Capitulo Quatro - Um dia chuvoso (parte 1)
- Acordem, meninas...Já é tarde!
Lílian acordou com a voz serena de Katheryn.
- Que horas são? - Mary Anne murmurou da cama ao lado, esfregando os olhos.
- Quase meio-dia, mana. - respondeu Kathy. -Já é tarde mesmo - Lílian disse, já se sentando na cama - Porque não nos acordou mais cedo?
- É, poderíamos aproveitar o sol da manhã... - falou Mary.
- Ora, não havia motivo...Não há sol, meu bem. - respondeu Katheryn, abrindo as cortinas.
A janela revelava um dia cinzento lá fora, com o aroma de chuva invadindo as narinas de quem estivesse presente, e um sol pálido por trás de uma camada de nuvens.
- Hummm...Fecha essa janela... - resmungou uma outra voz, vinda debaixo de um bolo de cobertores na cama de Elizabeth.
- Na-na-ni-na-não, hora de levantar, bela adormecida - disse Lily, tentando puxar as cobertas da amiga.
- Só mais um pouquinho - murmurou Eliza novamente, cobrindo o rosto com o travesseiro.
- Ela não vai acordar tão fácil, Lily - disse Mary, se aproximando da cama e com um sorriso perigoso no rosto, ao que Lílian logo entendeu - Teremos que tomar medidas drásticas.
- GUERRA DE TRAVESSEIRO! - gritaram as duas, pulando em cima da amiga dorminhoca.
Depois de terem acordado Liza, se trocaram, arrumaram as camas e o quarto, e aí sim desceram para a cozinha. Christopher estava lendo o Profeta Diário, deitado na rede, enquanto Kathy regava os vasos de orquídeas.
- Bom dia, garotas - disse Chris - Finalmente estão de pé!
- Finalmente mesmo, estávamos tentando acordar sua irmã faz uma meia hora - brincou Lily.
- É, tentativas frustradas - acrescentou Anne. Eliza mostrou a língua para as duas.
- Hahaha, coitadas de vocês - Chris riu, dobrando o jornal - Escutem, espero que não se importem, mas chamamos Tiago Potter e os amigos para almoçarem conosco hoje.
Eliza arqueou as sobrancelhas, e Lily enrugou a testa. A única que não pareceu se incomodar foi Mary Anne, claro.
- Fizemos mal? - Katheryn perguntou, observando as expressões das garotas.
- Não, mas...Porque exatamente fizeram isso? - perguntou Liza.
- Ora, achei que seria gentil convida-los para um almoço, já que vocês são colegas, e ele é meu amigo e de Kathy. Mas se vocês preferirem, podemos desmarcar.
- Não, ficaria super chato - disse Lily. - A gente não quer atrapalhar, podem chamá-los sim.
- É...A gente faz uma forcinha pra agüenta-los mais um pouco. - bufou Eliza.
- Hahaha, que ótimo - Kathy sorriu - Se vocês puderem me ajudar aqui, eu agradeceria!
- Oh, que milagre, Kathy nos deixou chegar perto da cozinha! - exclamou Ann, surpresa, e fazendo todos rirem, inclusive a irmã.
Elas não demoraram muito para terminar de fazer a comida, já que quatro mãos trabalham muito mais rápido que uma só. Assim que arrumaram a mesa, os Marotos chegaram.
- Olá para todos - disse Tiago, na porta.
- Tiago, entre! - disse Chris, indo até eles e cumprimentando-os. - Como estão?
- Famintos - brincou Sirius.
- Estamos muito bem, obrigado - Remo respondeu pelo amigo, sorrindo.
- Fiquem à vontade, meninos - Kathy sorria também. - A comida já está pronta.
Eles entraram e cumprimentaram as meninas, que já não resmungavam nem reclamavam da presença deles.
Fora um almoço divertido, juntando Tiago e Sirius com Chris, que também era bastante bagunceiro apesar de sua idade, todos não sabiam se riam ou se comiam.
- Muito obrigado pelo convite, Kathy - disse Tiago, terminando de beber o suco.
- É, a comida estava maravilhosa - concordou Remo.
- Que isso, meninos, podem vir quando quiserem - Kathy sorriu.
- Opa, bom saber - brincou Sirius.
- É, mas não é pra abusar não, ta? - Mary Anne arqueou as sobrancelhas.
- Bom, depois desse almoço farto - Chris começou - Nada como um bom licença rapazes, e senhoritas, mas eu vou me retirar para meus aposentos - ele fingia um tom formal - Minha rede me espera.
- Hahaha, preguiçoso... - disse Kathy. - Eu vou com você, estou lendo um bom livro e pretendo termina-lo antes das férias acabarem. Não se preocupem com a louça meninas, ela já vai se lavar sozinha dentro de minutos.
