Capitulo Treze - Meras decisões ?
- Mary Anne! - chamou Remo, no final do corredor.
Ele estava saindo da biblioteca, e a garota aparentemente subia para a Torre da Grifinória.
Automaticamente, ela prendeu a respiração e fechou os olhos ao ouvi-lo chamar seu nome, mas fingiu não ter escutado, continuando a andar.
- Hey, espere! - Remo segurou seu braço, fazendo-a parar e encara-lo, enquanto abria um sorriso encantador - Olá!
Anne sentiu algo dentro de si estremecer, e tudo que conseguiu foi abrir um sorriso amarelo.
- Oi! - disse, numa exclamação.
- Quanto tempo não conversamos! Como você está?
- Tô bem, tá tudo bem, estou até um pouquinho atrasada, sabe, esqueci um livro no dormitório e preciso pegar antes do sinal... - respondeu ela, já fazendo menção de seguir seu caminho novamente.
- Mas já acabaram as aulas por hoje...
- É eu sei, mas eu preciso ir, a gente se fala depois...
- Anne - disse Remo, indo até ela e segurando seu braço pela segunda vez. - Porque foge de mim?
O garoto ainda sorria, divertido, embora aguardasse a resposta ansiosamente.
Estavam sozinhos no corredor, Mary Anne estava entre a parede de pedra e Remo.
- Não estou fugindo de você - murmurou, sem encara-lo. Ela mesma sabia que não estava sendo sincera.
- Está me evitando desde o começo do ano letivo - respondeu Remo.
Anne passou a encarar seus sapatos. Remo percebeu o pesar naquele silêncio, e ela não precisou dizer mais nada para ele entender o que se passava por trás daqueles olhos negros e agora tristonhos da garota. Ou melhor, o que ele achou que se passava.
- Não entendo porque está fazendo isso - começou ele, juntando coragem sabe-se lá de onde - Você nunca me escondeu o que pensava. Se eu soubesse que você iria ficar assim, eu não teria te beijado naquela viagem.
Remo terminou a frase, cada vez mais ansioso, mas tudo o que obteve foi o silencio da garota outra vez.
- Agora seria um bom momento pra você dizer alguma coisa, sabe.
Mais uma vez ela permanesceu em silêncio.
- Droga, Mary Anne! - disse ele, impaciente, apoiando uma mão na parede logo ao lado do rosto dela. - Não precisa me tratar como se eu fosse um completo estranho! Se você não quer ficar comigo, se não gostou de ter ficado, tudo bem, era só você me falar.
- É aí que está o problema, Remo - respondeu a loira, finalmente mirando-o. Remo ficou um pouco surpreso ao ver que algumas lágrimas brotavam nos olhos dela. - Você acha que eu não gostei de ter te beijado, muito pelo contrário, gostei até demais. Naquele beijo eu percebi como fui idiota em não ter reparado em você antes. Na verdade, gostei tanto daquele estúpido beijo que não consegui te tirar da cabeça até agora!
- Anne, porque está chorando? Se você gosta de mim do jeito que diz, e sabe que eu também gosto de você, o que estamos esperando?
- As coisas não são tão simples como você pensa... - respondeu ela, enxugando uma lágrima teimosa com as costas da mão - Você me envolveu de tal modo naquele beijo que eu não pude mais pensar em nada. E acabei esquecendo de algo muito importante pra mim. Acabei esquecendo que eu tenho uma amiga, uma amiga que gosta de você e sonha com um beijo seu há muito mais tempo que eu, entende? Ela viu essa pessoa maravilhosa que você é há muito tempo atrás, e eu não tenho o direito de chegar e tomar o lugar dela, porque eu fui tonta de só te enxergar agora, Remo!
Quem estava sem resposta agora era o próprio Remo, que olhava para a garota à sua frente um pouco perplexo.
- Eu gosto de você, mas vou ter que esquecer e frear esse sentimento antes que ele cresça, porque eu não quero perder a amizade da Julyanna, muito menos a sua, Remo... - terminou ela, agora não podendo mais conter as lágrimas. Soltou um suspiro triste, e continuou, num fio de voz: - Então eu acho melhor deixarmos as coisas como elas estavam, Remo. Esquecermos que aquele beijo aconteceu e continuarmos amigos. Perdoe-me, mas eu não vejo outra saída... Só isso.
Remo olhou para baixo, sentia a garota tão próxima de si, como se pudesse ouvir seu coração bater descompassado.
Desencostou o braço da parede e ficou parado na frente dela, mas quando finalmente encarou a garota, tinha os olhos um pouco frios e tristes, no entanto, decididos.
- Está certo Anne. Se você quer assim, não há nada que eu possa fazer, eu... Eu tentei, pelo menos. Não quero atrapalhar sua amizade com a Julyanna, e se você quer assim, posso até marcar um encontro com ela, não é com isso que ela sonha? Por mim tudo bem... Desculpe se eu me iludi demais achando que o caminho estivesse livre.
