
"Gisele?"- ele não aprende meu nome...- "O que houve? E por que você não está de roupa de banho?"
"Bem, é uma longa história..."
Vi Red Beaumont se aproximar e dizer:
"Crianças, saiam daí! Está havendo um incêndio na minha sala. As instalações elétricas eram ruins e houve um curto circuito. Vou ligar para os bombeiros." (N.A: Quem apaga fogo no mundo bruxo?)
Saí da piscina e ajudei Tad a fazer o mesmo, ele ainda estava meio dopado. Olhei para a janela e vi a alguém acenando para mim.
Era a Sra. Graffin.
Bem, nunca mais vi Marcos Beaumont. E não, ele não morreu, mas Draco me disse que as vítimas dele estão se certificando de que nunca mais ele voltará para cá. Bem, talvez ele vá sofrer um pouco e aprender algumas coisinhas...
Naquele mesmo dia, quando voltei para casa, tive que ouvir um sermão da minha mãe, que pensava o pior de mim. Ela simplesmente imaginou que eu estava matando aula com Tad. Ah, por favor!
Ouvi meia hora de bronca e pedi a ela para ir tomar banho. Eu estava imunda, cheirava a peixe e minha roupa estava totalmente estragada.
Quando subi as escadas olhei para a parede da sala e vi uns quadros novos. Fui até eles e vi o que eu menos esperava. A mulher que me visitara, duas vezes, desesperada, era Cynthia, mulher de Alan, que tinha morrido vítima de um câncer no ovário. Ela ficou dias em coma e sua vida dependia de aparelhos trouxas; se eles fossem desligados ela morreria.
Alan e os garotos decidiram mantê-la ligada aos aparelhos por alguns meses, mas perceberam o sofrimento dela e optaram por desligá-los.
Corri para cima e bati à porta do quarto de Mestre. Sim, agora eu sabia quem era o Red. E não, eu não ia chutar a bunda dele.
"Pode entrar."- eu ouvi a voz de Mestre do outro lado da porta.
"Oi, Mest...quero dizer...David...eu queria falar com você"-eu disse entrando.
"Sim, pode sentar, Gina."
"Bem, David, eu vim te dar um recado da sua mãe."
Seus olhos se encheram de lágrimas e ele disse:
"Minha mãe? E você a viu?".
"Sim."
"E como ela está?".
"Ela está ótima! Está linda!".
"Sério? Da última vez que a vi, ela estava muito magra e não tinha cabelos..."
"Ela me disse que você não se culpasse pela morte dela. Vocês fizeram o certo em desligar os aparelhos."
Isso foi o bastante para ele romper em lágrimas e agarrar o meu pescoço.
Entenda, Mestre não é uma pessoa que demonstra afeto, por isso fiquei chocada, mas depois retribui o abraço e disse:
"Calma, tudo vai ficar bem."
E, poxa, será que tem problema em eu ter chorado também? Eu sou mediadora, mas sou humana também, caramba.
Vi a mãe de Mestre olhando para nós dois do outro lado da cama. Ela chorava e sorria, e nos seus olhos eu pude perceber que ela estava grata e que agora poderia seguir em paz.
Depois que voltei do quarto do Mestre tomei banho e me arrumei para o jantar. Assim que desci mamãe me deu a primeira notícia, realmente boa do dia: minha amiga Suzannah me visitaria nas próximas férias dela!
Enquanto estava jantando, o assunto em questão era o fato de eu ter me envolvido em uma encrenca (ainda bem que eles não sabiam das outras), quando o telefone tocou. Era Tad.
"Oi, Gisele."
Merlim.
"Oi, Tad."
"Bem, só queria me desculpar."
"Tudo bem..."
Enquanto ele falava e falava eu abri a carta de Suze.
"Weasley!
Como vai tudo por aí? Está se dando bem com seus irmãos? Eles são bonitinhos, pelo menos?
Olha, sua mãe falou com a minha sobre eu ir passar as férias aí! E adivinhe só, ela deixou! Estou doida para te ver de novo e principalmente, para conhecer seus irmãos.
Ei, você lembra daquela cartomante que nós fomos uma vez? Que disse que você era mediadora? Eu estava andando pelo Beco Diagonal e encontrei essa carta de baralho que diz a mesma coisa que ela disse. Estou enviando para você.
É isso, nós vemos em um mês!
Suzannah."
"E então eu vou embora. Vou para os Estados Unidos."- Tad continuava com seu falatório.
Peguei a carta e li:
O Arcano Nove: O eremita, a nona carta do tarô, guia as almas dos mortos para além da tentação das fogueiras ilusórias ao lado da estrada, de modo que possam ir direto ao seu objetivo mais elevado.
Suze fez um balão na boca do desenho do eremita que dizia: Olá, eu sou Gina, serei sua guia espiritual.
"Gisele? Você ainda está aí?"- Disse Tad.
"Sim. E eu sinto muito por você ter que ir embora."
Tad murmurou um último adeus e desligou. Eu fiz o mesmo e percebi que Draco esteve ouvindo tudo.
"Então, você e Tad? Acabaram?"
"Sim."
Draco não teve a educação de esconder o riso.
Ignorei isso e peguei a carta de baralho que Suze me mandou. A confusão que eu tinha feito... tudo para concluir que o tal Red era o Mestre! Mas pelo menos, ajudei outras almas.
Estava pensando em tudo isso quando Dunga entra no quarto, sem bater:
"Ei, Molly está te chamando.Ah, o que é isso?"- disse apontando para Spike.
Gelei.
"É um gato. Mas escuta..."
"Você está totalmente ferrada!"- disse Dunga, rindo.
Nota da Autora: Quem leu o livro A Mediadora, da Meg Cabot, sabe que a mediadora é a Suzannah e a amiga dela é a Gina, aqui eu fiz apenas uma mudança básica...heueheueheueheueehue...
Gente, os agradecimentos vou fazer por e-mail, por isso qm mandar review, coloca o email! Beijos!
Manu Black