Capítulo XII - Darkest Hour

Férias.

Nesse período, as pessoas costumam descansar ou então se divertir, mas aqui em casa o negócio acabou se mostrando bem diferente. Minha mãe e meu padrasto nos obrigaram a arranjar um emprego temporário. Quer dizer, menos o Mestre; ele é menor de idade, então resolveram dar um desconto. Agora ele está num acampamento para bruxos superdotados.

Soneca sempre trabalhou, antes porque queria um carro, e agora, com a Land Rover, ele disse que trabalha para comprar uma casa para ele. Nas férias ele trabalha em dois turnos: de manhã, como salva-vidas do Clube da Magia e de noite como entregador de pizzas.

Dunga está quase "bombando" em Poções, por isso Alan fez questão de ele não trabalhar fora de casa, e sim aqui. Ele está ajudando seu pai a fazer uns acertos no quintal da Mansão.

E eu trabalho como babá no Clube da Magia. Quem me arranjou esse emprego foi o Soneca e eu estou tão agradecida! Cuido de criancinhas chatas, riquinhas e esnobes. Oh, como estou feliz!

Tudo bem que eu estou ganhando dinheiro e agora posso comprar várias coisas. Inclusive roupas. Não, eu não sou consumista, mas entenda que eu preciso estar na moda para o meu trabalho.

Não é o meu trabalho no Clube, é meu trabalho de Mediadora! Para o meu trabalho paralelo (no Clube) eu tenho um uniforme "lindo", um conjunto todo verde. Isso mesmo. Às vezes me acho parecida com uma folha, mas fazer o quê... esse inferno de trabalho é só até o próximo mês, quando volto para as aulas; eu posso suportar.

Depois de acordar mais um dia quase de madrugada (sete da manhã) para trabalhar, encontrei Dunga em seu horário de recreio (ele começa a trabalhar bem cedo, tipo, antes do sol aparecer), bebendo suco na caixa. Não, isso não é besteira. Mamãe e Alan já pediram a ele e a Soneca que não façam isso, afinal agora moram duas mulheres aqui. Além do mais, isso é anti-higiênico. Só que Dunga não bebe no copo, como gente normal; talvez ele seja burro demais ou faça isso só para me deixar com raiva.

"Isso é tão lindo, Brad."- eu disse com sarcasmo.

Ele não me respondeu e eu decidi não beber suco, apenas um copo de leite. Logo em seguida peguei minha bolsa e aparatei para o Clube.

Identifiquei-me na portaria e fui falar com minha supervisora, Claire. Ela era apenas um ano mais velha que eu, por isso nós nos demos bem logo que nos conhecemos.

Recebi a má notícia que, novamente, teria que cuidar do Slater; Jack Slater, um menino de oito anos, era muito insuportável. Certo, nem tanto, mas ainda era. O problema é que o menino não faz nada além de ler livros. Eu sei que ler é bom, mas você já ouviu falar que tudo em excesso é ruim? Pois esse é o caso do pequeno Jack, eu o chamo para tomar banho de piscina ou então para brincar de xadrez bruxo, mas ele simplesmente me ignora.

Agora, se fosse para eu cuidar do irmão dele, Paul, nem precisava me pedir. Tudo bem que ele é mais velho que eu, mas veja bem, e se ele precisar de algo? Eu estaria à disposição dele sempre.

Paul é muito inteligente, também tem o hábito de leitura do irmão, mas não muito. Além de ser aquela coisa linda e perfeita, toda vez que ele sorri para mim eu tenho vontade de me matar de tão bonito que ele é.

Segui para o quarto em que os Slater estavam hospedados e bati na porta. Em poucos segundos uma mulher loura apareceu do outro lado da porta e disse:

"Olá, Gina, tudo bem? Entre!"

Eu obedeci e já pude ver Jack sentado no sofá, lendo um livro estranho. Eu disse:

"Oi, Jack, como vai?"

Ele nada disse.

"Gina"- era a Sra. Slater- "nós vamos jogar tênis e eu queria que enquanto isso você cuidasse do Jack. Voltaremos às cinco."

Certo, então eu ia ficar quase dez horas com aquela criança insuportável sem nem ter a oportunidade de conversar com Paul, já que ele também estava indo jogar tênis.

"Tudo bem."- eu disse sorrindo.

Os três se despediram de mim e de Jack e saíram.

"Jack, vamos descer."

"Não."

"Vamos, você hoje vai tomar banho de piscina."

"Eu não sei nadar."

"Se o problema for esse já está resolvido. Eu te ensino."

