Brigada pelas reviews gente! E ai? Será que ela vai ou não atrás dele?
Eu continuava olhando pro teto com meus pensamentos quando senti que Maggie tinha vontade. Não me dei ao trabalho de olhar pra ela, mas logo ela veio pra bem perto de mim.
- Eles já foram...- ela disse e eu permaneci calada. Será que eu só tinha forças pra falar quando Julie estivesse perto? - vem, vem trocar essa roupa, vai...- ela puxou a minha mão, tentando me fazer levantar. Eu permaneci imóvel- vamos, Abby- ela estava sendo um pouco dura. Dura como eu às vezes eu era com Julie ou com meus pacientes que precisavam acordar.
A má vontade em fazer qualquer coisa que fosse, só me punha na cabeça a mesma coisa. Com a ajuda da minha mãe, tirei a blusa.
- Vai tomar um banho, Abby. Vai te fazer bem - eu não via doçura na voz dela. Exatamente como tinha de ser. Eu não sei bem porque, mas eu obedeci. Ela me entregou uma roupa e eu fui pro banheiro. Liguei o chuveiro e a fiquei encarando pra que ela saísse, pra que eu pudesse tirar a roupa.
- Não tranque esse banheiro...- ela disse e foi saindo. Eu a olhei uma última vez antes de encostar a porta e voltar ao meu mundo de martírio e punição interior.
Joguei a minha roupa dentro do cesto de roupa suja. Entrei no box e vi que sua cueca ainda estava pendurada dentro do banheiro. Todo canto da casa me dizia algo sobre a nossa historia.
Entrei debaixo da água quente e senti todo o peso dessa separação caindo sobre minhas costas. Quanto mais eu olhava ao redor, mais percebia que a minha vida iria ser igual a esse momento: vazia, cheia de dor. Minhas pernas foram perdendo suas forças e eu fui me sentando no chão gelado. Abracei minhas pernas junto ao meu corpo e tornei a deixar com que as minhas lagrimas se confundissem com a água que caia do chuveiro. Quanto tempo mais eu teria que chorar? Eu teria lagrimas suficiente para poder extrair toda essa dor que esta no meu corpo?
Fiquei minutos, diria horas sentada ali. Tanto que nem vi minha mãe entrando de novo no banheiro.
- Abby! – ela teimava em insistir em me chamar sabendo que eu não responderia. Logo sentia o chuveiro sendo desligado e uma toalha cobrindo o meu corpo. – Vamos sair.. comer algo... descansar.. – ela buscou forças como eu sempre fazia quando tinha que ajuda-la. Me abraçou forte e eu a segui nem sei como ate o meu quarto.
Sentei de novo na minha cama e ela tratou de começar a me enxugar. Eu observava todos os seus movimentos e não entendia bem o porquê daquilo estar acontecendo. A todo instante olhava para o meu lado e voltava a me questionar se era mesmo verdade o que estava acontecendo.
- Levanta os braços... – eu a ajudo um pouco sem nunca falar uma so palavra. Quando senti que estava devidamente vestida, tornei a me deitar na cama, mas agora estrategicamente estava no lado em que ele dormia.
Eu olhei Maggie fazendo tudo aquilo e talvez só ali, naquele instante, eu percebi o quanto eu fui importante pra ela. O quanto o "cuidado" que eu tive com ela era importante na sua recuperação, não física como psíquica.
Agarrei o travesseiro forte como se pudesse deixar ali um pouco da minha dor. Que ilusão. Continuei olhando pro teto enquanto percebi Maggie ajeitando tudo no quarto.
- Está com fome?- ela perguntou, sabendo que eu não iria responder. Com alguma sorte, ela me olhou bem no momento que eu acenava negativamente com a cabeça - bom, mesmo assim vou trazer alguma coisa pra você comer...- bom, de que iria adiantar contrária-la.Vi que ela desceu e comecei a pensar.
