Amor e ódio ?
Por Kamui
VI
Em silêncio fizemos todo nosso caminho para casa. Acompanhei ela até o portão de sua casa, nos despedimos sem muita demora os fatos haviam mexido conosco e preferimos nos reconfortar no silêncio, uma atitude egoísta de ambos. Com uma rápida despedida, vejo Carol seguir para a porta de sua casa. Tomo meu caminho.
-Karl, fale para ela o que você sente, não faça como eu...- gritou Carol com a mão na maçaneta de sua porta, entrando correndo.
Suas palavras e o ocorrido fizeram meus sentimentos retornarem para a bela garota de cabelos castanhos que fazia meu coração vibrar ao lembrar do contato de seu corpo ao meu, mas sou um covarde a deixei fugir várias vezes, nem ao menos seu nome conheço. Caminho cabisbaixo chutando algumas pedras que aparecem em minha frente como se elas fossem as culpadas pela perda de um amigo, de meu medo de amar, pelas confusões que o mundo sofria. Estava confuso com este turbilhão de sentimentos, quem não ficaria?
-Você está bem? - me pergunta uma voz feminina.
Agora dei para ouvir vozes até na rua, penso, mas para o meu espanto quando levanto minha cabeça e meu anjo de cabelos castanhos está parada em minha frente com suas mãos para trás e com um cara de dúvida me olha esperando uma resposta.
-Depende o que é bem para você? - respondo sei que fui um pouco frio e tento consertar- Neste exato momento estou bem do que a segundos atrás pois você não fugiu de mim...
-Me desculpe, mas é que...-fala com tom de voz muito triste- aquele dia foi traumatico para mim e você me faz lembrar sempre aquele dia.
-Então sou uma recordação que lhe faz sofrer? - a perguntei com meu coração espremido de dor pela revelação.
-Nunca! Para mim você é a recordação...mais bela que tenho de alguém me defendendo, por isso não consigo lhe olhar nos olho sem me sentir suja pelo que me aconteceu.
Não consigo lhe dar uma resposta, mas sim a envolvo em meus braços, e procuro sua boca, que se encontram sinto seu lábio macio, sinto o calor do seu corpo invadindo o meu, sinto o amor sendo compartilhado entre nós algo tão intímo e tão nosso, nunca pensei que alguém faria com que o tempo parasse e que aquela doação de afeto fosse algo tão intenso. Ficamos assim sem nos falar por alguns minutos, mas sorriu.
Ela me olha nos olhos e me pergunta qual o motivo do sorriso.
-Meu anjo, acabo de beijar uma garota que nem sei o seu nome- continuo rindo.
Levemente se enrubesce e também sorri.
- Me chamo Gabrielle...
Ri, e a interrompo com um beijo roubado.
