Nós somos da cobertura especial sobre o concurso da Bahia e estamos aqui no hospital Miguel Adão em Salvador para falar sobre o atentado ao participante número 23, o representante do conhecido grupo shikon no tama, do Japão. O rapaz foi baleado nessa madrugada...
Enquanto a repórter dava os detalhes por fora, Miroku estava deitado na cama atrás jogando um daqueles games MADE IN TAIWAN que Sango havia deixado lá para distraí-lo. É lógico que ele imaginava que Sango estava em casa ou no supermercado comprando mais carne para ele comer bife quando recebesse alta... Credo bife de novo? Será que Sango nunca se tocaria que ele gostava mesmo é do bom e velho hambúrguer com batatas fritas?
então vamos conversar com a vitima- disse a jornalista- Miroku, como você se sente?
sem um rim e só com 70 do meu intestino u.u
estamos falando de maneira profissional, acha que isso foi um atentado para eliminar os concorrentes?
Não o.o
e por que não?
Porque se fizessem isso, fariam direito e atirariam no meu peito logo!
Não passou pela sua cabeça que isso pode ser uma ameaça de morte? Você não tem medo?
Eu não...
Nossa como você é corajoso- interrompeu a moça- no seu lugar eu estaria me matando de medo só de imaginar que um maníaco estaria tentando acabar comigo
Bem O.o ...
é esse o espírito da coisa... corajoso até o fim, que pode ser mais um tiro no seu peito vindo da sacada do seu apartamento!
Mas...
Aqui é Julia para o canal mundo!
O.o "Onde Sango foi arranjar essa figura?" - foi o que pensou Miroku
Já no bar onde Sango se encontrava frente a frente com Naraku, as coisas pareciam bem menos descontraídas.
Seu filho?- perguntou Naraku- está nos seus braços
Não se faça de bobo.- disse Sango- você sabe que eu estou falando de Kohaku.
Ah, você está falando do nosso filho?
Onde está ele?
Não importa.- disse Naraku- legalmente ele é só meu.
O que não me importa é o que o juizado decidiu... Importa-me com a saúde dele!
Ora, mas se você quer vê-lo podemos fazer um trato.
Trato Naraku?
Aumentamos a aposta.- disse ele confiante como se tivesse ensaiado.
O QUE?
Simples, se vocês vencerem eu entrego Kohaku aos seus cuidados, devolvo os participantes, e ainda deixo vocês ficarem com a jóia.
E se... e se perdermos?
se perderem, a jóia fica comigo, os seus amigos morrem , e você
e eu?
você volta para mim.
SURTOU?
é uma boa aposta. Pense terá o kohaku de qualquer forma ao seu lado.
Tudo bem, tudo bem. Mas não quero que Miroku saiba disso. – disse Sango- também quero que pare de atirar nele! Que pare de invadir meu apartamento,
eu ainda não pus os pés para dentro daquele imóvel.
E isso vale também para Kagura, Kanna e todo o resto do povo.
Quanto a isso, conversamos depois.
ta, então eu to indo embora. Mas espero que cumpra com a sua parte do contrato.
você conhece minha palavra.
dias se passaram até que Miroku finalmente recebesse alta e pegasse um táxi para ir pra casa, pq como Sango avisou por telefone depois que soube que ele ficaria mais tempo no hospital, ela não voltaria para buscá-lo.
Sango? Chegei!- disse ele- onde está você?
Na cozinha- disse Sango.
Miroku entrou na cozinha sentindo um cheiro delicioso de batata frita. E não deu outra lá estava Sango fazendo seu prato preferido.
batata frita!- disse Sango, como o concurso é amanha, achei que te mimar não faria tão mau assim.
Acertou- disse Miroku beijando o rosto de Sango.- onde está Johan?
ele esta dormindo- disse Sango colocando a batata na mesa
ah ta.
Miroku, o que você acha de mais um filho?
ah num sei... perae, isso não quer dizer que você está, grávida?