- É melhor assim, eu acho. Foi bom ter deixado as coisas claras, eu não queria que você pensasse que eu estava te ignorando...
- Tá tudo bem - Remo forçou um sorriso pálido, mesmo que por dentro seu coraçãoagora batia com a dor de uma decepção - Somos amigos ainda, certo?
- Certo. - sorriu Mary Anne.
Mal sabia ele que por dentro a garota estava no mesmo estado.
- Ok, então. Te vejo por aí, Anne.
Remo virou o corredor, o olhar cabisbaixo e tristonho, e saiu em direção à qualquer lugar onde suas pernas o levassem.
Anne deixou-se escorregar na parede, até sentar-se no chão. O coração em pedaços, por ter simplesmente acabado algo que nem mesmo havia começado direito.
-------/------
Era a ultima aula daquela quarta-feira, os alunos aguardavam ansiosamente, não havia um que não gostasse de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Alias, a professora também contribuía para esta opinião, pois era a mais jovem e mais divertida de todo o corpo docente de Hogwarts.
Alana Hannigan era alta com um corpo muito bonito, longos cabelos negros, cujo penteado ela gostava de mudar a cada semana, em uma estavam cacheados, na outra presos num coque, depois num rabo-de-cavalo, e assim ia. Seus olhos, porém, era o que chamava mais atenção: tinham uma coloração azul-arroxeada, característica bastante incomum até mesmo entre os bruxos. Tal característica ela herdara de sua família, conhecida por toda a Grã-bretanha como uma família de videntes. Alana, porém, não seguiu o mesmo destino de seus pais e avós, pois sabia que prever o futuro era um dom, e ao mesmo tempo uma praga. Preferiu seguir a carreira de professora em uma de suas matérias favoritas, e sem duvida, havia sido bem sucedida.
O dom da adivinhação ela evitava usando luvas de dragão pretas, pois com o simples toque de suas mãos em alguém, ela já poderia revelar bastante coisa do futuro de uma pessoa.
- E aí alunos! - cumprimentou ela, entrando na sala e depositando sua maleta sobre a mesa - Como foram as férias? Desculpem o atraso, estava resolvendo uns assuntos! Mas tudo bem, podemos começar? Peguem suas varinhas e, por favor, todos pro fundo da sala formando uma fila!
Com um aceno da própria varinha, a moça fez as carteiras desaparecerem, deixando no meio da sala um grande vazio, onde eles poderiam treinar os feitiços.
Ao passar ao lado de Sirius, ela cochichou algo sobre após o término da aula, no que o garoto concordou alegremente com a cabeça.
A aula correu tranqüila e animada, a professora relembrou os feitiços e azarações aprendidos até aquele ano, para depois começarem com as novidades. Infelizmente, o sinal bateu rápido até demais para os alunos, que estavam se divertindo muito.
Todos os alunos saíram, menos os Marotos.
- Saca só o que eu comprei - disse Alana, que pelo jeito, também aprontara muito em sua época de colégio, e fora colega de Andrômeda Black (que agora atendia pelo sobrenome Tonks), prima de Sirius. A professora tinha uma certa afinidade com eles justamente por isso - Sigam-me.
Os quatro saíram da sala com a professora, e tiveram que segui-la até fora do castelo, quando ela mostrou-lhes, encoberta por uma capa preta, o que parecia uma motocicleta.
E definitivamente, era mesmo.
- Estava guardando dinheiro há um bom tempo - disse Alana, sorrindo - Finalmente consegui comprar essa belezinha. Fala a verdade, não é o máximo?
Os marotos, sorrindo, foram examinar. Era uma motocicleta bastante grande, nova em folha, incrível. Os olhos de Sirius brilharam de excitação.
- Você vai deixar a gente dar uma volta, não vai Lana?
- Hahaha, depende! Não quero ter uma moto estragada antes mesmo de tê-la estreado! - riu a moça- To brincando, eu deixo vocês voarem uma vez sim, COMIGO dirigindo, ok? Mas teria que ser no próximo fim de semana em Hogsmeade, o diretor não ia deixar eu usa-la nos terrenos de Hogwarts. E também, ia parecer puxação de saco pro lado de vocês, não se esqueçam, eu sou uma professora.
- Tá certo, tá certo - concordou Sirius.
- Mas ela é realmente incrível, Alana - disse Tiago, que também adorara o novo veículo.
- É, como são os motores, a velocidade?
Estavam então, voltando para o castelo, comentando animados sobre a moto, até notarem que duas meninas os aguardavam no alto das escadas.Remo viu que era Mary Anne, e ao seu lado, Julyanna.