"Não."

"E por quê? O que há com você?"

"Nada... bem, então vamos, mas eu só vou até o pátio. Não vou nadar."- ele disse assustado.

Eu concordei e fomos para o lado de fora. Ele olhava tudo muito assombrado, como se a qualquer momento alguém fosse aparecer de repente.

E bem, foi exatamente isso que aconteceu. Apareceu alguém, mas uma pessoa que já estava morta. Era o Cliff, o jardineiro. Ele morrera há duas semanas, de infarto e me pediu (na primeira vez que apareceu) para dizer à mulher dele sobre umas prestações que ela teria que pagar. Eu disse a ele que assim que pudesse falaria com a mulher, mas Cliff, não me culpe se a criatura não atendeu ao telefone nas vezes que eu liguei. Ela devia ser uma daquelas bruxas antigas, que não aderem às inovações tecnológicas e trouxas, é claro.

O negócio é que assim que Cliff apareceu Jack se soltou da minha mão e correu. Eu olhei feio para o fantasma e saí correndo atrás do garoto, achei o menino escondido embaixo de uma mesa, perto da piscina. Ajoelhei-me e disse:

"Jack, o que houve?"

"Olha, Gina...você...você não ia entender..."

"Se você me disser, talvez eu entenda...anda, diga..."

"Gina, eu não sou igual às outras crianças. Eu... bem... e-eu vejo gente morta."

E olha que nós nem éramos protagonistas daquele filme trouxa...

"Sim, e daí?"- eu disse como se todos vissem também. A verdade é que eu via.

"E daí? Eu sou uma aberração!"

"Não, você é igual a todos os outros, mas nasceu com um dom especial."

Sim, eu estava parecendo o Prof.Dom.

"Não sou. Meus pais me acham louco, já quiseram me internar. Eu não posso dizer isso a ninguém, mas eles estão por todos os cantos, eles falam comigo, eu tento fugir, mas não posso. Eu sei que você não acredita em mim."

"Jack, acalme-se. Eu também posso ver pessoas mortas. Você é um mediador, assim como eu."

"O quê?"

"Um mediador. Uma pessoa que ajuda outra pessoa, mas morta, a realizar uma espécie de último desejo. Você viu, há poucos instantes, o Cliff, o jardineiro aqui do clube. Ele não é mau, ele apenas precisa de ajuda."

Eu omiti a parte dos espíritos maus, sabe como é, eu não podia assustar a criança.

"Então você viu aquele homem também?"

"Sim. Aquele era o Cliff, o jardineiro aqui do clube, ele morreu há pouco tempo."

"Mas, como é possível? Ele é um fantasma."

"Sim, ele é, mas algo ainda o prende aqui na terra, por isso nós, os mediadores, existimos. Para encaminhar essas almas e ajudá-las."

"Então é por isso que eles me procuram? Eles querem ajuda?"

"Sim. O que mais eles iam querer?"

"Não sei... matar-me?"

"Não, Jack. Eles só precisam de sua ajuda."

Certo, outra omissão. Alguns fantasmas já tentaram me matar, mas eu não ia dizer isso a ele, concorda?

"Mediador? Então, eu os ajudo a ir para o céu?"

"Sim...é...eu acho que é para lá que eles vão."

"Mas eu não sei nada sobre o céu, como posso ajudá-los?"

"Não precisa saber. Venha, me observe e aprenda."

Fomos até Cliff, que continuava no mesmo local e ele perguntou o porquê de não ter falado ainda com a mulher dele. Expliquei tudo e garanti que em breve a viúva receberia o recado.

Depois de falar com Cliff, fui até o telefone, em uma nova tentativa de falar com a mulher dele, e dessa vez, consegui. Dei o recado assim como o desejado e Jack permanecia calado, observando tudo muito assustado.

E logo após resolver tudo, o menino mudou. Parecia uma criança como as outras ( o que antes não aparentava), brincando e nadando na piscina. E eu não sou uma pessoa muito emotiva, mas vendo aquele garoto tão feliz me emocionei. Ah, não me culpe, eu também tenho coração, sabe?

No fim do dia recebi elogios de todos do Clube, que consideravam um milagre a mudança de Jack, mas o que eu mais gostei mesmo, foi a parte em que Paul me deu os parabéns pelo grande feito e como "recompensa" me convidou para jantar, mas não aceitei. Minha mãe não gosta quando eu não janto em casa e também eu adoro a comida que o Alan prepara (sim, ele parece um pouco 'doméstico' demais para um Ministro).