- Ok, bom descanso para vocês - disse Anne, sorrindo.
O casal subiu as escadas, e ela voltou-se para os amigos.
- E então, o que vamos fazer agora?
- Sem idéias... - disse Lily - Acho que vai chover logo, não tem como irmos à praia.
- Ah, claro que tem! Aposto como vai ser uma chuvinha de nada, a gente pode ir e ficar um pouco lá, as ondas devem estar iradas! - disse Tiago, animado.
- Claro que não, Tiago, nunca te falaram o quanto é arriscado? Principalmente numa tempestade, você pode levar uma descarga elétrica na cabeça e morrer na hora, sabia? Sem contar que lugares abertos são os mais perigosos!
- Que exagero, Lily, a gente nem sabe se vai chover mesmo! - Tiago disse, parecendo espantado com a reação da menina.
- O clima em lugares tropicais como este é bastante imprevisível, uma hora pode estar ensolarado e de repente cair uma tempestade horrível.
- Ok, ok, então a gente vai até a praia e ninguém entra na água, vai, o céu não está tão ruim assim - insistiu o garoto.
- Eu prefiro ficar aqui entediada do que ir lá fora com o risco de cair o maior toró, chuvas de verão podem durar pouco, mas são bem fortes. Neste momento uma coruja entrou pela janela e deixou uma carta no colo de Eliza. A menina pareceu reconhecer o animal, deu-lhe um pouco de água, e logo a ave saiu voando janela à fora novamente.
Todos observaram quando ela entrou, mas logo suas atenções voltaram-se para o que estavam fazendo. Tiago e Lílian entraram numa das discussões, Remo e Mary Anne estavam acostumados com a cena, e resolveram jogar xadrez bruxo.
Eliza pegou a carta e saiu da sala, em direção à varanda. Sirius a seguiu com o olhar.
- Deixa de ser tão preocupada, Lílian, a gente só vai se divertir um pouco, não vamos passar o dia inteiro lá fora!
- Se você quer ser o irresponsável de sempre e ir lá e se matar, pode ir, mas vai de uma vez e pára de encher o saco, Tiago!
- Oh, vejam só! Será que eu ouvi direito? - Anne interrompeu, surpresa - Lílian chamou Tiago pelo primeiro nome! Ela mesma não havia percebido isso, e arregalou de leve os olhos verdes.
- E-Eu...O quê? Não, não chamei!
- Desculpe-me, Lily, mas eu também escutei - disse Remo, avançando seu bispo sobre um peão de Mary Anne.
Tiago também não tinha se tocado, e arregalou os olhos, antes de abrir um daqueles sorrisos que só ele sabia dar.
- Você falou meu nome!
- Ah...Vocês falam tanto o nome desse...TRASTE...Que eu acabei acostumando, e...Falei sem querer! - Lily estava profundamente corada, e muito aborrecida.
- Hahaha, mas você falou meu nome... - Tiago repetiu, todo bobo alegre.
- Pára com isso! - Lílian exclamou.
- Isso já é um progresso! Mais alguns dias e você aceita sair comigo, não?
- Fica na sua, POTTER! -Ei, calma aí também Lily, eu só estava brincando... - Tiago pareceu preocupado.
- Estou farta das suas brincadeiras! - Lílian gritou, antes de virar as costas e sair da casa.
Remo e Mary Anne se entreolharam ao ver Tiago indo atrás dela, deram de ombros e continuaram o jogo de xadrez. O que eles não perceberam é que Sirius já não estava mais ali também, muito menos Eliza.
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Elizabeth retirou-se da casa, Lílian e Tiago brigavam outra vez, e ela sempre procurava paz para ler sua correspondência, reservadamente.Seguiu a trilha até a praia, nem se importando com as nuvens que se encontravam no céu.
Deu um suspiro longo antes de abrir o envelope.
Reconhecera a coruja amarelada assim que entrara janela adentro, pertencia a Duncan.
Duncan Dunst estudara em Hogwarts , pertencia a Corvinal e era um ano mais velho que ela. Porém após um ano de namoro, ele teve que se mudar com a família para a França, sendo que agora estudava numa escola chamada Beauxbatons.
Por fora ela fora muito compreensiva e aceitou o fato do garoto estar partindo, mesmo que por dentro quisesse gritar e chorar para que ele ficasse ali a seu lado.
Por um tempo o namoro ainda continuou o mesmo, apesar da distância, isso só intensificou as cartas apaixonadas de ambos. Mas agora, após um ano e meio de sua partida, as coisas haviam mudado. Ela abriu a carta. Enquanto ia lendo, foi andando pela areia, sem perceber aonde suas pernas iam levando-a.