- Oi Remo! - disse a de óculos, sorrindo encantada, como sempre - Como você está?
Remotrocou um olhar com Anne, mas ele estava sério. E ela parecia se esforçar ao máximo para fingir que nada acontecera, e que não estava triste.
- Oi, July - cumprimentou ele, voltando-se para a garota e abrindo um grande sorriso. - Estou ótimo, e você?
Tiago, Sirius e Pedro haviam se afastado, deixando Remo conversando com a garota. Mary Anne decidiu que não queria ficar ali, ouvindo a conversa dos dois, e foi atrás dos outros amigos, que ainda estavam na companhia de Alana.
- Bom, eu os deixo por aqui meninos, tenho uns deveres pra corrigir. Não comentem com ninguém sobre meu presentinho, tá? Senão já viu né... - dizia ela, colocando as luvas de dragão.
- Professora, espera aí! - disse Anne, quando alcançou-os no corredor.
Alana por um momento pareceu surpresa e olhou Anne nos olhos, mas em seguida sorriu.
- Olá! Posso ajudar você, Ann?
- Sim, é sobre uns deveres - mentiu ela. Qualquer desculpa poderia ser plausível. - Vocês se importam se eu roubar a professora por uns momentos, meninos?
- Vá em frente - respondeu Sirius, sorrindo, se retirando com os outros dois.
Assim que eles sumiram pelo corredor, Alana e Anne foram até a sala da professora, no quarto andar.
- Você não está precisando de ajuda de verdade nos deveres, está, Anne? - disse a moça, quando fechou a porta de seu escritório.
- Hum, na verdade não, Alana... É que, bem, eu queria sair dali rápido, então pensei em falar contigo, fingir que precisava de algo, foi a primeira coisa que me passou na cabeça para poder sair e ter um motivo razoavel... Desculpa.
- Sair de onde?
- De perto do Remo e da Ju. - terminou ela, embaraçada.
- Ah, entendo. Não tem problema, Ann.
- Ok, então. Vou me retirar, professora, posso?
- Claro, claro. Ah, só uma coisa, antes de você ir.
Mary Anne já ia abrir a porta, mas virou-se.
- Anne, você tocou minha mão hoje, quando veio me chamar... Foi sem querer, eu estava pondo as luvas, mas naquele mínimo instante, eu pude ver um pouco de seu futuro, querida.
A loirinha pareceu cogitar por um segundo se gostaria de saber ou não, mas por fim, perguntou, receosa:
- Ah... Ah sim... E... E o que você viu?
- Não pude entender muita coisa, querida, a única certeza que tenho é que você se arrependerá muito em breve de uma decisão que fez recentemente. Não tenha medo em voltar atrás, o seu coração precisa que você perceba algo. E os outros irão entender, não se preocupe.
Alana em seguida abriu um sorriso, e tocou sua testa com o indicador, como um gesto para que Anne pensasse sobre isso. Mary Anne se retirou em seguida.
----------/---------
Remo sentou-se na ultima poltrona que faltava em frente a seus amigos. Já era noite, a sala comunal estava cheia, e ele passara o tempo todo até agora conversando e passeando com Julyanna pelo castelo.
Não era uma menina ruim, na verdade bastante inteligente e meiga, e estava longe de ser feia. Remo até poderia pensar no caso, mesmo sabendo que não era ela quem ele amava.
"Mas chega de pensar em Mary Anne, ela não quer nada comigo, e é assim que vai ser! Se ela quer que sejemos amigos, se ela quer que eu fique com a July, é isso que eu vou fazer oras. Não posso ficar sofrendo pro resto da vida. Quem sabe depois de um tempo, eu não me acostume com a Ju, e acabe gostando dela? É, é o que vou fazer."
- Aluado? ALUADO? - chamou Pedro, pela quarta vez.
- Ahn, o quê? Desculpa, falaram comigo?
- Caramba hein... Tá no mundo da lua. Literalmente. - brincou Sirius, fazendo os outros rirem.
- Desculpa, estava distraído.
- É, percebemos. Algo errado? - perguntou Tiago.
- Não, nada errado, Pontas. Na verdade, acho que agora está tudo certo. Com licença, eu tenho um convite a Hogsmeade a fazer para a Julyanna.
- Aeee, garanhãooo, vai lá! - Sirius disse, enquanto o amigo ficava todo embaraçado.
- Pára com isso, Almofadinhas - respondeu, antes de se afastar na direção da menina.
N/A: Oiiii keridos leitores e leitoras hihi poxa, nem pciso falar nda do quão abandonada tava essa fic neh, probleminhas técnicos pra variar /
Mas tudo bem, espero que agora eu esteja realmente de volta e a todo vapor! )
Por favor, perdoem a demora.
Espero que curtam o novo capitulo!
Beijossss a todos...
