Capítulo #2


N/A: Certo, aqui está mais um capítulo. Esse eu particularmente não gostei muito. Acho que não consegui transmitir corretamente as coisas por palavras. Em todo o caso espero que vocês gostem pq ele me deu um trabalho pra escrever...rs ah e só pra não perder o habito, comentem viu!!

CatástrofeMental

Gina encontrou-se novamente deitada em sua cama de dossel alto e cortinas de veludo negro, dentro do quarto mofado onde as partículas de poeira eram visíveis agora que a cortina estava aberta, flutuando lentamente em movimentos circulares, brincando à parca luz do Sol que conseguia entrar através da janela.

"É melhor você descansar hoje. Vou avisar aos outros para não te incomodarem".Molly dissera.

"Meus irmãos, eles sabem de alguma coisa?" ela perguntou de supetão. Sentindo uma dor terrível no peito só de imaginar qual poderia ser a resposta. "Talvez Gui ou Carlinhos se lembrem de alguma coisa. Mas nunca contamos nada a eles..."

Então seus irmãos permaneciam como ela estava há dez minutos atrás.

Dançando no escuro. Sendo completamente iludidos pela idéia de família completa, perfeita e feliz.

Às vezes ela achava injusto, mas não queria que eles soubessem dessa vergonha que ela sentia, por simplesmente não fazer parte de nada. Pelo menos dessa maneira eles a tratariam com igualdade, como uma irmã. Dessa forma, e somente assim (pelo menos aos olhos dos outros) ela seria realmente uma Weasley.

Só não tinha mais forças para afirmar isso com convicção. Não tinha mais a certeza cega da ignorância para gritar isso diante do mundo inteiro a plenos pulmões.

Agora ela tinha a certeza do que não era, mas o que ela era afinal? Sentia que, de uma certa forma, havia perdido sua identidade.

E não fazia idéia do que teria que fazer para encontrá-la de volta.


Gina estava num estado de torpor. Inerte a qualquer coisa que acontecesse ao seu redor. Imóvel, deitada na cama com o olhar perdido e sem brilho, apenas observando o movimento do Sol através da órbita terrestre, que já estava prestes a se pôr.

Como Molly lhe prometera, ninguém veio para lhe incomodar e ela passou o dia inteiro trancada dentro do quarto.

Não derramou uma única lágrima. Não haveria porque fazê-lo. A dor ultrapassava essa reação mundana e inútil. E para completar, agora tudo o que tinha era reação nenhuma. Já não pensava mais, não cogitava idéia nenhuma, apenas existia, respirava, estava praticamente num estado vegetativo.

Num meio brumoso e devastado que era agora a sua mente ela sentia uma dor profunda, mas que podia ser justificável. Porque de alguma maneira, graças aos antes tão odiados sonhos, isso se ela pudesse confiar neles, sabia que seu pai não a havia abandonado sem um bom motivo. Isso servia de consolo...

Ele a amava, cuidava dela sempre.E por causa desse amor, ele queria lhe trazer uma vida melhor.

Ela lembrava-se dele prometer que voltaria.

Sorriu tristonha. Por mais que tivesse consciência de tudo isso, todos os atos de sacrifício em nome dela, não podia evitar sentir um grande vazio dentro de si.

E mágoa. Mágoa por todos a deixarem para trás, por a abandonarem, por ser sempre a última. Mágoa essa, que não tardaria para se transformar em ódio e ressentimento.

Aquele cansaço que sentira logo de manhã era uma prévia do que ela passou a sentir por todo aquele dia. Sem fome, sem sono, sem vontade ou desejo pela vida que levava.

Apenas cansaço. Um peso de toneladas sobre cada osso, fazendo pressão em cada músculo, em cada nervo. O coração fraco e comprimido contra o peito.

Deixou escapar um suspiro pesado. E continuou fitando o teto, sem focar absolutamente nada com a visão.