"Liza:
Desculpe não ter respondido suas cartas ultimamente, estive muito ocupado na escola, você entende, último ano, e tudo mais."
-É, eu sou obrigada a entender, Duncan.
"A formatura foi ótima, uma pena que você não pôde vir. Te mando fotos assim que puder. Como você está? Espero que bem.
Ahm...Eu preciso conversar contigo, Liz. Você sabe o quanto eu gosto de você e te magoar é a última coisa que eu quero nesse mundo.
Mas acho que continuar seria pior."
Eliza suspirou tristemente, já sabendo do que se tratava.
"Eu sei que parece terrivelmente desumano fazer isso por carta, mas tem se tornado cada vez mais difícil de nos encontrarmos. Eu senti muitas saudades, e foi muito ruim para mim, perceber que o tempo foi acalmando meu coração, e diminuindo essa falta que você me fazia.
O que eu quero dizer é que...Eu não acho certo prender você, quando nem eu mesmo tenho certeza dos meus sentimentos. Você é uma pessoa incrível, e sei que não seria capaz de me trair, por isso quero te deixar livre, para encontrar alguém que te mereça, e que te ame mais do que eu amei.
Eu te amei, e como, Liza, mas a distância esfriou o nosso relacionamento. Sinto muito, mais uma vez. Espero que ainda possamos ser amigos.
Duncan Dunst."
Eliza já tinha os olhos marejados.
Ela sabia que também já não amava mais o garoto, mas era difícil terminar um namoro de quase dois anos. Ele estava certo, e sentia a mesma coisa que ele descrevera. Já estava mais do que na hora de um deles tomar essa decisão, mas talvez por medo de magoá-lo, ou por falta de coragem, ela não o fizera.
Ajoelhou-se na areia fria, com a carta nas mãos, abaixou a cabeça e deixou-se chorar.
Após algum tempo, gotas finas de chuva começaram a cair sobre ela, molhando seus cabelos, seu rosto, suas roupas; e juntando-se às lágrimas que marejavam seus olhos. Mas Liza não pareceu notar, ou pelo menos se importar, até ouvir uma voz.
- Até que enfim te encontrei - disse um alguém a seu lado, um pouco ofegante.
Liza levantou o rosto e se viu encarando um par de olhos cinzentos, sustentados por um sorriso sincero.
- Sirius... - ela sussurrou, as lágrimas voltando a seus olhos outra vez.
- O que você está fazendo aqui? Está chovendo!
- Não tem problema... - ela murmurou, guardando a carta do namorado no bolso de trás dos shorts.
Sirius ajoelhou-se em frente a ela, e ergueu seu queixo, fazendo-a encara-lo.
- Acalme-se - ele murmurou, sem esconder um tom de apreensão na voz. - Por favor, não chore.
Eliza balançou a cabeça, e baixou o rosto novamente. Sirius não sabia porque, mas estava lhe fazendo um mal terrível vê-la triste daquele jeito. Antes que pudesse pensar no que estava fazendo, ele já tinha os braços em volta do ombro dela, num abraço.
- Não fica assim...Quer me contar o que aconteceu? - ele disse, no que lhe pareceu ser o ouvido da garota, por trás dos cabelos molhados.
Eliza balançou a cabeça negativamente, outra vez. A chuva começou a apertar, e cair com mais força sobre os dois.
- Tudo bem, mas...Vamos sair daqui, você pode pegar um resfriado.
- Você também - ela respondeu.
- O chalé do Tiago é aqui perto. A gente fica lá até a chuva passar.
Liza deixou-se conduzir até o chalé, Sirius abriu a porta às pressas, e a fez sentar-se no sofá.
- Deve estar com frio... - ele disse, pegando um manto que estava próximo e colocando-o nos ombros dela. - Eu esqueci minha varinha, vou buscar uma toalha para você se secar.
Ela observou-o subir as escadas rapidamente, enquanto se lembrou que também havia esquecido a sua varinha em casa. Em poucos segundos ele estava de volta.
- Tome, eu trouxe uma camisa minha também, não faz bem ficar com essa blusa molhada.
Liza esboçou um sorriso pálido. Ela sempre o vira como um desleixado e galanteador, e há alguns dias essa imagem vinha mudando, mas não imaginara o quão atencioso ele podia ser. Principalmente com ela.
- Obrigada - ela disse, numa voz ainda um pouco triste.
Sirius sorriu. Também estava molhado, e os cabelos negros caíam-lhe sobre os olhos.
Logo ele se sentou de frente a ela, no sofá.
- Eu não sei o que exatamente aconteceu para te deixar assim, mas.
