cap. # 4

Enquanto Amy lia, ou melhor, fingia ler, aproveitava para recapitular os acontecimentos daquele dia, e não podia deixar de sorrir ao lembrar da cara de Sirius, quando o deixara havia poucos minutos atrás sozinho no corredor da masmorra. Sem fôlego, surpreso e agora mais do que nunca, morto de desejo (se não de indignação) ela tinha certeza. Foi nessa mesma hora que as portas se abriram, e qual foi a sua surpresa quando viu um Sirius de punhos serrados e a respiração ofegante irromper na sala. Os olhos azuis com um brilho maldoso.

Estava decidido, tinha que fazê-lo. Essa garota não podia dar a sentença final, beijá-lo subitamente daquela maneira parca para depois abandoná-lo num corredor úmido e mal iluminado. Agora que ela mostrara do que era capaz; era a vez dele mostrar por que estava ali e por que se chamava Sirius Black.

A garota estava sentada em uma poltrona lendo o seu "precioso" livro, fora ela o salão estava vazio, mas Sirius estava muito ocupado tentando se conter para reparar.

"Black!" A principio Amy parecia surpresa ao vê-lo, mas logo retomou seu ar sedutor. "Já estava demorando..." dizendo isso fechou o livro e levantou-se, caminhou lentamente em direção a ele, os olhos cor de âmbar brilhando ao reflexo dos olhos dele, louco de fúria e ódio contido. "Amy" foi tudo o que proferiu antes de colá-la contra seu corpo e procurar avidamente por sua boca. Mas antes que conseguisse alguma coisa ela segurou seu rosto com uma força que nem ao menos imaginava possuir. Forçou-o a encará-la nos olhos, encostou a testa na dele e sussurrou com os lábios roçando nos dele provocantemente "Não precisamos agir como animais..." deu seu típico sorrisinho vitorioso e sarcástico enquanto enlaçava o pescoço dele e afundava as mãos em seus cabelos para afagá-lo sensualmente. E então, novamente o Beijo. Esse com muito mais fome e desejo, muito mais completo do que o anterior. Um beijo magnífico.

Aquela garota era maluca ou o quê? Primeiro negava toda e qualquer aproximação, depois quando finalmente saíam juntos fingia total desinteresse e quando Sirius achava que estava tudo perdido ela o beijava dessa maneira insinuante como se dissesse "Bem, alguém tinha que tomar a iniciativa." E agora, depois de deixá-lo cheio de esperança e quase frustrá-lo novamente, dava essa deixa e se refugiava no salão comunal. Ah não, agora ele não iria deixar barato! Estava perturbado de mais para deixar passar.

A princípio, Amy não esperava por uma reação tão passional, mas essa reação poderia lhe ser muito útil. Era hora de jogar pesado, hora de partir para o ataque. E assim que aqueles ávidos beijos terminaram e o salão começou a encher, fazendo Sirius ir embora, ela o tinha na palma da mão, e sabia disso. Mas não contava com o fato de ele a deixar sem fôlego, não cogitava a possibilidade de que fosse se apaixonar também...