Fui para casa e todos já estavam comendo. Sentei-me à mesa e falei de Jack para minha mãe, claro que eu omiti a parte da mediação e ela ficou muito feliz com o que eu fiz. Por um segundo pensei se ela ficaria daquele jeito se soubesse da parte de sermos mediadores; mas pensando melhor, eu acho que além de me internar, ela internaria o pobre Jack também.

Estava tirando os pratos da mesa quando mamãe falou uma coisa muito interessante sobre o trabalho de Dunga e Alan.

"Gina, hoje, Alan achou uma caixa velha enterrada no quintal. Ele a abriu e encontrou apenas umas cartas velhas. Eu sei que você gosta de história e com certeza o conteúdo daquela caixa é histórico, é do ano de 1850, acredita?"

"E de quem eram as cartas?"

"Não sei, querida. Acho que eram de uma tal de Pansy Parkinson..."

"Mamãe onde estão as cartas?"- eu disse aflita.

"No meu quarto. Talvez você queira leva-las até o Museu de História da Magia."

"Claro, claro, mas antes eu posso dar uma olhada?"

"Sim, querida. Pegue lá no meu quarto."

Subi quase correndo as escadas e fui quase caindo até o quarto da minha mãe. Era muito estranho entrar naquele cômodo. Eu nunca entrei nele antes disso. E tipo, ela dormia com o Alan ali, fazendo sabe-se lá Merlim o quê. Eca!

Entrei no local, tentando não olhar muito para a cama e para os outros móveis. Vi uma caixa pequena em cima da escrivaninha de Alan e logo vi que ali estavam as cartas da Pansy Parkinson. Certo, eu nem conheço ela; mas não tenha dúvidas que eu conheço o destinatário.

Peguei a caixa e fui para o meu quarto. Percebi, com alegria, que Draco e Spike não estavam lá, por isso eu podia ler as cartas tranqüila. Sentei-me na cama, abrindo a caixa; peguei os pergaminhos já bem amarelados e comecei a ler. Não eram cartas de amor. Aliás, pareciam muito formais para duas pessoas que estavam noivas. Pansy falava apenas de coisas frívolas, como Milla estava gorda numa festa ou como ela tinha comprado seu novo vestido de baile. Não sei, mas ela me parecia um pouco fresca e eu sei que Draco não gosta de mulheres assim. Ok, eu não sei, mas eu suponho, ok ?

Talvez fosse errado fazer cartas de amor naquela época... tipo, uma moça não podia escrever o quanto amava seu noivo em uma carta; e se por acaso ela desejasse dizer isso, tinha que fazê-lo ao vivo... seria isso?

Não sei se é errado, mas senti um alívio quando li aquilo; era uma maneira ridícula de fantasia criada por mim. Mais tarde quando Draco apareceu e me perguntou como estava tudo eu só contei sobre Jack, sabe como é, ele podia se revoltar com o negócio das cartas e nunca mais aparecer por aqui. E eu não quero isso, porque talvez esteja apaixonada por ele.

Ridículo. Apaixonada por um fantasma. Não que ele seja um filhote de cruz-credo, não é isso. Ele é lindo, os cabelos loiros bem lisinhos e a pele muito pálida (que eu imagino ter sido um pouco menos branca quando ele era vivo), os olhos azuis acinzentados e aqueles braços tão fortes. Ah, certo, eu não vou ficar falando isso, pois piora tudo. Só basta você saber que ele é maravilhoso.

E como tudo que é bom tem que ter um mínimo defeito, esse caso não é uma exceção. O único defeito dele é que tipo, ele está morto. E assim eu não posso apresentá-lo a minha mãe, muito menos levá-lo ao baile de formatura, nem passear de mãos dadas com ele para matar todas as outras de inveja. Isso é impossível porque só eu posso vê-lo. Então, eu sei que nós não temos futuro.

Eu tento muito, muito mesmo manter isso na minha mente, mas é incrível como esqueço disso quando ele está sentado perto de mim, rindo das bobagens que eu falo ou então ficando bravo comigo por causa de uma outra besteira que eu fiz.

A única hora em que tenho paz, o único momento em que não penso nele é quando estou dormindo. Mas agora eu acho que vai ser diferente. Não, eu não vou sonhar com ele, o problema é que não vou dormir mais, porque naquela mesma noite, horas depois, quando eu estava já no centésimo sonho, fui acordada de uma maneira tão gentil... uma mão (com um anel enorme) pressionava minha boca, enquanto uma outra mão segurava uma faca.