Talvez ali naquele gesto, talvez apenas naquele instante, eu percebi o quanto EU fui importante na vida dela. Percebi que a minha ajuda foi fundamenta para não apenas a recuperação física, mas também a psiquica. Saber que você tinha com quem contar, alguém pra te ajudar quando tudo parece cair sobre a sua cabeça ao mesmo tempo. Isso é maravilhoso. E mesmo que eu não tenha tido uma brilhante relação com Maggie, pelo menos agora, naquele minuto, ela foi mais do que importante.
Ouvi seus passos voltando e vi que ela deixava as coisa sobre a escrivaninha. Ela também diminui a luz do quarto e fechou as janelas. Voltou a sentar na cama do meu lado e ficou apenas me observando.
- Então...- era impressão minha ou ela tentava puxar um assunto? Bem, eu não poderia ficar assim pra sempre. Resolvi sair da minha crise do silêncio e começar a falar. Eu teria que estar totalmente revigorada no dia seguinte, quando Julie voltasse pra casa.
- O que?- eu não fui delicada ou algo parecido.
- Você..- ela parecia meio perdida nas palavras. Eu posso não ter convivido muito com ela, mas sabia reconhecer um olhar curioso da minha própria mãe. Eu a olhei confusa, indicando para ela prosseguir - o que o John disse é verdade?- como assim o que ele disse? Ele disse tantas coisas..Numa hora dessas , eu mal enxergava de tanta dor de cabeça. Como iria me lembrar de algo do tipo? Ela fugiu o olhar do meu. O que poderia ser tão perturbante?
- Disse o que?- eu perguntei, sem saber do que ela falava. Ela me olhou por inteira e sõ então eu lembrei. Não! Tudo menos...
- Você está grávida mesmo?- ótimo! Tudo que eu precisava. Eu não queria falar disso, pelo menos não tão cedo.
- Não.. – resmunguei tornando a encarar o teto – quer dizer... – fui me levantando da cama para conversar melhor com ela – eu não sei...
- Como não sabe? – ela falou surpresa e eu comecei a calcular na minha cabeça a possibilidade.
- Fiz um desses testes de farmácia... mas sabe como eles são...
- Você eu descobri gravidez por teste de farmácia... – Ah.. Obrigada, era tudo o que eu precisava saber hoje.
A menstruação estava um pouco atrasada, nada demais. Eu não estou sentindo nada, nenhum incomodo, nenhum enjôo... eu comprei o teste por intuição... conforme ele poderia ser igual ao sonho. Sonho.. sempre esse bendito sonho. Eu as vezes fico me questionando se era mesmo verdade, já que ele insistia no mesmo assunto a cinco anos. E fora isso tudo, eu havia esquecido o detalhe que Julie foi descoberta pelo mesmo teste.
- A que horas Julie volta amanha! – decidi esquecer pos mais uma vez no assunto e me centrar no que realmente interessava.
- Susan disse que ia tentar mantê-la o máximo que conseguisse com ela.. provavelmente de tardezinha.. – por mais uma vez ela cortou o seu pensamento e começou a me encarar de forma estranha – e você já sabe o que vai falar quando ela voltar?
- Falar? – pensei alto. Realmente, que desculpa eu iria usar pra justificar a ausência do pai? Julie.. eu e seu pai nos separamos, nunca mais vamos morar juntos.. e alias, só mais um detalhe.. você vai ter um irmãozinho. Talvez que dizer a verdade num momento como esses seria o menos indicado.
- É, falar, Abby. Você um filha muito mais esperta do que você pensa...- ela achava que eu não conhecia quem saiu de mim?- Julie é a pessoa mais atenta nessa casa, ela só observa, pergunta daqui e dali e tira suas próprias conclusões. Ah, e devo acrescentar que na maioria das vezes essas conclusões estão certas...
Ok, o que era isso? Acho que minha mãe estava tentando me colocar um pouquinho mais pra baixo, se isso fosse possível. Meu transtorno mental só aumenta em pensar agora o que eu diria q Julie.
- Bom, mas não pensa mais nisso hoje. Descansa, você tá precisando, e muito...- ela disse como se fosse algo fácil. Depois de me deixar louca da vida pensando em toda a repercussão que isso teria, me pede pra dormir? Só nos sonhos dela mesmo- você quer que eu durma aqui com você?- ah! Aí já é demais. Esse era um problema sério da Maggie. Você dava um abertura e ela já queria arregaçar.
