WOULD ANYONE DARE TO BLAME US?
Muito obrigada a todas por suas reviews. Pyoko-chan, LittlePrincessRin, Jaque-chan e lady-valium.
E mais uma vez não vai rolar nada… Mas conheçam o lado "mole" de Sesshy.
Jah inventei q diabos Sesshomaru pretende fazer.
Okay, okay, jah podem ler... Por favor, postem reviews e dêem sugestões para a historia se tornar mais agradável.
C.2 - Dor, Culpa e Possessividade
"Ela está muito quente... Sim, hoje o sol está ainda mais forte que ontem e não paramos em momento algum desde o amanhecer. Estive tão preocupado comigo mesmo que esqueci que ela é apenas humana... Pobre criança... Devo estar forçando-a demais."
O Lorde seguia velozmente, carregando a jovem desfalecida contra o peito, enquanto sua mente trabalhava intensamente.
"Certamente a forcei. Pensei que acelerando o passo chegaríamos mais rápido, mas... Ela é só uma criança humana... Desde que a encontrei ela se esforça para acompanhar meu ritmo, e eu nunca pensei em diminuir o passo... Ela tinha pernas bastante pequenas, mas nunca reclamou de ter que me acompanhar, sempre andei calmo. Nunca me dei ao trabalho de olhar para ela, mas sei que ela sempre me olhava, eu sentia seu olhar. E várias vezes vi como me olha, e todas elas desviei meu olhar. Nunca quis aceitar esse seu olhar doce, seu sorriso sincero... Sempre rejeitei essas fraquezas, e não será agora que aceitarei. Mas... Vendo-te assim, sofrendo, derramando lágrimas, algo dentro de mim insiste que é errado. Algo em mim prefere teu doce sorriso... Minha Rin..."
- O quê? - Ficou tão surpreso com seu pensamento que parou e olhou para a menina desmaiada.
"O que deu em mim? Por que chamá-la minha? Ela é apenas uma humana, não é!"
Ainda parado, olhando fixamente para ela com expressão aborrecida, como se fosse ela a culpada pela sua confusão. Mas abrandou o olhar e voltou a andar, sério.
"Uma humana. Mas uma humana que EU revivi. Uma humana que ME segue e ME obedece em qualquer circunstância. Uma humana que EU acolhi e protejo. Então talvez eu DEVA considerá-la MINHA. Sim... Ela é MINHA humana. MINHA criança. Minha Rin... Quando poderei ver-te novamente sorrir? Mesmo que eu não retribua, gosto de vê-la sorrir, gosto de seu sorriso. Mostra que, apesar de toda frieza que emano, ela está feliz comigo... Comigo? Não... Ela não pode estar feliz comigo... Não sou eu quem a faz feliz. Ela é feliz porque se sente segura me acompanhando, já que não tem ninguém no mundo, e porque pode brincar com plantas no caminho... Mas isso não explicaria por que ela sorri para mim... Talvez ela queira compartilhar sua alegria... Tola... Não passa de uma humana fraca..."
Já corria novamente e lançou um olhar doce em direção à garota, mas rapidamente esfriou a expressão e olhou para a frente.
"Mas eu me importo com esta MINHA humana fraca... Como ela reagiria se ma visse olhar assim? Normalmente basta que eu a olhe para ela sorrir. Será que seu sorriso se tornaria mais luminoso? Não... Acho difícil... Como alguém poderia ter sorriso mais belo que esse? Sim... Mesmo que não saiba, seu sorriso me abraça... Por isso não gosto quando me sorri assim. Não gosto de contatos desnecessários. Não gosto de palavras desnecessárias. Mas acho que ela sabe, ela não fala muito. Ela ri alto e, às vezes, discute tolices com Jaken, mas não procura conversa comigo, não se não julgar indispensável. Observando bem, ela quase nunca conversa comigo, não que me incomode. Mas... Eu sou a pessoa que menos lhe dá atenção, que menos lhe ouve... Será... Será que ela se ressente disso? Será que eu ainda a faço sentir-se só?"
Seus pensamentos foram interrompidos pelo súbito cheiro de humanos. O sol já estava baixo, quase poente. Chegariam na aldeia ao anoitecer.
"Talvez fosse melhor não tê-la trazido... Ela certamente estaria bem se eu a tivesse deixado no Castelo. Sim, na próxima vez a deixarei em meu Castelo, nas Terras do Leste. Lá estará segura e confortável."
