----- Full Metal Alchemist é meu SIM e ninguém tasca

Supresos em me ver? Não? Sabia. Esta é minha primeira fanfiction, ficou uma porcaria, mas tudo bem. É sobre os homunculus (não tem nenhum yaoi ou Edward no meio, então se não gostou muda de página).

1648 – 09 – 06

Não sei ao certo o que eu fiz, para onde eu irei e por que isto está acontecendo. Só sei de uma coisa. Que descobri algum segredo que não deveria ser revelado a ninguém. Porém nem mesma eu sei direito qual é este segredo e por que tanto furor em me destruir. O mundo é estranho quando você sai de sua casa, não é como uma das missões na qual eu saía para executar as pessoas que ela mandava e logo voltava para o suposto lar. Bem, acho que eu sei o segredo. Não sou coisa, sou gente como Ele é.

Escrevo estas linhas tortas e sujas, escondida dos ex-companheiros que me procuram. Eles não concordam com o que eu falo, acham absurdo e que devemos aceitar o que somos: falhas ambulantes, seres sem alma e sem sonhos. Um homunculus. Porém, infelizmente, não consigo aceitar esta condição. A alma... será mesmo que eu, fruto de uma tentativa frustrada todavia com um sacrifício de uma pessoa que me considerava importante não tinha alma? Até onde eu sei, qualquer ser, mesmo uma árvore ou uma bactéria tem sua alma. Por que o Ser Divino que rege as leis da Vida não permitiria a mim isto? Qual pecado cometi para isto, ser criada talvez?

Os dois que brincam com nossos destinos são uma mulher de uns 90 anos chamada Dante e seu marido, o Hohenhime. Os quatro até hoje já criados estão sob custódia e a serviço deles. Os quatro já criados, sendo que metade são frutos de experiências do casal com a alquimia, seriam eu, cuja nomeação seria chamada e mais tarde abandonada, nestes montes alvos de neve, Revenge; o outro, que veio comigo para este mundo pela mesma pessoas e pelo mesmo momento, meu primo em tempos remotos, chamado por eles de uma fora grotesca e estranha. Estranhamente eu saí quase perfeita, e ele não permanece com seus aspectos físicos de antes. Ele virou um monstro, porém estranhamente a bondade e a inocência continuavam as mesmas desde nossa morte. Gluttony era como o chamavam. Os outros dois eram um garoto arrogante e nojento, sentindo dentro de si certa cólera para com o criador, Envy. O outro somente queria suas ambições, não visando muita coisa. O nome era Greed.

Desde que fugi da mansão que fica no subsolo da cidade Central, a vida mudou, como eu já disse. Gluttony se nega a sair pelo que eu vi. Talvez lembre de sua prima? Creio que não, mas inconscientemente acho que ele se lembra de seu passado. Como os outros dois se lembram. Como eu consegui me lembrar perfeitamente desde o dia da partida.

Certo dia, eu, Envy e Greed estávamos, como de costume, realizando um dos inúmeros serviços dados pelos dois para dominação do exército e dos alquimistas do Estado. Um dos planos de Dante é dominação total do exército com um novo homunculus que ela andava tentando criar, porém ao que parecia não andava indo muito certo, então acho que ainda vai demorar alguns bons anos para o plano concluir. Porém, o que são muitos anos para os humanos, são minutos para nós.

A missão era simples, derrotar alguns Alquimistas do Laboratório 3 para a coleta de algumas pesquisas. Os laboratórios naquele tempo eram escondidos do povo pela Igreja Anglicana, então devíamos agir com silêncio e frieza. Encontrávamos no grande portão de ferro que guardava ele do mundo lá fora. Envy deu seu sorriso sarcástico, pronto para mais um dia de matança.

-"Mais um dia, hun?" – dizia ele, quase cantarolando de tanta alegria em tirar vidas.

-"É... mais um dos muitos" – resmungou Greed, se aproximando da parede, fazendo uma pequena abertura com os punhos em uma das precárias tubulações medievais da época. Pulamos e andamos por entre os salões, até chegar à sala onde haviam alguns alquimistas e um major, este irmão do Bispo da região, com um bom status.