- Não - eu voltei a encarar o teto, sinal de que ela já poderia ir.
- Certo... – ela respondeu depois de um silencio. – qualquer coisa vou estar no quarto do lado... basta gritar que eu apareço.. não hesite em chamar...
Eu aceno e a vejo caminhando ate a porta do quarto. Por certo instante eu penso que ela foi embora me deixando de novo sozinha, mas quando me dou conta, ela senta de novo na cama e volta para falar algo que talvez tenha esquecido. Que seja logo isso..
- Abby... – ela finalmente falou – eu não sei ao certo tudo o que aconteceu para que resultasse nisso. Não sei se alguém tem culpa, se foi desgaste.. mas eu precisava falar algo.
Ok.. so mais uma coisa para que ela finalmente saísse não iria me matar do coração e minha cabeça não iria explodir.
- Fala... – minha voz por mais uma vez deve ter soado um pouco grosseira. Então, me levantei de novo na cama e fiquei encarando-a.
- Bom.. – ela se ajeitou na cama e ficou sorrindo pra mim. – não sei se eu já comentei isso com você... mas lembra aquele dia que ele foi me deixar na rodoviária? Quando vocês ainda namoravam pela primeira vez?
Eu aceno e continuo acompanhando o que ela falava. Aonde ela queria chegar?
- Nós ficamos presos no engarrafamento.. eu ainda me lembro.. – ela ria e eu ficava cada vez mais confusa – eu liguei o som.. e estava tocando um CD seu.
E o que diabos isso tem a ver com o que eu estou passando agora?
- Talvez naquela noite eu tenha imaginado coisas.. tenha dito a eles coisas que nunca deveria ter dito... mas ele na hora não se importou com os meus comentários. Você tinha me dito que ele tinha te pedido em casamento.. lembra?
Pela primeira vez naquela confusão toda eu consegui sorrir a alguma recordação... será que a partir de agora eu teria mesmo que me conformar somente com essas recordações? Novamente aquela sensação de perda começou a bater em mim, porque diabos ela insistia em falar uma coisa dessas?
- Eu falei a ela.. ele sorriu ao saber que você se interessou. Foi então que ele me declarou – ela tocou no meu braço e eu tornei a me concentrar no que ela dizia – ele passava 23 horas no dia imaginando se tudo o que vocês tinham passado, tinham vivido, essa bagagem toda não seria prejudicial na relação de vocês. – eu engoli em seco e percebi que ela nunca havia me contado isso - O maior medo dele era que esses assuntos familiares acabassem destruindo tudo.. – ela mudou totalmente sua expressão e começou a ficar seria - mas ele dizia que quando chegava na ultima hora do dia, ele percebia que havia pensado em você o dia todo... e tinha algo em você que ele não conseguia viver sem, e era por tudo isso, apesar de tudo, ele sempre achava algo que o fazia ama-la. .
Eu fiquei perplexa escutando cada sílaba. Quantos anos se passaram e eu nunca soube disso? Naquele tempo de decisão e coragem. Coragem que eu não tive pra continuar. Por que eu nunca soube disso? As reações se misturavam e eu não sabia se sorria com aquilo ou chorava mais, por lembrar do quanto eu era feliz com ele. Ele me amava, me ama até hoje, eu tinha certeza.
Meu coração disparou mais percebendo tudo aquilo. Eu tentei resistir ao máximo mas não deu. Comecei a chorar tudo aquilo de novo. Eu não ia agüentar, eu sabia disso. Se eu pudesse, saia correndo agora mesmo atrás da burrada que eu fiz. Burrada, estupidez mesmo! Onde eu tava com a cabeça? Eu não posso viver sem esse cara que eu passei uma vida esperando...
Não posso? Será que eu não posso? Eu vivi isso até ele aparecer na minha vida... Bem, mas depois que ele apareceu, eu nunca mais consegui viver sem a presença dele. Bom, mas fui eu quem quis isso, algum motivo eu tinha. Talvez aquele sufoco estivesse fazendo mal a mim. mal a mim e a ele, enfim, a nossa relação como casal. Nada era o mesmo. Tínhamos problemas com Julie, com grana e com nossa vida de casal.