(Ficou lá, assim quase morta, por horas a fio.)


Estava absorta em sua falta de pensamento quando uma batida na porta a trouxe de volta.

"Gina?" Era Hermione, trancada do lado de fora. Parecia preocupada.

Se Gina tivesse ainda algum resquício de juízo ou preocupação, teria se perguntado aflita se Hermione desconfiava de alguma cosia. Afinal ela era uma bruxa muito inteligente.

Há! Isso para não dizer esperta, e enxerida às vezes.

Sim, Gina estava com raiva, com muita raiva na verdade, aparentemente, esse parecia ser o único sentimento real e passional que sobrevivera a devastação dentro dela. E no estado em que estava, chutou tudo para o alto e mandou aquela aflição idiota para o inferno.

Levantou-se da cama com os músculos e mandíbula contraídos. Andou até a porta com passos pesados e, por mais que tivesse uma vontade mortal de escancarar a porta e gritar para que Mione fosse embora, ela se controlou e ao invés disso, abriu uma pequena fresta e enfiou a cabeça para fora.

"O quê?" perguntou áspera. "Sua mãe está chamando para jantar." Ela disse parecendo magoada com a rispidez de Gina.

Essa era boa! não tinha sido Molly que disse para ela não ser incomodada? Bem, agora Molly é quem estava incomodando.

Irônico, simplesmente irônico!

"Diga que eu já vou descer." E bateu a porta sem olhar sequer uma vez para Hermione.

Gina não tratava seus amigos assim, mas ela tinha tanta raiva e frustração dentro dela, que de repente não pode conter mais.

Era como uma represa transbordando, não havia nada que pudesse fazer a não ser esperar toda a água escorrer. E depois correr para tentar consertar os estragos (e procurar por sobreviventes) que definitivamente seriam devastadores.

Essa comparação trouxe o medo de volta ao mundo de Gina. Medo de que machucasse seus amigos por causa de problemas que eram seus apenas. Problemas que ela tinha que resolver. Nessa hora teve medo de os perder para sempre.

E gradativamente ela foi recuperando a razão. Lembrando-se de cada momento em que Rony fizera um escândalo por causa das roupas que ela usava, com quem saía e o que dizia e fazia. Lembrou-se dos gêmeos que foram sempre tão atenciosos com ela. Arthur e Molly que a criaram tão amavelmente. Harry, o garoto por quem ela sentira um amor de adolescente, o garoto que selaria o destino da comunidade mágica. Mione sempre disposta a ajudar e com cujo acabara de gritar...

Sentiu-se arrependida. Mas sabia que não poderia evitar. Esses sentimentos de ódio iam e vinham, e cedo ou tarde ela ia causar um mal irreparável em todos os que amava. E isso era a única coisa que não queria agora. Passar a mesma mágoa que sentia para eles. Ela preferia guardar para si mesma, ocupar-se com alguma coisa. Ficar distante para que não pudesse antingi-los.

Ficar distante...Talvez fosse essa a resposta para seus problemas...

(Desceu as escadas, bem mais relaxada. Havia agora apenas uma única preocupação em mente. E ela iria se livrar disso, logo após o jantar. Quando fosse falar com Molly e Arthur em particular).


N/A2: Certo, ok...esse capítulo fez a fic patinar um pouco na confusão mental da Gina. A partir do próximo um pouco mais de ação (eu espero, pelo menos). Afinal, o que há na cabeça de Gina? Que preocupação seria essa? Será que ela vai conseguir o que queria? Vejam no próximo capitulo (assim q eu escrever e postar é claro. : p) E comentem!!! É muito importante pra mim saber o que vcs estão achando, e me estimula a escrever mais!!! Obrigada a todos os e-mais e a esses dois lindos comentários q me deram de verdade msm. vou guardar no fundo do meu coração (rs) e vamos lá pessoal, ainda tem mto espaço pra vcs comentarem tbm!