Capítulo 6
N/A: Santo Merlin! Faz um século ou o que q eu n atualizo? Aix...Bom, primeiramente eu gostaria de pedir desculpas...de novo. Mas hei! Logo estarei postando o próximo capítulo! Pelo menos a espera valeu a pena, certo?
Certo?
Hm...por favor não me abandonem!
Ruby e o caminho para a perdição/ Onda de Azar
Numa rua antes movimentada, agora totalmente deserta de Londres era possível escutar entre os roncos barulhentos dos carros no asfalto, passos solitários, porém barulhentos fazendo apressados, o caminho para a estação mais próxima...
Ela corria o mais rápido que suas pernas magrelas permitiam enquanto o céu desabava sobre sua cabeça, encharcando seu cabelo vermelho e toda a roupa recém passada que vestia também. Por sorte, o resto de sua bagagem estava segura e protegida dentro da mochila mágica que comprara poucos dias antes. Fora realmente um golpe de sorte ter encontrado aquela mochila por um preço assim tão acessível, e sem mencionar que era a ultima do estoque também.
Mas Gina não tivera tanta sorte assim se mencionasse o imaculado artefato trouxa, com a precisão do tempo e possuidor da função de despertar seus donos de um sono profundo, mas que por um acaso qualquer ou intervenção divina, simplesmente decidiu abdicar de seu nobre cargo, exatamente naquele dia, como se fosse uma espécie de feriado. Ou em outras palavras, o maldito despertador que decidira pifar exatamente no dia em que ela não poderia se atrasar de maneira nenhuma. O fatídico dia da viagem, quando deixava tudo o que conhecia para trás e ia a procura de algo do qual ela deveria conhecer a muito tempo.
O dia em que ela saiu correndo de Grimaud Place nº 12 sem nem ao menos se despedir de Harry, que dirá do resto dos habitantes daquela casa... Arthur ainda dormia quando ela partiu. Embora estivesse indo rumo a algo desconhecido e não soubesse quando voltaria, Gina não teve coragem de despert�-lo, era a primeira vez que ele pegava no sono em um mês. E também, ela já estava atrasada de qualquer forma. Contentou-se em deixar uma carta de despedida. Abraçou Molly, pediu que mantivesse o segredo da adoção, dessa vez explicitamente e desapareceu na bruma matinal do verão.
Esse deveria ter sido o dia em que ela chegaria alegremente e transbordando de ansiedade ao seu destino, mas no qual chegava totalmente encharcada, atrasada e confusa na estação King's Cross.
E como que para dar um toque saudoso em sua chegada, algumas lembranças surgiam discretamente, por de trás de seus olhos chocolate. Durante cinco anos, senão mais, ela esteve de passagem por aquele lugar. Fosse para ir para Hogwarts, fosse para ver seus irmãos atravessarem a barreira. Havia sempre um dia do ano em que ela visitava a estação, todos os anos. E este costumava ser primeiro de setembro, o começo do período escolar bruxo, quando o lugar se enchia de malas enormes, corujas, bruxos e bruxas disfarçados (ainda que precariamente) e seus filhos, de primeiranistas assustados a veteranos intimidantes.
Corvinal, Lufa-lufa, Grifinória e Sonserina. Barulho em todos os cantos, risos abraços e alegria, reencontro de velhos e novos amigos.
Mas agora ela estava sozinha. E não ia para Hogwarts. Não atravessaria a barreira, pois não era primeiro de setembro. Sendo assim, essa era a primeira vez que estaria usando a parte trouxa da estação e como é de se imaginar, estava totalmente perdida.
Por sorte, Hermione escreveu um bilhete com instruções para ajud�-la. Por azar, Gina desatenta e atrasada enfiara o bilhete no bolso do casaco de qualquer modo. Esquecera o guarda-chuva. E agora era apenas papel, manchas e água. Literalmente sem nenhuma utilidade. Tudo bem, pensou ainda ofegante, a esperança é a ultima que morre.
Iniciou-se então um processo trabalhoso para tentar decifrar o que sobrara do bilhete e finalmente conseguir pegar o trem correto. Gina olhava aturdida de um lado para o outro e então de volta para o pequeno pedaço de pergaminho com as instruções que Hermione lhe passara. A tinta estava toda borrada por causa da chuva, tornando a tarefa de lê-lo trocentas mil vezes mais difícil. A ruiva então respirou fundo e concentrou-se ao máximo para ver se pelo menos assim conseguia discernir alguma palavra de toda aquela confusão. Infelizmente, após dez minutos observando aquela papa (que antes fora o pergaminho da salvação) se desmanchar em suas mãos, concluiu que não estava fazendo lá um grande progresso. Eà medida que sua paciência se esgotava ela, inconscientemente, avançava alguns passos adiante, ainda absorta nas manchas de tinta como se estas pudessem lhe indicar o caminho. Desprevenida e distraidamente parando no meio do que poderia se considerar um corredor movimentado.