Mas nem tudo é perfeito... Bom, eu não sei. Só sei que esta feito. Mas de saber que está feito, o desespero bate em mim. Ah, não sei. Se que se eu parar pra pensar, enlouqueço.
- Obrigada por me contar...eu acho- eu disse para que ela pudesse ir e me deixasse com os meus pensamentos. Ela sorriu mais uma vez e se levantou, me dando um beijo na testa antes de sair. Beijo na testa... sempre adorava quando ele fazia isso comigo, acho que justamente por me sentir protegida, como se ele fosse um pai pra mim também.
- Coma alguma coisa - ela saiu apagando a luz.
Eu ouvi e voltei a posição inicial. Tentaria dormir agora para só voltar a sentir dor na manhã seguinte. E amanhã muita coisa podia mudar...
Fechei os meus olhos mas como era de se esperar nada de o sono vir. Eu estava cansada, precisando ficar "off" por um tempo, mas a cada minuto que passava eu ficava mais elétrica com tudo o que tinha acontecido nas ultimas horas passando na minha mente. Pensei em tomar algum remédio mas preferi deixar isso pra ultimo caso. Então me levantei da cama, coloquei uma chinela e fui me rastejando ate a cozinha para preparar algum chá.
Desci aquelas escadas e vi que ainda tinha tanta bagunça a arrumar. Tinha gente pra fazer a festa mas quando o assunto era por tudo em ordem todos corriam. Eu também estava pouco me importando com isso tudo. Acendi a luz da cozinha e abri o armário pegando um pacotinho de cha. Coloquei a água para ferver e me sento em frente ao fogão esperando que aquilo ficasse logo pronto. Olhei para os lados procurando o que fazer e lembrei que Carby ainda estava preso. Então me levantei e fui ate onde ele estava "libertando-o".
- Pronto... – passei a mão nele e me abaixei recebendo alguma lambida. Vi que ele também deveria estar se sentindo sozinho e decidi leva-lo pra dentro de casa.
Coloquei a água quente na xícara e fiquei esperando que ela tomasse algum gosto. Carby deitou no meu pé e recomecei a lembrar do momento que ele chegou em casa. A cara dele quando viu o cachorro... bom.. melhor esquecer disso por um instante.
Enquanto esperava alguns momentos repassavam pela minha mente. Quando achamos essa casa, o momento que descobrimos Julie... o nosso casamento.. eu não poderia ter tido uma vida melhor. Ele proporcionou tudo e muito mais do que alguém precisa pra ser feliz.
Dei um tempo e tirei a mão de cima da xícara, constatando a cor do chá. Como era de costume, fui a geladeira pra pegar gelo. Era daquela " chá quente? Nem morto!"
Ia colocando as pedras no chá, quando escuto passos na cozinha, as minhas costas. Eu rezo pra todos os santos, para que eles façam um milagre. Deixa ser ele, deixa.
- Chá gelado, Abby?- a voz familiar de Maggie me decepciona. Eu virei encarando-a tentando sorrir um pouco- coisa de família- ela puxou uma cadeira. Ok, talvez um pouco de conversa fosse bom pra me distrair e ter um pouco de sono.
- Quer? Sobrou um pouco...- eu ofereci e ela quis de imediato. Peguei mais um copo e pus gelo, dando a ela em seguida.
- Soltou o...- ela sempre se esquecia do nome dele.
- Carby...- eu completei e ela corriu, se lembrando- é, soltou ele?- eu acenei com a cabeça.
Ela sorriu e parecia nao se aguentar num assunto "ameno". Percebi que mais cedo ou mais tarde ela acabaria falando.
- Eu não quero te martirizar com isso- ela se desculpava antes mesmo de começar a falar. Talvez não tão tarde, cedo de mais eu diria- mas a gente precisa conversar sobre isso. Você tem que ia ao médico, não?
- Pra que? – perguntei mesmo sabendo a resposta que ela daria.