-"Quem vai matar quem aqui?" – riu baixinho Envy, apontando para o Major-" Fico com ele, vocês enfrentam o resto dos alquimistas. Acho que militares comuns aqui são 60 do total, então não vai ter problema nenhum"

-"Eu fico com os de uniforme preto, você fica com os de uniforme azul Greed" – Disse eu, fechando o punho e encarando um dos grandões de uniforme escuro.

-"Você fica comos do país vizinho que eu fico com os desse país mesmo... lástima" - resmungou ele, querendo mais que Dante e seus objetivos se lascassem.

Num estrondo, pulamos, invadindo o salão. Espadas foram desembainhadas e avançaram contra nossa carne, quebrando-se na pele de Greed e atravessando a carne de Envy e a minha, porém não adiantando nada. Alguns tiros de primitivas carabinas roçavam em nossas peles mortas, como se fossem simples gotas de chuva em um dia de tempestade, de uma maneira gostosa e suave. Com um toque, congelava cada ser que ousasse me tocar naquele momento. Sim, como a vingança é gelada, eu posso controlar o gelo e a temperatura de cada corpo com a minha vontade somente. Poderia congelar uma pessoa até o 0 Kelvin, o Zero Absoluto, tornando a matéria uma luz fria, estranha e bonita. Entretanto, normalmente usava uma temperatura de -170 °C, que já congelava perfeitamente o corpo de um humano sem segundos.

Cristais se quebravam a cada golpe meu, e em um pequeno espaço de segundo avancei contra os soldados, indo em direção à biblioteca, onde poderia ter algo que agradasse à Mestra. Quase total escuridão, iluminado somente com algumas velas, pude ver um homem escondido em um canto, segurando algo. Fechei meu punho, que logo ficara azulado, pronto para o golpe de misericórdia.

Olhei bem eu seus olhos antes de tudo. Era algo que me fazia sentir viva, matar humanos, sugar cada sopro de vida em seus corpos fétidos. As feições de terror em seu rosto me fizeram sorrir. As pupilas cor de mel boiando em uma pequena poça avermelhada de lágrimas. Os dentes rangiam e acompanhavam a cada movimento dos meus músculos. Num movimento não previsto por ele, o objeto que segurava com tanto ardor caiu. Era um pequeno desenho sujo e talvez feito por algum dos artistas que viviam a mendigar na cidade um retrato por um prato de comida. Entretanto, via-se uma família feliz na foto. O homem que estava aos meus pés, uma mulher de olhos supostamente claros e uma pequena menina de sorriso inocente. Ouvi as preces do homem. Como se algo viesse à minha mente, lembrei-me de um homem comum como ele, sem defesa nenhuma, fazendo as mesmas preces, porém a favor de mim. Este homem na minha memória era meu pai, foi então que todo o resto fez sentido e foi quando eu me lembrei de tudo, como se fossem enfiados todos os momentos na minha cabeça ao mesmo tempo. Senti-me tonta como nunca senti e caí no chão, desmaiada.

Acordei já na Mansão, com o homem alto chamado Hohenhime ao meu lado. Ele parecia surpreso ao me ver, o estranho era que ele me via todos os dias. Envy ficara no outro canto da sala, querendo aproximar-se porém não realizando tal coisa por nojo do homem que ficava próximo a mim. Hohenhime arqueava a sobrancelha a cada movimento meu.

-"O que ocorreu para que você desmaiasse?" – perguntou ele, com uma voz rouca e estranha.

-"Ele sabia alquimia como poucos, senhor" – disse eu, encolhendo-me na cama dura e fria, lembrando-me perfeitamente do que passara alguns anos atrás.

-"Pelo que Envy reportou à Dante, não me parecia, o que aconteceu para que algo como você desmaiasse sem sinais de luta?"

-"Eu não sei..." –choraminguei, com lágrimas correndo no canto dos olhos. Hohenhime simplesmente se retirou, pensativo. Envy aproximou-se de mim e colocou a mão em meu ombro, tentando me confortar, olhando bem fundo em meus olhos.

-"O que você viu? Não pode ser verdade que ele tenha feito você desmaiar, o que aconteceu?"