E foi assim, desprevenida que ela foi derrubada por um viajante que passava apressado. Os dois trombaram de forma fenomenal e foram lançados diretamente para o chão. Gina caiu sentada e por sorte, conseguiu proteger-se, ainda que parcamente, com as mãos que foram amparadas pelos restos do pergaminho, agora definitivamente esmagado.
- Ei, cuidado! Exclamou a pequena e irritadiça Gina.
- Ai, me desculpaé que eu tava tão apressada. Nem olhei por onde ia. Desculpou-se atrapalhadamente o viajante. Ou melhor, a viajante. – Sinto muito. Você está bem? A garota perguntou parecendo preocupada.
- Se tirar o fato de que minhas pernas doem, estou totalmente encharcada, literalmente congelando e completamente perdida, está tudo ótimo! Disse Gina, num tom ainda um tanto quanto hostil.
É a primeira vez que vem aqui? Perguntou a morena com uma cara divertida.
Gina apenas bufou em resposta enquanto a garota lhe ajudava a se levantar. Não, essa não era a primeira vez que ela entrava em King's Cross, mas o que ela poderia ter dito afinal? Que essa era a milionésima vez que entrava ali e que na verdade era uma bruxa e sempre utilizou a plataforma nove e ¾, mas nunca havia experimentado a parte trouxa e por isso não fazia idéia do que tinha que fazer? Bem, era uma alternativa...E era a verdade também. De fato, ela teria mesmo dito isso se a garota sorridente diante de si não desse tantos indícios de ser absolutamente trouxa e ignorante em relação ao mundo mágico. A começar pelas roupas que ela estava usando, que consistiam em um sobretudo caramelo cobrindo uma camisa vermelha, um cachecol com padrão xadrez e um jeans surrado. Botas de cano curto também na cor caramelo completavam os ares de jovem trouxa. Outro detalhe básico era o tamanho da mochila que carregava nas costas, certamente que se fosse bruxa teria, ao menos encantado a mochila para que ficasse menor (e mais leve).
- Para onde você pretende ir? A morena com olhos de um azul extremamente escuro lhe perguntou insistentemente.
- Rússia. Grunhiu a ruiva em resposta.
- O que disse? A garota trouxa perguntou polidamente. Será possível que a menina não iria deix�-la em paz? Incomodada, Gina pigarreou.
- Itália. Respondeu secamente. – Eu quero conhecer a Sicília antes de morrer, sabe? Disse Gina, sarcasticamente é claro. Mas ao contrário de suas suposições a morena pareceu não se ofender, e sim levar essa colocação a sério; o sorriso alargando-se mais ainda, numa forma demente de alegria.
- Agora isso sim é uma tremenda coincidência! Disse a garota toda animada. – Vem comigo! Gritou e sem cerimônias a jovem trouxa pegou Gina pelo pulso e literalmente arrastou-a para dentro do trem mais próximo, contra os protestos da própria. Em poucos segundos o trem entrava em movimento. O apito soando estridente e Gina entrando numa fria. Por quê Merlin, de todos os lugares do mundo ela tinha que mencionar exatamente o mesmo que aquela louca desvairada do qual ela nem sequer sabia o nome pretendia ir?
- A propósito, meu nome é Ruby. Ruby Rushmore. Disse a trouxa, após recuperar o fôlego com toda a calma e cortesia que se espera de uma pessoa da qual você acaba de conhecer. O que significa que, tirando o fato de que todo o planejamento de Gina ter ido por água abaixo graças a Ruby, a louca desvairada, ela até que poderia ser uma pessoal legal. – Ah, e não se preocupe com a sua passagem, eu dou um jeito nisso. - Ruby piscou um dos olhos astutamente. – Enquanto isso, você poderia procurar uma cabine para nós? Pediu a morena, de maneira arrogante. E enquanto se afastava pelo corredor, Gina imaginava todos os possíveis tipos de mortes lentas e dolorosas que Ruby poderia vir a sofrer.