- Oras pra que? – ela largou a xícara de chá e bateu na mesa de leve – você quer ou não tirar essas duvida da cabeça?
- Querer eu quero.. – eu fiz o mesmo e ajeitei meu cabelo atrás da orelha - mas...
- Mas? – ela tornou a elevar a voz - Não tem nada de mas.. se tem duvida nada melhor que um exame de sangue.. e de preferência o mais breve possível...
- Amanha eu vejo isso.. – eu agarrei a xícara e ela se levantou da cadeira pegando a chave do carro.
- Nada de amanha.. – ela tirou a xícara da minha mão e eu me vi intimada - já que estamos as duas sem sono, vamos procurar um bom local pra se fazer isso..
Me assustei a principio com a sua reação. Mas quer saber? O que eu teria a perder fazendo isso?
- Eu estou cansada mãe.. – dei uma desculpa tentando desempolga-la – amanha eu prometo que vou fazer o bendito exame.. agora so acharia alguns hospitais abertos. E daqui que eu chegue em um.. já amanheceu..
- Ta certo.. – ela respirou e tornou a sentar – eu vou com você e depois nós pegamos Julie..
- Faremos tudo isso... – pensando em Julie pensei novamente em que desculpar inventar... talvez Maggie teria alguma idéia.. ou não.. – Mãe... – eu busquei seu conselho – o que eu vou falar pra minha filha?
- A verdade, Abby- essa foi a primeira reação, mas depois ela ficou pensativa- quer dizer, um pouco da verdade- eu a encarei seriamente e ela ficou a pensar mais um pouco- não, quer saber? Não fala nada, não- ela riu da própria reação indecisa.
- Também acho...- eu consegui sorrir totalmente pela primeira vez ali.
- Primeiro você tem que estabilizar a situação. Saber se você tá realmente grávida, se a separação é pra valer...- eu ia retrucar mais ela foi mais rápida- e não adianta falar nada. Agora vocês não sabem de nada, nenhum dos dois.Tão nervosos e magoados um com o outro. Só daqui a alguns dias vocês terão certeza do que querem..
- E do que não queremos...- eu completei, não deixando de dar meu parecer na história. Nossa, Maggie, a cada dia, me surpreendia mais. Eu poderia aprender muito mais do que eu pensava, com ela. A experiência traumática pelo menos rendeu bons frutos.
- Bom, vamos subir, vem- ela se levantou, colocando a xícara de ambas na pia- amanhã é outro dia...Tudo pode mudar, vai?- ela estava incrivelmente animadora. Eu esbocei um pequeno sorriso. Acho que pela primeira vez na vida e me sentia totalmente confortável e feliz na presença dela.
Esperei ela ir até perto da escada pra fechar a porta que dava para o jardim. Apaguei as luzes também e nós fomos subindo juntas, conversando ainda sobre a bagunça que estava minha casa.
Entrei novamente no meu quarto e tratei de tirar a colcha da cama. Ajeitei tudo e me vesti deitando novamente na cama. Tomara que o sono venha de uma vez. Fechei meus olhos sem sucesso e permaneci ali, pó um longo tempo idealizando o que faria nos próximas dias. Como será quando nos encontrarmos de novo? Será que Julie vai aceitar tudo numa boa?
Suspirei alto e me abracei ao seu travesseiro. Eu nunca que iria me acostumar a dormir sozinha de novo. Pela milésima vez naquela noite tudo ia e voltava a minha mente. Eu abria os olhos e percebia que o tempo passava rastejando, pensava em me levantar para arrumar algo mas a preguiça batia. Eu me abraçava cada vez mais ao seu travesseiro e pouco a pouco recomeçava a chorar. Eu sentia que a culpa de tudo aquilo estar acontecendo vinha puramente de mim. Eu poderia tê-lo impedido mas não o fiz. Eu e meu orgulho.
Tornei a encarar o relógio e vi que estava prestes a amanhecer. Hoje seria um dia cansativo, tinha tanto a fazer, tanto a dizer... fechei meus olhos mais uma vez e respirei fundo antes de finalmente conseguir cair no sono.
Continua..