Era já noite. Recusava-se a entrar em uma aldeia humana para pedir socorro, mas sua criança lhe era mais cara que seu orgulho. Adentrou velozmente, sem dar chance de os guardas esboçarem qualquer reação, e, alcançando o meio da aldeia, parou... Como buscaria o socorro? Precisaria certamente de um teto, água fresca e comida.
Para sua sorte (ou será que azar?), sua brusca aparição despertou a atenção de aldeões que se preparavam para o recolhimento noturno. Com seu porte atlético, vestuário extravagante, cabelos prateados e a enorme pele a sua volta, era, decerto, um lorde muito rico. Mas a rapidez de sua invasão já o denunciava como inumano, provavelmente youkai. Guardas se aproximavam gritando e brandindo lanças, curiosos se amontoavam à volta, com uma distância notável, e medrosos corriam para suas casa, fechando, em seguida, suas portas.
Parado no meio da praça, de costas para a entrada da aldeia, rosto imerso na escuridão, a mente envolta de pensamentos, o Lorde não se importou com a aglomeração ao seu redor, e, como uma chama se acendendo, um idéia brotou em sua cabeça:
- Miko! - sussurrou em sua constatação - Preciso de uma sacerdotisa.
- Quem diabos você pensa que é? - Vociferou um guarda, um metro atrás do Taiyoukai, apontando-lhe sua irrisória lança como se fosse ameaçadora. Atrás dele, outros sete tremiam com suas lanças tentando esconder o medo com tolas expressões amarradas.
O lorde virou-se bruscamente, sem sair do lugar imerso em trevas, para os guardas, fazendo com que dois caíssem no chão com o susto, desarmados, e provocando gritos assustados dos observadores daquela direção.
- Desejo falar com uma sacerdotisa... Urgente! - Disse o Lorde ao guarda a sua frente, com sua voz calma e fria.
- Exatamente para quê? - uma voz firme, sem traços de medo e certamente feminina, veio do outro lado da praça.
Ainda sem abandonar as trevas, Sesshomaru voltou-se para a voz, encontrando, a uns doze metros, uma sacerdotisa com o olhar fixo nele, segurando firmemente um arco apontando uma flecha em sua direção, e dois monges dois metros à frente dela, segurando ofudas preparados para atacá-lo. Sem pestanejar, o Lorde avançou em direção à Miko, engolindo velozmente seis dos metros que os distanciava.
- Estamos avisando! Não se aproxime! - Bradaram os monges, e, vendo-o avançar mais dois, lançaram-lhe seus feitiços sagrados.
De um salto, o Taiyoukai esquivou-se dos ofudas, alcançando o chão a poucos milímetros da flecha armada da sacerdotisa, que deixou escapar um soluço de susto.
- A garota não se sente bem. - Sesshomaru avançou um passo para a Miko, afrouxando o braço que carregava a pobre menina.
- O quê? - Retrucou a sacerdotisa, pasma, baixando o arco e olhando o rosto rubro e suado da jovem doente.
- Está com insolação. - Respondeu o Lorde, depositando sua criança nos braços da outra - Eu espero aqui.
Atônita, a Miko levou ainda uns segundos antes de lembrar que também era seu dever cuidar dos doentes. Carregou, então, a garota para o templo, a dois metros dali. Sesshomaru ficou observando a porta do templo, enquanto as duas entravam. Os dois monges dirigiram-se, também, ao templo, mas, ao alcançar o Taiyoukai, este disse, com seu tom de voz mais tenebroso:
- Nem pensem em acompanhá-las.
Os monges reavaliaram a situação e concordaram que seria BEM mais sensato ficar ali fora, observando o Lorde, e sentaram para esperar. Os três ficaram tanto tempo parados perante o templo, que a maioria dos aldeões os esqueceu e retomou seus afazeres habituais, os guardas na guarita, mulheres e crianças em casa, alguns homens em casa, outros na praça, conversando e bebendo. Sesshomaru permanecia em pé, tão frio que parecia uma estátua (mto bela, tb kero uma assim), enquanto seus pensamentos novamente o absorviam.
"Ela é apenas uma criança humana, o caminho mais à frente tornar-se-lhe-á insuportável. Será melhor, então, deixá-la aqui, nesta aldeia humana, onde os humanos podem cuidar dela e mantê-la a salvo até o meu regresso. Esperarei aqui até Jaken alcançar a aldeia. Sei que sem o carregamento não obterei êxito em minha busca. Até lá, Rin terá acordado e lhe direi para me esperar. Tenho um longo caminho pela frente..."
O Lorde sentou-se, no aguardo de notícias de sua pequena protegida. Não sabia quanto teria que esperar, mas isso não importava, ainda teria uma eternidade para resolver seus problemas.