Ah e claro, como pude esquecer?

A faca estava na minha garganta.

A MEDIADORA

Certo. Eu já fui acordada de várias maneiras: com gritos, berros, choros, socos, mas com uma faca foi a primeira vez.

E além do mais, a pessoa que segurava a faca era a ex-noiva do homem que você ama.

"Escute, garota estúpida. Se você não disser ao seu pai e ao seu irmão que parem de escavar o quintal, eu vou faze-la arrepender-se de ter nascido. Você me entendeu?"- ela pressionou mais a mão na minha boca.

Devo dizer que aquilo doía e que minha boca começava a sangrar.

Pensei em Draco e a maníaca, digo, e Pansy disse:

"Nem ouse. Não diga nada a Draco. Você vai fazer o que eu mandei?"

Eu balancei a cabeça. Não era covardia, mas aquela doida podia me matar se eu dissesse que não.

"Muito bem."- ela disse me soltando- "Eu pensei que você fosse mais corajosa, afinal recebi recomendações de ter cuidado. Você não é de nada."- ela jogou a cabeça para trás, gargalhando.

E então ela sumiu.

"Ginevra, o que houve aqui?"- disse Draco aparecendo de repente.

"Nada."

"Tem certeza? Eu senti a presença da..."

"Não, eu estava sozinha..."

"Tudo bem, mas qualquer coisa me chame."

E ele desapareceu.

Sim, eu não ia dizer nada a ele, mas quanto ao quintal, eu não ia fazer nada. Suspeitava que o corpo de Draco estava ali e por isso mesmo Pansy não queria que os trabalhos continuassem. Mas se dependesse de mim, tudo ia continuar caminhando e ela que tentasse algo contra meu padrasto e meu meio-irmão.

Na tarde seguinte, após o trabalho fui até o Museu de História, assim como minha mãe disse, para entregar a caixa. Se bem que eu duvidava que serviria para algo.

Chegando lá, fui apresentada a um bruxo muito velhinho que se alegrou com o que eu levei. Ele achava Pansy linda (sim, eu duvidava que ele acharia isso se ela o tivesse ameaçado) e tinha várias fotos dela em sua sala. Havia também uma foto de Draco, com a mesma roupa que eu o via, todo dia. Ele me viu olhando a figura e disse:

"Ah, esse é o noivo de Pansy."

"Sim?"- eu disse sem me entregar.

"É, o nome dele era Draco Edward Malfoy. Aqui eu tenho algumas cartas que ele escreveu para ela."

Li os pergaminhos amarelados que o homem me deu e assim como a carta de Pansy, Draco era formal. Falava dos pais e de uma babá que ele parecia gostar mais que a própria vida.

"Ele desapareceu um dia antes de se casar com Pansy Parkinson."- o velho disse.

"Desapareceu? O senhor quer dizer morreu, não?"

"Não. Ele deixou a coitada."

"Penso que o senhor está equivocado. Draco foi assassinado e isso será comprovado quando o corpo dele for achado no quintal lá de casa."

"Corpo? Querida, eu acho que não existe mais nada dele, nem os ossos. E veja, você pensa como meu avô, o escritor do livro O Mistério na Estalagem."

"Então eu acho que seu avô estava muito certo ao pensar isso."

"A verdade é que esse tal Draco era um mau-caráter que fugiu com outra."

E não me pergunte por que, mas isso me atingiu. Eu sei que Draco não é capaz disso, ele nunca faria uma coisa dessas. Talvez, por isso, eu tenha começado a chorar...

"O senhor está enganado, Draco nunca faria isso, ao contrário de Pansy que se casou com Zabine, logo após o 'desaparecimento do noivo'. Se ele quisesse deixá-la falaria para ela, assumiria tudo. Ao contrário da sua querida Pansy que mandou matar o próprio noivo, só porque queria manter as aparências e sabia que se desistisse de casar ocorreria um escândalo."

Então eu saí correndo. E chorando. Entrei no carro do Ministério e fui para casa.

A MEDIADORA

Naquela noite, eu confesso que estava com medo. E sim, com medo de Pansy, por isso decidi dormir no quarto de Mestre que estava desocupado, já que David estava num acampamento.

Eu sei que mudar de quarto não ia adiantar, por isso levei algumas ferramentas: martelo,marreta e machado. Estranho, mas era o melhor que eu encontrei nas ferramentas do Alan. Coloquei tudo ao lado da cama, no chão, e deitei.

Estava quase dormindo quando senti alguém se materializar, sem pensar peguei o martelo e me levantei.