- Eu vou ficar bem - ela interrompeu, trazendo a coberta mais para perto de si. -Hum...Eu acho melhor trocar de blusa, você pode pegar uma pneumonia ou algo assim, pode ser perigoso.
- Ok.
- O banheiro é a primeira porta à direita.
A camiseta ficara um tanto grande, graças aos braços malhados de Sirius, e quando Liza voltara do banheiro, o encontrou tentando usar uma chaleira, sem muito sucesso, é verdade.
- E-eu...Bom, eu ia tentar fazer um chá, mas...- disse ele, meio embaraçado.
- Deixa que eu faça isso - ela disse, aproximando-se do fogão. Colocou a água para ferver. - Pronto.
- Hum...Pelo jeito não levo muito jeito pra coisa... - ele disse, passando a mão pelos cabelos distraidamente.
- Não tem problema - ela respondeu, olhando-o nos olhos por um instante. - O que vale é a intenção.
- Ah sim - ele riu - Ok, então.
Ficaram um momento em silêncio, ouvindo a chuva cair lá fora, e logo a chaleira apitou.
Voltaram para o sofá.
- Porque está fazendo tudo isso por mim? - Eliza perguntou, de súbito.
- Eu não sei porque... - ele estava sério - Bom, eu...Não podia te deixar lá, no meio da chuva. E...Agora eu acho que as coisas mudaram um pouco, nós...Até que nos demos bem aqui.
Liza bebeu um gole da caneca de chá, antes de responder:
- Sim, as coisas realmente mudaram...Eu me surpreendi muito com você, Sirius. Ele sorriu. -Você sabe ser legal quando quer.
- Eu sou sempre legal, você é que não quis ver. - Sirius comentou, voltando ao seu tom sarcástico.
- Ah claro, e sempre muito convencido também - Elizabeth riu também.
- Que é isso, eu sou muito modesto, isso sim... - ele disse, falsamente ofendido.
- Oh sim, vou fingir que acredito, está bem?
- Na verdade, a modéstia é a única coisa que me impede de ser perfeito, sabia?
Elizabeth soltou uma gargalhada. Sirius não pôde deixar de sorrir, ao ver o rosto dela iluminar-se novamente.
- Pelo jeito você já se sente melhor - ele disse - Esse cara devia ser um idiota, para fazer você chorar.
- Não, ele não era idiota...Na verdade, ele é muito bacana, e eu o adoro, mas agora só como amigo...Namoramos por dois anos, e sentirei falta de muita coisa, mas eu vou sobreviver - ela sorriu - E sim, eu já me sinto muito melhor, Sirius. Graças a você.
- Ta vendo, como eu não sou tão inútil quanto você pensou?
Eles não haviam percebido o quão perto estavam um do outro. Sirius contemplou o sorriso e os traços do rosto de Elizabeth, enquanto ela fazia o mesmo, encantada com os olhos acinzentados do garoto.
Encararam-se por um momento, sérios, até que Sirius moveu-se lentamente para frente.
Eliza podia sentir o hálito quente dele, e fechou os olhos, enquanto ele roçava os lábios levemente nos dela.
Um arrepio começava a subir-lhes pela espinha, até que Liza afastou sua boca novamente, sem abrir os olhos.
- Espera...Sirius...Não.
O moço endireitou-se no sofá, separando-se dela, com uma cara de ponto de interrogação.
- Desculpa, eu não posso fazer isso. Não agora...
- Tudo bem, eu entendo - disse ele, sem demonstrar o toque de decepção que sentia por dentro.
- Eu acho que vou indo - ela disse, colocando a caneca de lado. - A chuva já está parando.
- Certo - ele disse, acompanhando-a até a porta.
- E a camisa?
- Depois você me devolve.
- Ok. Ahm...Obrigada por tudo - ela abraçou-o. Sirius fechou os olhos involuntariamente, sentindo o perfume dos cabelos dela. - Obrigada mesmo. -Eu é que agradeço...Pela companhia.
- Você é um doce, Sirius. Até mais.- Eliza sorriu pelo canto da boca, antes de virar-se e sair para a praia novamente, em direção à casa de Mary Anne.
N/A: OiEeEe gentis! td certim? heheh malz ae a falta d atualização...mas eh q eu sou movida a comentarios, sab..e como ultimamene tenho recebido poucos...to meio lerdinha...ahuuhahua q exigente...brincadera hehe...bom esse cap tah indo ao ar sem ser betado, entao desculpem os errinhos hein?
Giulinha, a parte do "a modestia eh a unica coisa q me impede de ser perfeito" foi inspirada no nosso rpg auhhauuhahua lembra???
Pllllllllllleeeeeeaaaaassssseeeee façam uma autora feliz e comentem!! cara d cachorro pidão
Beijoex...