Não, não.- disse Sango que continuava a limpar a cozinha- claro que não.
Ahhhh aquilo ali é o dvd daquele filme?
Acho que é O.o- disse Sango
Vamos ver? Tava doido pra ver esse filme... não deu pra ir lá no Japão... Nem sabia que tinha estreado aqui.
o Inu trouxe dos estados unidos quando ele foi mês passado.
Vamos ver?
pode ir indo, leva as batatas também- disse Sango- eu vo fazer pipoca.
ta, pega aquele bagaço ali também- disse ele apontando para uma camisinha no balcão e indo para a sala
ai.- suspirou Sango, enquanto ela pegava a pipoca de microondas no armário
Assim o casal assistiu ao filme, e dormiu em seguida. Quando Miroku acordou na madrugada seguinte, levantou e olhou-se no espelho.
Os cabelos lhe haviam crescido um pouco. Os olhos continuavam azuis profundos, a cicatriz na boca da queda que havia levado na cozinha dias antes de ser seqüestrado já havia desaparecido. E naquela noite iria pela primeira vez na vida cantar um rap na frente de mais 600 mil pessoas. Pegou as folhas das musicas, e releu-as, eram 10 raps... mas só um seria cobrado... Ele não fazia a mínima idéia de qual seria... em seguida pegou uma folha que sango havia lhe dado sobre as chaves... seriam 42 participantes de 24 paises. Desses 42 sobrariam 30. Dos 30 sobrariam 12 e dos doze, oito. Em seguida só 4 continuariam na disputa, até chegar aos últimos dois. Dentre eles, um seria o grande campeão. Que sinceramente, ele todos os sobreviventes da Shikon no tama esperavam que fosse: Miroku.
Ele Se levantou repetindo mais uma vez os versos do que lhe seria cobrado. Enquanto Sango dormia atormentada por um pesadelo, o qual Naraku matava Miroku, Johan crescia culpando-a pela morte dos pais verdadeiros dele, seu filho Kohaku havia sido levado para longe de si, e ela era obrigada a conviver dia após dia com Naraku que insistia que queria mais um herdeiro.
Amanheceu... Os raios de sol acariciaram e acordaram Sango, ela abriu os olhos e sorriu, há muito tempo não dormia tanto. Ela se levantou e seguiu pra sala onde Miroku estava sentado lendo a folha de chaves do concurso.
Ainda nisso?
só to preocupado... vão ser eliminados 12 participantes logo de cara
ano passado era 20.
Sango? Quem participou ano passado?
Juan, muitooo gente boa...
Olha que eu fico com ciumes...
Não precisa ficar- disse Sango beijando de leve os labios de Miroku- você é o meu favorito.
Sou?
é...- disse ela - Por falar nisso, vou preparar seu café da manhã. E pare de ler isso- ela tirou os papeis das maos de Miroku- nao faz bem.- em seguida seguiu a cozinha.
-Senhoras e senhores de todo o brasil... Estamos aqui para corbrir o grande premio dos rappers anonimos de todo o país... O grande vencerdor levará, uma casa no seu país no valor de 100 mil doláres, dois carros, fornecidos por um de nosso patrocinadores a empresa Ford (propaganda básica xD), Um Iate, duas lanchas, sete pranchas de surf, mais duzentos milhões de doláres e o trofeu de melhor do ano, um contrato com uma gravadora por 3 anos. Hoje a noite veremos a primeira apresentação dos participantes, E agora prestem atenção porque vamos ver pelo telão as musicas que cada um irá cantar...
Sango... eu to bem? Essa roupa nao ta mto grudada? Não tem pouca corrente?
Está lindo- disse Sango o beijando.- olha a tela ali... Nossa... mas aquele rap é mto foda... O cara vai precisa de folego hein...
18, 19, 20, 21, 22, 23 ali!
Você estudou essa nao é?
Aham...