Ouvi a voz de Draco:

"Ginevra, o que houve?"

Então eu abaixei o martelo e me sentei.

"Ginevra, por que você está dormindo aqui? E com um martelo?".

Eu permaneci calada.

"Ginevra, me diga. O que está havendo?"

"Nada."- eu disse, minha voz parecendo dizer o contrário.

"Ginevra, isso é um machado?".

"Bem, eu posso explicar..."

"Acho bom..."- ele disse zangado. - "Ontem eu senti a presença de... alguém no seu quarto. Eu sei que algo está acontecendo, por isso pode começar a falar."

"Olha...eu não posso."

Mas acabei dizendo tudo, quer dizer, só a parte das cartas e do esqueleto dele. Quando terminei percebi um sorrisinho no rosto dele e também notei que ele tentava não gargalhar.

"Ginevra, olha, eu não entendi nada do que você disse. Você fala muito rápido e depois quando lembrei da cena de você segurando o martelo..."- então ele começou a gargalhar.

"Vá embora."- eu disse.

"Ora, vamos. Repita e eu juro não rir."

"Não. Vá embora."- eu disse me cobrindo até a cabeça.

"Eu não irei enquanto não souber o que está acontecendo. Olha apara mim."- ele disse puxando o cobertor.

"Não. Vá passear com a Pansy. Então vocês dois podem rir de mim juntos."

Então os risos de Draco cessaram.

"Pansy?"

Então eu terminei de contar tudo. Sobre Pansy e a faca no meu pescoço.

"Pansy e faca? Não, não combina."

"Pode até não combinar, mas aconteceu. Ela tentou me matar."

"Pansy? Aqui? Com uma faca? O que ela queria?"

"Diga você."

"Ela tentou te machucar?"

Você percebe que estava difícil a comunicação entre eu e ele?

"Sim. Ela colocou a faca aqui"- eu apontei para minha garganta "e ela disse que Alan não podia mais escavar, senão ela ia me matar."

Então, Draco me abraçou.

Ah, até que essa história podia me render alguns bons resultados.

"E era uma faca muuuito grande!"- eu disse exagerando.

"Querida."- ele disse me olhando e me beijando na testa. (N.A: Esse querida dele é em espanhol.)

Certo, mais um pouco e ele acertava o lugar. Quem sabe se eu dissesse que ela me matou, mas eu sobrevivi?

"E aí, ela apertou minha boca e minha gengiva sangrou muitoooo"- eu disse exagerando muito e isso não deu certo. Ele se afastou e ficou me olhando.

"E por que você não me disse ontem?"- ele disse raivoso.

Espera, eu acho que ninguém ouviu nada do que eu falei, não é? Alooouuu, eu acabei de dizer que fui ameaçada de morte.

"Porque eu tenho medo de que você vá embora quando acharem seu corpo no quintal."

"Como assim?"

"Você sabe. Algo te prende aqui, e só pode ser o seu corpo que não foi achado. Então, quando Alan encontrar, você vai embora e tipo, o Spike vai ficar muito mal se isso acontecer."

"Ginevra, eu não vou embora."

"Vai sim, Draco. Eu sei como é isso."

"Não vou."

"Vai. Eu sou mediadora há dezoito anos."

"E eu morri há cento e cinqüenta anos."

Ops... é verdade, ele deve saber um pouquinho mais do que eu.

"Eu te prometo que não vou embora, não importa se seu pai vai ou não achar meu esqueleto, ok?"- ele disse.

Depois eu aceitei voltar para meu quarto, sob a condição de Draco ficar lá vigiando se Pansy aparecesse. Quando acordei o vi sentado na minha poltrona lendo o livro mais brega da minha mãe "As Pontes De Madison". Ele ria muito, mas tentava não gargalhar para eu não acordar.

Oh...que vergonha!

Pena não saber que aquela seria a última vez que eu o veria.

Nota da Autora: espero que gostem e que me desculpem, hoje não vou detalhar os agradecimentos, mas muito obrigada à: Yellowred, Kathy.Malfoy, aNiTa JOyCe BeLiCe, ChunLi Weasley Malfoy, Lana, Thai, Princesa Chi.

Senti falta de algumas pessoas como a estrelinha, a Ginny Meg Weasley e outras pessoas, por isso ando muito desmotivada p/ continuar com a fic. Tb vi uns comentários no orkut dizendo que outra fic minha não era boa, por isso, as atualizações estão muito muito mas muito lentas mesmo, ok?

Beijos, e desculpem a falta de ânimo... /

Manu Black