-"Bem..." – sussurrei, sentindo-me mais segura perto dele que de Hohenhime- "Você pode achar bobagem, mas... eu consegui me lembrar da minha vida antes de ser homunculus"

-"...Você sabe que não somos humanos, que não temos alma, portanto não somos quem nos originou, certo?"

-"Pois eu acho que há algo mais do que uma mente e um monte de carne aqui" – apontei para mim mesma, me levantando e vestindo minha roupa. Envy fez um sinal de negativo com a cabeça.

-"Se eu pudesse fugir daqui, já teria o feito tempos antes de você vir pra cá" –disse ele, se levantando junto comigo e mostrando um leve ar de preocupação com a minha pessoa.

Sorri:

-"Isso já mostra que você também é provido disto que chamam de alma, Envy. Você tem sentimentos"

-"...Revenge, você sabe que, se você fugir, eu terei de caçá-la, certo?" – disse ele, segurando algumas lágrimas.

-"Do mesmo modo que você caçava quando era vivo, quero me cace depois da minha fuga"

-"... Prefiro não acreditar em suas palavras sobre as coisas, mas... boa sorte" – disse ele, não segurando mais os sentimentos que sentia por isso, abraçando-me com ternura e carinho que eu nunca tinha visto antes. Senti algo cair nas minhas costas. Lágrimas.

-"Eu gosto de você também, Envy" –disse eu, corada, ficando um longo tempo no abraço daquele único amigo que tinha. Quando ouvi alguns ruídos ele me soltou e deixou que eu fosse.

-"Vai lembrar-se de mim caso nunca mais nos encontremos, Revenge?"

-"Claro" – sorri, indo até o quarto da mansão onde estava meu primo, Gluttony. Ele não se movia e nem se mexia, mas percebia-se que logo estaria bem, após algumas pedras vermelhas e tratamento. Fiquei próxima a ele e segurei sua mão, cantando uma pequena canção que, lembrava eu, costumava a cantar cada vez que lê, ainda bebê, chorava pela falta da mãe já falecida. Sempre que ouvia isto ele se acalmava, estranhamente..

Se um dia fores embora
Te amarei bem mais do que esta hora
Me lembrarei de tudo que eu não disse
E de quando havia tudo que existe
Quando choramos abraçados
E caminhamos lado a lado
Por favor amor me acredite
Não há palavras para explicar o que eu sinto

Mesmo que tenhamos planejado
Um caminho diferente
Tenho mais do que eu preciso
Estar contigo é o bastante
Certas coisas de todo dia
Nos trazem a alegria
De caminhamos juntos lado a lado por amor
E quando eu for embora
Não, não chore por mim.

Despedi-me e saí. No jardim, vi Greed me observar, mas nada falei e continuei meu caminho por entre as árvores da floresta, vendo que o Mundo era bem mais que imaginava.

Até onde eu sei, Greed foi selado por mau-comportamento e por querer ambições maiores que as de Dante. Envy continuou a obedecê-los, porém sempre com seu velho sentimento de inveja e cólera. Uma vez, escondendo de Dante e suas quimeras criadas para me perseguir, vi Envy, suspirando e cantarolando alguma canção triste. Felizmente ele não me viu e pude fugir, terminando aqui, escrevendo pela primeira vez o que eu vi e o que eu puder trazer para me ajudar a saber que coisa estranha é essa em mim que não pode ser alma. Mesmo com as perseguições de alquimistas de Estado e quimeras contra mim, acho que posso fundar algum pequeno vilarejo escondido dos olhos curiosos e começar a minha vida como se fosse uma pessoa normal. Já encontrei uma casa medieval velha abandonada no sopé de uma montanha que me parece cheia de ouro. Só falta arrumá-la.

Primeiro capítulo TERMINADO. Eu posto outros, se eu conseguir aprender a mexer nisso x.x'' O segundo não é página de diário (ufa) e se passa dois anos após o Ed e o Al terem se separado no anime, então eu vou colocar o único homunculus que eu sei que sobreviveu que foi o Wrath. E a música lá em cima é "Música Ambiente" de Legião Urbana. Cruj cruj cruj FUI! xD