Ta... vamos la que tá valendo a Kagome essa...- disse Sango- só precisamos dela, no minimo! Ela sabe preparar muito bem pra esses concursos...
Ta...- disse Miroku sentando no sofá de uma sala aonde ficavam os participantes e seus acompanhantes..
Bom, agora vamos esperar...
E vindo direto do Japão, um cara de muita responsábilidade, para tentar continuar a manter o troféu na Shikon no tama, Miroku!
Vai lá...- disse Sango enquanto ele entrava no palco...
A luz cegava Miroku, mas ele nao tinha tempo nenhum de tentar achar alguém... e nem iria achar, pensava ele, afinal o país era totalmente desconhecido, simplesmente entrou com um microfone na mão, e um pouco nervoso, se firmou no palco...
(Mini Grande Ps: As frases escritas em negrito entre a letra da música são as açoes de Miroku, durante sua performace..)
São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã.
(ele começou a andar de leve... Miroku estava muito nervoso, mas tentava conter isso)
Aqui estou, mais um dia.
Sob o olhar sanguinário do vigia.
Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de
uma HK.
Metralhadora alemã ou de Israel.
Estraçalha ladrão que nem papel.
Na muralha, em pé, mais um cidadão José.
Servindo o Estado, um PM bom.
Passa fome, metido a Charles Bronson.
Ele sabe o que eu desejo.
Sabe o que eu penso.
O dia tá chuvoso. O clima tá tenso.
Vários tentaram fugir, eu também quero.
Mas de um a cem, a minha chance é zero.
Será que Deus ouviu minha oração?
Será que o juiz aceitou a apelação?
Mando um recado lá pro meu irmão:
Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão.
Ele ainda tá com aquela mina.
Pode crer, moleque é gente fina.
Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá...
Tanto faz, os dias são iguais.
Acendo um cigarro, vejo o dia passar.
Mato o tempo pra ele não me matar.
Homem é homem, mulher é mulher.
Estuprador é diferente, né?
Toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés,
e sangra até morrer na rua 10.
Cada detento uma mãe, uma crença.
Cada crime uma sentença.
Cada sentença um motivo, uma história de lágrima,
sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio,
sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo.
Misture bem essa química.
Pronto: eis um novo detento
Lamentos no corredor, na cela, no pátio.
Ao redor do campo, em todos os cantos.
Mas eu conheço o sistema, meu irmão, hã...
Aqui não tem santo.
Rátátátá... preciso evitar
que um safado faça minha mãe chorar.
Minha palavra de honra me protege
pra viver no país das calças bege.
Tic, tac, ainda é 9h40.
(Ele se empolgou e começou a chegar perto das pessoas na platéia que ouviam com atenção parecendo gostar, até...)
O relógio da cadeia anda em câmera lenta.
Ratatatá, mais um metrô vai passar.
Com gente de bem, apressada, católica.
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.
Com raiva por dentro, a caminho do Centro.
Olhando pra cá, curiosos, é lógico.
Não, não é não, não é o zoológico
Minha vida não tem tanto valor
quanto seu celular, seu computador.
Hoje, tá difícil, não saiu o sol.
Hoje não tem visita, não tem futebol.
Alguns companheiros têm a mente mais fraca.
Não suportam o tédio, arruma quiaca.
Graças a Deus e à Virgem Maria.
Faltam só um ano, três meses e uns dias.
Tem uma cela lá em cima fechada.
Desde terça-feira ninguém abre pra nada.
Só o cheiro de morte no lençol.
Um preso se enforcou com o lençol.
Qual que foi? Quem sabe? Não conta.
Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta (...)
Nada deixa um homem mais doente
que o abandono dos parentes.
Aí moleque, me diz: então, cê qué o quê?
A vaga tá lá esperando você.
Pega todos seus artigos importados.
Seu currículo no crime e limpa o rabo.
A vida bandida é sem futuro.
Sua cara fica branca desse lado do muro.
Já ouviu falar de Lucífer?
Que veio do Inferno com moral.
Um dia... no Carandiru, não... ele é só mais um.
Comendo rango azedo com pneumonia...
Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D'Abril, Parelheiros,
Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela,
Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis.
Ladrão sangue bom tem moral na quebrada.
(Ele se levantou e começou a andar novamente longe das pessoas)
Mas pro Estado é só um número, mais nada.
Nove pavilhões, sete mil homens.
Que custam trezentos reais por mês, cada.
Na última visita, o neguinho veio aí.
Trouxe umas frutas, Marlboro, Free...
Ligou que um pilantra lá da área voltou.
Com Kadett vermelho, placa de Salvador.
Pagando de gatão, ele xinga, ele abusa
com uma nove milímetros embaixo da blusa.
Brown: "Aí neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá?
Lembra desse cururu que tentou me matar?"
Blue: "Aquele puta ganso, pilantra corno manso.
Ficava muito doido e deixava a mina só.
A mina era virgem e ainda era menor.
Agora faz chupeta em troca de pó!"
Brown: "Esses papos me incomoda.
Se eu tô na rua é foda..."
Blue: "É, o mundo roda, ele pode vir pra cá."
Brown: "Não, já, já, meu processo tá aí.
Eu quero mudar, eu quero sair.
Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum.
E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um."
Amanheceu com sol, dois de outubro.
Tudo funcionando, limpeza, jumbo.
De madrugada eu senti um calafrio.
Não era do vento, não era do frio.
Acertos de conta tem quase todo dia.
Ia ter outra logo mais, eu sabia.
Lealdade é o que todo preso tenta.
Conseguir a paz, de forma violenta.
Se um salafrário sacanear alguém,
leva ponto na cara igual Frankestein
Fumaça na janela, tem fogo na cela.
Fudeu, foi além, se pã, tem refém.
Na maioria, se deixou envolver
por uns cinco ou seis que não têm nada a perder.
Dois ladrões considerados passaram a discutir.
Mas não imaginavam o que estaria por vir.
Traficantes, homicidas, estelionatários.
Uma maioria de moleque primário.
Era a brecha que o sistema queria.
Avise o IML, chegou o grande dia.
Depende do sim ou não de um só homem.
Que prefere ser neutro pelo telefone.
Ratatatá, caviar e champanhe.
Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!
Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo...
quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!
O ser humano é descartável no Brasil.
Como modess usado ou bombril.
Cadeia? Claro que o sistema não quis.
Esconde o que a novela não diz.
(ele avistou alguém conhecido na parte VIP do show e se aproximou)
Ratatatá! sangue jorra como água.
Do ouvido, da boca e nariz.
O Senhor é meu pastor...
perdoe o que seu filho fez.
Morreu de bruços no salmo 23,
sem padre, sem repórter.
sem arma, sem socorro.
Vai pegar HIV na boca do cachorro.
Cadáveres no poço, no pátio interno.
Adolf Hitler sorri no inferno!
O Robocop do governo é frio, não sente pena.
Só ódio e ri como a hiena.
Ratatatá, Fleury e sua gangue
vão nadar numa piscina de sangue.
Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de outubro, diário de um detento."
(ele havia visto sua mãe, por um momento, mas logo se retirou por vergonha de encará-la...)
Falo Bahia...- gritou Miroku antes de sair...
Você foi ótimo Miroku- disse Sango o beijando quando ele voltou para a sala...
Eu vi... Sango eu vi
Você Viu o que?
Minha mãe...
Continua...
14 de abril de 2005 ás 20:55...Eu sou o Mause pad e estou aproveitando que a Nani foi tomar banho e estou escrevendo por ela... Sinto muito mas nao dá tempo de responder os comentários... Eu prometo que respondo no proximo capitulo tudo Bem?
Estou indo... Espero que me recupere do ataque de tesouradas que vou sofrer quando ela sair do banho... Se alguem ler isso prova que meu plano foi um sucesso... Estou indo...
Bjuss
